22/03/2012

, ,

Um Método Perigoso - Cinema com Raphael Camacho


Sexo x Sonhos. Quando dois grandes nomes da psicologia se juntam. O mundo da psicanálise fica em evidência, no novo trabalho do experiente diretor David Cronenberg,Jung é o principal, Freud é um mero coadjuvante. Há um conflito interno dentro do pensador suíço, uma cessação da ética. Essa violação da regra elementar da profissão, leva-o à um mar de conflitos.

Cronenberg dá o tom (o maestro) dessa historia. O risco de se fazer um filme muito específico era o grande desafio que o experiente diretor tinha que se desviar. O diretor de ‘Videodrome’ e ‘Spider ‘ teve tudo nas mãos para fazer o grande filme do ano. Talvez, por isso, decepciona com um enredo tão específico.

A trama aborda a relação dos dois grandes nomes da Psicologia e o surgimento da corrente psicanalítica. Também é mostrado a polêmica relação de Sabina Spielrein (que depois viria ser uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo) com o seu mentor de dissertação e a posição de Freud nessa relação.

A peça ‘Jung e Eu’, com o grande Sergio Britto nos palcos, já fazia um paralelo entre o encontro do teatro com a psicanálise. Lembrei muito desse espetáculo quando estava hoje na cadeira do cinema vendo o longa.

Os atores estão muito bem.

Michael Fassbender , um dos grandes rostos em ascensão no mundo de Hollywood, parece que não quis arriscar muito neste personagem. Diferente de Viggo Mortensen que tenta dar a sua cara ao renomado nome da psicologia que é coadjuvante nesse longa. O ator Nova-Iorquino que ficou muito famoso após interpretar Aragorn na saga ‘O Senhor dos Anéis’deve receber uma indicação ao Oscar do ano que vem (na categoria melhor ator coadjuvante) por esse longa.  Keira Knightley tem uma atuação destacada. Seu laboratório foi deveras bem aplicado em cena. As reações de sua personagem, Sabina Spielrein, são intensas. Quem também da o ar de sua graça, é o veterano ator francês, Vincent Cassel, que interpreta um dos personagens mais confusos do filme, Otto Gross.

Apesar dos pontos negativos, recomendo. Pague o ingresso e faça sua consulta!

Continue lendo... Um Método Perigoso - Cinema com Raphael Camacho
,

Entrevista com os realizadores do documentário ‘Raul Seixas – O Início, o Fim e o Meio’

Na quarta-feira, dia 14 de março, aconteceu no Rio de Janeiro uma entrevista coletiva com os realizadores do esperado documentário “Raul Seixas – O Início, o Fim e o Meio”. Para atender aos jornalistas cariocas, o diretor Wálter Carvalho (que cita Francis For Coppola, Martin Ritt e dá uma verdadeira aula de cinema), o produtor Denis Feijão e Silvio Passos (fundador-presidente do Raul Rock Club) estiveram presentes e responderam a todos os profissionais com muita simpatia e contando um pouquinho como foi realizar essa grande obra sobre a vida de uma lenda da música popular brasileira, Raul Seixas.

O diretor Wálter Carvalho deu uma aula de cinema aos jornalistas

Abaixo, o que de melhor aconteceu nesse bate-papo muito informativo.
 - Há alguns anos, você participou da direção de um filme sobre o Cazuza. E agora, por que o Raul e por que um documentário?
Wálter Carvalho: Eu não escolhi o Cazuza nem escolhi o Raul, eles me escolheram. Eu fui convidado no Cazuza e no Raul. Quando fui convidado para o primeiro era um filme de ficção, era uma história da vida do Cazuza, baseado no livro da Lucinha. No caso do Raul, o convite foi para um documentário, então quando houve esse convite eu pensei que fosse uma ficção mas não, na verdade era um projeto do Denis um jovem produtor que teve a idéia de fazer um projeto sobre o Raul Seixas, assim ele trouxe o projeto para a Paramount, a mesma me indicou e me apresentou ao Denis para eu dirigir o filme e aí em 2009 começamos essa viagem.
- O que mais te interessou na história do Raul? Por que aceitou o projeto?
Wálter Carvalho: São vários aspectos: você tem um artista irreverente, um compositor, um artista de palco, você tem um tipo de artista que não acontece mais. Hoje em dia a grande maioria dos artistas que surgem na música brasileira e no mundo inteiro são artistas fabricados. Na época do Raul era exatamente a mesma época de Caetano, Gil, Geraldo Vandré, Chico e outros, era o contrário: você quem criava o artista! Você que inventava o mercado. Hoje em dia você escolhe aquele modelito, adéqua-o e inventa ele para um viés mercadológico, a prova disso é que nem todos duram tanto.  Então, Raul é isso, é o início de um momento no Brasil que coincide com a Bossa Nova, a literatura, o teatro de Zé Celso, a poesia, o cinema novo, o Raul não vem só, o Raul vem com a contracultura que era o movimento que acontecia no mundo inteiro. A primeira coisa que começa a acontecer nesse sentido, pelo menos na área do cinema é o “Sem Destino” (Easy Rider), não é à toa que eu começo o filme com “Easy Rider”, no deserto da Califórnia.


