06/05/2021

Crítica do filme: 'O Informante' (2019)


Do que vale a palavra quando há interpretações sobre a ética? Homônimo (pelo menos o título em português) a um excelente filme do final dos anos 90, dirigido por Michael Mann, com Al Pacino e Russell Crowe no elenco, O Informante lançado em 2021 pela Netflix, no final do mês de abril, busca de maneira despretensiosa chegarmos à conclusões, ou pelo menos refletir sobre, a filosofia moral, também chamada de ética, dentro de um combate emocional preenchido com licença poética em relação a uma não aceitação provocada pelo desespero. Em um imenso tabuleiro onde as regras são quebradas instantaneamente pela ganância, o desejo de estar no controle e um já batido desfile de hipocrisia acompanhamos a saga de um homem com destino duvidoso que consegue muitas vezes estar no lugar, na hora errada, mas que assume os erros que comete pelo caminho. O filme é dirigido pelo cineasta italiano Andrea Di Stefano.


Na trama, acompanhamos o ex-soldado Pete Koslow (Joel Kinnaman), casado com Sofia (Ana de Armas), que após uma situação emocional que envolveu uma briga no passado vai parar na prisão pegando uma pesada pena por seus atos. Acaba virando informante do FBI, mais precisamente da unidade chefiada pelos agentes Wilcox (Rosamund Pike) e Montgomery (Clive Owen) que estão atrás da prisão de membros de uma organização criminosa polonesa chefiada por Klimek (Eugene Lipinski).  Só que durante a conclusão dessa parceria, uma situação acontece o que faz Pete ter que trilhar novos caminhos em busca de sua liberdade.


Há pontos interessantes nesse longa-metragem que fora lançado fora do Brasil meses atrás. O imprevisível cenário dos conflitos éticos ou morais se associam com a parábola escancarada de um duelo sob a informação entre o departamento de polícia de Nova Iorque e a mais famosa agência federal do mundo, o FBI. Um outro fator interessante, e até mesmo trivial em sua essência, é como se coloca em cheque a função do vilão em um filme que pune o protagonista, as várias variáveis sobre a questão, que vão desde quem deveria exercer a ética e respeitar as normas das leis e também sob a ótica do crime organizado e suas acopladas ações à atitudes sem escrúpulos. A direção é competente, principalmente em dar dinâmica à camada superficial de sua trama, mostra o movimento e interações dos personagens, o sofrimento vivido pelo quase sem esperança protagonista.


Mas nem tudo se encaixa. Por exemplo, a trama chega com força no alto clímax instaurado, em um arco distante de qualquer redenção mas pretencioso em tentar chegar à razão e conclusões de subtramas que apenas compõem a engenharia criativa de todo o contexto. Joel Kinemann dentro de seu quase enigmático e por vezes perdido personagem se esforça nas profundas camadas emocionais de sua construção introspectiva mas há muitas limitações em sua atuação.

Continue lendo... Crítica do filme: 'O Informante' (2019)

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #407 - Carolina Rosinelli


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Santo André (São Paulo). Carolina Rosinelli tem 32 anos, é astróloga, professora de inglês, português e literatura. A paixão pelo cinema é natural, veio do coração.

 

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

A minha preferida fica na cidade vizinha, em São Caetano do Sul. É a sala XD do Cinemark.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Quando eu vi Titanic no cinema aos dez anos eu tive esta sensação.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pedro Almodóvar - Fale com ela. Mas o Hugo Cabret do Scorcese também deixa meu coração aquecido.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Não tenho favorito nacional. Deve ser porque não vi Bacurau ainda.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é saber os nomes dos diretores mais conhecidos dos filmes, maratonar os filmes do oscar, assistir filme raiz, baixando de torrent. Ir ao cinema na pré-estreia de filmes. Conversar sobre cinema, fotografia, direção de arte em um barzinho. Ter isso mais do que um hobbie, mas como algo a ser estudado e pesquisado te torna um cinéfilo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que não.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não e acho que não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Trilogia: Antes do amanhecer/Antes do pôr-do-sol./Antes da meia-noite. Minha vida sem mim. 18 presentes.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, não deveriam não. Acho um pouco arriscado.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Pra dizer a verdade, estou desatualizada a respeito do cinema nacional.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não sei dizer, de verdade.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Felicidade, conforto e bem-estar

 

13) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Se for do cinema nacional, eu desconheço, hahahaha. Me desculpa.

 

14) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente.

 

15) Qual o pior filme que você viu na vida?

Causa e efeito. Filme nacional

 

16) Qual seu documentário preferido?

Happy. Heal, o poder da mente. 

 

17) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, no final da trilogia Matrix. E também no último Velozes e furiosos, por conta da comoção que tinha na época por conta da morte recente do Paul Walker.

 

18) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Outra Face. Antigo, dos anos 90.

 

19) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu gosto da rede social Filmow.

 

20) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix mesmo.

 

 

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #407 - Carolina Rosinelli

05/05/2021

Apresentação do Canal Guia do Cinéfilo no Youtube


Olá cinéfilos e cinéfilas! Tudo bem? Esse é o nosso vídeo de apresentação do nosso canal Guia do Cinéfilo (sim, agora temos até canal no youtube).


Gosta do nosso blog? Gosto de interagir sobre os filmes? Não esquecer de se inscrever no nosso novo canal no Youtube!


Toda semana vídeos novos serão postados. Se gostar, se inscreva no canal e curta os vídeos :)


Viva o cinema!


Continue lendo... Apresentação do Canal Guia do Cinéfilo no Youtube

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #406 - Rubens Anzolin


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Pelotas (Rio Grande do Sul). Rubens Anzolin tem 21 anos, é curador e programador do Zero4 Cineclube. Fez também curadoria da Mostra Audiovisual em Curso 2019 - Sessão Paralela do Cine Esquema Novo. É produtor e diretor-artístico do Levante - Festival de Curtas-Metragens de Pelotas. Tem passagem por publicações como Cine Festivais, Zagaia em Revista, Mnemocine e Revista Rocinante. Edita o blog materiaprimacinema.com e é membro da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe oporquê da escolha.

