Certas histórias não precisam ser perfeitas para emocionar.
Dirigido pela cineasta espanhola Maria
Ripoll, Viver Duas Vezes, mais
um filme lançamento no super catálogo da Netflix desses últimos meses, é uma
linda fábula sobre o amor que percorre barreiras do tempo e quando o destino
chama, entendemos o porquê é tão lindo viver. O roteiro de María Mínguez transborda simpatia apoiado na construção não
original de um protagonista rabugento mas que vai se abrindo conforme as
situações acontecem. Nesse caso, a fórmula dá certo pela competência e
brilhantismo do grande ator argentino Oscar
Martínez.
O filme toca em temas interessantes, mesmo que não haja
profundidade, talvez até pelo tempo. Casamentos e seus problemas, a deficiência
física, o relacionamento entre família, o projeto busca soluções para todos
esses temas ou melhor, demonstram de maneira muito verdadeira ações para o não
deixar a vida ficar triste. Essa troca de gerações, principalmente na relação
avô e neta é ótima, encaixa com perfeição nas linhas do roteiro. Pai e filha também
tem vários embates, mas provam que onde não falta amor não falta nada.
É um bonito filme, uma metáfora sobre a idade passando pelas
gerações e como toda família, mesmo sem ser perfeita por conta das
personalidades, nunca deixa de estar unida de alguma forma.