Denis Feijão, Walter Carvalho e Silvio Passos

- Como aconteceu o processo de pegar os depoimentos para o filme?
Wálter Carvalho : O depoimento é uma luta corporal de telefone, e-mail, carta de todos os elementos possíveis da produção através do centro do projeto, o Denis Feijão. Por exemplo: O Denis iniciou o trabalho de conseguir marcar uma entrevista com o Paulo Coelho e enfrentou as dificuldades de uma pessoa que já vendeu 500 milhões de livros e não tem espaço na sua agenda. No momento em que o Feijão começa a trabalhar essa solicitação de entrevista a gente foi vendo a dificuldade de entrevistar o Paulo, porque o cara tem compromissos pelo mundo inteiro. Era uma solicitação muito grande, eu já estava até pensando na possibilidade de realizar o filme sem a presença do Paulo, o que seria uma perda incomparável. Mas o Feijão não se entregou, continuou batalhando e a gente sonhando com aquilo. Um dia, um programa de televisão fez uma grande matéria sobre o Raul e nesta reportagem o Sílvio Passos falou bem de mim, falou que eu era um cara sério e fez elogios a minha maneira de trabalhar e a maneira que eu estava tratando o assunto. Coincide que o Paulo vê o programa na sua casa, pega o telefone e diz que pode falar com a gente. Eu me lembro do Feijão ligando pra mim, eu tava na esquina da minha casa quando o telefone toca e ele me pergunta: “Ta em pé ou ta sentado?” Porque o Paulo Coelho acabou de me ligar! Eu posso ainda acrescentar, tentando ser breve, quando fizemos a entrevista na casa dele, antes de eu ir pra lá a gente trocou e-mail e ele me falou que eram 45 minutos, 15 para armar o esquema (câmera, luz) e eu tinha 45 minutos para falar com ele. Aí eu falei com o Roberto Menescal, que é um grande amigo de Paulo, para ele me ajudar porque 45 minutos não ia dar. Aí no dia que a gente chegou lá, armamos tudo e ele sentou na minha frente e disse: “São 5 horas”. Aí eu disse: “você não vai querer que a gente fale 45 minutos, pelo amor de Deus, não vai dar tempo.” Como que a gente ia falar da história deles dois em 45 minutos? Assim começamos a gravar, às seis horas ele pediu para parar para ele fazer a oração dele, ele disse que ia ser rápido, até me ofereci para gravar a oração mas ele disse que eu não podia. Em 5 minutos ele estava de volta, assim continuamos. Quando deu seis e meia ele chamou a mulher dele, ele tinha um jantar e pediu pra ela ligar e atrasar o horário do jantar e assim pra encurtar a história a entrevista durou duas horas e quinze. Quando acabou, descemos todos comemorando lá no hall do prédio dele, nisso um técnico de som nosso tinha esquecido algum material na casa do Paulo e voltou para buscar e quando tocou a campainha que abriu a porta o Paulo tava botando a mesa para jantar, ou seja ,o jantar era na casa dele! Ele não atrasou que ia chegar atrasado ele atrasou as pessoas que iam chegar na casa dele, isso demonstra a generosidade que o Mago teve com a gente.

- Em relação aos arquivos de vídeo, como foi essa pesquisa?
Wálter Carvalho: Um dos grandes problemas de fazer esse filme foi na questão dos arquivos porque tinham muitos arquivos e muita coisa tava na internet e foi um trabalho de pesquisa muito longo e doloroso porque eu não queria muita coisa da internet porque já eram conhecidas, eu precisava revelar coisas que as pessoas não conhecessem.

- O Zé Ramalho aparece no filme, mas não fala nada. Algum motivo por ele não ter falado?
Wálter Carvalho: Excelente pergunta. Eu podia falar horas sobre isso. O cinema é uma linguagem que é uma junção de uma linguagem verbal e a visual, o que acontece no mundo hoje é um excesso da palavra sobre a imagem num veículo efetivamente imagético. O depoimento do Zé é sobre aquele encontro que você vê ele tocando, ele me conta sobre e  como foi aquele encontro. Quando eu fui montar o filme, aquela virada que ele dá olhando pro Raul era muito mais forte do que ele dizia, como imagem. O prazer que ele tem na cadeira se virando e olhando pra mim e ficando de costas pra ele e o Raul cantando foi uma coisa que eu descobri na montagem evidentemente, muita coisa você descobre na montagem. Posso te dar dois exemplos: No “Poderoso Chefão” na sequencia em que o pai vai saber que o filho foi assassinado num atentado numa guarita há uma economia de gestos, imagem, palavras, música, diálogos, quando o advogado diz: “O Tony foi baleado”aí ele franzi a testa e não chora e antes ele diz assim: “Você quer me contar alguma coisa…” aquilo pra mim é uma aula de cinema.  Tem um outro filme de um cara chamadoMartin Ritt que tem o Woody Allen como ator, chama-se “Testa-de-Ferro Por Acaso”, nesse filme tem uma cena em que o cara entra num hotel (o ator que ta sendo perseguido pelo macartismo) e paga um champanhe e vem assobiando feliz na vida, a câmera fica no espelho quando ele passa pra um lado, quando ele volta pra esse lado você escuta um barulho, bum! A câmera gira, a cortina ta balançando e a janela ta aberta, então o cara se mata fora do quadro. Você não vê que o cara se joga pela janela, no entanto, é de uma força estúpida aquela forma de narrar e não tem uma palavra, é a imagem que fala. Mais ainda, o absurdo da palavra falar sem estar presente o objeto de sua narração. Eu tentei fazer através da imagem para tentar passar uma emoção ao espectador que eu senti na hora quando eu vi o Zé fazer aquilo.


Poster do filme (Reprodução)

O filme estréia dia 23 de março em muitas salas do Brasil. Não percam!
Continue lendo... Entrevista com os realizadores do documentário ‘Raul Seixas – O Início, o Fim e o Meio’

21/03/2012

,

Mateus Solano e Claudia Ohana falam sobre ‘A Novela das Oito’, no Rio de Janeiro

Na tarde da sexta-feira (16), no Rio de Janeiro, ocorreu uma coletiva de imprensa do filme “A Novela das Oito” que contou com a presença de dois atores que estão na trama produzida, escrita e dirigida por Odilon RochaMateus Solano e Claudia Ohana, dois dos grandes destaques do filme, foram os encarregados de conversar com a imprensa sobre esse novo trabalho que chega no final do mês aos cinemas brasileiros. Falando sobre o universo da novela, a diferença entre televisão e cinema, participação da Claudia Ohana na trilha sonora e sobre os personagens, os artistas responderam à imprensa em pouco mais de meia hora de conversa.
Abaixo, confira  o que de melhor aconteceu nessa coletiva, que não teve a presença da atriz  Vanessa Giácomo [ela saiu da coletiva, antes do combinado], mas contou com os simpáticos Mateus Solano e Claudia Ohana.

