06/03/2012

Crítica do filme - 'Aqui é o meu Lugar'

Todos nós precisamos encontrar um rumo para nossas vidas. Com esse pensamento, a nova ‘dramédia’ dirigida pelo cineasta italiano Paolo Sorrentino, “Aqui é o meu Lugar”, mostra a história de um ex-roqueiro interpretado brilhantemente pelo ator californiano Sean Penn rumo à descoberta de novas diretrizes para sua tediosa vida. A trilha muito agradável, assinada por David Byrne e Will Oldham, coloca o tempero certo para acompanharmos essa interessante trajetória.

Na trama assinada por Paolo Sorrentino e Umberto Contarello um deprimido ex-astro do rock, com uma vasta cabeleira preservada daqueles tempos, vai para os Estados Unidos em busca do carrasco de seu pai (com o qual não falava à 30 anos), um criminoso de guerra dos tempos do holocausto.
O personagem principal é um ex-roqueiro famoso que tem muitas peculiaridades, passando uma empatia fora do comum em cena. Conhecemos Cheyenne em seu casarão na Europa, onde mora com sua mulher Jane e vive uma vida pacata longe das badalações. Hoje em dia o ex-roqueiro vive uma vida limitada e monótona praticando esporte em uma piscina desativada ou indo ao shopping (sempre com sua mala de alça) conversar com uma vizinha, por quem tem um grande carinho. Começamos a entender melhor as aflições e conturbações que pairam naquela mente após Cheyenne saber do estado de saúde de seu pai. Nessa rota de fuga e liberdade, para achar um homem que fez mal ao seu velho, encontra a grande oportunidade que esperava há tempos: encontrar um novo sentido para sua vida.

Um fator muito interessante e que encaixa como uma luva na história é a excentricidade da esposa do roqueiro, Jane, interpretada pela ganhadora do Oscar Frances McDormand. Casada a mais de 30 anos com Cheyenne, a profissional do corpo de bombeiros tem cenas hilárias, às vezes praticando Tai Chi Chuan, outras vezes, praticando esporte com o marido.

O final da fita é bem emblemático e fecha bem todo o ciclo de descobertas que acompanhamos aos olhos do protagonista.

Curte filme Cult? Esse longa é uma grande pedida! Estréia no Brasil dia 04 de maio.
Continue lendo... Crítica do filme - 'Aqui é o meu Lugar'

05/03/2012

Crítica do filme - 'Jovens Adultos'

Até que ponto podemos nos prender a um passado que não existe mais? O novo filme de Jason Reitman (que vem emplacando um bom trabalho atrás do outro) fala sobre depressão, inveja e desejo pela felicidade alheia com uma carga dramática forte associada à uma protagonista bastante original muito bem interpretada pela ganhadora do Oscar, Charlize Theron. Mas não é só a deusa da África do Sul que convence no papel, os coadjuvantes estão ótimos e preenchem todas as deixas do ótimo roteiro. O competente Rolfe Kent assina a simpática trilha.

Na história, conhecemos Mavis Gary uma escritora de livros infantis (que não são creditados à mesma) que após receber um e-mail do ex-namorado resolve retornar para sua casa, em uma pequena cidade de Minnesota, com um simples objetivo: reacender um romance com seu ex-namorado, que agora está casado e tem uma filha recém-nascida. Nessa volta à sua cidade natal reencontra antigos conhecidos que agora apresentam um significado diferente para ela.

Com a televisão ligada e a casa totalmente desarrumada, logo no início da trama, sentimos um pouco do clima depressivo no ar. Mavis Gary é uma adulta com uma mente de criança, totalmente imatura. Seu primeiro objetivo de vida foi fugir do lugar de onde nasceu, casar e ser uma escritora de sucesso, na capital de sua cidade natal. No filme, pegamos apenas a conclusão desse objetivo que não foi alcançado por completo. O despertar para uma nova meta de vida vem com a chegada de um e-mail que cria uma fantasia louca de um amor do passado que não existe mais. O longa, a partir daí, vira uma série de constrangimentos para a personagem que encontra um refúgio no ombro amigo de Matt Freehauf (interpretado pelo excelente Patton Oswalt), um rapaz que sofrera demais na época de escola e que sempre desenvolveu um carinho especial por Mavis. O desfecho vem com algumas revelações que tentam justificar um pouco daquelas atitudes que vemos em cena, deixando parte do público com pena da protagonista.

