Com uma abertura no melhor estilo Detona Ralph, o novo
filme do cineasta Maurício Farias (Verônica) chega aos cinemas tentando
convencer o público de que possui um diferencial em relação a outras comédias
lançadas recentemente. Filmado em Campinas (SP), Vai que Dá Certo é a
junção de sketches transformada em um longa metragem, onde, flatulências e
piadas sem graça ganham espaço, tornando a história previsível e boba.
Na trama somos apresentados a um grupo de amigos que estão
passando por sérias dificuldades financeiras. Certo dia, após uma oportunidade
bater a porta, resolvem bolar um plano para roubar um carro forte. Demonstrando
total inexperiência e arranjando confusão a todo instante o grupo de amigos
terá que achar uma solução para todos os problemas que se multiplicam a cada
cena.
Os personagens são completamente estereotipados. O que acaba
ocasionando um exagero na maneira de passar essa peculiaridade ao público. É
tudo muito exagerado onde uns personagens acabam brilhando bem mais que outros.
Os coadjuvantes praticamente não existem, não ajudam de maneira alguma a dar
algum tipo de qualidade na interação entre o que acontece em tela e o público. Gregório
Duvivier (Não se Preocupe, nada vai dar certo) é o melhor em cena. Seu
personagem, extremamente imaturo, rende boas risadas com seu leque de analogias
entre o mundo dos desenhos com os dos filmes. Discussões sobre a boemia do
Batman e o histórico de mulherengo de James Bond estão entre os melhores
diálogos do filme.
O filme tem partes engraçadas mas novamente, como em outras
produções recentes do gênero, cai na mesmice não conseguindo transmitir nenhum
diferencial. Sequestradores com Ak-47, roupas de seriados americanos dos anos
90, simulações de danças em Pole Dance, os artistas fazem de tudo um pouco para
tentar agradar o público. Parece um show de Stand
Up Comedy, cada um tem seu minuto e juntos tentam compor uma história de
quase 90 minutos. O roteiro praticamente não existe, o que sustenta o
espectador em sua poltrona são algumas boas sequências de palhaçadas, fruto da
experiência de alguns dos atores no teatro.
Cervejinha, futebol e muito piada. Para tentar conquistar o
público essas são as armas usadas. Vai que dá certo...