Se você ama alguém isso te permite não achar perfeição em
outra pessoa. Seguindo a linha do clássico de Linklater, Antes do Amanhecer, o projeto Before
We Go, primeira experiência do capitão América Chris Evans na direção de um
filme, é uma história romântica de duas almas que se encontram mas não
necessariamente terminarão essa jornada juntos. Evans se arriscou bastante
atrás das câmeras, teve lados positivos e negativos oriundos dessa coragem como
diretor. Before We Go , de apenas 89
minutos, foi exibido no último festival de Toronto e ainda não tem data para
estrear no Brasil.
Na trama, conhecemos o trompetista Nick Vaughan (Chris Evans),
um homem com dores de um amor do passado que encontra-se próximo de uma grande
chance na carreira e para isso toca seu instrumento numa movimentada estação de
trem nos Eua. Certo dia, já perto de ir embora, acaba conhecendo a bela Brooke
Dalton (Alice Eve), uma mulher que acabara de ser furtada e precisa voltar para
casa. Assim, as duas almas embarcam em uma curta aventura, pelas ruas de uma
grande cidade, em busca de respostas para diversas perguntas.
O roteiro, escrito pelo experiente Ronald Bass (Rain Man) tenta achar seu caminho
batendo na tecla da maturidade de pessoas e seus modos objetivos de entender
seus respectivos relacionamentos. Em um primeiro momento, parece que a fita vai
cair no senso comum de outros filmes com a mesma premissa, porém, se arrisca o
tempo todo gerando séries de reflexões talvez um pouco mal construídas pelo
problema de construção dos personagens.
Ao longo da projeção, vamos vendo algumas situações
extremamente forçadas que atrapalham pouco a simpática química dos personagens.
Existem bons diálogos e raras mas não comprometedoras coadjuvantes que aparecem
na história. Porém, um dos pecados do filme é tentar ser profundo demais sem antes
caminhar na construção/características de cada personagem. Nos sentimos em um
grande quebra-cabeça com peças misturadas entre o possível e o impossível. A
licença poética que o roteiro pede, às vezes, pode ser confundida com uma certa
tolerância que o espectador precisa ter com a história.