16/02/2014

Crítica do filme: 'Caçadores de Obras-Primas'



Será que existe algum dilema entre a vida humana e uma obra de arte? O novo trabalho do polivalente George Clooney fala sobre o universo peculiar de Rembrandt, Picasso e Renoir, com um adicional cenário do conflito mundial que mais matou gente neste planeta. Caçadores de Obras-Primas é uma espécie de Onze homens e um Segredo misturado com qualquer filminho chatinho desses que fazem sátiras da Segunda grande guerra. Muito pouco para convencer o público que ficará incomodado com personagens engessados e uma trama sem ritmo nenhum.

Nesse blockbuster, acompanhamos um grupo de especialistas em obras de arte que são recrutados como soldados, já no final da segunda guerra mundial, para salvar peças de arte históricas que estavam sob o domínio dos nazistas. Percorrendo a Europa de cabo a rabo, enfrentam difíceis obstáculos com um certo, e esquisito, bom humor, sempre liderados pelo sargento Frank Stokes (George Clooney).

O filme aborda a questão central que é a de se arriscar em meio a um conflito extremamente perigoso para salvar um objeto. Pena que o roteiro não se aprofunda nisso, nem vemos qualquer emoção ou carisma nos personagens, deixando essa discussão sem fundamento. Só resta a nós meros mortais escutarmos mais de cinco vezes a mesma pergunta: “Uma vida vale mais que uma obra de arte?”. Uma chatice que só assistindo para sentir. A vontade que temos é perguntar: “Quanto vale o ingresso desse filme mesmo?”.

Personagens travados são vistos o tempo todo. Fala de desenvolvimento cênico torna qualquer diálogo, qualquer sequência uma experiência superficial. John Goodman, o grande Bill Murray, o apagado Matt Damon, a linda Blanchett e o diretor/ator George Clooney, e os demais, sem exceção, são intérpretes de personagens sem um pingo de emoção. Esse fato é o mais alarmante dessa produção que tinha grande potencial caso houvesse algum tipo de entrosamento entre os papéis em cena. 

Caçadores de Obras-Primas marca a pior direção da carreira vitoriosa do ex- E.R George Clooney. O roteiro assinado pelo diretor e por Grant Heslov (Tudo pelo Poder), baseado na obra homônima de Robert M. Edsel  e Bret Witter, é sonolento, tornando o filme uma ótima opção para quem sofre de insônia. Com tantas estrelas de Hollywood competentes reunidas era obrigatório o filme ter no mínimo bons momentos mas a constelação insiste em ficar apagada durante intermináveis 118 minutos de projeção.