Mavis Gary é uma personagem extremamente complexa que conta com uma atuação de gala da Srta. Theron (poderia ter sido indicada ao Oscar desse ano facilmente), impressionante como Charlize está cada vez mais parecida com a Michelle Pfeiffer.  A roteirista de “Juno” e do ótimo seriado “United States of Tara”, Diablo Cody, assina o excelente roteiro desse longa que promete fazer sucesso com o público cinéfilo.

Não deixe de conferir a rebeldia dessa personagem nas telonas. Dia 06 de abril nas salas de todo o Brasil.
Continue lendo... Crítica do filme - 'Jovens Adultos'

03/03/2012

Crítica do filme - 'Tiranossauro'

Com uma história intensa que fala sobre raiva e redenção de maneira muito comovente, o ator e agora diretor Paddy Considine (que assina a direção e o roteiro) faz a alegria dos cinéfilos com seu novo trabalho, “Tiranossauro”. O nome assusta um pouco, tem gente que acha até que o filme é de ficção científica, porém, qualquer suposição é apenas ilusão. O filme é recheado de pontos positivos e com duas atuações pra lá de convincentes.

Na trama, conhecemos Joseph um homem rodeado por desilusões e que está à beira da loucura dominado completamente pelo ódio que sente. Um certo dia, após beber todas em uma tarde, acaba indo parar na loja de Hannah, uma simpática vendedora que também possui seus problemas no cotidiano. Aos poucos, entre um drama e outro, vai surgindo entre eles uma amizade muito forte que acaba virando um conforto para essas duas almas perturbadas por fantasmas que os assombram à muito tempo.
Ao analisarmos os dois personagens percebemos dois lados em cada um deles.

Joseph, interpretado brilhantemente por Peter Mullan, é dominado por esse sentimento ruim que o vai corrompendo. Só não é mais grave a situação por conta de um amigo, um pequeno garotinho, o qual Joseph demonstra muito carinho sempre quando chega na rua de sua casa, que vive com a mãe e o padrasto cruel. Com a chegada da personagem Hannah na vida dele, o senhor de idade começa a perceber que sempre há tempo de recomeçar.

Olivia Colman (que está espetacular no papel) e sua Hannah contribuem e muito para à trama. Uma mulher que sofre com a violência escondida de seu marido perturbado também encontra um porto seguro ao lado de seu novo amigo. As variações nas atitudes da personagem mostram um quadro de puro sofrimento e perturbações iguais ou até superiores ao de Joseph.

O longa possui cenas fortes e marcantes provocadas pela fúria sem limite dos personagens principais. O desfecho caracteriza um novo caminho e a liberdade de alguns desses carmas passado, porém, toda ação tem suas consequências.

Bruto, intenso, brilhante!  Você não pode perder essa fita irlandesa que foi um dos filmes sensação do último festival do Rio de cinema.

Continue lendo... Crítica do filme - 'Tiranossauro'

02/03/2012

Crítica do filme - 'A Vida dos Peixes'

É difícil pensar que um filme chileno, país de pouca expressão no mundo do cinema, possa mexer tanto com o espectador em menos de uma hora e meia de fita. Em “A Vida dos Peixes”, a simplicidade que sempre devemos levar em consideração em qualquer produção de orçamento baixo, é o pontapé inicial positivo desse trivial/genial longa. Pegaram poucos recursos (até mesmo locações, só tem uma) mas com muita mão-de-obra qualificada (sim, os atores) e colocaram no liquidificador, deu certo.

A trama, fala basicamente sobre um reencontro de dois eternos namorados, em uma festa rodeada de passado e indefinição sobre o futuro. O filme não toma tendências, o que é ótimo, os atores tem uma harmonia comparável, sem dúvidas, a Julie Delpy e Ethan Hawke (“Antes do Amanhecer”/”Antes do Pôr-do-Sol”) e ao casal de “Once” (aqueles que não sabemos os nomes dos personagens até hoje).
Matías Bize (que dirigiu o intenso “Na Cama”) é o comandante desse grande filme. O diretor enriquece a fita com detalhes e ótima movimentação da sua inteligente câmera. No elenco dois atores que se completam muito bem em cena: Santiago Cabrera e Blanca Lewin dão vida aos personagens que comovem o público com suas incertezas e desejos evidentes um pelo outro.

