Quando a adrenalina e o prazer acionam um gatilho em forma de transtorno de personalidade. Dirigido pelo cineasta alemão Christian Alvart, em Banklady voltamos para meados da década de 60, em Hamburgo na Alemanha onde uma mulher trabalhadora dentro de uma rotina monótona vira a primeira mulher assaltante de banco da Alemanha. O filme tem vários caminhos interessantes, desde a conturbada linha do bandido carismático, o foco da mídia, até uma psicologia complicada, desiludida no amor. A protagonista, interpretada pela ótima atriz Nadeshda Brennicke, parece viver em outro compasso do que a realidade que a cerca. Interessantíssimo filme alemão.
Na trama, conhecemos Gisela Werler (Nadeshda Brennicke), uma batalhadora que trabalha em uma fábrica de
impressão e vive, além de sustentar, os pais já bem idosos. Sem propósitos na
vida, vivendo uma solidão evidente desencontrada com seus sonhos de ser
popular, ou mesmo, ter a mesma vida das modelos de revistas que sempre observa,
a protagonista conhece Hermann (Charly
Hübner), um ladrão de bancos que após algumas situações resolve desafiar
Gisela para um assalto a banco. A partir desse ponto, a vida de Gisela muda e
ela se torna impulsiva e imprevisível. Dentro de um universo machista, acaba
sendo elemento surpresa durante um bom tempo.
Quando se impor as inconsequências que chegam em nossos caminhos?
A transformação da personagem principal é algo bem notório. Quando vira uma
assumida ladra de bancos, divide seu tempo em manter um emprego que já não
precisa mais, entrar em conflito com os sentimentos que nutre quase
obsessivamente por Hermann e planos cada vez mais audaciosos no seu rentável
trabalho criminoso. Além disso, muda a atitude, ganha ares de preocupação com a
vaidade principalmente quando percebemos que seus troféus são capas das
revistas, quando vira quase uma figura carismática na mídia fervorosa da época.
O filme é dividido em arcos explosivos, tensos com um quê de
insensatez psicológica. A chegada da investigação policial quando os crimes se
tornam assuntos nacionais fazem o confuso e inexperiente Kommissar Fischer (Ken Duken), responsável pela
investigação dos bancos roubados, um grande achado para o roteiro.
Quais os limites da razão e da emoção? Passando por cima
dessa pergunta, a protagonista tem sonhos simples com obsessões sendo nutridas
dentro dos seus diários choques com o perigoso jogo que sustenta seu ego.