Mateus Solano e Claudia Ohana (André Romano / Infoco News)
- Qual a diferença entre fazer cinema e televisão ?
Mateus Solano: No cinema você tem mais tempo. Você tem tempo para aprofundar questões, aprofundar linguagem. Na televisão precisa produzir um capítulo por dia. No cinema você tem uma liberdade que é a liberdade do diretor, é completamente diferente. No caso da televisão, é uma empresa e como toda empresa quer ganhar dinheiro e dá ao espectador o que o espectador pede para a mesma. Tem gente que fala se eu não acho um absurdo que na Tv ainda não teve beijo gay, eu não acho absurdo nenhum, o povo não quer ver o beijo gay, se o povo quiser ver o beijo gay o povo vai ver, irá aparecer em seguida. Então, funciona assim, novelas inteiras e personagens inteiros são mudados no meio porque o público não está satisfeito com aquilo.
- Como foi interpretar um personagem homossexual, qual liberdade você teve para criar o personagem ?
Mateus Solano: É claro que eu sempre tenho essa vontade de fazer esses personagens que me desafiam que sejam diferentes um do outro e tal, na Tv a gente nem sempre consegue isso porque eu já disse: a televisão dá ao público o que ela quer. Aí você me pergunta se seria muito diferente esse personagem na televisão, eu diria que não seria muito diferente, claro que ele estaria mais preso à forma da televisão, é óbvio que não teria o beijo dele como foi esse do filme, mas eu como ator tento trazer a humanidade para todos os personagens seja na TV, no teatro, no cinema.

Mateus Solano (André Romano / Infoco News)
- Seu personagem, além de ser homossexual, é de uma elite que questiona a problemática daquela época em nosso país, como foi para você fazer esse personagem?
Mateus Solano: Foi muito bacana fazer esse personagem e por ter a referência do meu pai diplomata. Essa figura internacional (diplomata), ao mesmo tempo, que representa o seu país tem uma solidão. Meu pai tem grandes amigos que se perderam por aí, de 3 em 3 anos, mudam de país, tem um tristeza junto com isso, uma solidão que eu pude trazer. Me interessa também essa época e principalmente pelo papel da arte naquele tempo que tem muito mais haver com o que eu acredito que seja o papel da arte em qualquer época, uma arte que faz a gente pensar, discutir e ir além e não uma arte que faz a gente sentar, relaxar e esquecer que é muito mais o que a gente vive hoje.
- Claudia, seu personagem é o único que percorre toda a trama interagindo com muitos personagens, como foi para você interpretar essa personagem ?
Claudia Ohana: O personagem sofre uma transformação, começa um personagem muito sofrido, que ta longe da família, tem uma perda de personalidade. É um personagem difícil porque ela não é uma militante política, ela foi presa por conta de um artigo que escreveu por amor. Ela não é empregada e começa como empregada é um personagem muito humano, uma mulher comum que por azar da vida foi colocada naquela situação e teve que abandonar a família. Aí, através dessa história, vai se contando o resto das histórias, ela sofre a transformação também muito do personagem da Amanda que é o oposto dela. É um personagem muito sutil. As histórias vão se entrelaçando meio ‘Shortcuts’ meio Altman.

Claudia Ohana (André Romano / Infoco News)
- Claudia, seu personagem no começo da trama não fala uma palavra e passa muito com o olhar. Como foi trabalhar sem fala apenas na expressão do personagem nesse início da trama?
Claudia Ohana: Eu gosto do olhar. Eu acho que o cinema é muito o olhar, que diz tudo, coisa que não tem nem na televisão, nem no teatro embora tenha a atitude do olhar que é importante mas o olhar no cinema diz tudo. Então, você dá o olhar antes e vai com o sentimento e a verdade, a gente tenta passar a verdade o máximo que pode.
- Como foi essa participação na trilha sonora do filme?
Claudia Ohana: Na verdade eu sempre cantei, eu faço musical a muito tempo, já fiz filme e já fiz uma novela musical. O Odilon (diretor do filme) me chamou e me mostrou essa musica que eu nunca tinha ouvido, que é linda, aprendi a melodia e gravei. Cantar é uma coisa que eu faço a muito tempo, faço aula de canto a muito tempo, volta e meia eu acabo cantando.

Os artistas atendendo à imprensa (André Romano / Infoco News)
- Porque uma novela não paralisa mais a gente como antigamente ?
Mateus Solano: Acho que o tempo está muito rápido, instantâneo, presente, presente, presente. Ninguém prepara nada para o futuro. A gente está vivendo o ‘carpe diem’ de uma forma muito exagerada, penso eu. Acho que não é só as novelas, poucas coisas ficam e eu acho bacana é quando a arte fica, por mais que elas nem tenham essa pretensão, as vezes. É uma coisa do nosso tempo mesmo. Às vezes me pergunto, em relação a historias do gêmeos que eu fiz e tal , Ruth e Rachel é uma coisa que está no nosso imaginário para sempre e  eu não sei se os gêmeos que eu fiz vão ficar guardados por essa geração como ficou Ruth e Rachel na nossa, não sei mesmo.
Claudia Ohana: Antigamente não tinha TV a cabo. Eu ainda peguei uma novela que foi a ‘Vamp’ que foi um marco. Naquela época não tinha TV a cabo, não tinha paparazzi, não existia nada disso. Então, assim, as pessoas viviam muito a novela, tinha 90 de audiência, era uma loucura isso. Nunca mais vai existir isso. Hoje em dia o Brasil não pára por causa de uma novela.
- Você começou fazendo figuração na novela ‘Dancyn Days’. Como foi voltar a esse universo ?
Claudia Ohana: Fazer esse filme foi voltar uma época da minha vida que é exatamente quando fiz 15 anos e minha vida mudou, comecei fazendo figuração. É impressionante como o mundo gira e a gente volta às coisas, foi incrível, foi uma volta ao passado.
- Alguma novela que marcou a sua história ?
Claudia Ohana: Me lembro muito de “Selva de Pedra” as historias eram sensacionais, essa novela era incrível. Também “Escrava Isaura”, “Gabriela”, “Saramandaia”.
Mateus Solano: Quando eu assistia novela mesmo, era noveleiro, eu não durava até as oito, eu assistia era das sete, então, fica muito mais na minha cabeça “Que Rei Sou Eu”, que pra mim era demais!
O longa “A Novela das Oito” estréia no dia 30 de março em algumas salas no Brasil.
Continue lendo... Mateus Solano e Claudia Ohana falam sobre ‘A Novela das Oito’, no Rio de Janeiro

