13/01/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #244 - Bronquinho


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Rio de Janeiro. Bronquinho tem 43 anos, é jornalista, atendimento comercial de uma Finish House de pós-produção há 20 anos, ama trabalhar com cinema, imagem de uma forma geral. Para ele: Cinema é vida! Algo que não podemos deixar morrer. Paixão através das inúmeras histórias contadas por tanta gente criativa e bacana.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

As salas do Estação Botafogo. Muitos filmes nacionais e estrangeiros fora do circuito comercial.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Pergunta muito difícil! Acho que quando assisti pela primeira vez A Noviça Rebelde. Tinha uns 7 anos. Fiquei muito impressionado com tudo aquilo.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Stanley Kubrick, O Iluminado.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

São muitos. Além de trabalhar com cinema, sempre fui um grande admirador do Cinema Brasileiro. Gosto de todos do documentarista Eduardo Coutinho.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Eu assisto a um filme por dia. Pelo menos um. Ser cinéfilo pra mim é apreciar situações, a mensagem, o que na verdade o filme tem a dizer. Sem julgamentos preexistentes.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Claro que não! As salas de cinema se tornaram um negócio. E como todo negócio é preciso ter lucro. Infelizmente teremos mais salas com o Homem Aranha do que com um documentário, por exemplo.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acabar não, diminuir sim.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O italiano Le Fate Ignoranti (Um Amor Quase Perfeito) - 2001 Ferzan Ozpetek.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Não mesmo.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Como disse anteriormente, eu trabalho com cinema, pós-produção de imagem. A qualidade vem melhorando muito. Levando em conta o que assistimos nos anos 70, 80 e até mesmo 90, hoje conseguimos estar bem próximos de uma realidade universal unificada.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

A dama Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Se você não tem tempo para ir ao cinema, entenda que sua criatividade está limitada.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Foi comigo mesmo. Crianças gêmeas, derrubaram refrigerante nas minhas costas antes da sessão começar.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Eu tenho em DVD. Um exemplo de como uma coisa tosca se torna um clássico.... (joga a pá na estrada!)

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Precisa não. Precisa entender como será a linguagem dessa mensagem. Se a história emocionará ou não o público.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Karate Dog.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Jogo de Cena - Eduardo Coutinho e Uma Noite em 67 - Renato Terra e Ricardo Calil.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Com certeza. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Existe? Fico com 8MM.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro Cinema.

 

 

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12/01/2021

Crítica do filme: 'O Dilema de Aziz'


O confuso universo do nada haver dentro de razões existenciais. Produção turca, no catálogo da Netflix, O Dilema de Aziz, é uma comédia que esconde um drama sobre as visões da rotina de um homem à beira do caos emocional. Há metáforas interessantes e outras desinteressantes sobre a vida dentro de razões sociais de uma globalização banalizada pelo consumo da perfeição ou do ‘normal’. O rumo da trama é recortado como se fossem esquetes sobre a solidão e outros sentimentos gerados pelas dores melancólicas do não ter. Crise de meia idade? Caos nas emoções? Tornar cinema a melancolia é uma tarefa extremamente complicada, principalmente, quando se preenche com o non-sense. O Dilema de Aziz naufraga por aí. Dirigido pela dupla de cineasta Durul Taylan e Yagmur Taylan.


Na trama, conhecemos Aziz (Engin Günaydin), um homem de meia idade que trabalha em uma agência de publicidade na Turquia. Ao seu redor, seus amigos mostram que todos, na verdade, possuem conflitos existenciais fortes. Assim, Aziz durante um bom período se mete em inúmeras situações tentando melhorar seus pensamentos sobre o que gira ao seu redor.


A difícil arte da solidão. Fotografias falantes, o traumático encontro com sua namorada e o looping provocado buscando os ares da comédia, o filme caminha na linha do esquisito para tentar usar de metáforas complementares para explicações sobre a mente humana. Por mais que há uma análise de todos os personagens, o foco se torna o ponto de interseção entre eles, o protagonista, esse, que precisa lidar com sua visão sobre o mundo e pra ele um universo louco ao seu redor; seu carente chefe doido por atenção, a melancolia do não desenvolvimento de sua vida com a namorada; as dificuldades de diálogo com o sobrinho, a irmã e o cunhado, etc.


Com momentos que funcionam e outros não, O Dilema de Aziz é um projeto de forte ponto positivo sua originalidade.

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Crítica do filme: 'Eu sou sua Mulher'


A valentia em forma de timidez de uma corajosa mulher. Produzido pela Amazon Studios e dirigido pela cineasta Julia Hart, com roteiro assinado pela mesma e por Jordan Horowitz, Eu sou Sua Mulher é um projeto que possui um entrelaçado de gêneros cinematográficos, fato que se torna a grande chave de sucesso dele. A troca do drama, dentro de uma ação constante em um road movie com momentos de riso seco mas nervoso, além de surpresas tensas em forma de thriller, transformam a atmosfera dessa trajetória em um grande banquete de emoções aos cinéfilos. No papel da forte e valente protagonista a atriz norte-americana Rachel Brosnahan (que também da luz a protagonista do elogiado seriado Maravilhosa Sra. Maisel).