A trilha sonora é uma crítica à parte. Algo maravilhoso, preenche cada lacuna daquele especial momento na vida dos corações apaixonados. Créditos para Diego Fontecilla que assina essa obra de arte musical. Você sairá do cinema correndo para o computador mais próximo querendo acessar o famoso site de vídeos para ouvir novamente alguma das belas canções apresentadas nessa fita.

Extremamente recomendado! E você que não gosta de cinema sem ser o “americano”, larga esse preconceito bobo e vá ver filme latinos, sempre achamos bons trabalhos, está cada dia melhor!
Continue lendo... Crítica do filme - 'A Vida dos Peixes'

01/03/2012

Crítica do filme - 'W.E – O Romance do Século'

O Concerto desgovernado de Madonna

A cantora e atriz Madonna, ícone do pop mundial, volta às telonas de todo o mundo com o seu segundo trabalho como diretora, “W.E – O Romance do Século”. Apostando no rosto angelical e o talento da atriz australiana Abbie Cornish (do excelente “Candy”, filme que contracena com Heath Ledger), o filme faz alguns paralelos em conturbadas relações ao longo do tempo. O foco recai sobre dois ‘W’ e dois ‘E’ que possuem algumas características semelhantes. Pena que o roteiro confuso, a trilha desgovernada e a direção não muito competente, comprometem muito a história.

Na trama, somos apresentados ao relacionamento entre o Edward VIII (interpretado por James D'Arcy) e a americana casada Wallis Simpson (Andrea Riseborough) e como a parte feminina desse casal influenciou um romance de nossa época, entre uma mulher casada (Wally Winthrop, papel de Abbie Cornish) e um segurança russo (Oscar Isaac interpreta esse personagem) de uma galeria de artes prestigiada.

O filme apresenta um começo muito difícil para o público se conectar, é muita informação em vários períodos de tempo, poderia e deveria ser mais gradativa o desenrolar da trama. O longa começa a ficar mais simpático ao espectador quando começa a focar na relação entre o segurança e a esposa rejeitada, W.E nos tempos atuais.

O casal W.E dos tempos passados contribuem com muitas cenas semelhantes ao casal W.E dos nossos tempos para que ocorra o paralelismo necessário para lermos toda a história através dos olhos de Wally, só que isso ocorre de maneira muito desorganizada.

Wally Winthrop, a ‘W’ de nosso tempo, é onde o filme tenta se sustentar. Sonhadora e completamente fanática pela história de Wallis Simpson, Wally começa a reproduzir muito do que aconteceu com essa mulher. Dificuldade no relacionamento, uma certa depressão, um novo amor, vemos tudo isso em duas perspectivas. Aos poucos a loucura vai tomando conta da personagem principal, uma personificação interna acontece com direito a tapas na cara de fantasmas (endereçada à protagonista), compras de mais de 11 mil dólares em um leilão, com objetos de sua referência obsessiva, também deixam a certeza do fanatismo da personagem. O segurança russo fica viciado nessa bela mulher, tem algumas cenas desse personagem que parecem muito com aquelas de Sharon Stone e William Baldwin em “Invasão de Privacidade”, olhando a tentação via câmeras de segurança.
A trilha não dá um descanso nos primeiros minutos do filme, além de maçante (você se sente em um concerto todo desgovernado) acaba induzindo à um clímax que simplesmente ainda não está formado. Quem assina a trilha do longa é o polonês Abel Korzeniowski (que havia feito um ótimo trabalho no filme de Tom Ford, “Direito de Amar”).

Algumas cenas esquisitas marcam esse novo trabalho de Madonna. Durante a fita, temos um leilão mostrado, nunca vi tanta felicidade num evento desses, muito exagero nessa cena. Em outra, o par de Wallis pede para a mesma dançar: ela liga o som, faz pose de dançarina profissional e solta o corpo ao som de uma música agitada (juro que nessa hora pensei: Vão tocar “Like a Virgin”!)  

Após levantar esses aspectos, resumimos que Madonna acaba fazendo um trabalho irregular e com muita influência da trilha na história, aí perguntamos: Era para ser um filme ou um concerto?
Continue lendo... Crítica do filme - 'W.E – O Romance do Século'

28/02/2012

Crítica do filme - 'Billi Pig'


Falando sobre fé mas com um roteiro muito confuso, atores carismáticos e personagens cômicos, reunidos no subúrbio do Rio de Janeiro, o diretor José Eduardo Belmonte (do excelente "Se Nada mais der Certo”) apresenta ao público seu novo trabalho, “Billi Pig”. O grande problema do longa é ser muito superficial, não avança nas brechas criadas em nenhum momento, deixando de ser interessante e virando uma confusão projetada na telona.