20/03/2012

Confira uma entrevista exclusiva com a cantora Ana Carolina

Em conversa exclusiva com o nosso repórter Raphael CamachoAna Carolina, uma das melhores cantoras de sua geração, falou de seus filmes preferidos; e revelou ser uma adoradora da sétima arte.
Ana Carolina é adoradora da sétima arte (Divulgação)
Abaixo, confira tudo o que rolou nesse papo sobre cinema:
- Qual o seu filme preferido? Por quê?
Ana Carolina: Olha, pra mim é impossível falar de um filme só. Gostei muito de “Cashback” tem um “que” de cinema indie mas é excelente , com Sean Biggerstaff tem uma boa fotografia, principalmente quando Ben (ator principal) congela o tempo, as imagens são belas e as câmeras captam de forma poética, como se a delicadeza, o amor e o lirismo se intercalassem nos minutos de pausa do filme. Filmaço. Lembro que assisti “Cashback” e “Shortbus” no mesmo dia e fiquei abalada com os dois. “Shortbus” é ousado , a primeira cena é de autofelação, um cara fazendo sexo oral em si mesmo, só que o filme está longe de ser só isso, os personagens são complexos e acionam a engrenagem do filme de maneira eletrizante, como é o caso da terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo.  Uma cena divertida do filme é um trio masculino cantando o hino nacional segurando seus pênis como microfone ! Dei “palas” de rir!!
- Qual foi o último filme que você assistiu?
 Ana Carolina: “Um Conto Chinês” foi o último que vi, porque vi 3 vezes rsrsrs. Ricardo Darín é um dos maiores atores argentinos sem dúvida nenhuma, depois de “O Segredo dos Seus Olhos” e “O Filho da Noiva”não resta nenhuma dúvida. Nos primeiros 5 minutos de filme, ele coloca o público no bolso, domina  a cena, fecha o sentido em si, com uma dedicação que salta aos olhos, um exemplo de ator . O filme gira em torno de “Um Conto Chinês”, onde uma vaca cai do céu, só que o filme é muito mais do que isso, Roberto (personagem de Darín no longa), um homem cheio de manias (como muitos de nós,) destrincha o personagem de uma maneira incrível e nos faz perceber a riqueza das inter-relações.
- Qual o artista (pode ser nacional ou internacional) que você mais gosta dentro do universo do cinema?
Ana Carolina: Eu gosto do Wagner Moura e do Selton Mello.
Ana Carolina se apresenta no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, no próximo dia 23 e 24 de março.
Não deixem de conferir!
Continue lendo... Confira uma entrevista exclusiva com a cantora Ana Carolina

18/03/2012

Crítica do filme - 'A Novela das Oito'

Quem de vocês gosta de novela? No novo trabalho, produzido, escrito e dirigido por Odilon Rocha, “A Novela das Oito”, o universo dos noveleiros é o pano de fundo para a trama. Em uma época em que o país do samba estava aprendendo a dançar a Disco Music, percorremos por algumas histórias, em meio ao cenário político conturbado daquele tempo. 

Na trama, duas mulheres completamente diferentes se envolvem em um assassinato de um policial tendo que fugir desesperadamente para outra cidade. Aos poucos vamos descobrindo que uma delas é uma mulher que teve que se distanciar da família e tem uma história com alguns militantes que são contrários ao governo da época. A partir daí, o longa muda de foco e passamos a conhecer uma nova história, com novos personagens e com direito a dancinhas coreografadas, música alta e globo de luzes girando sem parar. O Brasil da época do filme, final da década de 70 (mais precisamente o ano de 1978), vivia um momento conturbado na sua vida política. Dias também, em que a novela de Gilberto Braga, “Dancin’ Days”, fazia um tremendo sucesso em muitos lares brasileiros. Inclusive, muitos dos personagens do longa, em muitas cenas, param em frente à televisão para conferir essa novela que teve a direção de Daniel Filho.

A história demora muito para pegar e isso faz o espectador se afastar um pouco do objetivo do filme, que é contar a trajetória de Dora (Claudia Ohana), passando por muitas histórias até o seu desfecho. Muita informação é apresentada em muito pouco tempo, deixando tudo muito confuso, são muitas histórias para contar. É o famoso caso da boa idéia (o argumento tem boas questões) que não foi tão bem executada, muito por conta do roteiro.

No elenco vemos rostos famosos do grande público, como: Claudia Ohana, Vanessa Giácomo, Mateus Solano, Alexandre Nero entre outros.

A primeira é o grande destaque, sem dúvida, o ponto alto desse novo filme nacional, bela interpretação da veterana atriz. A segunda, que interpreta uma prostituta viciada em “Dancin’ Days”, usuária assídua de perucas, não está ruim na pele de Amanda o problema é que sua personagem se distancia totalmente da história, deixando de ser essencial à nova trama que vai se moldando.

Mateus Solano interpreta um homem da elite brasileira que mora em Londres e está de passagem no Brasil, quando acaba se apaixonando por outro homem. Executa uma cena de beijo homossexual bem intensa que vai demorar a vermos em uma novela. Alexandre Nero faz o vilão da trama, seu personagem (Brandão) tem o mesmo ar carregado do motorista que interpreta na atual novela das oito. Tem horas que pensamos: baixou o Nicolas Cage no Alexandre! Muito pelas caras estranhas, alucinantes, que o personagem fazia e que o ator americano fica, cada filme que passa, mais conhecido.

