A felicidade, suas portas e barreiras. Escrito e dirigido
pela cineasta May el-Toukhy, Long Story
Short explora o universo da amizade e das desilusões do ser humano através
de personagens carismáticos e repletos de problemas em seus cotidianos.
Dividido em arcos, ou como preferir, capítulos, que nos situam nos reencontros
desse grupo de amigos, vemos as evoluções e felicidades, tristezas e alegrias
desses desbravadores do viver. O roteiro é detalhista, explora o emocional dos
personagens através de como esses agem em relação aos seus obstáculos.
Na trama, conhecemos
um grupo de amigos formado, entre outros, por Ellen (Mille Lehfeldt), Rolf (Peter
Gantzler), Anette (Trine Dyrholm), Maya (Danica Curcic) e Max (Jens Albinus)
que se conhecem faz tempo, seja alguns sendo familiares outros amigos de longa
data. A cada reunião da turma, seja no ano novo, em um casamento, em uma festa
surpresa sem aniversariante, no verão, em um jubileu, cada um dos personagens
está passando por fases diferentes, um deles o primeiro casamento com ao que
parece a mulher de sua vida, um casal pretende adotar o primeiro
filho, um marido que é praticamente rejeitado por sua esposa, uma das amigas é
amante de um dos amigos. Ao longo do tempo vamos percebendo relativas mudanças nessas
vidas, sempre com o desejo de dias melhores.
O roteiro é uma delícia, alterna comédia e drama em altas
doses de emoção. O entrosamento do elenco também é algo a se destacar, nos
sentimos próximos de cada um dos personagens. A cada novo reencontro, muita
coisa muda na vida dos personagens e vamos descobrindo as atualizações através
de ótimos diálogos e algumas situações constrangedoras de reencontros após
alguma situação ter acontecido. Como são amigos, os personagens meio que se
revezam em confissão e confessionário e assim vão tentar encontrar as peças do
quebra cabeça emocional perdido no tabuleiro da vida real.
Long Story Short é
a representação do ótimo cinema dinamarquês, que gosta de brincar com situações
familiares, navega nas relações de amizade e deixa os personagens cheios de
alternativas no processo as vezes complicado do sentir a emoção.