Cine UFPel, com certeza. É a única sala com programação alternativa em Pelotas, que“compete” contra duas salas de shopping, do tipo multiplex. Uma delas tem um público mais família, infantil, ingresso relativamente barato e muito filme dublado. A outra é sala de shopping mesmo, onde chegam a maior parte das estreias. Costumo consumir bastante todas elas, mas de longe a do Cine UFPel tem a programação mais alternativa. Cinema brasileiro, cinema alternativo, latino-americano, curtas-metragens. Sem contar que é a sala em que eu trabalho, programando filmes no Zero4 Cineclube. Mas isso não pesa tanto na escolha, é muito mais pelo fato de você ter um espaço para oxigenar o pensamento sobre cinema que não visa diretamente o lucro. Os ingressos são gratuitos, é o único lugar da cidade em que você pode ver, na mesma semana, uma estreia brasileira, uma sessão Sesc de cinema e um filme de Straub-Huillet, por exemplo, sem gastar um centavo.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Tem algumas sessões que mudam minha vida. O Pântano, de Lucrecia, em um junho muito frio de Pelotas, na madrugada de segunda para terça-feira, preparação para a estreia de Zama no dia seguinte. A Vizinhança do Tigre, nesse mesmo sentido e no mesmo local (meu quarto em uma pensão), com o mesmo frio de rachar os dentes. Gerry, do Gus Van Sant, em uma sessão no Cine UFPel, em uma tarde modorrenta de segunda-feira. O Vício, de Ferrara, numa madrugada melancólica antes de pegar um ônibus de 7h de volta para casa. Essas são as que mais mexeram com o meu entendimento do que poderia ser o cinema, ainda bem jovem. Dessas últimas, que muda a vida, acho que Gente da Sicília, dos Straub, que programei com meus colegas no Cine UFPel para uma meia dúzia de gato pingado no último dia de aula de 2019. Filmes que ficam. Talvez todos daquela programação tenham a mesma sensação. Conhecendo o Grande e Vasto Mundo, os curtas de Maya Deren, News From Home, da Chantal, depois de ter encarado três horas de O Irlandês e minutos antes de tomar um tombo federal andando de bicicleta a noite. Filmes que me mudaram, definitivamente.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Já escrevi essa resposta umas vinte vezes. Se me perguntar quem é o maior cineasta vivo, te respondo Godard. Quando ele morrer, direi que ele é o maior cineasta morto. Ou mesmo o maior cineasta que já existiu. Meu favorito? Alguma coisa entre Eastwood, Carpenter ou Ferrara. Hoje te diria que é o Ferrara, mas sem nenhuma certeza. Um filme dele? Bem, é só pegar todos que foram realizados entre 1990 e 1998, jogar a camisa 10 para cima e ver quem pega primeiro. Digamos que, hoje, eu ficaria com Blackout (1997), mas sem certeza alguma.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Um curta e um longa: Sangue Corsário (1980) e Alma Corsária (1993), ambos do Carlão. Eu estudei Letras por um tempo, tenho um fraco por poesia, pela figura do criador, a lógica da universalidade que cruza o cinema do Reichenbach. Não imagino alguém que seja capaz de fazer filmes tão essencialmente brasileiros passeando por tantos cinemas diferentes ao mesmo tempo. Isso tudo sem deixar de fazer um cinema de diálogo, de palavras, de expressões, saca? Isso é raro hoje, sinto muita falta. Acho que é coisa que tinha muito em Sganzerla, Bressane (ainda tem), Ana Carolina. Hoje em dia vejo pouco por aqui, aquele diálogo que não é natural, que você sabe que é escrito. E isso também não é um problema. Os tempos mudam e as estéticas vão junto. É mais questão de gosto. De encantamento, melhor dizer. Se me perguntar sobre o cinema do Brasil, fico sempre com Carlão. É meu herói. Não é necessariamente o melhor, e nem nunca quis ser. Mas é uma hecatombe.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Amar inadvertidamente e abraçar todos os danos consequentes dessa paixão.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

A resposta é objetiva: não. Agora, é preciso ter cuidado. Existem inúmeras salas no Brasil com programações e programadores incríveis. Ou seja, não é generalizado, nem tudo é uma sala de shopping e nem toda sala nesse sentido é ruim. Mas, se pensar em programações excelentes, só de cabeça dá para citar o Cine Humberto Mauro, a Cinemateca Capitólio, o Cinema do Dragão, o Cinema da Fundação e tantos outros. As programações do IMS e da Cinemateca Brasileira, que já pude conferir presencialmente também, são excelentes. Tem muita sala alternativa cheia de programação interessante, de cinema diverso, de formação de olhar. Sem contar o tanto de cineclubes que faz uma programação caprichada, que oxigena o pensamento sobre cinema. E com ingresso acessível, quando não gratuito.

 

Assisti O Ciúme e Os Mágicos, de Chabrol, em 35mm na cinemateca. Gastei menos de cinco reais. É questão de buscar mesmo. E o torrent tá aí. Nada impede você de fazer os seus próprios programas, pesquisar eles e reproduzir em casa. Inclusive recomendo.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Nunca. Pode sucatear, diminuir, virar algo mais inacessível. Pode até ser que vire quase uma raridade. Mas acho impossível sumir para sempre. Porque é incomparável ir ao cinema do que consumir algo em casa. E também porque, assim como nas outras formas de arte (música, literatura, teatro), o modo presencial de exibição nunca morreu. É mais difícil, mas é interminável também.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Meu lado apaixonado por cinema brasileiro diria O Jogo da Vida, do Maurice Capovilla. Aqueles objetos voadores perdidos de um cinema um tanto quanto sem medo de ser, bastante influenciado pelas vanguardas e, ao mesmo tempo, completamente brasileiro. Em essência mesmo, sabe. Gianfrancesco Guarnieri e Lima Barreto contracenando juntos. Filme de jogatina, literatura brasileira direto para a tela. Aquelas coisas que é raro de acontecer, mas às vezes rola. Você fazer um filme crônica, um dia na vida, jogando os dados com a sorte.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Depende muito. Hoje em dia, não. De maneira alguma. A vacina já tá entre nós, mas ela não chegou a quase ninguém ainda, se você pensar em um panorama geral. Agora, quando estivermos perto de ter quase todos vacinados, acredito que seja mais viável. Até por que, sala de cinema tem um custo muito alto. O problema é que esse custo não pode ser maior que a vida. Se a gente tivesse em um governo Lula, por exemplo, diria que seria provável de isso acontecer sem maiores danos. No estado atual, quase impossível. Hora de seguir vendo cinema em casa.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Como sempre, muito único. A gente vive em um país de dimensões continentais, saca? Existem muitos Brasis dentro do Brasil, e existem muitos cinemas brasileiros dentro da instituição “cinema brasileiro”. Por isso eu não acredito tanto nesses termos majoritários. A gente entende que o cinema de Minas é diferente do cinema de Pernambuco, por exemplo. Porém, nesses próprios lugares existem infinitos cinemas distintos. Mas, grosso modo, eu vejo que o panorama geral é o de uma mudança de ares, a estética vigente dos anos 2010 vai ficando cada vez mais ultrapassada. Não num sentido de que aqueles filmes não fazem mais efeito, falo em um sentido de tendência mesmo. Estamos passando o momento da virada de chave. Vejo muita gente tentando encontrar a nova vanguarda do cinema brasileiro, mas a difusão de tantos filmes (e tem quem insista em programar em festivais os mesmos filmes que já rodaram incessantemente nos últimos dois anos!) dificulta as pessoas de encontrar um norte exato para essa produção. E, em vários sentidos, isso é muito positivo. Por que a real é que não existe apenas um único caminho. Os caminhos e as brechas são vários. Tentar lidar com isso é o mais importante. São os novos desafios.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Te digo três: Lincoln Péricles, Léo Pyrata e Marco Antônio Pereira.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Gosto muito da máxima que abre os filmes de Marcus Curvelo: Filmar Para Não Morrer. Eu ando mais ou menos nesse caminho. Tudo ou nada. Sobreviver.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Programar a estreia de No Coração do Mundo em Pelotas. O filme havia sido cedido para exibirmos no cineclube. Sala lotada, umas 60/70 pessoas. Sexta-feira de noite, chovia tanto que até Noé abandonaria a barca. O projetor deu pau umas 4 vezes. Uma hora, por causa da chuva, toda a luz da sala de cinema caiu. Foi uma confusão imensa, mas foi gostoso. Daquelas coisas que você só aprende depois de passar por. Depois ainda comentei a sessão, e acho que foi uma das mais divertidas.

