A letra da canção é o que pensamos entender, mas o que faz
com que acreditemos, ou não, é a melodia, do dia a dia. Após uma série de
curtas, a jovem cineasta Kate Barker-Froyland dirige e assina o roteiro de uma
história protagonizada por uma das grandes revelações do cinema da última
década, que fala sobre amor, música e a intensa vontade de buscar fazer o bem a
alguém. Song One, ainda sem tradução
para o português, tenta fugir dos clichês de forma admirável, principalmente
com seu desfecho aberto que deixará o público imaginando mil e uma opções de
final.
Na trama, conhecemos a doutoranda em Antropologia, Franny (Anne
Hathaway), uma jovem solitária que roda o mundo fazendo suas pesquisas. Certo
dia, recebe um telefonema de sua mãe dizendo que seu único irmão sofrera um
grave acidente e está em coma. Assim, pega o primeiro avião para casa e passar
a tentar conhecer melhor a vida desse irmão que se tornara distante. Após andar
de um lugar a outro que o irmão frequentava, o destino coloca em sua frente James
Forester (interpretado pelo artista sul-africano Johnny Flynn), um famoso
cantor indie, ídolo de seu irmão.
A indomável e valente irmã tenta recriar todos os passos e
gostos do irmão, lutando contra a dor que sente no momento. Seus lugares
preferidos, suas músicas inesquecíveis, é uma grande busca e descoberta para
nunca deixar de esquecer o irmão. Anne Hathaway parace que assumiu de vez o
posto de sorriso mais impactante do cinema desses tempos, posto que era de
Julia Roberts nos anos 90. Impressiona a profundidade que leva sua sofrida
personagem. O público é refém da atuação dessa ótima atriz, não conseguimos tirar
os olhos de sua personagem.
Um outro destaque deste ótimo filme é a trilha sonora
invejável, navega pelas sequências em impressionante harmonia com o que vemos
em cena. Entre grandes composições ao som de guitarras, violões, acordeões e
violinos, vale a lembrança da passagem, muito bonita por sinal, onde ouvimos ‘leãozinho’
do Caetano Veloso sendo interpretado por um músico local.
Sem previsão de estreia ainda no Brasil, Song One é um daqueles trabalhos
simples mas que tocam demais nossos corações.