01/06/2017

Crítica do filme: 'Kiki - Os Segredos do Desejo'

Falando sobre casos inusitados e vícios peculiares envolvendo desejos sexuais, o cineasta espanhol Paco León (que também atua no filme) reúne algumas histórias de pessoas e seus dramas, em uma Madri diversificada e cada vez mais cabeça aberta. Kiki - Os Segredos do Desejo, com estreia confirmada para a próxima quinta-feira (08), é quase uma reunião de curtas que tenta explorar o mais profundo possível tabus e o sofrimento dos casais envolvidos. É um remake com pitada europeia do filme de 2014 do cineasta Josh Lawson, A Pequena Morte.

Na trama conhecemos diversas pessoas que possuem em comum algum fato não comum ligado aos seus próprios desejos sexuais. Tem uma esforçada trabalhadora de barraquinha de tiro em parque de diversão que sente tesão quando o marido chora, tem uma mulher que fica com tesão por plantas e quando é assustada por um assalto, tem outra que se excita tocando nas camisas de sedas, o longa explora também o poliamor em um dos retratos. Essa reunião de histórias bem puxadas para a dramédia tenta colocar respostas em diversos tabus que vemos no mundo aqui de fora da telona.

O uso da comédia é um recurso interessante para falar sobre o tema. O problema é que o filme chega a ser meio bobão em algumas partes, tamanho o exagero em algumas cenas mas tenta sempre dar sua profundidade a temas polêmicos que podem aparecer a qualquer esquina. O projeto, que é uma história adaptada de um filme australiano tenta a todo instante mostrar sua própria personalidade e por vezes consegue. O elenco parece que estudou bem o outro filme (o original), seguem perto da linha de atuação do outro set. Não há compromisso seguido de perto do roteiro com os assuntos abordados em muitas situações, tem vezes, onde percebemos os exageros, que há uma comédia forçada até no gestual dos personagens.


Para quem curte das umas boas risadas sem compromisso e consegue desviar dos exageros Kiki - Os Segredos do Desejo pode ser um bom programa pro próximo fim de semana.