Ser gênio não é difícil. Difícil é encontrar quem reconheça
isso. O novo trabalho do diretor ganhador do Oscar Danny Boyle chega forte na
reta final da corrida ao Oscar mostrando para o espectador, de maneira
intrigante e inteligente, várias facetas do co-fundador, presidente e diretor
executivo da Apple, Steve Jobs. Na
pele do gênio indomável, o também genial ator alemão Michael Fassbender que
domina seu personagem com uma maestria aplicada, não o perde sequer um segundo.
Para completar o ótimo elenco, Kate Winslet que dá mais um show em cena e tem
muitas chances de ganhar o próximo Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.
Na trama, conhecemos, em algumas partes, o conturbado mundo
do multibilionário Steve Jobs (Michael
Fassbender). Desde sua meteórica expectativa criada no mundo da tecnologia, até
sua difícil relação familiar, principalmente os conflitos sobre ser ou não ser
o pai de sua filha biológica. Com várias passagens temporais e a adoção de
alguns flashbacks construtivos, Steve
Jobs é sem dúvidas um dos grandes filmes do ano. Belíssimo trabalho.
O longa-metragem parece uma peça teatral com alguns atos e,
todos, muito bem definidos, nessas passagens vamos acompanhando momentos
decisivos da vitoriosa carreira de Jobs. Baseado na obra Steve Jobs - A Biografia (2011), do autor Walter Isaacson, a mega
produção é uma aula de cinema em todos os aspectos. A começar pelo elenco
espetacular que contribui para que cada segundo do filme seja inesquecível. O
roteiro também merece destaque (absurdo Aaron Sorkin não ser indicado ao Oscar
de melhor roteiro), assim como a direção sempre competente de Boyle dando
destaque para todas as características marcantes desse mito.
Mesmo com uma proximidade de lançamento em relação a um
outro filme que fala sobre o gênio, Jobs
(2013), essa produção que teve algumas indicações para o próximo Oscar é
infinitamente superior em todos os aspectos. É impressionante como consegue
durante 122 minutos prender a sua atenção com dezenas de diálogos que desejamos
que nunca acabe. A história é tão bem contada que já no seu arco final vai deixando
um gostinho de quero mais, e exatamente nesse momento vamos começando a nos
perguntar e a argumentar: quem realmente foi Steve Jobs? Um gênio? Um sonhador
solitário? Ou as duas coisas?