Lembro de ter revisto todos os curtas da Filmes de Plástico antes da exibição, pra ficar em dia com as ideias. Antes de chegar no cinema, tirei um cochilo e, pasmem, sonhei com Dona Sônia, de Dona Sônia Pediu Uma Arma ao Seu Vizinho Alcides. Mas tiveram outras pérolas memoráveis também. Uma vez, programando Clube dos Canibais, tive um ataque de pânico. Passei toda a sessão entre a sala de projeção e o banheiro. Depois voltei para fazer os comentários como se nada tivesse acontecido. Faria tudo de novo.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’; em poucas palavras…

É o tchan.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

De maneira alguma. Nem melhor e nem pior. Tem gente que faz obras-primas sem nem ter ideia de estar diante de uma. Acho chato essa coisa de obrigatoriedade. Precisar ser algo, saca? Você joga a parada no mundo, depois é o mundo que se resolve com sua obra. Explicar filme, background, a famosa ‘mensagem’ da obra… Acho tudo isso bobagem.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Eu não boto muita fé nessa história de pior filme. Mas também não acredito que “todo filme tem algo bom”, nem de perto. Só acho que é um rankeamento meio inútil. Se você pesquisar na internet os rankings de piores filmes, tem um tanto de filme ótimo, quando não maravilhoso, que essa cinefilia/crítica educada pelo cinema americano da temporada de Oscar e pelo Rotten Tomatoes acha que é deplorável. Tem quem ache Shyamalan terrível e ainda acredite fielmente que seus filmes não tem nexo porque “se levam a sério” em algo pouco crível. Vê se pode! E isso que a gente tá falando do maior cineasta americano dos Anos 90 para cá! Façamos assim, te digo dois filmes que eu detesto: Democracia em Vertigem e Roma. Cinema de distância, com medo de sujar as mãos. Se chegar perto demais, machuca.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Tem um filme meio perdido do Farocki que eu adoro. Chama Jean-Marie Straub and Danielle Huillet at Work on Franz Kafka’s ‘Amerika’. Sempre fui fascinado por esse método austero e incessante dos Straub-Huillet de trabalhar. E o filme que é resultado desse processo é uma das maiores obras-primas da carreira deles, o Relação de Classes. Acho muito doido você ver como o Straub é um chatão, fica fumando charuto e resmungando, enquanto Danielle Huillet segura a barra. Mas não é como se ela também fosse a pessoa mais amorosa do mundo. No fim das contas, é sobre como o cinema é um processo. Incessante, inseguro, errante, de tentativas. Isso vale mais que tudo para mim. Gosto muito também de um filme de Miguel Rio Branco, que não sei exatamente se é um documentário (nos padrões do termo), e que é um filme muito renegado hoje em dia por diversas questões. Chama Nada Levarei Quando Morrer Aqueles que Mim Deve Cobrarei no Inferno. Acho que é a obra sintaxe de um dos artistas brasileiros mais incontornáveis. Alcança a alma humana como pouca coisa que vi no cinema. É documento de um tempo, de um tipo de vida, de cinema.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Nó! Incontáveis vezes. Na frente da televisão então, quase todo o mês. E é quase que natural, você tem uma catarse depois de assistir algo que parece absolutamente magnânimo ou que te derruba profundamente. Acho que o encerramento dos filmes também potencializam isso. Por exemplo, eu amo O Dinheiro, do Bresson, mas eu não bati palmas (ou qualquer coisa do tipo) quando acabou porque aquele corte seco, que encerra de vez uma das maiores obras da história do cinema, é muito brutal. Difícil lidar com qualquer coisa que seja que venha depois daquilo. Se eu penso, por exemplo, em filmes como Bom Trabalho, da Denis, que tem um final arrebatador, aí sim eu imagino as palmas do pós-sessão. Ou quando você termina de ver algo como Vampiros, do Carpenter, que é magnético e alucinante do início ao fim. Você acaba o filme em um transe, a música subindo, o sintetizador na sua frente, todo aquele pastiche junto. São coisas incontornáveis.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Snake Eyes. E até quem não tenha respondido isso sabe, no fundo do seu coração, que não há filme com Nicolas Cage maior que Snake Eyes.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Ultimamente, tenho tido uma relação de cansaço com a crítica brasileira. Abandonei quase todas as publicações correntes. Das maravilhas da quarentena, talvez uma das maiores tenha sido o novo blog do Merten (oblogdomerten.wordpress.com). Leio diariamente, como se fosse íntimo. Ainda leio a Contracampo também, mesmo que não esteja em funcionamento a bastante tempo. De toda a forma, boa parte da minha geração se formou lendo aquela galera. E tem textos memoráveis, meus favoritos são os de Luiz Carlos Oliveira Jr. Há também Andrea Ormond, a pessoa que mais me faz ter fé na crítica brasileira. Para mim é indiscutivelmente a melhor coisa por aqui. Se fosse citar algo mais contemporâneo, os trabalhos de Adilson Marcelino e Adriano Garrett me encantam bastante.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Torrent segue sendo o streaming mais acessível de todos, junto com o YouTube. Certamente é o acervo mais legal de variedade e pesquisa (pelo menos em cinema brasileiro). Você encontra quase uma formação cinematográfica no YouTube, tamanha a quantidade de longas e curtas disponíveis. E coisas indispensáveis mesmo. Os filmes do Raulino, em grande parte, senão todos, assisti lá. Os curtas do Glauber. Boa parte dos filmes do Carlão. Salvo engano, os filmes de Ana Carolina também (mas, se não tiver lá, tem gratuito no SPCinePlay). Hirszman, Tonacci… enfim, muita coisa mesmo. Mas não nego que eventualmente uso Netflix ou o Prime, mais o Prime, por ser bem em conta. Óbvio que não são critério, o acervo é péssimo, depender disso é apagar a história do cinema diante do capitalismo da legalidade. Vida longa ao Torrent, aos grupos de Facebook, aos fóruns online. Minha formação é toda ali. E ao MUBI também, principalmente depois de liberar o acervo. Nesse caso, vale a pena para estudantes, que é de graça. Se for para bancar algo, vale mais a pena investir em uma vaguinha em fóruns privados.