Na trama, conhecemos Jean (Rachel Brosnahan), uma mulher dos seus 30 anos casada com Eddie (Bill Heck) que vive em uma confortável casa, na década de 70, nos Estados Unidos. Certo dia, seu marido aparece com um bebê em casa e tempos depois sai para trabalhar e não volta, acordada no meio da noite por um ‘parceiro de profissão’ de Eddie, Jean precisará encarar as surpresas da real profissão do marido e fugir com o bebê de assassinos cruéis. Para isso, contará com a ajuda de Cal (Arinzé Kene).


Há uma grande troca de perspectiva conforme vamos conhecendo melhor essa trama. Com algumas surpresas pelo caminho e uma força enorme das subtramas com ótimos coadjuvantes, o filme se torna tenso em muitos momentos e a ação vira algo constante. O primeiro arco é meio morno mas é algo construtivo para entendermos melhor toda a transformação que precisa passar a protagonista. Outro ponto importante é que o mundo machista e preconceituoso de décadas atrás (não que hoje também não seja assim) é colocado no roteiro com bastante destaque.


I'm Your Woman, no original, é uma grande surpresa no catálogo da Amazon. Um filme impactante, de tirar o fôlego em alguns momentos.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #243 - Michel Simões


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Michel Simões é host do podcast Cinema na Varanda, cinéfilo desde 2002 quando começou a escrever sobre cinema em seu blog pessoal Toca do Cinéfilo. Trabalha com Comércio Exterior.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Aqui em São Paulo não faltam opções, mas do cinema comercial seria o Cinesesc que além de trazer grandes filmes, ainda faz retrospectivas incríveis além de abrigar festivais importantes.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Quando criança eu fui poucas vezes ao cinema, meus pais não tinham esse costume, então a maioria dos filmes vi em casa, o primeiro exemplo foi a sequência final dos caças em Star Wars – Episódio IV sempre me deixava intrigado, um misto o fascínio e o hipnótico.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Escolher um diretor favorito é uma decisão ingrata, facilmente poderia citar vários, mas vou optar com Wong Kar-Wai e o filme Amor à Flor da Pele.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, que me deixou alucinado quando vi na Cinemateca com aquela mistura de literatura de cordel e o cinema pulsante do Glauber Rocha.

 

5)    O que é ser cinéfilo para você?

É ter uma relação com cinema além do simplesmente assistir um filme que está passando na tv ou que você escolheu na fila do cinema. É ter o desejo de conhecer mais sobre carreiras, filmografias, em acompanhar seus favoritos, é realmente um hobby apaixonante.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, a maior parte é para pessoas que consideram cinema mais um entretenimento.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não, sempre haverá os que preferem ver filmes em cinema, mas a quantidade de salas e público pode diminuir

 

8) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não fui ao cinemas desde que começou a pandemia, mas não tenho conhecimentos científicos para achar que deveriam ou não reabrir. Eu evito, mas entendo que as salas também precisam passar por essa crise financeira, precisamos que elas sobrevivam.

 

9) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é ótimo, todos os anos temos uma safra de grandes filmes. O que falta é ele se comunicar com um público maior.

 

10) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho.

 

11) Defina cinema com uma frase:

Cinema me faz viajar o mundo sem sair da poltrona do cinema, ou do sofá da minha casa

 

12) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Um homem que chegou gritando e saltando super-feliz porque tinha acabado de encontrar com o (falecido) diretor português Manoel de Oliveira, e pediu um autógrafo, esmo no banheiro.

 

13) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não posso opinar.

 

14) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não é necessário, eu gosto da diversidade, do diferente, se todos forem cinéfilos podem acabar bebendo das fontes de cineastas consagrados. O cinema há também espaço para o novo.

 

15) Qual o pior filme que você viu na vida?

Os Quatro Elementos em Si ou o Guru Selvagem.

 

16) Qual seu documentário preferido?

Noite e Neblina, de Alain Resnais

 

17) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Várias vezes, a primeira deve ter sido para Fale com Ela.

 

18) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Só um? O cara faz dez filmes por ano... Coração Selvagem.

 

19) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Acabo seguindo muita gente no twitter e clicando em links que me interessam. Nem poderia citar apenas um.

