As linhas que dividem as verdades da ganância e do poder. Com um primeiro episódio extremamente sonolento, confuso e desinteressante, como uma minissérie pode se salvar nos três episódios que lhe restam? Realizando esse verdadeiro milagre, Roadkill, protagonizado pelo eterno House Hugh Laurie, é um drama/suspense ambientando na alta administração britânica onde os coadjuvantes se tornam peças importantes durante toda a saga de um político carismático que esconde segredos. Morte suspeita, puxadas de tapete, mentiras, traições, contas bancárias em paraísos fiscais, disputas pelo poder, papel do advogado em determinadas situações, ética do jornalismo são alguns dos pontos que os quatro episódios nos transmitem. O elenco é ótimo e salva a série, principalmente o elenco feminino: Helen McCrory, Olivia Vinall, Shalom Brune-Franklin, Anna Francolini, Pippa Bennett-Warner e Sarah Greene.
Nos bastidores do alto poder britânico, ambientado nos dias
atuais, acompanhamos Peter Lawrence (Hugh
Laurie), um político que passa de ministério para outro ministério ao mesmo
tempo que sua vida entra em colapso total com a descoberta de uma nova filha
(que está presa), crise no seu relacionamento secreto com a amante dinamarquesa,
embates com a atual esposa e os conflitos com as filhas, uma guerra no tribunal
que venceu mas a jornalista que perde o caso acaba conseguindo novas provas
contra ele, uma primeiro ministra que não vai com a cara dele. Os desenrolares e as consequências das ações
para resolver esses fatos vão moldando os quatro episódios dessa minissérie.
O importante nessa história é entendermos que ninguém é o
herói, todos tem problemas, os vilões trocam de figura conforme a trama avança.
Nas garras do sarcasmo, vamos acompanhando a saga do complicado Peter que ama o
poder mais que tudo, mesmo ainda distante com lapsos de boas ações. Nada fica
muito abertamente comprometedor pois a superfície dos assuntos de fraudes ficam
em nuvens onde não conseguimos alcançar mas dão a entender, muito por conta das
motivações de pessoas que o cercam. Sua vida pessoal, o grande fator
interessante dentro da trama, é o que puxa a atenção do espectador sempre com
uma surpresa, longe de reviravoltas mirabolantes mas bem de acordo como pensa o
curioso protagonista. Roadkill é uma
minissérie, como um todo, muito interessante. Se tivesse no seu confuso
primeiro episódio um grande abre alas, poderia estar no topo das melhores do
ano.