12/03/2013

Crítica do filme 'A Fuga'


Depois do ótimo longa Os Falsários, o cineasta austríaco Stefan Ruzowitzky chega aos cinemas brasileiros apostando no suspense A Fuga. Protagonizado por Eric Bana (Hanna) e Olivia Wilde (As Palavras), o filme é uma verdadeira confusão. Nada se encaixa, tudo se repete. É tanto clichê que o público começa a fazer analogias com outras produções, nada é original. Há muitos personagens para pouca história. Os problemas são inúmeros: atuações ruins, personagens mal escritos e uma trama que se perde entre as muitas histórias que são apresentadas em 95 minutos de projeção.

Rodado no Canadá e estimado em U$$ 12 Milhões de Dólares, o suspense segue dois irmãos (Bana e Wilde) que sempre cuidaram um do outro em diversos golpes por diferentes cidades. Até que um dia, na sequência de um assalto mal sucedido a um cassino, os dois se separam e vão parar em uma cidade gelada. O irmão, indo pelo caminho mais complicado atravessa impiedosamente a todos que vê pelo caminho, já a irmã se apaixona no meio da estrada por um jovem que acabou de sair da prisão. O reencontro improvável entre ambos vai ocorrer durante a celebração de uma família no meio da comemoração do Dia de Ação de Graças.

O roteiro é o grande problema deste filme. É muito difícil amarrar um roteiro com tantas histórias paralelas. Irmãos unidos pelo crime e desunidos pelas características distintas que possuem. Paralelo a isso vemos um ex-boxeador que acaba de sair da prisão e tem que conviver com o desdém do seu pai. Uma terceira história, a de uma jovem policial que acaba de passar na prova do FBI acaba aparecendo, trocando o foco da premissa, deixando a história cada vez mais confusa aos olhos do público.

As subtramas são muito mal aproveitadas. O desenvolvimento de um dos personagens, o homem da esquerda mortal, o ex-boxeador é muito mal explorada. A história de amor que nasce, de repente, é muito acelerada, em uma sequência estão se conhecendo, 5 minutos depois já viraram almas gêmeas. Uma perseguição é instaurada pelo irmão de 9 dedos  mas os envolvidos não tem um objetivo específico levando-os a um acaso que só em filmes mesmo para existir.

Com tantos pontos negativos levantados, não precisa nem de nota. Se é para dormir na cadeira do cinema, melhor fazer isso no conforto de nossa casa.