O compasso da trilha sonora não segue o compasso do filme, esse aspecto prejudica muito a interação do público com o que está acontecendo em cena.

Você, noveleiro ou não, mesmo com essas palavras acima tem que tirar suas próprias conclusões. Recomendo que veja o filme. Vamos prestigiar o nosso cinema, quem sabe você não curte? Estréia dia 30 de março em algumas salas do Brasil.
Continue lendo... Crítica do filme - 'A Novela das Oito'

17/03/2012

, ,

Crítica do filme - 'Raul: O Começo, o Fim, o Meio'

Em uma época onde o rock era a música que afirmava um poder fictício aos jovens, surgia no cenário mundial aquele que virou uma lenda, um mito, Raul Seixas. Dirigido pelo competente Wálter Carvalho, “Raul: O Começo, o Fim, o Meio”, é um documentário divertido e emocionante que narra a trajetória do eterno maluco beleza da música popular brasileira.

Nesse ótimo documentário fazemos uma viagem na vida profissional e pessoal de Raul. A influência de Elvis Presley, o primeiro grupo (Raulzito e seus Panteras), o disco da virada na carreira (o álbum que tem o clássico “Sociedade Alternativa”), os muitos relacionamentos e depoimentos emocionados preenchem parte das lacunas deixadas pelo ídolo de uma multidão.

O homem que classificava sua própria música de ‘Raul Seixismo’, viveu intensos relacionamentos entre as décadas de 70 e 80. Raul era um pai amoroso que amou muitas mulheres. Via depoimentos, um inclusive via Skype, entendemos um pouco melhor a vida pessoal desse artista. O amor pelo grande ídolo é mostrado em muitos momentos, mais um em especial é marcante, nas enlouquecidas vozes de fãs cantando alguns clássicos em uma comemoração do aniversário do artista.

Entrevistas antológicas são mostradas. Depoimentos memoráveis de Paulo Coelho (grande parceiro de composição de Raul, ensinou exoterismo ao Maluco Beleza e o mesmo o ensinou a fazer letra de música), Nelson Motta, Pedro Bial, Caetano Veloso, Tom Zé, entre outros. Nessa hora percebemos o quão original era esse homem que mudou para sempre a história da nossa música.

Mas nem tudo eram flores na vida de Raul Seixas. As irresponsabilidades começaram a influenciar a carreira, o alcoolismo e as drogas foram caminhos percorridos pelo cantor que já dedicou um show ao cineasta Glauber Rocha.
Por trás dos óculos escuros, uma lenda surgia. Saiba como isso aconteceu. Dia 30 de março nos cinemas de todo o Brasil. 
Continue lendo... Crítica do filme - 'Raul: O Começo, o Fim, o Meio'

16/03/2012

Saiba tudo sobre a coletiva de "Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros" em L.A

Na tarde dessa quinta-feira (15), aconteceu uma coletiva muito animada (via streaming para jornalistas estrangeiros), do novo filme "Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros". Estavam presentes os atores Benjamin Walker, Rufus Sewell, Timur Bekmambetov (o diretor do longa) e o produtor executivo e escritor Seth Grahame-Smith.




O papo foi muito interessante e os presentes responderam a muitas perguntas feitas pelos jornalistas. Os atores falaram um pouco dos seus personagens e sobre
como será a dinâmica dos mesmos na trama, comentaram do livro em que o longa se baseia e sobre o universo dos vampiros. Já o diretor Timur Bekmambetov (que já dirigiu alguns filmes, entre eles "O Procurado") falou sobre a participação de Tim Burton na produção do filme e como foi a ótima experiência de fazer um filme em 3D, além de responder qual foi a cena mais difícil/trabalhosa de fazer - a resposta foi a cena em que Lincoln mata seu inimigo.




O filme "Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros" mostra a vida secreta de um dos maiores presidentes dos Estados Unidos, imaginando Lincoln como o maior caçador da história dos mortos-vivos.
Continue lendo... Saiba tudo sobre a coletiva de "Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros" em L.A

15/03/2012

Crítica do filme - 'Projeto X'

Quem nunca sonhou em dar uma grande festa e chamar todos os conhecidos da escola/faculdade e por essa ser lembrado por onde passa?  No filme que estréia em nossos cinemas no dia 16 de março, “Projeto X”, três amigos exageram na dose e realizam uma grande comemoração recheada de confusões. Com direito a pula-pulas, bebidas, cachorros voadores, um gnomo mal educado, peitos despidos na piscina e muita azaração, o longa do diretor Nima Nourizadeh promete levar mentes curiosas aos cinemas.

Nessa noite freneticamente doida, regada a muito líquido alcoólico, tem momentos muito engraçados e outros nem tanto, comum nos filmes do gênero. A inabilidade/imaturidade juvenil é mostrada do começo ao fim. A câmera incomoda um pouco mas nada que prejudique a diversão do espectador, em pouco mais de uma hora e vinte de fita.

O caos é instaurado. É tanta loucura, explosão e lança-chamas que nos sentimos em um dos filmes do Michael Bay. Na trama, um grupo de amigos (não muito populares) resolvem dar uma festa de arromba, pensando que não apareceriam muitas pessoas, e documentar tudo através da câmera de Dax (um personagem que mal aparece na história, por estar filmando o que ocorria). Quando param para perceber, ao lado de quase 2.000 pessoas, a badalação toma proporções desesperantes, descontroladas e porque não dizer muito cômicas.  