 

 

 

 

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11/01/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #242 - Rafael Vieira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Tubarão (Santa Catarina). Rafael Vieira tem 39 anos, é casado, tem um filho. Pós-graduado em jornalismo, faz críticas de cinema e TV desde 1998, no momento o seu foco é o Instagram (Seu Instagram é @blogcinetosco). Tem o costume de deletar seus vídeos no youtube e textos no blog, mania dele. Já fez fandublagem, além de ser concursado como vigia noturno. Quem quiser convidá-lo para lives, está à disposição, só marcar dia e hora e agendar. Ele curte muito falar de tudo um pouco, até acha triste existirem tão poucas lives para falar dos Trapalhões, Zé do Caixão, Nicolas Cage, Holocausto Canibal....... Crê que hoje o crítico que se diz liberal anda muito conservador, ele tenta ir na contra mão.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

No momento temos 4 salas, todas de um shopping, não tenho uma preferida.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que vi na vida foi Krull na Rede Globo, e o primeiro filme que vi no cinema foi Os Trapalhões e o Rei do Futebol, me quando era pequeno o cinema me encantava pela tela grande, pelo fato de sair com a família, sou do tempo de cinemas que eram lotados nos finais de semana, os famosos cinemas de bairro que eram grandes e hoje não existem mais na minha região.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Diretor Charles Chaplin e o filme Luzes da Cidade.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus, uma obra prima do cinema moderno. Filme perfeito em todos os quesitos, seja parte técnica, interpretações, roteiro ou direção.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Amar assistir filmes.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

Os cinemas hoje em geral são para filmes populares, grandes blockbusters, cinemão para leigos, para todos.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Creio que não, recentemente tivemos sucessos estrondosos de bilheteria como Titanic, Avatar e Vingadores Ultimato, pensar no seu fim é ingenuidade, nem a TV acabou com o cinema.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Experimentar um filme é uma questão bem pessoal, eu poderia citar vários filmes que amo, que acho ótimo, mas se for indicar um que pouca gente viu Amnésia do Christopher Nolan, creio que ele teve hype na sua estreia mas hoje anda esquecido, e não deveria é o melhor para mim da cinematografia deste diretor tão cultuado.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não cabe a mim exigir abertura ou fechamento, eu por exemplo não deixaria meu filho ir para a escola sem vacina, que no momento previsão zero de vacinação infantil, imagina ida ao cinema, mas aí é opção de cada um.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Brasil sempre teve bons artistas, tivemos muitas produções de qualidade recentemente, como Bacurau por exemplo, eu admiro um capixaba que faz filmes de terror independente chamado Rodrigo Aragão, este cara é a grande esperança que o cinema brasileiro tem ainda muito a oferecer.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Sou grande pesquisador das obras de Renato Aragão (ex-líder dos Trapalhões) e José Mojica Marins (Zé do Caixão), infelizmente este último já faleceu, mas não duvidem lançarem obras inéditas dele no futuro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Arte.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nos anos 80 raramente os filmes estrangeiros passando dublados nos cinemas, me lembro que quando passou Mestres do Universo com Dolph Lundgren e Frank Langella a minha mãe lia as legendas porque quando fui assistir no cinema eu ainda não sabia ler.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Clássico da bagaceira.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

A história já contou que tivemos muitos cineastas cinéfilos bons e muitos cinéfilos ruins, e também a mesma coisa para não cinéfilos, creio que vai da proposta e da vivência de cada um.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Vou citar um que vi este ano e até fiz uma rápida crítica no instagram do blog cine tosco que se chama The Beast of Yucca Flats. Trasheira dos anos de ouro do cinema. Mas vi muito lixo nos anos 2000 com a Xuxa, aqueles filmes são horríveis. Esses filmes gospel da Rede Record nem perco tempo.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Hearts of Darkness: A Fimlmaker's Apocalypse, chamado no Brasil de Francis Ford Coppola - O Apocalipse de um Cineasta.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Não que eu me lembre.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Posso ficar horas falando de Nicolas Cage, meu filho se chama Nicolas Cage da Silva Vieira, ator carismático e excêntrico da arte surrealista. Definir o melhor é como escolher qual o melhor filho, é difícil, mas vou na opção mais fácil Despedida em Las Vegas, um filme que poucos curtem o tom depressivo e eu amo.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Já li muito omelete, cinema em cena, Rubens Ewald Filho, blog filmes para doidos..... hoje acompanho mais youtubbers como Waldemar Dalenogare, Super Oito, Canal Pee Wee e do dublador Nelson Machado.

 

 

 

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10/01/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #241 - Rogério Júnior