Uma loucura misturada com um sonho. Assim somos apresentados à trama, Marinalva (Grazi Massafera) tem um sonho de ser atriz e possui um simpático porquinho falante como fiel confidente, casada com Vanderlei (Selton Mello) que é dono de uma seguradora no subúrbio do Rio de Janeiro. Após saber de um acidente com a filha de um mafioso local, Vanderlei resolve pedir ajuda do Padre do bairro (Milton Gonçalves) para fazer o impossível: ressuscitar a acidentada.  

Os atores são carismáticos e tentam preencher seus personagens com muito improviso mesmo com os problemas no roteiro.

Selton Mello é Vanderlei, um homem sem energia, depressivo em alguns momentos. Pouco inspirado em satisfazer o mulherão que tem dentro de casa, romanticamente falando. Possui uma seguradora de fundo de quintal em Marechal Hermes (RJ). Personagem cômico esse de Selton, quando nervoso, pratica passos de Moonwalker a la Michael Jackson.

A cantora e atriz Preta Gil tem uma boa atuação e cumpre bem seu papel para com o filme, bastante natural. Milton Gonçalves tem grande destaque com o seu Padre Roberval, rouba a cena falando expressões em inglês, tira muitas risadas nessa hora. O personagem de Otavio Muller é onde a trama tenta se sustentar, porém, peca na tal da profundidade mencionada. Grazi Massafera é uma mulher com um carisma impressionante e se esforça para tentar dar sentido à sua personagem.

Ser superficial acopla muitas histórias deixando dificuldades de se conectar com o público. Onde o filme é mais profundo? Talvez, quando apresenta a relação conturbada dos protagonistas casados. Quando o jovem suíno começa a falar (Grazi dubla o porquinho) com a protagonista as confusões provocadas por essa estranha situação é o mais profundo que o roteiro consegue ir.

O filme tem alguns momentos inesperados, como: um número musical dentro de um boteco (o diretor é fã de filmes do gênero) e um grande pagode comandado por Arlindo Cruz, regado a muita feijoada. Um fato negativo a comentar: A trilha sonora não se encontra com o filme em momento nenhum!

Mesmo não agradando esse crítico que vos escreve, recomendo a você leitor que vá conferir essa produção nacional nas telonas. Nosso cinema está se arriscando mais, isso é sempre importante de mencionar, às vezes as idéias dão certo outras vezes. Dê uma chance a sua curiosidade e vá aos cinemas a partir do dia 02 de março conferir esse filme. Quem sabe você não gosta, né?
Continue lendo... Crítica do filme - 'Billi Pig'
,

Top 5 – Melhores e Piores: Glenn Close, da Broadway para o mundo do cinema!

Seis vezes indicada ao Oscar, Glenn Close nasceu e foi criada em Greenwich, Connecticut. Porém, quando tinha 13 anos, seu pai abriu uma clínica no Congo-Belga (hoje Zaire), por conta disso, durante a maior parte do tempo em sua fase criança, viveu alternadamente na África e em colégios internos na Suíça. Mais tarde se formou pela Faculdade de William & Mary, com bacharelado em drama e antropologia. Glenn Close teve uma extensa carreira atuando em musicais da Broadway. Um de seus papéis mais notáveis ​​no palco foi o de Norma Desmond na produção de Andrew Lloyd Webber de Sunset Boulevard ("Crepúsculo dos Deuses"), para o qual, Close ganhou um prêmio Tony. Em 1984, tornou-se o terceiro artista a receber uma indicação ao Oscar, Emmy e Tony no mesmo ano civil (por “The Big Chill”, “Something About Amelia”, e “The Real Thing”, respectivamente).

Entre suas grandes interpretações no mundo da sétima arte pensamos logo no filme "Ligações Perigosas", onde interpretou um dos papéis mais clássicos de todos os tempos, a Marquesa Isabelle de Merteuil, estrelando o longa ao lado de John Malkovich e Michelle Pfeiffer. Para este papel ganhou uma de suas indicações ao grande prêmio do cinema, na categoria Melhor Atriz. Close era a favorita para ganhar a cobiçada estatueta, mas perdeu para Jodie Foster por "Acusados", uma daquelas injustiças que sempre acontecem ano após ano na famosa cerimônia.