Muitos, após conferirem esse, farão analogias com “American Pie” e “Se Beber, não Case”, porém, se analisarmos o quesito conseqüência, perceberemos que essa fita, que conta com o roteiro de Michael Bacall e Matt Drake, pelos menos apresenta uma tríade da realidade: planejamento, ação e conseqüência.
Não deixem de conferir esse filme! Diversão na telona!
Continue lendo... Crítica do filme - 'Projeto X'

14/03/2012

Elenco de 'Heleno' em coletiva no RJ

Na tarde da última segunda-feira, 11 de março, aconteceu no Rio de Janeiro a coletiva de imprensa do filme “Heleno”, novo trabalho de José Henrique Fonseca, que tem no elenco Rodrigo Santoro, Alinne Morais e a atriz colombiana Angie Cepeda.  Ao longo de aproximadamente 50 minutos, conhecemos um pouco desse novo projeto do nosso cinema e entendemos melhor como foi feita a composição dos personagens, a pesquisa para o filme, o uso do Preto e Branco entre outros tópicos respondidos com muita simpatia pelos entrevistados.

Rodrigo Santoro, o protagonista da trama (André Romano / Infoco News)


Abaixo o que de melhor aconteceu nessa conversa com os jornalistas.


- Porque fazer um filme sobre Heleno de Freitas?

José Henrique Fonseca: Porque é um personagem excelente, carismático uma vida cheia de drama. Já escutava falar dele quando eu era pequeno, era um ícone aqui de Copacabana. Uma vida cheia de intensidade, daria e deu um filme muito bom.


-Como foi a preparação para viver o protagonista?

Rodrigo Santoro: A preparação foi um processo longo, começou desde o primeiro dia quando começamos a falar sobre o personagem. O protagonista da trama é um mito. Conhecemos o Heleno através de biografias, histórias e aos poucos fomos tentando entender como era o homem por trás dos problemas e das histórias. Praticamente o que eu fiz foi trabalhar com o Sergio Penna, preparador do nosso elenco, fiz aulas de fundamentos do futebol com o Claudio Adão durante mais ou menos dois meses, praia e campo, mesmo não se tratando de um filme de futebol mas é a história de vida de um jogador de futebol, assim eu achei importante entender o processo de treinamento profissional e depois disso muita pesquisa, conversamos muito.


- Você conhecia a história de Heleno de Freitas?

Rodrigo Santoro: O nome só. Eu não tinha certeza que ele era um jogador do botafogo, eu não sabia . Umas das coisas que eu achei interessante em fazer o filme, vem do fato, que a minha geração não conhece o Heleno, um personagem extremamente importante, patrimônio do futebol brasileiro que foi esquecido lá nos anos 40. É uma grande história, também uma grande razão para fazer esse filme era contar essa história para minha geração, para os mais novos, para os que nunca ouviram falar. É uma história muito interessante.



- Quem é o Heleno para você? (Pergunta feita para Rodrigo Santoro)

Rodrigo Santoro: Nossa...seu eu soubesse?! Eu prefiro não definir, acho difícil definir as pessoas, acho que nós não somos uma equação, não dá pra dizer: ‘o heleno é assim...’  Ele tinha muitos adjetivos, era um cara complexo, eu sempre tive essa dificuldade de definir o Heleno. Eu nunca busquei defini-lo, eu sempre procurei encontrar a humanidade dele, quem foi na sua essência. Ele era um grande jogador de futebol, um homem movido pela paixão e sua grande paixão na vida era o futebol, ele abdicou de uma vida de luxo, a família era muito rica, ele era advogado formado e abdicou de tudo para viver da sua paixão, o futebol. Acho que ele foi esse homem que buscou seu melhor sempre e acabou tendo um final trágico.


- Como surgiu o projeto do filme?

José Henrique Fonseca:  O produtor Rodrigo Teixeira que me apresentou o projeto, li um pouco o livro do Marcos, já conhecia o Heleno porque eu sempre fui fissurado em futebol e nas historias dele. Assim que eu li, eu liguei pro Rodrigo (Santoro), não só porque ele é um excelente ator, um dos melhores atores do Brasil, mas porque ele caia perfeitamente no papel ele é muito parecido com o Heleno, aí eu disse: “Só faço o filme se você fizer”. Aí a gente marcou uma reunião e o filme saiu daí. Não tem um outro jogador de futebol no Brasil que tenha uma história tão interessante, nem o Garrincha, que também teve uma história trágica como o Heleno, mas o Heleno é mais complexo.


- Porque o filme é em Preto e Branco?

José Henrique Fonseca: Eu vou começar por um sonho meu de cineasta, eu sonho em fazer cinema desde os 12 anos de idade, e a minha formação são os filmes preto e branco, seja do Bergman, ou europeus, ou americanos, acho que isso é um fetiche de qualquer cineasta: fazer um filme P&B! Mas isso não tem nada haver com esse longa, essa história específica foi baseada nos anos 40, trazer o preto e branco é a fantasia. A cor é a realidade, uma coisa real e o preto e branco a fantasia. Então é isso, um jeito de trazer essa fantasia/história que a gente criou, o melhor veículo para isso é o preto e branco. 


- Como foi o processo de criação da personagem? (Pergunta feita para Alinne Morais)

Alinne Morais: Bom, a gente trabalhou com o Sergio Penna. Como o Zé (diretor) e o Rodrigo já estavam a muitos anos no processo do trabalho eu ouvi muito ambos. Eu me entreguei, tava ali disposta a tudo e até mesmo as coisas que acontecessem na hora, as surpresas e tudo mais, estava todo mundo 100%. Tivemos 2 meses de preparação e pesquisas, foi tempo suficiente para entrar nesse universo. Eu acho que a Silvia (sua personagem na trama) se apaixona num primeiro momento pelo Heleno e admira muito, acredita muito nos dois. É uma grande mulher, forte, bonita de se ver.


- O diretor fala sobre a personagem estrangeira da trama, Diamantina interpretado pela atriz colombiana Angie Cepeda.

José Henrique Fonseca : Na verdade era um personagem ficcional. No Copacabana Palace tinha umas temporadas em que vinham cantoras nacionais e às vezes de fora se apresentar, o Heleno namorou várias divas de rádios mas não namorou aquela específica, Diamantina.


- Foi fácil fazer o filme?