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Cícero Dantas (Bahia). Rogério Júnior tem 25 anos, formado pela Universidade Uniages em Psicologia. Sua página, filmes77 (@filmes77 no Instagram), foi criada para construir a própria opinião com relação aos filmes que assiste, em vista disso, gosta de diversos gêneros como: aventura, filmes de heróis, comédia, suspense, documentários, romance e etc. O gênero que ele mais curte é o drama por identificar temas importantes que são expostos dentro do longa-metragem. Adora o cinema brasileiro e pode compartilhar esse sentimento na sua página, criada em 2018 para sentir maior conexão e proximidade com os filmes que assiste, desse modo, admirar a sétima arte é uma experiência gratificante que é construída no dia a dia.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Na cidade onde moro não existe cinema e nem nas cidades vizinhas. As vezes quando tem algum feriado ou festas de final de ano consigo viajar e aproveitar a programação. Com essa explicação, assisto filmes a partir da programação estabelecida na TV aberta, pesquisas em sites para baixar ou assistir online e via streaming.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Na verdade a primeira vez que fui a um cinema foi em 2013 assistindo o filme G.I. Joe: Retaliação, lembro que na época estava lançando o óculos 3D e isso trouxe um prazer imenso e pensando que aquilo era a magia por traz da imaginação. Então cinema para mim é a magia de olhar aquilo de forma diferente, de forma imaginável.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não sou muito ligado nesse foco de diretores, se achar o trailer é o elenco interessantes posso assistir. Mas, em alguns momentos fico pesquisando quem estar por trás de um determinado filme. Então, acho o trabalho de Christopher Nolan exemplar em vários sentidos gosto dos filmes que dirige e A Origem e a trilogia Batman são surpreendentes.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida e Carandiru. Ambos os filmes constroem uma ambientação realista do que poderia ser a relação social das pessoas no nordeste remoto do Brasil ou nas cadeias super lotadas. Ambos podem trazer assuntos diversos que pode fazer questionar o telespectador, mesmo sendo mostrado o lado cômico ou dramático.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é construir sua própria opinião sobre aquele determinado filme, ser cinéfilo é entrar naquela perspectiva que o filme está trazendo, ou seja, entrando na história, no enredo. Ser cinéfilo pra mim é ver e rever diversas vezes aquele determinado filme e analisar os diversos pontos que o filme está trazendo, sendo consistente para questionar.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Provavelmente não, se manter o ritmo de Lançamentos exclusivos somente no cinema. Mas, está acontecendo lançamento via streaming, que poderia ser lançado nesse ambiente (cinema). Tudo pode mudar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Macabro e Legalidade.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim, sou contra a reabertura das salas de cinema, mesmo tendo uma higienização adequada.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Sou um adorador do cinema brasileiro, constantemente assisto filmes nacionais, porque acho que devemos valorizar ainda mais nosso país nesse ramo Cultural. Então, ao longo dos anos percebi que melhorou bastante a qualidade de atuações, direções, locações e roteiros. Pontua dois gêneros que admiro comédia e drama. Mas, o suspense está ganhando seu espaço e estou admirado pela excelência.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura, Débora Falabella, Selton Mello, Sonia Braga, Deborah Secco e Ingrid Guimarães.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é vida, cinema é ensinamento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando um cara estava odiando o filme é começou a conversar, gargalhar e bater boca na sala e (eu) como cinéfilo achando engraçado toda a situação.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Filme clássico. Infelizmente nunca assistir.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não precisa ser cinéfilo por gostar do que está fazendo que seria o prazer pela profissão de cineasta e diretor, mostrar o seu olhar e sua perspectiva é uma tarefa importante do que esta trazendo diante do filme que é dirigido.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Mudo.

 

17) Qual seu documentário preferido?

O Dilema das Redes e 13° Emenda.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Lenda do Tesouro Perdido e O Motoqueiro Fantasma.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cinepop.

 

 

 

 


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Crítica do filme: 'Bænken'


Até aonde vai à redenção de alguém que pensara em não ter mais nada a perder? No início dos anos 2000, lançou-se na Dinamarca o longa-metragem Bænken que nunca pousou por aqui. O filme, escrito (Kim Leona também assina o roteiro) e dirigido pelo cineasta Per Fly conta a trajetória dura sobre um homem sem destino que achava que estava sozinho no mundo mas acaba indo buscar algum tipo de redenção quando encontra de maneira inesperada a filha que não via faz 19 anos. Tocando em muitos pontos polêmicos sobre alcoolismo, abandono e assistência social, o projeto se torna aos poucos reflexivo drama sobre escolhas da vida.


Na trama, conhecemos Kaj (Jesper Christensen), um rabugento alcóolatra na fase final de sua vida que vive gastando seu dinheiro de trabalho com cerveja. Sem ter mais ambições na vida e tratando mal a todos ao seu redor, acaba sendo surpreendido pela chegada de Liv (Stine Holm Joensen) e Jonas, mãe e filho que buscam abrigo no condomínio de apartamentos onde Kaj mora, mas especificamente no apartamento de um frustrado e lunático escritor. Um curto tempo depois, Kaj descobre que Liv é sua filha que não via a quase duas décadas e assim embarca em uma tentativa de jornada de redenção, principalmente, protegendo sua filha e neto do ex-companheiro de Liv e pai de Jonas, um homem ciumento e violento.