 

 

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #406 - Rubens Anzolin

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #405 - Lyz Garcia


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Lyz Garcia tem 22 anos, é bacharel em Cinema e Audiovisual pela USJT - Centro Universitário São Judas Tadeu. É criadora do Cinema Delas (@cinemadelas), projeto que incentiva, divulga e conta histórias de mulheres no audiovisual brasileiro. Além disso, atua como editora de vídeo e social media.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Atualmente eu moro em São Paulo, porém eu sou de Bertioga e na minha cidade não existe nenhuma sala de cinema. Sempre precisei visitar cidades vizinhas para poder assistir aos filmes, então ir ao cinema sempre foi um evento para mim.  Um dos cinemas que mais gosto de visitar é o Cine Roxy 5 em Santos. Como ele é um cinema de rua, eu sinto uma magia nele que cinemas dentro de shoppings não possuem.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Poderoso Chefão. Foi a primeira obra que me trouxe interesse em conhecer o processo do filme, entender como as coisas funcionam. Além disso, foi a minha porta de entrada para outros clássicos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

O Lobo De Wall Street do Martin Scorsese.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Durval Discos. Amo como a história surpreende a cada minuto.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é consumir todo tipo de audiovisual, desde o mais pop ao mais independente. É ter o prazer de conhecer novos mundos e universos a cada play em um filme.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

As pessoas por trás das programações entendem de cinema, a questão que se deve levantar é se o exibidor irá prezar pelo apelo comercial, artístico ou se irá balancear os dois. As grandes cadeias de cinemas acabam prezando por grandes sucessos de bilheteria, ocorrendo muitas vezes de quase todas as salas estarem preenchidas com o mesmo blockbuster e filmes mais secundários acabam sendo sufocados e perdendo visibilidade. O que eu geralmente faço é sempre prestar atenção em cinemas que abordam filmes mais independentes e fora do eixo de Hollywood. Sei que muitas cidades não possuem esse privilégio, mas é o jeito de diversificar o consumo.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, pois ir ao cinema é um evento coletivo. Assistir a um filme cercado de pessoas na sala escura traz percepções diferentes sobre o filme que você não teria sozinho.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Brasileiro, eu acho que Durval Discos da Anna Muylaert. Minha recomendação é que vá assistir sem muita informação e se surpreenda!  E um internacional é Baraka, dirigido por Ron Fricke, um documentário lindo. Foi umas das melhores experiências cinematográficas que já tive.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Por mais sofrido que seja, os cinemas deveriam voltar apenas quando os casos estivessem controlados. Por mais que a experiência  das telonas não seja algo que dê para replicar em casa, a saúde da população vem primeiro.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A qualidade do cinema nacional é muito boa, a variedade de produtos que estão saindo é enorme. Precisamos agora focar que essa diversidade chegue ao grande público, para que o estereótipo de filmes nacionais ruins e chatos deixe de existir.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Anna Muylaert, possuo um grande apreço pela cineasta pois foi a primeira cineasta que me fez perceber como uma mulher no meio audiovisual e como a área é extremamente desigual.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça e muita, mas muita produção.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não tenho histórias inusitadas.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

ICÔNICO Hahahahah

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Claro, conhecer os filmes e a história do cinema é importantíssimo para a bagagem de um cineasta. Muito do aprendizado vem com a bagagem cultural que os filmes trazem.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Eu pessoalmente acho que até dos piores filmes podemos extrair aprendizados, no caso o que não funciona e o que não fazer. Mas se for para citar algum eu falaria 365 DNI, foi um filme que além de extremamente problemático, conseguiu me insultar como mulher.

 

17) Qual seu documentário preferido?

 

Baraka, dirigido por Ron Fricke. Foi a obra que expandiu meu horizonte sobre o que pode ser um documentário.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Já! Principalmente em festivais. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O Senhor das Armas? hahahah não sei. Mas guardo com carinho no coração A Lenda do Tesouro Perdido por ter crescido assistindo.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu acompanho constantemente três portais de notícias. O Omelete, Filme B e Mulheres no Cinema, com eles consigo me manter informada desde temas mais populares até assuntos sobre audiovisual independente.

 

 

