A saga de um famoso anti-herói. Criada pelo britânico Michael Hirst, produtor de Vikings e The Tudors, entre outros sucessos, chegou na Paramount Plus, quase desapercebido, uma série que nos leva de volta às disputas e conflitos no epicentro de um tumultuado velho oeste americano nos apresentando um amplo recorte sobre a vida do mais famoso pistoleiro desse período, Billy The Kid. Passeando pela história do marcante do período ligado à expansão americana, nos poucos mas intensos anos que viveu, o anti-herói presenciou a corrupção, terras sem lei, violência, disputas de comerciantes. Conhecido por alguns nomes, figura polêmica de uma época onde o sobreviver era o ganha pão de cada dia, Billy The Kid participou da famosa Guerra do Condado de Lincoln, fato que ficou integralmente para ser conferido nas próximas temporadas. No papel principal, o ótimo Tom Blyth brilha no papel principal.
Na trama, conhecemos os primeiros passos de William H.
Bonney (Tom Blyth), depois conhecido
como Billy The Kid, Desde o início de vida conturbado, vindo de uma família de
imigrantes irlandeses, se muda para o velho oeste norte-americano junto com sua
família ao mesmo tempo que uma série de tragédias começam a cercá-lo. Se vendo
sozinho em um mundo cruel, onde sobreviver rompe com sua moral quase que
instantaneamente. A primeira temporada foca em como ele tornou aos poucos um
dos rostos mais procurados pelas autoridades da época.
Princípios que ferem princípios. Uma ampla análise é feita
sobre essa figura controversa. O roteiro é bem detalhista, começando pela sua
visão inicial do que seria sua vida dali em diante. Sua família foi para os
Estados Unidos com o desejo de um tratamento justo para todos, fato que logo se
revelara ser um objetivo difícil de se encontrar. As mortes que acompanham sua
trajetória parecem o fazer entender a vida de outras formas, onde a justiça tem
interpretações variadas o deixando em uma linha tênue sobre o que é ser justo e
até mesmo suas interpretações para lealdade. Suas inúmeras fugas de prisões
ganham real sentido além das escolhas que faz quando se vê entre traições e
lealdades.
Na segunda metade da temporada, acompanhamos a história
seguindo rumo ao epicentro dos seus conflitos (e os fatos que o tornaram
conhecido), dentro das ações desenfreadas com uma gangue a princípio comandada
por um impiedoso e perigoso amigo e o iminente rompimento, fruto de um
idealismo conflitante. Aqui apresentam-se mais conflitos que o cerca. A disputa
por gados, por meio de fazendeiros poderosos, um mundo onde a manipulação era
uma ferramenta na busca por objetivos unilaterais, as concessões de terras
espanholas, um clássico jogo pelo poder, em uma terra onde a lei é corruptível.
Vivendo intensamente o período do Velho Oeste americano, os caminhos
percorridos pelo protagonista segue em paralelo à história norte-americana.
Ao longo dos ótimos oito episódios da primeira temporada, a
série criada por Michael Hirst é um
retrato marcante de uma época, de atitudes moralmente questionáveis, que ainda
tem muito a desenvolver nas próximas temporadas.