As lacunas à preencher após a chegada da dor na consciência. Completamente perdido em sua mesmice, o protagonista sofre com o alcoolismo, uma fuga sempre que não consegue enfrentar o mundo que construiu ao seu redor. As mudanças que chegam em sua vida acabam trazendo memórias perdidas/esquecidas que acabam se reativando por conta dos erros do passado cometidos por ele. Não sabendo lidar com a situação imposta pelo destino, busca se redescobrir como ser humano de maneira simples e objetiva, contando inclusive com a ajuda de alguns que pensas ser amigo. Tocando em assuntos delicados como a violência contra a mulher, a falta de assistência dos governos para determinadas situações emergenciais que muitos sofrem por aí, a trajetória do bom projeto se encaixa em sua essência como um profundo drama sobre relacionamentos entre pais e filhos.

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09/01/2021

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Crítica do filme: 'Pieces of a Woman'


Quando os sentimentos viram uma série de portas fechadas. Com um abre alas angustiante, antes do título aparecer na tela, onde não conseguimos tirar os olhos das ações que acontecem Pieces of a Woman é um poderoso drama que mostra desenrolares da vida de um jovem casal e os passos seguintes que precisam caminhar durante o luto. Dirigido pelo cineasta húngaro Kornél Mundruczó e com roteiro assinado por Kata Wéber, o filme, disponível no catálogo da Netflix, é um dos mais badalados projetos desse ano: merecidamente! É tenso, polêmico, excelente para reflexão. Poderosas interpretações, personagem principal interpretada magistralmente pela atriz britânica Vanessa Kirby, um roteiro com bastante profundidade e uma excelente direção tornam esse longa-metragem um dos fortes concorrentes a algumas indicações em categorias do Oscar (inclusive já levou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza do ano passado).


Na trama, conhecemos um jovem casal, Sean (Shia Lebouf) e Martha (Vanessa Kirby) apaixonado e com alta expectativa com a chegada da primeira filha. Eles optaram por um parto domiciliar, feito por uma parteira. No dia onde a chegada do bebê se torna iminente, a parteira que faria o parto não consegue chegar a tempo e uma outra vai no lugar dela. Durante o processo do parto, uma alta tensão acontece, um nervosismo de todos, pai, mãe e parteira. Infelizmente uma tragédia acontece. Nos meses após o corrido, a maneira como o casal lida com a terrível tragédia é o que vai moldando a trajetória desse impactante filme.


Como lidar com a perda? Os personagens são os grandes motores do filme. Levados ao limite após a tragédia que acontece em suas vidas, nada vai ser como antes e eles já sabem disso. Conflitos antes suportáveis, se tornam estopins para discussões ou intromissões injustas nas escolhas que os dois devem tomar juntos. Sean é um homem que trabalha com construções e em especial nas pontes, está a seis anos sóbrio, possui um relacionamento conflitante com a sogra, assim precisa lutar contra seus demônios após a tragédia. Já Martha é introspectiva, de fala mansa, de família com mais dinheiro que a do companheiro, mostra um controle na aparência para os outros mas um descontrolado ninho de sentimentos conflitantes por dentro após o ocorrido, principalmente lutando contra as interferências de sua mãe Elizabeth (Ellen Burstyn, em atuação também digna de aplausos). A habilidade de Mundruczó em mostrar as entrelinhas através da expressão dos personagens é digna de aplausos, emocionante em muitos momentos, nos sentimos próximos das dores dos personagens.


O filme toca em alguns pontos polêmicos. A questão da comunidade médica vs parteiras e os dilemas sobre doação de corpos para estudos médicos. As partes jurídicas de uma dessas questões são colocadas como ferramenta de ‘justiça’ por Elizabeth, insensível e intrometida, em muitos momentos. O projeto chega fácil aos corações dos espectadores, dentre os dilemas e os sofrimentos, vamos tentar entender como é possível (ou não) reunir peças de uma vida despedaçada.

 

 

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #240 - Alexandre Muller


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Rio de Janeiro. Alexandre Müller é professor de inglês e formado em jornalismo. É um apaixonado por cinema e séries desde criança.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Na minha cidade, tenho preferência pelas salas de cinema do Centro Cultural João Nogueira, que tem uma programação variada e fica no Bairro do Méier, perto do bairro onde moro.

 

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

É exatamente o filme que me fez ser um cinéfilo, quando era uma criança de apenas 6 anos. A obra a que me refiro é Superman - O Filme de 1978.

 

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Steven Spielberg é definitivamente o meu cineasta favorito e há muitas obras dele que amo, mas como é para indicar um, fico com ET - O Extraterrestre de 1982.

 

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Há muitos filmes nacionais que adoro, mas a obra brasileira que se tornou a minha favorita foi Bacurau por mostrar um futuro distópico dentro da nossa realidade.

 

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim ser cinéfilo é imergir por completo na magia da sétima arte.

 

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que só uma pequena parte dos cinemas que conheço tem uma programação para entendedores da sétima arte. A maioria das salas preferem exibir filmes que tenham mais apelo comercial, para um público que deseja só entretenimento e não um grande desenvolvimento crítico daquilo que está assistindo. Não sou contra filmes que queiram ser campeões de bilheteria, mas cinema, a meu ver, é entretenimento, diversão e principalmente reflexão.

