03/02/2015

Crítica do filme: 'Song One'

A letra da canção é o que pensamos entender, mas o que faz com que acreditemos, ou não, é a melodia, do dia a dia. Após uma série de curtas, a jovem cineasta Kate Barker-Froyland dirige e assina o roteiro de uma história protagonizada por uma das grandes revelações do cinema da última década, que fala sobre amor, música e a intensa vontade de buscar fazer o bem a alguém. Song One, ainda sem tradução para o português, tenta fugir dos clichês de forma admirável, principalmente com seu desfecho aberto que deixará o público imaginando mil e uma opções de final.

Na trama, conhecemos a doutoranda em Antropologia, Franny (Anne Hathaway), uma jovem solitária que roda o mundo fazendo suas pesquisas. Certo dia, recebe um telefonema de sua mãe dizendo que seu único irmão sofrera um grave acidente e está em coma. Assim, pega o primeiro avião para casa e passar a tentar conhecer melhor a vida desse irmão que se tornara distante. Após andar de um lugar a outro que o irmão frequentava, o destino coloca em sua frente James Forester (interpretado pelo artista sul-africano Johnny Flynn), um famoso cantor indie, ídolo de seu irmão.

A indomável e valente irmã tenta recriar todos os passos e gostos do irmão, lutando contra a dor que sente no momento. Seus lugares preferidos, suas músicas inesquecíveis, é uma grande busca e descoberta para nunca deixar de esquecer o irmão. Anne Hathaway parace que assumiu de vez o posto de sorriso mais impactante do cinema desses tempos, posto que era de Julia Roberts nos anos 90. Impressiona a profundidade que leva sua sofrida personagem. O público é refém da atuação dessa ótima atriz, não conseguimos tirar os olhos de sua personagem.

Um outro destaque deste ótimo filme é a trilha sonora invejável, navega pelas sequências em impressionante harmonia com o que vemos em cena. Entre grandes composições ao som de guitarras, violões, acordeões e violinos, vale a lembrança da passagem, muito bonita por sinal, onde ouvimos ‘leãozinho’ do Caetano Veloso sendo interpretado por um músico local.


Sem previsão de estreia ainda no Brasil, Song One é um daqueles trabalhos simples mas que tocam demais nossos corações.