Aproveitando a indicação de Glenn Close ao Oscar 2012, resolvemos fazer um Top 5 dessa grande atriz. Serei muito breve nos comentários dos filmes, senão o artigo fica muito grande e a galera fica com preguiça de ler, por isso já peço desculpas.


Vamos conferir as listas?



Os cinco melhores de Glenn Close:

Ligações Perigosas, O Reverso da Fortuna, Atração Fatal, O Jornal, Um Homem Fora de Série


Ligações Perigosas (Stephen Frears)
O grande trabalho de Glenn Close nos cinemas. Merecia muito mais prêmios do que ganhou por essa interpretação impecável da Marquesa Isabelle de Merteuil. Em meio a jogos e paixões contracena com os excelentes John Malkovich e Michelle Pfeiffer, além de ser dirigida pelo inglês Stephen Frears. Se você não viu, corra para ver! Filmaço!


Reverso da Fortuna (Barbet Schroeder)
Nesse bom filme de Barbet Shroeder, quem brilha mesmo é o veterano Jeremy Irons. Close interpreta Sunny von Bulow uma milionária que narra a história de seu relacionamento com seu marido muito suspeito, que é acusado de matá-la. O filme foi baseado em fatos reais e deu a Irons seu primeiro Oscar.


Atração Fatal (Adrian Lyne)
Glenn Close foi a quarta escolha para desempenhar o papel de Alex Forrest em “Atração Fatal”, no ano de 1987. As primeiras escolhas eram as atrizes: Debra Winger, Barbara Hershey, e Miranda Richardson. Vocês imaginam essas três sendo melhor em cena que Close? Eu não! Sharon Stone também fez o teste para esse papel, mas não foi escolhida. A sintonia com Michael Douglas nas cenas é o ponto alto desse bom longa, dirigido por Adrian Lyne. Na pele de uma personagem desequilibrada que se envolve loucamente com um advogado casado Close tem uma de suas melhores atuações na carreira.


O Jornal (Ron Howard)
Filme muito simpático, lançado no ano em que o Brasil venceu a copa do mundo de futebol na terra do Tio Sam, conta a história de um tablóide americano e seus personagens (os jornalistas que trabalham no mesmo) complicados envoltos em uma investigação sobre um crime. Com um elenco de tirar o chapéu (Michael Keaton, Robert Duvall, Marisa Tomei, Randy Quaid, Jason Alexander) “O Jornal” é um dos melhores filmes da carreira de Glenn Close.


Um Homem Fora de Série (Barry Levinson)
Com quatro indicações ao Oscar e sendo considerado um dos bons filmes que envolvem esportes, “Um Homem Fora de Série” foi um dos primeiros trabalhos de Glenn Close no mundo do cinema. O longa dirigido pelo ótimo Barry Levinson (“Rain Man”), conta a história de um jogador de baseball que tem sua carreira encerrada por uma onda de acontecimentos. Anos mais tarde resolve tentar de novo, superando todos os obstáculos. É para muitos o melhor filme de Glenn Close nesses anos de carreira na sétima arte.



Os cinco piores de Glenn Close:

Mulheres Perfeitas, À Francesa, O Segredo de Mary Reilly, 102 Dálmatas, Marte Ataca!


Mulheres Perfeitas (Frank Oz)
O cartaz já diz tudo, leia-se: “Shiu! Não conte que o filme é ruim!”. O diretor Franz Oz, do genial “Morte no Funeral” (versão inglesa) não mantém o nível de seus outros trabalhos. Ele provavelmente entrou em depressão porque só voltou a dirigir quatro anos após esse longa e mesmo assim no mundo das séries (Frank dirigiu “The Carnival Job”, episódio do seriado “Leverage”).


À Francesa (James Ivory)
Filme com a Kate Hudson já podemos desconfiar. Esse não foge à regra. Mesmo com uma participação nem tão influente assim, Glenn Close, não deveria ter aceito esse trabalho que ocupa uma posição bem baixa na sua filmografia. 


O Segredo de Mary Reilly (Stephen Frears)
Sabe aqueles filmes que você dorme até roncar após 15 minutos de diálogos chatos e mal feitos? Com uma história densa e atuações abaixo do esperado, Glenn não repete a boa parceria que teve com Stephen Frears (o diretor) em “Ligações Perigosas”.