 

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Tem havido muito questionamento sobre essa possibilidade, mas sinceramente não acredito que isso vá acontecer. Elas vão continuar se transformando e se reinventando.

 

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O filme A Despedida de 2019 com a atriz Awkwafina, que infelizmente foi esnobado pelo Oscar.

 

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Por mais que isso esteja prejudicando economicamente as salas de cinema, a reabertura total só deve acontecer com a vacina contra essa doença.

 

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Penso que o cinema brasileiro é de alto nível. O que tem que haver é mais incentivo e investimento no cinema nacional.

 

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não perco um filme com essa diva do cinema chamada Fernanda Montenegro.

 

 

12) Defina cinema com uma frase:

A frase não é minha, mas nos tempos em que havia vários cinemas de rua, eu via a seguinte frase logo acima do letreiro indicando o nome do filme: "Cinema é a maior diversão". Esta frase passou a ser o meu lema de cinéfilo.

 

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

 

Faz muito tempo, mas nunca esqueci esse episódio. Fui ao cinema para ver A Lenda, filme de 1985 com um ainda bem jovem Tom Cruise. A imensa sala estava tão cheia que tive que sentar no chão e aguentar uma barulheira durante a exibição. Por diversas vezes as luzes tiveram que ser acesas como uma tentativa de calar o público. Funcionou muito pouco, mas depois de um certo tempo, a galera ficou quieta. Foi uma loucura, mas bastante divertido.

 

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

Confesso que nunca vi esse filme com a dançarina Carla Perez, portanto não tenho como opinar. Porém, li muitas críticas negativas sobre o longa.

 

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho um contrassenso um cineasta não ser um cinéfilo, pois justamente através da paixão pela sétima arte, é que grandes filmes são feitos e se tornam obras inesquecíveis.

 

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não sei se é o pior filme que já vi na vida, mas certamente é um dos mais fracos. Ele se chama Bata Antes De Entrar de 2015 com Keanu Reeves, um ator que tem suas limitações, mas que gosto muito.

 

 

17) Qual seu documentário preferido?

Democracia Em Vertigem é um dos meus preferidos, inclusive este ótimo documentário brasileiro foi indicado ao Oscar.

 

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, algumas vezes. A última foi ao final de 1917.

 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Gosto muito dele, mas sei que há filmes bons e ruins com o ator. No entanto, o melhor filme que vi com ele foi "A Outra Face" de 1997.

 

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Observatório Do Cinema é um dos sites que mais acesso para ficar por dentro dos assuntos sobre a sétima arte.

 

 

 

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Crítica do filme: 'Let Them All Talk'


As palavras que buscam explicar alguns sentidos para a vida. Escrito por Deborah Eisenberg (em seu primeiro trabalho como roteirista) e dirigido por Steven Soderbergh, Let Them All Talk reúne ótimos artistas em um roteiro morno, filme que beira ao sonolento em muitos momentos, arcos demoram para evoluir dentro de um trajeto rumo ao complexo entendimento das desilusões da vida através de amizades distantes da época anterior da força tecnológica dominadora, o universo da escrita, autores, processos criativos. Não há muitas partes de interseção interessantes, parecem várias subtramas isoladas, uma mais desinteressante que a outra.


Na trama, conhecemos a renomada escritora Alice (Meryl Streep) que está deixando seus editores de cabelo em pé na expectativa de um futuro grande livro, talvez até mesmo uma continuação de um dos seus mais rentáveis livros. Quando uma oportunidade de recebimento de prêmio em outro país aparece, Alice, que por um motivo misterioso não quer ir de avião, resolve chamar seu sobrinho Tyler (Lucas Hedges) e duas amigas dos tempos de estudo Susan (Dianne Wiest) e Roberta (Candice Bergen) para irem com ela atravessar o oceano em um navio luxuoso. Sua agente Karen (Gemma Chan) resolve embarcar escondida também o que trará muitas histórias para essa viagem.


O filme se torna repetitivo em muitos momentos, sempre com mesmas cenas só mudando o objeto de encaixe, seja nos cafés da manhã entre tia e sobrinho, nos jogos de tabuleiro entre Susan e Roberta, no climão de um improvável amor entre Karen e Tyler. Um clima de tensão é colocado no ar mas não muito bem definido talvez explicado somente pelo desfecho um tanto quanto surpreendente. Há surpresas pelo caminho, sim, há, bem pé no chão o caminho até elas não chegam a dar entendimento total as quase duas horas de projeção.


Os arcos sobre o reencontro de amigas distantes, da época em que estudavam juntas, é distante, igual a amizade que afundou anos atrás entre essas três mulheres que já não possui muitas coisas em comum. Let Them All Talk, apenas razoável, poderia ter sido um grande filme. Mesmo assim, tendo a oportunidade, não deixe de assistir para tirar suas próprias conclusões.