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #405 - Lyz Garcia

04/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #404 - Leticia Bay


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Balneário Camboriú (Santa Catarina). Leticia Bay tem 34 anos, é jornalista, pós-graduada em Produção Audiovisual, estudante de Licenciatura em Letras Português, amante e estudiosa da sétima arte. Natural de Porto Alegre RS, atualmente mora em Balneário Camboriú. Se formou em jornalismo pela PUCRS e depois fez pós graduação em Produção Audiovisual pela Facha (RJ). Atualmente trabalha como redatora publicitária em uma agência de publicidade. É apaixonada por cinema, televisão e fotografia desde cedo. É viciada em Netflix (o TCC da sua pós foi sobre a Netflix).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Ainda não consegui conhecer os cinemas da minha cidade, pois quando me mudei para Balneário Camboriú, já estávamos na pandeia. Quando morei no Rio de Janeiro, minhas salas prediletas eram as do Estação Net de Botafogo, por terem programações alternativas, com filmes nacionais e lançamentos com alguns diretores, e o Espaço Itaú de Cinema, que exibe tanto filmes que estão em alta no circuito nacional e internacional, quanto filmes não tão badalados. Em Porto Alegre eu frequentava muito o Cine Bancários, que tem uma proposta semelhante a do Estação Net no Rio, com lançamentos e até bate-papos com diretores e a Sala de Cultura Mário Quintana, que prestigia grandes nomes do cinema gaúcho e nacional, com valores de entrada acessíveis.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O filme que me fez despertar a paixão e curiosidade pelo cinema foi Janela Indiscreta, de Hitchcock. Esse filme não é da minha geração, mas quando assisti passei a achar cinema sensacional A partir daí, senti vontade de estudar e pesquisar mais sobre audiovisual e sobre os diretores de cinema. Já o primeiro filme que me fascinou, assistindo em uma sala de cinema, foi Central do Brasil, de Walter Salles, com a espetacular Fernanda Montenegro e sua impecável atuação.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Como amante do cinema nacional, meu diretor favorito é Walter Salles e, para mim, seu melhor filme é Central do Brasil.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Sou muito admiradora do cinema nacional e poderia citar aqui vários filmes que eu gosto. Mas, o meu favorito por enquanto é Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Um filme emocionante, ousado e desafiador, com roteiro, produção e direção sensacionais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim, ser cinéfilo é muito mais do que ser apenas um mero espectador. Pessoas cinéfilas realmente amam o cinema, estudam sobre a sétima arte, seus diferentes gêneros e sobre seus diretores preferidos. Acredito que os verdadeiros admiradores do cinema procuram assistir filmes alternativos e não apenas os grandes sucessos e gostam de estar informados sobre as notícias e lançamentos do universo audiovisual.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programações feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que uma minoria possui esse tipo de programação. A maior parte dos cinemas prefere investir em blockbusters e filmes mais comerciais.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito nisso. Muitas vezes já se especulou o fim do cinema, assim como o fim dos livros, das pinturas, da fotografia, do rádio e da televisão. O cinema oferece uma experiência única, muito diferente de assistir a um filme em casa. Com o sucesso das plataformas de streaming e com o maior custo para frequentar o cinema, o público deve diminuir, mas acabar nunca.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Mãos talentosas: A história de Ben Carson, de Thomas Carter.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Infelizmente não. Mas como já iniciamos a vacinação, acredito que em breve poderemos voltar às salas de cinemas sem medo.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu vejo que o cinema brasileiro evoluiu muito, não apenas na questão do som, que antigamente foi muito criticada, mas também na qualidade de suas produções, roteiros, efeitos e atuação dos atores.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro. Vejo todos os filmes com ela.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Eu diria que o cinema é a janela da alma. É até nome de documentário, hehehe.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Acho que a única coisa inusitada que já vi no cinema foi alguém dormindo durante o filme. Inclusive, presenciei mais de uma vez.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Segura o Tchan! Hahaha!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Com certeza. Eu nem sabia que existiam diretores que não são cinéfilos. Isso é possível?

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

As Panteras, de 2000 (não assisti o mais atual).

 

17) Qual seu documentário preferido?

Edifício Master, de Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, ao final de A Garota Dinamarquesa e Joker por ter achado as atuações de Eddie Redmayne e Joaquin Phoenix espetaculares.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Difícil falar um só, porque leio vários, então vou dizer mais eu mais leio: Omelete, Filme B,

Guia do Cinéfilo e Adoro Cinema.

 

 

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #404 - Leticia Bay

03/05/2021

Entrevista | Cavi Borges - Co-realizador do Festival Estação Virtual


Se tem alguém que todo mundo conhece no audiovisual carioca, esse alguém é Cavi Borges. Carioca, ex-judoca profissional (quase atleta olímpico), pai, um guerreiro do cinema, produtor, diretor, dono de locadora (sim, elas ainda existem!), nosso entrevistado passou por um drama recentemente, foi pego pela Covid, passou 15 dias no CTI e 4 dias entubado.


Ainda recuperando as forças para chegar aos 100%, esse jovem de 45 anos, responsável pela produtora CAVIDEO, desenvolveu uma parceria com o famoso Grupo Estação, do Rio de Janeiro, e assim nasceu o Festival Estação Virtual, evento esse que vai de 6 a 31 de maio, de maneira gratuita e online, onde vão ser exibidos cerca de 180 produções brasileiras: curtas e longas, ficções e documentários relevantes na história do Estação e do cinema brasileiro.




Para nos contar um pouco sobre esse mega festival, fomos conversar com esse eterno guerreiro amante da sétima arte.

 

1) Como surgiu o convite para ajudar na curadoria e produção do Festival Estação Virtual?


Cavi Borges: Já desenvolvo muitas parcerias com o Grupo Estação, que vão de Mostras, Cineclubes e até uma sala de Teatro/Cinema que eles emprestaram para a Cavideo no Estação Net Botafogo para fazermos nossas Peças-Filmes.


Esse convite foi para unir forças, conhecimento e contatos para fazer uma plataforma digital para o Estação e que pudesse ser usado também pela Cavideo e outros parceiros. Nesse momento que todos se encontram com dificuldades financeiras, a união e a parceria são uma grande possibilidade para sobrevivermos.


Além de curador, a Cavideo é Co-Realizadora do Festival. Uma honra para mim que teve nos cinemas do Estação a possibilidade de ver os primeiros filmes de arte e mais pra frente ser o cinema oficial das estreias das nossas produções.

 

 

2) Como vocês chegaram a esses títulos? Foi por escolha ou mais no sentido dos filmes que conseguiam? Teve algum título que foi mais difícil conseguir para ser exibido?


Cavi Borges: A curadoria foi feita pela Adriana Rattes (coordenação geral), Bebeto Abrantes (sessão de longas doc. e pré estreias), Luiz Eduardo (longas de ficção), Liliam Hargreaves (longas), Anna Fabry (longas), Fabricio Duque (curtas) e eu participei um pouco de todas as curadorias e da coordenação geral também, ao lado da Adriana.


Nos baseamos nos filmes exibidos nos cinemas do Estação nesses últimos 35 anos e também em diretores que participaram dessa história. Todos realizadores que convidamos nos receberam de braços abertos. Impressionante como os cinemas do Estação são queridos e participaram da história desses diretores. Cada um tem uma história que passou nos cinemas. Influenciou muito o cinema brasileiro nesses 35 anos.


Nossa dificuldade em conseguir a liberação dos filmes foi grande em função dos contratos que cada filme tem com as diversas plataformas digitais já existentes. Mas fomos aos poucos conseguindo tudo. Vale destacar que o Canal Brasil resolveu co-pratrocinar o Festival liberando todos seus filmes. Isso nos ajudou muito!

 


3) O Grupo Estação, famoso empreendimento cultural, administrador de várias salas na zona sul carioca, um dos pilares do Festival do Rio de Cinema (que não teve edição, nem virtual, ano passado), é um dos produtores desse festival. É possível ter exibições presenciais mais pra frente desse festival ou é um festival apenas de uma edição e online?

