As dúvidas ligadas ao abstrato sentimento do amor quando há a possibilidade de um relacionamento. Chegou nos cinemas brasileiros, no segundo semestre de 2022, uma divertida comédia romântica repleta de diálogos que chamam o espectador para refletir sobre relacionamentos, além de chamar a atenção para diversas questões importantes com uma descontrolada metralhadora de zoações que mergulha em diversos temas com diálogos repletos de sarcasmos. Mais que Amigos é dirigido pelo cineasta britânico Nicholas Stoller.
Na trama, conhecemos o Bobby (Billy Eichner), um homem na faixa dos quarenta anos, antissocial, que
apresenta um podcast de boa audiência e também faz parte da administração de um
futuro museu nacional de história lgbtqia+. Ele enfrenta com muito sarcasmo sua
solidão e a vida de solteiro que leva. Certo dia, em uma boate gay, acaba conhecendo
Aaron (Luke Macfarlane) um advogado nascido
no interior dos Estados Unidos, muito infeliz na sua profissão (ele cuida de
testamentos). Os dois acabam se conhecendo melhor e ao longo do tempo, onde
passam por diversos conflitos, precisarão decidir se vale a pena manter esse
relacionamento ou não.
É muito raso focar as reflexões sobre esse filme apenas em
cima de ser uma das primeiras comédias românticas com personagens principais gays
lançadas por um grande estúdio de Hollywood, Mais que Amigos é muito mais que isso. Com um roteiro dinâmico e
muito divertido (mesmo escorregando em alguns clichês), que brinca e fala sério,
explora a vida entre duas pessoas, as complicações de se assumir um
relacionamento, além de atravessar as características dos personagens focando
no conflitos das diferenças de personalidades. O riso e a emoção se encontram
em muitos momentos, criando uma fórmula simpática de trazer o abstrato do
sentimento para situações de um cotidiano.
O baixo rendimento nas bilheterias, mesmo ganhando elogios
de muitos, nos mostra que alguns pontos de reflexões com o público em geral do
lado de cá da telona ainda é uma estrada em construção em um planeta que vive
em bolhas de conservadorismo que ainda bebem da fonte dos absurdos do preconceito.