A magia e o poder do chocolate. Depois de duas versões para o universo do cinema, uma na década de 70 e outra já pelos anos 2000, o universo fantasioso de A Fantástica Fábrica de Chocolates, escrito pelo britânico Roald Dahl já é algo marcante nos corações cinéfilos. Nesse ano, um prequel (uma história anterior) ao que já sabíamos, ganhou um colorido filme, repleto de efeitos que busca resgatar a essência dos primeiros aprendizados e obstáculos na vida do chocolateiro e engenhoso Willy Wonka. A direção fica a cargo do norte-americano Paul King, responsável pela direção da franquia As Aventuras de Paddington.
Na trama, conhecemos um jovem Willy Wonka (Timothée Chalamet), uma alma em busca
de seu grande sonho: viver fabricando chocolates e fazendo as pessoas felizes.
Chegando em uma grande cidade, ainda com enorme tristeza pela não mais presença
da mãe, aos poucos vai conquistando todos ao seu redor mas precisará enfrentar um
verdadeiro cartel do chocolate que não está nada satisfeito com sua chegada. Ao
lado de amigos que vai fazendo pelo caminho, Wonka mostrará que todo sonho pode
ser realizado.
O que fazer com um conjunto de ideias mirabolantes e
transformar tudo isso em um discurso eficiente? O roteiro assinado por Simon Farnaby e pelo próprio diretor Paul King busca fazer um ponte para uma
narrativa dinâmica, repleta de números musicais empolgantes, com a força da
metáfora aliada à fantasia, sem perder a força dramática só que em sua primeira
parte bastante redundante fato que pode atrapalhar a interação com os olhares
mais observadores.
Feito para todas as idades, navegamos pelos conflitos do
jovem sonhador e os traumas de subtramas que caminham pela delicadeza ao
mostrar conflituosas e absurdas situações sofridas ao longo da história com
contextos relevantes que se acoplam na narrativa de forma implícita. Há
críticas sociais, a maior delas o analfabetismo de um protagonista que vê sua
bondade ser sugada por opressores. Os tumultuados embates capitalistas que aqui
se tornam personificados por vilões da ampla concorrência de um produto adorado
por todos também são destacados.
Como em todo musical, a parte da trilha sempre merece
algumas linhas de comentários. Ficou responsável pelas canções originais do
filme, o músico britânico de 53 anos Neil
Hannon, vocalista da banda The
Divine Comedy.
Wonka como um
todo cumpre seu papel que é o de divertir e transmitir um discurso de recomeços
e que os sonhos podem se tornar realidade mesmo que parte do mundo venha com
tempestades, os famosos obstáculos, algo que a vida preenche ao longo de
qualquer caminhada.