 

Cavi Borges: Esse Festival foi pensado para ser apenas virtual e online e testar essa plataforma online que o Grupo Estação está criando. Eles perceberam que não dá mais para fugir das plataformas online. O presencial vai seguir mas agora vão ter os filmes online também. Esse Festival será esse primeiro teste.

 


4) Desses filmes da lista (ótima, por sinal), quais você conferiu na própria sala do estação ao longo desses anos todos de Grupo Estação?


Cavi Borges: Vários eu assisti nos cinemas do Estação. Principalmente após 1997 quando passei frequentar mais essas salas. O Estação inaugurou em 1985 com o filme do Arnaldo Jabor: Eu Sei Que Vou Te Amar. Nessa época ainda era judoca e nem pensava em cinema ainda. Mas imagino como deve ter sido maravilhoso a abertura de uma sala na Zona Sul do Rio em 1985 passando nossos filmes. 

 





5) Você pegou Covid semanas atrás e te atingiu de maneira grave, você inclusive precisou ser entubado. Recentemente recebeu inúmeras homenagens de pessoas que reconhecem toda sua contribuição ao audiovisual brasileiro além da pessoa que és. Qual foi o sentimento quando sentiu essa onda de carinho de todos ao seu redor? Você já pensou em filmar sobre essa história que passou?


Cavi Borges: Nossa! Foi maravilhoso e emocionante ver tantas mensagens de carinho e afeto. Me deu força e me fortaleceu nessa recuperação que estou passando. Foram 15 dias no CTI e 4 entubados. Um pesadelo. Nunca imaginei que eu, um ex-judoca passaria por isso. A situação ainda está muito séria. Precisamos nos cuidar e nos mantermos isolados. Mesmo depois de 1 ano precisamos continuar nos cuidando. As coisas ainda estão muito sérias. Ainda não acabou. No hospital vi vários jovens como eu sendo internados. Alguns não resistiram. Eu só posso agradecer aos meus médicos e enfermeiros que realmente são além de especialistas, pessoas humanas e amorosas. Se emocionavam quando nos viam melhorando. Coisa linda de ver.


Com certeza essa experiência louca dá filme!!!! Mas acho que mais pra frente! Já distanciado desse momento louco que vivi. Nos momentos mais difíceis que passei, ficava pensando em quando tudo isso acabar logo e poder fazer a coisa que mais gosto:  VER FILMES !!!!

 

Continue lendo... Entrevista | Cavi Borges - Co-realizador do Festival Estação Virtual

Festival Estação Virtual - 35 anos de Cinema Brasileiro - de 6 a 31 de maio


Como forma de resistir a este período pandêmico e ir até onde está o público, o Circuito Estação NET de Cinema apresenta o Festival Estação Virtual – 35 anos de Cinema Brasileiro – Panorama da Ficção Nacional / Panorama do Documentário Nacional, sua primeira mostra digital.


O Festival vai exibir cerca de 180 produções brasileiras: curtas e longas, ficções e documentários relevantes na história do Estação e do cinema brasileiro. Além dos filmes, o Festival vai promover debates com críticos, produtores e realizadores para revisitar a diversa, plural e expressiva produção brasileira dos últimos 35 anos. O Festival está dividido em Panorama da Ficção Nacional, Panorama do Documentário Nacional, Pré Estreias e Curtas.


Na seleção estão desde o emblemático Eu sei que vou te amar, de Arnaldo Jabor, filme que marcou a abertura do então Estação Botafogo, em 1985, passando por Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, Dias Melhores Virão, Cacá Diegues (longa que abriu a primeira mostra de cinema do Estação – Mostra Banco Nacional),  Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho, Separações, de Domingos Oliveira, Pequeno Dicionário Amoroso, de Sandra Werneck, Os Matadores, de Beto Brant à recentes produções como Divinas Divas, de Leandra Leal, Estou me Guardando pra quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes, Auto de Resistência, de Natasha Neri / Lula Carvalho, Bixa Travesty, de Claudia Priscila / Kiko Goifman, Hoje eu quero voltar sozinho, de Daniel Ribeiro, entre outros. 


Na seção de curtas, raridades e premiados como A Dama do Estácio, de Eduardo Ades com Fernanda Montenegro, Ilha das Flores, de Jorge Furtado, Meu Compadre Zé Keti, de Nelson Pereira dos Santos, Documentário, de Rogério Sganzerla, Alfazema, de Sabrina Fidalgo, Lá e Cá de Sandra Kogut, com Regina Casé, Recife Frio, de Kleber Mendonça. 

 

Longas e curtas, como Caruatá – Vejo o Lugar que me vê, de Walter Carvalho, Ruivaldo o Home que salvou a Terra, de Jorge Bodanzky, A Revolta dos Malês, de Belisário Franca e Jefferson De são algumas das produções que completam a seção de Pré Estreias.




ESTAÇÃO VIRTUAL - PANORAMA DA FICÇÃO NACIONAL


Eu Seu Que Vou te Amar, de Arnaldo Jabor – Filme que inaugurou o então Estação Botafogo, 1985

A Hora da Estrela, de Suzana Amaral

Amarelo Manga, de Claudio Assis

A Febre, de Maya Da-Rin

A Ostra e O Vento, de Walter Lima Junior

A Serpente, de Jura Capela

Antes do Fim, de Cristiano Burlan

Areias Escaldantes, de Franisco de Paula

BR 716, de Domingos de Oliveira

Separações, de Domingos de Oliveira

Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queiroz

Baile Perfumado, de Lirio Ferreira e Paulo Caldas

Casa Grande, de Fellipe Gamarano Barbosa

Cafuné, de Bruno Vianna

Cazuza – O tempo não Para, de Walter Carvalho, Sandra Werneck 

Cidade Baixa, de Sérgio Machado

Cidade de Deus, de Fernando Meirelles

Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes

Como é Cruel Viver Assim, de Julia Rezende

Como ser Solteiro, de Rosane Svartman

Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano

Dias Melhores Virão, de Cacá Diegues – filme de abertura da então Mosta Banco Nacional 