102 Dálmatas (Kevin Lima)
Se 101 já não bastasse, Glenn Close volta ao papel de Cruela Cruel nesse filme feito para crianças que acaba se tornando uma trama incrivelmente sonolenta. Sua personagem exagera na excentricidade e vamos dizer: não é nem de longe a Glenn Close que conhecemos.   


Marte Ataca! (Tim Burton)
O pior de todos na filmografia dessa grande atriz. É uma história louca de um bando de marcianos que invadem nosso planeta Terra, matando e destruindo tudo no caminho. É o famoso caso onde vemos que elenco sozinho não faz verão. Annette Bening, Jack Nicholson, Danny DeVito, Michael J. Fox e Natalie Portman também estão com Glenn nessa roubada dirigida por Tim Burton.

Abaixo, uma entrevista (sem legendas) de Glenn Close falando de seu mais recente trabalho, “Albert Nobbs” que lhe rendeu uma indicação ao Oscar desse ano.




Atualmente, Glenn Close alterna o cinema e o mundo da televisão, nesse último interpreta a venenosa Patty Hewes, na aclamada série "Damages". Seu próximo trabalho nas telonas será "Therese Raquin" (que deve ser lançado em meados de 2013), um thriller baseado na peça de Neal Bell. Vamos aguardar e conferir!

Continue lendo... Top 5 – Melhores e Piores: Glenn Close, da Broadway para o mundo do cinema!

27/02/2012

Oscar 2012 - Os vencedores e breves comentários

Acabou a ansiedade! Na noite desse domingo, dia 26 de fevereiro, foram anunciados os grandes vencedores do maior prêmio do cinema. Com algumas surpresas nos prêmios técnicos e muitos aplausos de pé, a noite de cerimônia foi uma coroação de grandes nomes da indústria cinematográfica.



Sem perder muito tempo vamos à lista com os vencedores nas principais categorias, seguido de um breve comentário.

Melhor Filme

*Cavalo de Guerra *O Artista *Moneyball – O Homem Que Mudou o Jogo *Os Descendentes *A Árvore da Vida *Meia-Noite em Paris *Histórias Cruzadas *A Invenção de Hugo Cabret *Tão Forte e Tão Perto

Era uma disputa em aberto. “O Artista” vinha ganhando muitos prêmios em outras premiações importantes e despontava como favorito ao maior prêmio do ano. Por fora, corriam por fora o filme de Alexander Payne (“Os Descendentes”), o queridinho americano “Histórias Cruzadas” e o maravilhoso filme de Martin Scorsese (“A Invenção de Hugo Cabret”). O melhor do ano, não venceria mas em nossos corações sabemos que “A Árvore da Vida” não tem concorrentes. No final das contas venceu “O Artista ”, merecidamente.

Melhor Direção

Michel Hazanavicius *Alexander Payne *Martin Scorsese *Woody Allen *Terrence Malick

Categoria vencida por Michel Hazanavicius pelo seu ótimo trabalho em “O Artista”.  Martin Scorsese também vinha forte após vencer o Globo de Ouro, corria por fora. Malick fez um trabalho fenomenal em “A Árvore da Vida” mas dificilmente subiria ao palco para receber o prêmio.


Melhor Ator

Demián Bichir (‘A Better Life’)
George Clooney (‘Os Descendentes’)
Jean Dujardin em (‘O Artista’)
Gary Oldman em (‘O Espião Que Sabia Demais’)
Brad Pitt em (‘Moneyball – O Homem Que Mudou o Jogo’)

Categoria que mostrou cinco ótimos trabalhos, uma surpresa e quase uma certeza de vitória. Com o SAG ganho nas últimas semanas, Jean Dujardin dificilmente perderia o Oscar de Melhor ator esse ano. George Clooney parecia ser o único a ter alguma condição de tirar o prêmio das mãos do francês. A indicação de Demián Bichir foi uma grata surpresa, porém, Leonardo DiCaprio, Michael Fassbender ou Ryan Gosling deveriam ficar com essa vaga. Esse último não figurou entre os cinco indicados pelo fato de ter feito duas ótimas atuações (nos filmes “Amor a Toda Prova”, “Tudo pelo Poder” e “Drive”) isso com certeza dividiu seus votos e assim prejudicou sua eminente indicação. Mesmo com algumas observações, não podemos dizer que o vencedor não mereceu ser premiado.


