Depois do ótimo longa Os Falsários, o cineasta austríaco
Stefan Ruzowitzky chega aos cinemas brasileiros apostando no suspense A
Fuga. Protagonizado por Eric Bana (Hanna) e Olivia Wilde (As
Palavras), o filme é uma verdadeira confusão. Nada se encaixa, tudo se
repete. É tanto clichê que o público começa a fazer analogias com outras produções,
nada é original. Há muitos personagens para pouca história. Os problemas são
inúmeros: atuações ruins, personagens mal escritos e uma trama que se perde
entre as muitas histórias que são apresentadas em 95 minutos de projeção.
Rodado no Canadá e estimado em U$$ 12 Milhões de Dólares, o
suspense segue dois irmãos (Bana e Wilde) que sempre cuidaram um do outro em diversos
golpes por diferentes cidades. Até que um dia, na sequência de um assalto mal
sucedido a um cassino, os dois se separam e vão parar em uma cidade gelada. O
irmão, indo pelo caminho mais complicado atravessa impiedosamente a todos que
vê pelo caminho, já a irmã se apaixona no meio da estrada por um jovem que
acabou de sair da prisão. O reencontro improvável entre ambos vai ocorrer
durante a celebração de uma família no meio da comemoração do Dia de Ação de
Graças.
O roteiro é o grande problema deste filme. É muito difícil
amarrar um roteiro com tantas histórias paralelas. Irmãos unidos pelo crime e
desunidos pelas características distintas que possuem. Paralelo a isso vemos um
ex-boxeador que acaba de sair da prisão e tem que conviver com o desdém do seu
pai. Uma terceira história, a de uma jovem policial que acaba de passar na
prova do FBI acaba aparecendo, trocando o foco da premissa, deixando a história
cada vez mais confusa aos olhos do público.
As subtramas são muito mal aproveitadas. O desenvolvimento
de um dos personagens, o homem da esquerda mortal, o ex-boxeador é muito mal
explorada. A história de amor que nasce, de repente, é muito acelerada, em uma
sequência estão se conhecendo, 5 minutos depois já viraram almas gêmeas. Uma
perseguição é instaurada pelo irmão de 9 dedos mas os envolvidos não tem um objetivo
específico levando-os a um acaso que só em filmes mesmo para existir.
Com tantos pontos negativos levantados, não precisa nem de
nota. Se é para dormir na cadeira do cinema, melhor fazer isso no conforto de
nossa casa.