Há necessidade de uma continuação para determinados filmes? É
questão de ganhar dinheiro ou vontade de ampliar o universo do enredo de
maneira criativa? Chegando quase desapercebido no intenso, apertado e muitas
vezes mal programado circuito exibidor brasileiro no ano que passou, a
continuação da divertida fábula pós apocalipse zumbi Zumbilândia volta mantendo o ritmo do primeiro filme adicionando à
trama novas situações no gigante universo de exploração que está embutido.
Reunindo o quarteto original de protagonistas, Zumbilândia continua divertido
mas podia voltar como seriado seria mais interessante. Alô Netflix!
Na trama, após anos do final do primeiro filme, agora já mais
velhos, o quarteto Tallahassee (Woody
Harrelson), Columbus (Jesse
Eisenberg), Wichita (Emma Stone)
e Little Rock (Abigail Breslin)
agora precisam enfrentar um avanço na mutação dos zumbis que os cercam. Mais
rápido e mais indestrutíveis, colocam em xeque todas as maneiras de matar que o
grupo de amigos tinha já estabelecido. Paralelo a isso, Little rock completa 18
anos e acaba encontrando um jovem de sua idade, fugindo do grupo. Agora, os
três restantes precisam percorrer quilômetros de estradas vazias para encontrar
a jovem e a trazer para perto deles.
Com um orçamento beirando os 43 milhões de dólares, e com o
mesmo diretor do primeiro filme, o norte americano Ruben Fleischer, o filme parece tentar se reinventar a cada
instante, brincado de forma inteligente com o universo da franquia e com os
produtos televisivos de universo parecido (a piada com a revistinha de Walking Dead é ótima). Óbvio que nem
tudo dá certo e partes dos meios dos arcos parecem inconclusivos ou desinteressantes,
além do fraco aproveitamento dos potenciais coadjuvantes que o quarteto
encontra pela sua nova aventura. As cenas de ação são ótimas, a legendagem na
tela também continua funcionando. Há muito deboche, marca da franquia, e questões
existenciais mais profundas sempre em torno do personagem nerd Columbus.
Sentar e assistir a um filme como Zumbilândia 2 – Atire Duas Vezes vai ser sempre uma boa diversão. É
o melhor filme do ano passado? Não, nem perto. É o melhor filme do universo
Zumbi? Também não, nem perto. Por isso a lógica seria um seriado para reunir
todo o universo ainda não explorado. Se tiver um terceiro filme e por acaso
deslizar nas suas ideias, pode ser decretado o fim da potencial franquia.