Um Trem Para as estrelas, de Cacá Diegues

Deus É Brasileiro, de Cacá Diegues

Veja Esta Canção, de Cacá Diegues

5 Vezes Favela, Agora Por Nós Mesmos, de Coletivo – produção de Carlos Diegues

Divino Amor, de Gabriel Mascaro

Dois Perdidos Numa Noite Suja, de José Joffily

Éden , de Bruno Safadi

Esse Amor Que Nos Consome, de Allan Ribeiro

Fado Tropical, de Cavi Borges

Guerra de Canudos, de Sergio Rezende

Lamarca, de Sergio Rezende

Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg Filho

Hoje eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro

Introdução A Música do Sangue, de Luiz Carlos Lacerda

Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho

Mutum, de Sandra Kogut

Nervos de Aço, de Maurice Capovilla

Nome Próprio, de Murilo Salles

O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco

O Céu de Suely, de Karim Aïnouz

O Exercício do Caos, de Frederico Machado

O Homem Nu, de Hugo Carvana

O Quatrilho, de Fábio Barreto

O Uivo da Gaita, de Bruno Safadi

Os Sonâmbulos, de Tiago Mata Machado

Os Matadores, de Beto Brant

Pendular, de Julia Murat

Pequeno Dicionário Amoroso, de Sandra Werneck

Ralé, de Helena Ignez

Benzinho, de Gustavo Pizzi

Riscado, de Gustavo Pizzi

Sinfonia da Necróple, de Juliana Rojas

Vazante, de Daniela Thomas 

Vende-se Esta Moto, de Marcus Faustini

Praça Paris, de Lucia Murat

Tatuagem, de Hilton Lacerda

O Palhaço, de Selton Mello

Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodansky

O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias, de Cao Hamburguer

Lisbela e O Prisioneiro, de Guel Arraes

Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos

Estômago, de Marcos Jorge

O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho

O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia



ESTAÇÃO VIRTUAL – PANORAMA DO DOCUMENTÁRIO NACIONAL


500 Almas, de Joel Pizzini

A Alma do Osso, de Cao Guimarães

A Batalha do Passinho, de Emilio Domingos

À Margem da Imagem, de Evaldo Mocarzel

A Mulher de Luz Própria, de Sinai Sganzerla

A Música Segundo Tom Jobim, de Nelson Pereira dos Santos

Cinema de Lágrimas, de Nelson Pereira dos Santos

América Armada, de Alice Lanari e Pedro Asbag

Angel Viana, de Cristina Leal

Auto de Resistência, de Natasha Neri / Lula Carvalho

Bixa Travesty, de Claudia Priscila / Kiko Goifman

Cartola, de Lirio Ferreira

Cassia Eller, de Paulo Henrique Fontenelle

Cativas - Preso Pelo Coração, de Joana Nin

Cauby Peixoto - Começaria Tudo Outra Vez, de Nelson Hoinnef

Cicero Dias - O Cumpade do Picasso, de Vladimir Carvalho

Cidadão Boilense, de Chaim Litewski

Cidade de Deus - 10 Anos Depois, de Luciano Vidigal / Cavi Borges

Cidade Invisível, de Terêncio Porto

Cinema Novo, de Eryk Rocha

Cora Coralina, de Renato Barbieri 

Crônica da Demolição, de Eduardo Ades

Dedo na Ferida, de Silvio Tendler 

Jango, de Silvio Tendler

Deixa Que Eu Falo, de Eduardo Escorel

Divinas Divas, de Leandra Leal

Do Luto a Luta, de Evaldo Mocarzel

Domésticas, de Gabriel Mascaro

Em Busca de Um Lugar Comum, de Felippe Mussel

Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes

Excelentíssimos, de Douglas Duarte

Fevereiros, de Marcio  Debellian

Henfil, de Angela Zoé

Iluminados, de Cristina Leal

Inaudito, de Gregório Gananian e Danielly O.M.M.

Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho

Janela da Alma, de Walter Carvalho

Raul - O Inicio, O Fim, O Meio, de Walter Carvalho

Juizo, de Maria Augusta Ramos

Marcos Medeiros: Codinome, de Vicente Duque Estrada

Mataram Meu Irmão, de Cristiano Burlan

Meia Hora e As Manchetes que Viram Manchetes, de Angelo Defanti

Memória Para Uso Diário, de Beth Formaggini

Meninas, de Sandra Werneck

Menino 23, de Belisário França

Mentiras Sinceras, de Pedro Asbeg

Missão 115, de Silvio da Rin

O  Rap do Pequeno Príncipe, Contra as Almas Sebosas, de Paulo Caldas / Marcelo Luna

O Chamado de Deus, de José Joffily

O Corpo É Nosso, de Thereza Jessouron

O Desmonte do Monte, de Sinai Sganzerla

O Processo, de Maria Augusta Ramos

Onde a Terra Acaba, de Sergio Machado

Oscar Niemeyer - A Vida é Um Sopro, de Fabiano Maciel

Pan-cinema Permanente, de Carlos Nader

Paralelo 10, de Silvio Da-Rin 

Paulinho da Viola - Meu Tempo É Hoje, de Izabel Jaguaribe

Pierre Verger, Mensageiro entre dois Mundos, de Lula Buarque de Holanda

Pindorama, de Roberto Berliner

Santiago, de João Moreira Salles

Semente da Música Brasileira, de Patricia Terra

Serra Pelada, de Victor Lopes

Seres, Coisas, Lugares, de Suzana Macedo

Setenta, de Emilia Silveira

Simonal - Ninguem Sabe o Duro que dei, de Claudio Manoel

Torquato Neto - Todas as horas do fim, de Eduardo Ades, Marcus Fernando

Torre das Donzelas,  de Suzanna Lira

Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat 

Uma Noite em 67,  de Renato Terra / Ricardo Calil

Um Passaporte Húngaro, de Sandra Kogut

Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper

You tubers, de Sandra Werneck e Bebeto Abrantes

 

 

CURTAS FIC: 

 

A Dama do Estácio Direção: Eduardo Ades 

A Vez de Matar a Vez de Morrer Direção : Giovani Barros 

A Distração de Ivan Direção: Cavi Borges e Gustavo Melo

Alfazema Direção: Sabrina Fidalgo 

BatImam e Robim Direção : Ivo Branco 

Café com Leite Direção: Daniel Ribeiro 

Cartão Vermelho Direção: Lais Bodanzky 

Documentário Direção: Rogério Sganzerla 

Entre Paredes Direção : Eric Laurence 

Lá e Cá Direção: Sandra Kogut

Lá do Alto Direção: Luciano Vidigal 

Litania da Velha Direção : Frederico Machado.