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08/01/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #239 - Almir Valente


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Rio Claro (São Paulo). Almir Valente é nascido no Rio de Janeiro em 1966, escreve desde os 12 anos de idade, atuando na área de Ficção-científica, ramo o qual gosta e tem afinidade. Morou no Rio de Janeiro até os 14 anos, quando se mudou para a cidade de Rio Claro – SP; onde reside até o momento. Formado na área Técnica de Informática (Processamento de Dados) e Mecânica, teve sempre a literatura e a o ato de escrever como algo importante em sua vida, procurando aprofundar-se cada vez mais nesse ramo, criando várias séries, histórias e contos, com os mais variados e inusitados personagens, mundos e aventuras. O ato de criar novos personagens, mundos, realidades e aventuras é algo que dá asas à imaginação, fazendo surgir todo um novo Universo capaz de surpreender e cativar a imaginação do ser humano e com isso fazê-lo almejar cada vez mais pelo novo em seu mundo e sua vida.

 

1)  Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Aqui em Rio Claro só existe o cinema do Shopping, ou seja, só essa opção daí a minha escolha.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

STAR WARS, o primeiro de todos lá bem atrás. Nossa, trouxe a magia de novos mundos, a ideia de coisas e lugares jamais imaginados. Uma inspiração.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Complicado, mas diria que STEVEN SPIELBERGIndiana Jones.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Homem do Futuro – gostei da ideia e do enredo da trama, tramas que mexem com a linha do tempo sempre são muito interessantes e agregam POSSIBILIDADES.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Curtir aquela magia que a telona nos traz, mesmo que numa tela menor.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, baseiam-se mais no lucro e o que está na onda do momento.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que não. Poderá talvez haver uma evolução para algo diferente, talvez... mas acabar acho que não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Diário de uma Paixão. Lindo filme.

 

9)  Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Não é seguro para todos.

 

10)  Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Muito melhor do que já foi um dia, só evoluindo. Vejo futuro com ótimos filmes.

 

11)  Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura – gosto do trabalho dele.

 

12)  Defina cinema com uma frase:

MAGIA!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Nossa... nada me vem à mente agora, desculpe.

 

14)  Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Desculpe, mas não vi esse... rs.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

O amor ao cinema e à arte deveria vir sempre em primeiro lugar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Nossa... vou ver se lembro, pois coisa ruim a gente não guarda na memória. Só aqueles memoráveis só dar espeço para aquilo que vale à pena.

 

17)  Qual seu documentário preferido?

Não lembro de algo para te passar agora... me desculpe.

 

18)  Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Não... mas já tive vontade naqueles filmes que te surpreendem... rs.

 

19)  Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Gosto muito dele como ator... deixa ver um... CAÇA ÀS BRUXAS, ah... tem vários.

 

20)  Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não tem UM SITE propriamente dito, mas tem notícia de cinema eu vou ver.

 

 

 

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Crítica do filme: 'Undine'


O enigmático mundo entre o que pensamos e como sentimos. Exibido no Festival de Berlim, onde inclusive ganhou o prêmio da crítica (FIPRESCI) e ainda levou o concorrido Urso de Prata de Melhor Atriz, Undine possui um engenhoso roteiro que nos leva a um profundo drama, obsessões, palavras ao vento, perda, como o ser humano reage em momentos difíceis. Escrito e dirigido pelo cineasta Christian Petzold (um dos bons nomes na direção quando pensamos em cinema europeu, com ótimos trabalhos recentes) o projeto nos leva a uma jornada de conhecimento de uma personagem forte e muito complexa que possui um modo de pensar confuso, altera realidade com imaginação como se estivesse perdida dentro das interseções dos seus intensos relacionamentos e sentimentos. Cheio de simbolismos, o roteiro brinca com o espectador a todo instante.


Na trama, conhecemos Undine (Paula Beer), uma historiadora, que está à beira de uma certa loucura, discutindo sobre o iminente término de relacionamento com o namorado Johannes (Jacob Matschenz) que a traiu recentemente. Mas, por coincidência do destino, no mesmo dia que termina o relacionamento, encontra com o mergulhador industrial Christoph (Franz Rogowski) e logo surge uma paixão intensa entre os dois. Com o passar do tempo, idas e vindas de trem (a distância que separam os dois pombinhos), Undine encontra Johannes certo dia e esse momento poderá mudar pra sempre o provável final feliz dessa história.


Nos guiamos pelas ações de Undine a todo instante. Historiadora, obsessiva, uma solidão com a estranheza de não entender muito bem certas situações ao seu redor, muitas vezes introspectiva, vivendo uma fuga atrás da outra dentro de uma lógica fora da realidade. Uma alma carente que não sabe se definir fora de um relacionamento. Personagem extremamente complexa, um grande desafio para a competente atriz alemã Paula Beer.


