Tão bom morrer de amor e continuar vivendo. Dirigido pela
cineasta belga Cecilia Verheyden, chega diretamente da Holanda um filme que
fala sobre o amor num ponto alto da maturidade mostrando que o tempo é o melhor
remédio para o destino se restabelecer, se assim ele quiser. Carregado em
primeiro plano pela forte atuação da veterana atriz belga Chris Lomme, Achter de wolken (sem previsão para
chegar ao Brasil) é uma fita simples mas que não deixa de fixar seu recado aos
apaixonados cinéfilos de plantão.
Na trama, conhecemos a senhora Emma (Chris Lomme), uma
mulher que acabara de perder o marido e semanas depois é procurada por um
antigo amor, o escritor Gerard (Jo De Meyere) de quem não tem notícias faz 50
anos. Topando, em um primeiro momento receosa, encontrar com ele (o encontro é
marcado pelo facebook), Emma embarcará em uma jornada inesperada onde o
sentimento precisará falar mais alto sem a influência de terceiros.
Um dos pontos altos da trama são os diálogos de Emma e sua
neta Evelien (Charlotte De Bruyne) com quem possui uma espécie de confiança
maternal. A jovem é a grande confidente e incentivadora das ideias e ações de
sua vovó. Já com sua filha Jacky (Katelijne Verbeke), o relacionamento é bem
diferente, regado a desconfianças e uma visão da vida ultrapassada, o que
atrapalha Emma em suas investidas no que busca ser a felicidade.
O filme foca em seu clímax na questão da segunda chance para
o amor. O roteiro persegue a todo tempo
completar as lacunas da história de 50 anos atrás de Emma e Gerard mas acaba
caindo somente no paralelo de como os dois mudaram e vamos tentando construir a
linha emocional a partir de vagas lembranças em diálogos pouco detalhistas.
Achter de wolken é
um filme bonito, fixa com muita verdade seu recado mas poderia ter sido mais
profundo ao apresentar o paralelo entre o ontem e o hoje dos dois pombinhos
maduros.