José Henrique Fonseca : Foi difícil, um filme caro, um filme preto e branco. Foi difícil pra caramba, assim, especificamente entre nós aqui: o Rodrigo, o produtor, foi um investimento pessoal mesmo que a gente fez para o filme acontecer. Não é aparentemente um longa fácil para mercado, quer dizer, vai ser esse, a gente espera, a gente acredita.  Nós acreditamos que o cinema tem que ser plural, não adianta ter só comédia ou filme de ação, uma cinematografia para ser completa precisa de filmes como “Heleno”, a gente investiu e acreditou nisso. Fizemos um filme com uma qualidade incrível com uma equipe de ponta do mercado nacional, compra de músicas que vai de Billy Holiday até outros grandes nomes.  
Rodrigo Santoro: E com a ajuda fundamental de Eike Batista, acho importante dizer isso.


- Na cena do armário, que cai em cima do personagem de Santoro, como foi filmado? Foi planejado o armário cair?

 Rodrigo Santoro: Foi um armário que a gente trouxe de Massachusetts (risos). Eu gosto de checar todo o cenário antes, eu vi tudo que era possível aonde eu poderia ir, o que eu poderia usar e eu não imaginava, nem planejava, que o armário ia cair. Não foi planejado, o armário não sabia o que ia acontecer (risos). Eu também tomei um susto quando o armário caiu, mas a gente está no calor da cena.


Elenco e diretor na coletiva dessa segunda-feira (12)

Gols, cinturinhas e cadillacs. Você não pode perder essa história do homem que raramente tirava o cigarro da boca (geralmente cigarros duplos) que, mesmo assim, encontrava fôlego e levava multidões aos estádios. Dia 30 de março em muitas salas de cinema por todo o Brasil. Vamos prestigiar nosso cinema que está a cada dia mais interessante! 
Continue lendo... Elenco de 'Heleno' em coletiva no RJ

13/03/2012

Crítica do filme - 'Heleno'

'Heleno' (Créditos: Daniel Behr - Divulgação)

O novo trabalho do diretor José Henrique Fonseca conta a trajetória (para muitos desconhecida) de um polêmico jogador de futebol do passado, um craque que marcou uma época, do tempo em que boleiros usavam grandes cordões de ouro por baixo dos mantos sagrados que vestiam, assim surgira Heleno. Com um roteiro um pouco confuso mas com uma ótima atuação de Rodrigo Santoro, que dá vida ao polêmico esportista, “Heleno” já pode ser considerado um dos melhores filmes nacionais do ano.

O longa mostra um pouco da história do craque do Botafogo, Heleno de Freitas. Um esportista mulherengo e metido que vivia intensamente dentro e fora dos gramados. Viveu um triângulo amoroso com duas belas jovens e, de tão intenso as duas relações, não conseguimos definir quem ele mais amava: ele mesmo ou as mulheres de sua vida. Dinheiro, brigas, mulheres, glamour e uma personalidade muito forte compuseram a fórmula explosiva que o levou a um desfecho infeliz.
Fica muito bonito na tela o Rio de Janeiro em Preto e Branco, sim o filme é todo em P & B! A decisão corajosa do diretor não poderia ter sido mais certeira. As idas e vindas ao passado e presente do jogador ajudam a contar essa história, porém, em algumas partes confundem um pouco o espectador, mas não é algo tão maçante e pode ser facilmente superado pelo olhar atento cinéfilo.  

É um dos melhores trabalhos de Rodrigo Santoro no cinema. Domina o excêntrico personagem do início ao fim da trama. Por trás dos óculos escuros (acessório muito utilizado pelo protagonista) vemos o grande trabalho corporal que o experiente ator brasileiro teve. Comove o público, já na parte de decadência de seu personagem, mostrando o final de vida triste daquele homem que um dia foi considerado um dos melhores jogadores de futebol do Brasil.

Alinne Morais com sua voz marcante faz Silvia uma das grandes paixões da vida de Heleno. Uma interpretação muito interessante da bela atriz, merece elogios. A sensual atriz colombiana Angie Cepeda interpreta uma cantora que acaba sendo uma das partes do conturbado triângulo amoroso que mostra a trama. Tem cenas picantes, muito bem filmadas, com o personagem de Santoro, que foi um dos primeiros jogadores a dar uma entrevista na rádio.

Gols, cinturinhas e cadillacs. Você não pode perder essa história do homem que raramente tirava o cigarro da boca (geralmente cigarros duplos) que, mesmo assim, encontrava fôlego e levava multidões aos estádios. Dia 30 de março em muitas salas de cinema por todo o Brasil.
Continue lendo... Crítica do filme - 'Heleno'

12/03/2012

,

Top 5 – Melhores e Piores: Keanu Reeves, o libanês 'escolhido' que já brigou com produtores por conta de uma peruca

Keanu Charles Reeves nasceu em Beirute, no Líbano, filho de uma futura figurinista (na época em que conheceu o pai de Keanu ela era dançarina) e um geólogo. A mãe de Reeves estava trabalhando em Beirute, quando ela conheceu o pai, que abandonou a esposa e a família, quando Reeves tinha três anos e atualmente não tem qualquer relação com ele. Quando criança o futuro astro do cinema foi diagnosticado com dislexia. Reeves se mudou para muitos lugares e morou com vários padrastos. Certa vez, a mãe de Keanu, levou a família para a Austrália e depois para Nova York, lá sua mãe casou novamente e a família foi morar em Toronto.

Durante o Ensino médio ele fora um goleiro de Hockey muito promissor, em uma de suas escolas de ensino médio que frequentou. Keanu Reeves sonhava em se tornar um jogador de hóquei e disputar as olimpíadas pela seleção do Canadá mas uma lesão acabou com suas esperanças de uma carreira no esporte. Logo após, freqüentou a Escola de Artes de Toronto mas foi expulso antes de terminar o curso.

