A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as
alegrias da família. Depois de abandonar as atuações e se dedicar praticamente
em tempo integral às direções, o francês Guillaume Canet chega aos cinemas com
um filme de ação com uma excelente construção, fruto do bom trabalho do roteiro
que o mesmo assim em parceria com o craque James Gray, onde os ótimos Clive
Owen e Billy Crudup se revezam como protagonistas da história. Blood Ties
possui subtramas envolventes mas que só funcionam de fato por conta das ótimas
atuações do elenco. Cada qual com sua personagem, ajudam a contar essa
explosiva e envolvente história.
Na trama, acompanhamos a história de dois irmãos que estão
em lados opostos da lei. Após a saída da prisão, Chris (Clive Owen) insiste em
ser feliz longe do crime, procurando ser um cara mais correto. Já Frank (Billy
Crudup), é um policial esquentado que abandonou um grande amor no passado e não
tem um bom relacionamento com seu irmão mais velho. A vida de ambos muda
radicalmente quando, no mesmo período, um dos irmãos volta a ser um bandido
perigoso e o outro é caçado por um outro ex-prisioneiro.
O roteiro não é nada muito diferente do que já vimos em
outros filmes do gênero. Um fato que se diferencia das outras fitas é a direção
detalhista do francês Guillaume Canet. O cineasta da terra do perfume, marido
de Marion Cotillard, é inteligente, principalmente sob o ponto de vista das
relações familiares que contornam as histórias. Assim, consegue captar toda a
essência e sentimentos fervorosos da trama sob as ações dos personagens.
O filme entra em um ritmo acelerado do meio para frente. Essa,
é uma daquelas fitas que o cinéfilo precisa ter certa paciência pois a
apresentação lenta dos personagens se torna extremamente necessária para
entendermos certas ações dos mesmos ao longo do longa-metragem. Os personagens
principais chegam ao mesmo tempo no clímax das conseqüências das ações
cometidas. Nesse momento, fica mais evidente que a história na verdade é sobre o
relacionamento de toda uma família marcada por traumas violentos e terríveis.
Lembram dos tiroteios e cenas tensas de violência à sangue
frio do filme francês Inimigo Público Nº 1 – Instinto de Morte (protagonizado
pelo sempre excelente Vincent Cassell)? A construção da maioria das cenas de
ação de Blood Ties (ainda sem
tradução para o português) são nesses moldes. É uma junção de Os Donos da Noite com pitadas pequenas
de Fogo contra Fogo. Claro,
guardadas suas devidas comparações. Pra quem curte filmes de ação, é um prato
cheio!