Será que é uma questão de tempo alguém abrir os olhos e desistir do sonho da felicidade? Escrito por John Patrick Shanley e dirigido pelo cineasta canadense Norman Jewison (No Calor da Noite) Feitiço da Lua, Moonstruck no original, nos mostra descontrolados impulsos de corações carentes por uma grande paixão. Os ‘poderes da lua’, uma conexão quase cósmica, faz os personagens refletirem e associarem momentos impactantes de suas vidas à presença dessa quase entidade que ilumina nossos céus todas as noites. Cher está maravilhosa no papel principal, de uma sonhadora descendente de italianos que acredita ser uma grande azarada no amor até encontrar a felicidade de uma maneira bem peculiar. Há simbolismos sobre emoções e um combate louvável ao machismo descarado. Nos bons tempos em que Nicolas Cage brindava os cinéfilos com atuações em filmes inesquecíveis.
Na trama, conhecemos Loretta (Cher), uma contadora, descendente de italianos, que mora com os
pais em uma grande casa após o falecimento precoce do marido. Sem muitas felicidades
na vida e vivendo um cotidiano agitado com seu trabalho, em uma noite de jantar
acaba ficando noiva de Johnny Cammareri (Danny
Aiello). Só que alguns dias passam e algo diferente acontece, Loretta acaba
conhecendo Ronny (Nicolas Cage),
irmão de Johnny (que não falava com irmão fazia cinco anos), um padeiro sem
parte da mão esquerda, e se apaixonada perdidamente.
Há uma melancolia embutida nos personagens, há conflitos por
toda parte, seja da sonhadora que encontra o amor no irmão do seu futuro noivo,
do pai de família com dinheiro que montou seu negócio de encanamentos e trai a
esposa descaradamente, entre outros. Em muitos momentos, casais passam pelo
caminho dos personagens e conseguimos enxergar recortes de relacionamentos. As
ações manipulativas da mesmice geram uma interessante batalha de contrapontos,
a melancolia do cotidiano contra o radiante sentimento do amar. Feitiço da Lua consegue em 102 minutos nos
fazer sonhar e também refletir.