Melhor Atriz

Glenn Close (‘Albert Nobbs’)
Viola Davis (‘Histórias Cruzadas’)
Rooney Mara (‘Millenium – Os Homens Que Não Amavam As Mulheres’)
Meryl Streep (‘A Dama de Ferro’)
Michelle Williams (‘My Week With Marilyn’)

A categoria mais disputada nesse ano. 5 ótimos trabalhos. A veterana Glenn Close tem uma boa participação em “Albert Nobbs”, perde muita força por ter sido, muitas vezes, ofuscada pela excelente atuação de Janet McteerViola Davis era uma das favoritas, um papel muito intenso e muito bem executado pela maravilhosa atriz. Rooney Mara está fabulosa na pele de Lisbeth Salander, “Millenium” já é um dos melhores filmes do ano, viva Fincher! Michelle Williams personifica genialmente Marilyn Monroe. Mas, sem dúvidas, a favorita dos cinéfilos venceu novamente, Meryl Streep. Sua atuação como Margaret Thatcher é excepcional.


Melhor Ator Coadjuvante

Kenneth Branagh (‘My Week With Marilyn’)
Jonah Hill em (‘Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo’)
Nick Nolte (‘Warrior’)
Christopher Plummer (‘Beginners’)
Max Von Sydow (‘Tão Forte e Tão Perto’)

Acho que foi unânime: Christopher Plummer venceu com sobras! Um trabalho maravilhoso desse talentoso artista.  Essa era a categoria mais fácil de acertar o vencedor. Quem ainda não viu o filme “Beginners”, corra para sua locadora e alugue.


Melhor Atriz Coadjuvante

Bérénice Bejo (‘O Artista’)
Jessica Chastain (‘Histórias Cruzadas’)
Melissa Mccarthy (‘Missão Madrinha de Casamento’)
Janet McTeer (‘Albert Nobbs’)
Octavia Spencer (‘Histórias Cruzadas’)

 Janet McTeer e Octavia Spencer foram as melhores nessa categoria. A primeira ofusca Glenn Close em quase todas as cenas de “Albert Nobbs” e a segunda tem um ótimo trabalho em “Histórias Cruzadas”.  Merecido o Oscar se caísse em qualquer dessas mãos. Venceu Octavia pelo bom filme “Histórias Cruzadas”.


Melhor Roteiro Original

*O Artista *Missão Madrinha de Casamento *Margin Call  *Meia Noite em Paris  *A Separação

Woody Allen levou esse prêmio, merece! “A Separação” tem um ótimo roteiro também e podia ter saído vitorioso também. “Missão Madrinha de Casamento” estar entre os indicados dessa categoria é muito esquisito.


Melhor Roteiro Adaptado

Os Descendentes *A Invenção de Hugo Cabret *Tudo Pelo Poder *Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo *O Espião Que Sabia Demais

Categoria equilibrada. Ótimos trabalhos. Steven Zaillian e Aaron Sorkin fizeram um excelente trabalho com o “Moneyball”, porém, quem levou foi Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash por “Os Descendentes”.


Melhor Animação

A Cat In Paris *Chico & Rita *Kung Fu Panda 2 *Gato de Botas *Rango

Acho que é unânime: “Rango” venceu com sobras.

Melhor Filme Estrangeiro

*Bullhead *Footnote *In Darkness *Monsieur Lazhar *A Separação

Acho que é unânime: “A Separação” venceu com sobras. Merecido prêmio.


Melhor Trilha Sonora

*As Aventuras de Tintin *O Artista *A Invenção de Hugo Cabret *O Espião Que Sabia Demais *Cavalo de Guerra

Categoria bem equilibrada. Acredito que “O Artista” venceu por ser o favorito, por conta do sucesso de crítica lá fora. 
Continue lendo... Oscar 2012 - Os vencedores e breves comentários

25/02/2012

Crítica do filme - 'A Música Segundo Tom Jobim'

Dirigido por Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim (neta de Tom Jobim) “A Música Segundo Tom Jobim” mostra a trajetória, por meio de canções, de um gênio da música brasileira, o maestro Antônio Carlos Jobim. O público se entusiasma e canta junto em muitos momentos. Casais apaixonados, de todas as fileiras, tascam beijos apaixonados sendo guiados pelas belíssimas músicas que pairam na mente dos brasileiros ha décadas.

