'...A inteligência de uma viagem ultrareal da Próstata assimétrica...'
Baseado em um livro de Don DeLillo, chega aos cinemas no próximo 7 de setembro o novo filme do cineasta canadense David Cronenberg, "Cosmópolis". Metáforas e mais metáforas em diálogos profundos e deveras inteligentes marcam o longa que é estrelado pelo vampiro (de outros filmes terríveis) Robert Pattinson. Falando sobre o tempo e os avanços da tecnologia, em suas elucubrações sobre o destino da sociedade, Cronenberg cria uma fita feita para ser atemporal. Pela profundidade de seus ótimos personagens, o filme pode gerar desconforto ao espectador por conta da variedade de informações a cada minuto.
Baseado em um livro de Don DeLillo, chega aos cinemas no próximo 7 de setembro o novo filme do cineasta canadense David Cronenberg, "Cosmópolis". Metáforas e mais metáforas em diálogos profundos e deveras inteligentes marcam o longa que é estrelado pelo vampiro (de outros filmes terríveis) Robert Pattinson. Falando sobre o tempo e os avanços da tecnologia, em suas elucubrações sobre o destino da sociedade, Cronenberg cria uma fita feita para ser atemporal. Pela profundidade de seus ótimos personagens, o filme pode gerar desconforto ao espectador por conta da variedade de informações a cada minuto.
Na trama, conhecemos Eric Packer (Robert Pattinson) que faz uma viagem de
descobertas perigosas, a bordo de uma limusine, para conseguir um corte de
cabelo - ter ameaças contra sua vida traz ao personagem a sensação de liberdade.
Seguindo rumo a seu objetivo, encontra os mais excêntricos e brilhantes
personagens que, de certa forma, contribuem para que mudanças ocorram no seu
entendimento sobre a vida e a sociedade.
Com muitas personalidades e uma
alta profundidade nos diálogos, este é um longa para quem gosta e entende o
cinema de Cronenberg. A história gira em torno do supracitado personagem
principal: um bilionário, inconsequente, que gosta de números e ‘ama’ muitas
mulheres nessa sua caminhada. Para dar vida a tal excentricidade, qualquer ator
poderia ter sido escolhido. Pattinson se esforça, mas quem comanda o show é o
veterano diretor David Cronenberg.
Mesmo que você goste e entenda as
ideias originais do cineasta, alguns diálogos dificultam o entendimento da trama,
às vezes mais difícil que definir a extensão do número PI (destaca-se a alma
matemática deste roteiro). Rumores são gerados para definir as conclusões de
ações e seus impactos. São conversas profundas, difíceis de digerir; se faz
necessária muito atenção a cada detalhe. Uma dica, se você se sentir perdido
pense: o impacto da tecnologia é destrutivo, esse é o cenário!
Síndromes x Complexos. Esse
combate, proposto brilhantemente já no desfecho da trama, leva o público a
entender melhor o protagonista, de ‘próstata assimétrica’, e o mundo de
desespero em que os outros vivem, não ele. Sua debochada alienação à realidade faz
nascer importante revolta dentro do mesmo, trazendo-lhe um espírito de
liberdade totalmente inconsequente.
Tecnicamente excelente, “Cosmópolis” receberá muitas críticas
negativas, mas sem dúvidas é um dos
grandes trabalhos desse visionário diretor canadense.