13/12/2015

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Crítica do filme: 'Pecados Antigos, Longas Sombras'

É com muito terror que vemos a desunião das moléculas da nossa própria existência. Vencedor de 10 prêmios Goya (uma espécie de Oscar do cinema espanhol), o longa-metragem Pecados Antigos, Longas Sombras, dirigido pelo cineasta espanhol Alberto Rodríguez é um True Detective com sotaque hispânico. Um suspense com detalhadas pistas sobre as conclusões dos atos finais que faz o espectador não desgrudar os olhos da telona. Além de uma trama para lá de sólida, o filme possui uma fotografia belíssima.

Na trama, acompanhamos a saga de dois detetives de Madri, Juan (Javier Gutiérrez) e Pedro (Raúl Arévalo) com ideias, personalidade e ações sob pressão completamente diferentes, que são enviados a um pequeno povoado para resolver um caso intrigante de desaparecimento de duas jovens. Ao longo dos intensos 105 minutos, vamos descobrindo segredos, traições, e um grande mistério, muito maior que os assassinatos, que é aos poucos desvendado.

O longa-metragem estreou no circuito nacional faz alguns dias e já de cara conseguiu diversas críticas positivas e ótimas referências dos cinéfilos que já conseguiram assistir a este grande trabalho. O conflito entre as personalidades dos protagonistas é o ponto central da trama,é para onde vai a atenção do público logo nos primeiros minutos, muito também por conta do ato final onde escondidas situações chegam à luz. Este tipo de trabalho é um daqueles difíceis de escrever muita coisa, pois, há o receio de entregar alguma parte importante do filme (spoiler).


Estimado em 4 Milhões de Euros, essa bela fita espanhola tem diversos trunfos, a começar pelo roteiro (assinado pela dupla Rafael Cobos e Alberto Rodríguez) extremamente minucioso, também vale destacar a ótima dupla de protagonistas, a fotografia que beira ao espetacular, além da direção bem competente de  Alberto Rodríguez, pouco conhecido ainda no Brasil. Pecados Antigos, Longas Sombras é um dos melhores suspense lançado no Brasil esse ano.