Chegou em Hollywood em meados da década de 80, com muito pouco dinheiro no bolso, para tentar a vida como ator. Nesse mesmo ano, conseguiu o papel de um jovem em um filme de médio porte e algum tempo depois, surgiu uma grande oportunidade em um filme que estaria entre seus maiores sucessos "Bill e Ted" (que deve ter novo filme muito em breve). A partir desse sucesso relâmpago nunca mais fugiu de produções voltadas à cinema, assim, teve chances de trabalhar com ótimos diretores, como: Bernardo Bertolucci, Francis Ford Coppola, Gus Van Sant e Kenneth Branagh.

Keanu Reeves, que teve a  carreira marcada pela trilogia "Matrix", tem muitas histórias peculiares. Entre elas uma dos bastidores do filme "Velocidade Máxima". A produção do longa em questão, o queriam com o mesmo cabelo que ele tava no filme "Caçadores de Emoção", mas no início das filmagens apareceu com a cabeça quase rapada. A alegação de Keanu é que não haviam policiais da SWAT com cabelos compridos. A produção então, tentando consertar o impasse, pediu para ele colocar uma peruca, acessórios que ele não colocou de jeito nenhum. Outra história, é a de que Keanu abriu mão de parte do seu salário no filme "Virando o Jogo" para que Gene Hackman pudesse fazer parte do elenco. Santa generosidade!

Abaixo analisaremos os cinco melhores e os cinco piores trabalhos desse peculiar ator de 47 anos, extremamente reservado e que em nada se parece com um astro de cinema. Serei muito breve nos comentários dos filmes – assim, o artigo não fica muito grande e ninguém usa a desculpa de que ficou com preguiça de ler (rs). Ainda assim, peço desculpas desde já.



Os 5 Melhores de Keanu Reeves
Velocidade Máxima - Garotos de Programa - Caçadores de Emoção - O Advogado do Diabo - Matrix


5+ “Velocidade Máxima” (Speed, 1994) de Jan de Bont
Um dos filmes mais conhecidos do público brasileiro, protagonizado pelo Keanu Reeves. Nessa trama de ação muito bem dirigida por Jan de Bont, Reeves assume o papel de um agente da polícia que precisa deter um perigoso terrorista, interpretado pelo ótimo Dennis Hooper. 

4+ “O Advogado do Diabo” (The Devil's Advocate, 1997) de Taylor Hackford
Nesse longa, com um elenco muito interessante ao seu lado (Al Pacino, Charlize Theron, Connie Nielsen...), Reeves interpreta um advogado vitorioso que ao se mudar para Nova York começa a ser perturbado por aparições inesperadas. Um filme que muita gente ama, ou odeia.

3+ “Matrix” (Matrix, 1999) de Andy Wachowski, Larry Wachowski
Um dos maiores sucesso do 'cinema nerd', dirigido por Andy Wachowski e Larry Wachowski, "Matrix" é um grande marco na história do cinema e automaticamente da carreira de Keanu Reeves, que faz o protagonista Neo. Um longa que, quando é compreendido é a amado pelo espectador. Uma experiência bastante interessante que ficou muito legal visto nas telonas.

2+ “Caçadores de Emoção” (Point Break, 1991) de Kathryn Bigelow
Um daqueles filme spara ficar marcado na memória dos cinéfilos com cenas muito interessante e com um desfecho espetacular. Na trama, Keanu Reeves faz um novato agente da polícia que trabalha em uma operação, disfarçado, para tentar prender perigosos assaltantes mascarados de bancos. O trio: Bigelow, Swayze e Reeves mandam muito bem.

 1+ “Garotos de Programa” (My Own Private Idaho, 1991) de Gus Van Sant
Talvez o melhor filme da carreira de Reeves, onde trabalhou ao lado do amigo River Phoenix . Nessa produção ele teve a chance de trabalhar com um dos mais conhecidos diretores de todos os tempos, Gus Van Sant. Na trama vemos dois jovens garotos de programa que ganham a vida nas ruas.


Os 5 Piores de Keanu Reeves
A Casa do Lago - O Dia em Que a Terra Parou - A Ocasião Faz o Ladrão - O Observador - Reação em Cadeia
5- “Reação em Cadeia” (Chain Reaction, 1996) de Andrew Davis
Deveria se chamar "Reação nas cadeiras". Impressionante como esse filme consegue ser chato e maçante ao mesmo tempo.

4- “O Observador” (The Watcher, 2000) de Joe Charbanic
Reza à lenda que Keanu Reeves nem ia fazer esse filme e que por uma situação peculiar (uma troca de assinaturas) acabou entrando na produção. Realmente ele não tava com a mínima vontade de realizar esse projeto sonolento.

3- “A Ocasião Faz o Ladrão” (Henry's Crime, 2010) de Malcolm Venville
Um dos últimos filmes que quem vos escreve viu de Reeves. Filme com grande potencial mas que se perde na não expressão do personagem de Keanu. Talvez o pior filme da carreira da excelente Vera Farmiga.

2- “A Casa do Lago” (The Lake House, 2006) de Alejandro Agresti
Sandra Bullock e Keanu Reeves já tinham feito um trabalho interessante em "Velocidade Máxima" mas infelizmente não conseguem desempenhar nada daquela harmonia nesse filme pra lá de brega. O longa dirigido por Alejandro Agresti é um remake muito mal feito de um filme oriental muito bom.

1- “O Dia em Que a Terra Parou” (The Day the Earth Stood Still, 2008) de Scott Derrickson
Você acaba a sessão desse longa dizendo: Porque esse filme demorou tanto? Tudo é muito esquisito na fita. Atuações, direção, roteiro pra lá de capenga...Realmente, após esse filme, estamos mais próximos do fim do mundo.


Menção Honrosa/Horrorosa: Keanu Reeves participou do interessante filme de Mike Mills, “Impulsividade” e do excelente “A Vida Íntima de Pipa Lee”, de Rebecca Miller.


Atualmente Keanu Reeves está atuando e dirigindo(sua primeira experiência como diretor) o filme "Man of Tai Chi" que deve ser lançado mundialmente em 2013.

Continue lendo... Top 5 – Melhores e Piores: Keanu Reeves, o libanês 'escolhido' que já brigou com produtores por conta de uma peruca