Ao longo de um pouco menos de uma hora e meia de projeção caminhamos por meios de fotos e arquivos gravados (não existe diálogos, só há música) entre as inúmeras adaptações de músicas famosas do maestro, como: Garota de Ipanema, Águas de Março, Ela é Carioca, Eu Sei que Vou Te Amar, entre outras... Nas vozes de artistas consagrados, nacionais e internacionais.

Em relação a esses artistas que cantam Jobim, uma pausa para comentários.

Diana Krall cantando em português é um dos momentos mais marcantes do documentário. É uma pronuncia hilária com muita simpatia de uma das maiores vozes do jazz atualmente.

Sinatra e Tom, já se tornara um clássico. Espero que Leonardo Dicaprio (que deve ser o escolhido para interpretá-lo nos cinemas, em breve) faça bem o papel do eterno ‘blue eyes’ e que Jobim apareça de alguma forma no novo filme de Scorsese. Munido de um cigarro na mão direita o cantor americano interpreta como ninguém uma das mais belas canções da nossa música. Não seria maravilhoso ver esse dueto no novo filme do homem que possui as sobrancelhas mais famosas da sétima arte?

Tom e seu piano revolucionaram a historia da musica brasileira e colocaram de vez o Brasil nas paradas de sucesso mundiais. Esse grande trabalho coroa uma carreira marcada de muitas realizações maravilhosas mundo à fora.

Ao longo da fita notamos como era impressionante o número de artistas que cantaram as canções do gênio, todo mundo queria regravar Tom Jobim. Escutamos ao longo do documentário suas canções em inglês, italiano, até em língua oriental. O Brasil em minutos, estando presente em todas as partes do mundo por meio das músicas desse genial músico da nossa terra.

Não percam! Emocionante, isso sim é música para nossos ouvidos!
Continue lendo... Crítica do filme - 'A Música Segundo Tom Jobim'

24/02/2012

Crítica do filme - 'Sete Dias com Marilyn '

Por trás da beleza de um corpo a uma mulher complexa e insegura. Dirigido pelo pouco conhecido Simon Curtis, o filme que muitos fãs aguardavam com ansiedade chega à tela dos cinemas em breve, “Sete Dias com Marilyn”. Baseado no livro de Colin Clark (um dos personagens do filme) entendemos melhor um pouco da vida pessoal da atriz sensação de uma época, Marilyn Monroe.

A história gira em torno de Colin Clark (interpretado por Eddie Redmayne) e somos guiados pela narrativa dele. Simpático personagem, aspirante à diretor, que vem de uma família de pessoas bem sucedidas em outras áreas. Após lutar para entrar na indústria cinematográfica, consegue sua grande chance na carreira ao participar da produção do novo filme de Lawrence Oliver que tem, nada mais nada menos, Marilyn Monroe (a grande musa da época) como protagonista. Com o passar dos dias, nas gravações, se aproxima da atriz e começa a desenvolver uma paixão gigante pela loira dos olhos azuis, que aos 30 anos passa por uma fase conturbada em sua vida pessoal.

Logo nas primeiras cenas desembarcando de um avião e chegando em Londres, com uma câmera bem projetada e na lentidão característica do diretor somos apresentados, e muito bem, a mulher que tem a tarefa de interpretar um dos rostos mais famosos do mundo, Michelle Williams. Por trás daqueles olhos azuis penetrantes vemos uma presença e sensualidade de uma mulher com a vida bastante embaralhada e complicada longe das câmeras. Michelle merece sua indicação ao Oscar desse ano, uma grande interpretação dessa jovem atriz.

Lawrence Oliver quase perde o cabelo de tamanha impaciência com as atitudes de Miss Monroe. O famoso diretor é interpretado pelo excelente Kenneth Branagh (o homem por trás da melhor adaptação de “Hamlet” feita para o cinema) que entre um cigarro e outro tem que lidar com o ciúmes de sua esposa por conta da presença da bela loira.

O filme nem de longe é uma comédia, está mais para um drama com espírito carismático. Marilyn aparece à beira da ingenuidade, mostrando um lado mimado, sendo cortejada por todos. Assim, bajulada por muitos e complicada para outros, Marilyn Monroe sem dúvidas deixou sua marca no mundo do cinema e a fita em questão apresenta (de maneira bem inteligente) um lado da artista nunca visto.

E você cinéfilo, não está louco para conferir esse filme? Não deixe de ser uma das pessoas que lotarão os cinemas de todo o Brasil assim que esse longa estrear.
  

Continue lendo... Crítica do filme - 'Sete Dias com Marilyn '