É na fé que mora a força do homem. Tentando falar sobre o
poder da fé em uma que seca castiga o Nordeste do Brasil, o cineasta paulista Homero
Olivetto (que foi um dos roteiristas de Bruna
Surfistinha) apresenta seu novo trabalho, Reza a Lenda. O filme é uma mistura de viagem religiosa psicodélica
com revelações sobre o limite do acreditar em tradições. Com uma excessiva e estapafúrdia
trilha sonora, o roteiro é indecifrável.
Além de uma terrível condução da trama, a maioria dos personagens com
objetivos mal explicados dentro do contexto da história. Será que o filme é um
Mad Max do sertão? Longe disso.
Na trama, um grupo de motoqueiros justiceiros, encabeçados
por Ara (Cauã Reymond), Severina (Sophie Charlotte) e Pica-Pau (Jesuíta Barbosa)
uns mais descontrolados que outros, colocam como objetivo vital, roubar uma
santa conhecida na região. Assim, rumo ao objetivo, acabam provocando um acidente
envolvendo carros da polícia e um carro de passeio com duas jovens. Eles
abrigam uma das sobreviventes desse acidente o que transforma também a trama em
um triângulo amoroso rapidamente.
O ato de introdução é acelerado, confuso, o segundo ato
aparece mais claramente as imperfeições do roteiro. O ato final mostra que o
roteiro é bem ruim por completo. Os diálogos possuem linhas de metáforas
difíceis de terem analogia lógica com o que é apresentado ao longo dos 90
minutos de projeção. O vilão, interpretado por Humberto Martins, é o único que
pelo menos tem algum sentido na história, com objetivos claros conseguimos
entender sua função na trama.
Algumas sequências do longa-metragem são verdadeiros
enigmas. O filme parece um template de celular quando abrimos o setlist de
músicas e deixamos sendo reproduzidas aleatoriamente. Com tanto filme bom para
entrar no circuito, perder tempo com filmes assim é complexo.