Meu Preço Direção: Hsu Chien 

O dia em que Dorival encarou a Guarda Direção : Jorge Furtado, José Pedro Goulart 

O dia em que Macunaíma e Gilberto Freyre visitaram o terreiro da Tia Ciata Direção : Sérgio Zeigler e Vitor Angelo

O Resto é Silêncio Direção : Paulo Halm 

Personal Vivator Direção: Sabrina Fidalgo 

Recife Frio Direção: Kleber Mendonça Filho 

Sete Minutos Direção: Julio Pecly, Paulo Silva e Cavi Borges 

Um sol alaranjado Direção : Eduardo Valente 

Vestido de Laerte Direção: Claudia Priscilla e Pedro Marques

Viver a Vida Direção : Tata Amaral 

 

 

CURTAS DOCS:


A Maldita Direção : Tetê Mattos 

A Miss e o Dinossauro Direção : Helena Ignez 

As constituintes de 88 Direção : Gregory Baltz 

Amnestia Direção: Sasanna Lira 

Borá Direção: Angelo Defanti 

Cine Paissandu Direção : Christian Jafas 

Como se morre no cinema Direção: Luelane Loiola Corrêa

Domicílio incerto Direção : Davi Mello e Deborah Perrotta 

Dreznica Direção: Anna Azevedo 

Em busca de um lugar comum Direção: Felippe Schultz Mussel 

Eu preciso destas palavras escritas Direção: Milena Malfredini, Raquel Fernandes 

Ilha das Flores Direção : Jorge Furtado

Projeto Beirute Direção: Anna Azevedo 

Recife de dentro pra fora Direção: Katia Mesel 

República das Saúvas Direção + montagem + roteiro: Piero Sbragia 

Transverso Direção : Fernanda Paz 

 


PRÉ ESTREIAS

 

Longas


A Revolta dos Malês Direção: Belisário Franca, Jeferson De

Cinema é minha vida Direção: Patricia Niedermeier, Rodrigo Fonseca e Cavi Borges

Entre Macacos e Anjos Direção: Elizeu Ewald                                                                                     

Me Cuidem-se!  Direção: Bebeto Abrantes, Cavi Borges

O Artista – Todas as Horas, de Marcos Ribeiro

Ruivaldo, o Homem que salvou a Terra Direção : Jorge Bodanzky 

Servidão, de Renato Barbieri e Neto Borges

 

 

Curtas


Carta ao Magrão  Direção: Pedro Asbeg.

Caruatá - Vejo o Lugar Que Me Vê Direção :Walter Carvalho 

Finado Taquari Direção: Frico Guimarães 

Maré Olímpica, de Coletivo Maré Oficina de Documentários 

Monte Serrat Direção: Francisco de Paula

República das Saúvas, de Piero Sbragia



Onde?

http://vimeo.com/estacaovirtual

Gratuito

Os filmes mudam a cada semana. A programação será divulgada no www.grupoestacao.com.br


Continue lendo... Festival Estação Virtual - 35 anos de Cinema Brasileiro - de 6 a 31 de maio

Podcast Guia do Cinéfilo #9 - 03.05.2021


Olá! No podcast de hoje, falamos sobre:


- Filmes que vi na semana (Diga-me Quando, Raia 4, Em Busca de Sheela, Olla, Os Quatro Paralamas, Os Salafrários)


- Sobre o Programa Guia do Cinéfilo da Semana

 

- Sobre o Programa 8 e 1/2 em 20 da Semana


Abs e até a próxima 2a! 


--


Você pode conferir esse podcast pelas seguintes plataformas abaixo:
























Continue lendo... Podcast Guia do Cinéfilo #9 - 03.05.2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #403 - Melqui Rodrigues


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Brasília. Melqui Rodrigues tem 30 anos, é ator de Teatro e TV, escritor/ roteirista, modelo comercial e youtuber.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Bom, eu gosto muito do Multicine, aqui onde eu moro eles têm as melhores salas de cinema da região, são bem amplas e poltronas confortáveis. Geralmente nas salas de número 1 eles colocam os grandes lançamentos e também os filmes em 3D.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Com certeza Pânico. Essa franquia foi a que literalmente me fez me apaixonar por cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tenho alguns diretores favoritos, mas atualmente o que eu mais gosto é o James Wan e com certeza seus filmes Invocação do Mal 1 e 2 são meus favoritos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Com certeza Minha Mãe é uma Peça, não sei dizer o motivo específico, mas eu gosto muito desse filme, já assisti umas 10 vezes e sempre dou muitas gargalhadas, é um filme delicioso de assistir.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ter paixão pelo cinema em si. Não só por filmes, mas também como séries e outros produtos televisivos.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Pra ser franco "Não".  Eles literalmente fazem programação para atender com mais prioridade o público que consome esse tipo de conteúdo.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero sinceramente que não, mesmo com todo o reboliço da pandemia que obrigou todas as salas de cinema fecharem e o crescimento dos streamings... Acredito que os cinemas ainda terão uma longa jornada pela frente e espero sinceramente que isso nunca acabe.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cidade das Sombras com Saoirse Ronan, eu nunca vi nenhuma outra pessoa que tenha assistido esse filme e eu particularmente gosto muito dele.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim e não. Eu acho que se seguirem os protocolos de segurança conformem deve ser feitos, não vejo problema. Mas tem pessoas que infelizmente não respeitam isso, e por causa delas, muitos cinemas ainda não abriram.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu vejo que o cinema brasileiro têm melhorado muito, mas infelizmente o Brasil continua dando prioridades a outros produtos como novelas, realitys e afins... Isso infelizmente até atrasa a evolução do cinema nacional.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Com certeza o Paulo Gustavo, os filmes dele são ótimos.

 

12) Defina cinema com uma frase:

PAIXÃO.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu não tenho grandes histórias que eu presenciei dentro de um cinema, mas talvez a mais engraçada foi uma vez que um amigo meu e eu fomos assistir Atividade Paranormal 3. Então o pessoal estava um mix de medo e risadas dentro do cinema, principalmente a galera do fundão.

 

Então teve uma hora que alguém fez o sinal de "xiiu" e um deles se levantou da maneira mais hilária da vida dizendo: "OXE, EU PAGUEI ESSA PORCARIA PRA EU GRITAR NA HORA QUE EU QUISER E ME CAGAR DE MEDO".

 

Confesso que eu ri tanto que o filme de terror passou pra uma comédia, foi muito hilário kkkk.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não vi e nem verei kkkkk.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Eu acho que é um conjunto, diferente da maioria das profissões, não há como trabalhar com cinema sem gostar de cinema. É uma profissão que a gente realmente precisa ter paixão. É a mesma coisa de alguém se formar em culinária e não saber cozinhar, então eu acredito que antes de se tornar diretor, a pessoa se torna cinéfila.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Vingadores Ultimato. Tenho repulsa só de pensar.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Universo Anime. É o único documentário que eu de fato gostei.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Com certeza. Quem nunca? kkkk

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Outra Face.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

CinePop.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Apesar de ultimamente eu tenho visto muito na Amazon Prime, a Netflix continua sendo o streaming que eu mais utilizo.

 

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #403 - Melqui Rodrigues