O interessante e porque não dizer bastante original roteiro não fala somente sobre a complexidade psicologia por trás da sua protagonista, há espaço também para recebemos uma grande aula sobre Berlim e parte da história alemã através dos estudados momentos de palestras que a personagem ministra a muitos visitantes de um ponto turístico de Berlim. Há um vão entre a relação desses momentos com a maneira de pensar de Undine mas nada que atrapalhe o bom filme que se apresenta.

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07/01/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #238 - Sara Cerqueira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Sara Cerqueira é tradutora e crítica de cinema. Se deixar, assiste O Poderoso Chefão todo dia. Antes de um café quente e extra-forte de manhã, não funciona de jeito nenhum.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Petra Belas Artes, por exibir tanto filmes do circuito mainstream quanto filmes independentes e sem muita projeção.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Tomates Verdes Fritos, dirigido por Jon Avnet.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Coppola e a trilogia O Poderoso Chefão.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus. É um longa, como poucos, que deveria ser exibido em faculdades de cinema como filme tecnicamente perfeito: montagem, edição, figurino, trilha-sonora, atuação... e pra mim tem uma das figuras vilanescas mais arrepiantes da história do cinema, que merecia ao menos um indicação ao Oscar: Zé Pequeno.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Além de ver filmes e gostar de fazê-lo, que é o óbvio, é estudar sobre cinema e fazê-lo mais acessível para as pessoas. A arte, quando não é compartilhada com outras pessoas, de pouco serve.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Salas de cinema de shoppings, duvido. Já o processo de curadoria de cinemas menores e de rua, que tentam resistir, a programação deve ser feita com mais carinho e cuidado, levando em conta o cinema e sua história.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Creio que não, mesmo com o surgimento das plataformas de streaming. O cinema terá que, como sempre, se reinventar, mas não acabará (acho).

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Os 12 Trabalhos, filme nacional dirigido por Ricardo Elias.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Diante das inúmeras tentativas de destruição do cinema e total falta de assistência financeira do Estado e incentivo a trabalhadores da área, acredito que o cinema resiste bravamente, mantendo sua qualidade e sendo inclusive reconhecido internacionalmente.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Como nada se cria, tudo se copia, vou utilizar uma frase dita por Goddard: O cinema é a vida 24 quadros por segundo.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Estava sentada ao lado de um casal e o cara passou o filme todo explicando a história para a namorada, que não entendia absolutamente nada, nunca.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

É tão ruim que é bom.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, mas estudo e repertório mínimos ajudam bastante.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não me lembro (ainda bem!).

 

17) Qual seu documentário preferido?

A 13 emenda e I'm not your Negro.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Não.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

8 Milímetros (8mm).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cinema em Cena, Cinema com Rapadura, Omelete, Guia do Cinéfilo etc...

 

 

  

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Crítica do filme: 'Breve Miragem do Sol'


Um recorte da melancolia do cotidiano de um trabalhador brasileiro. Após o ótimo Transeunte de 2010 e elogiados documentários, o cineasta Eryk Rocha volta aos longas-metragens de ficção com um drama de um homem que luta contra seu desespero interno longe de seu filho em busca de um recomeço em sua vida trabalhando como taxista em uma das mais badaladas cidades do mundo. Rodando entre vários bairros emblemáticos do Rio de Janeiro, o protagonista luta por dias melhores na loucura urbana de uma grande cidade onde se depara com pessoas trabalhadoras, simpáticas, mas também com playboys marrentos e encrenqueiros. Mais um grande trabalho de Rocha, um olhar bastante marcante sobre observadores urbanos.


Na trama, conhecemos Paulo (Fabrício Boliveira), um homem que leva sua vida totalmente em foco par ao trabalho como taxista, trabalhando de noite, faça chuva, faça sol. Ele tem um filho de 10 anos que está morando com a mãe desde quando essa resolveu se separar dele. Lutando por dias mais vencedores já que aluga o táxi e muito do que arrecada vai para pagar esse aluguel, Paulo encontra rostos novos em cada corrida pela cidade carioca. Até mesmo, encontra o amor na presença da enfermeira Karina (Bárbara Colen) em sua rotina. É uma análise profunda sobre um homem, seus desesperos e sua luta para ser feliz.


Taxistas, grandes observadores urbanos. O projeto tem poucos diálogos, joga entrelinhas no campo da observação, os espectadores são os olhos do protagonista quando esse olha para a cidade e vê todo tipo de pessoas e situações. Há uma reflexão importante sobre a profissão de Paulo (igual a de tantos milhares de outros na realidade), desabafos dos amigos taxistas no bar tomando um café é algo que faz parte do cotidiano carioca, assim entendemos melhor sobre as dificuldades numa profissão pouco valorizada e muitas vezes não tão rentável, principalmente quando você não tem seu próprio carro para rodar.


A melancolia embutida no olhar de Paulo (grande interpretação de Boliveira) é algo profunda, comovente. Podemos parar e pensar quantos Paulos temos do lado de cá da telona, vivendo para sobreviver sem nem ter a chance de pensar em coisas melhores dentro de uma cidade que suga nossas energias muitas vezes.  

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