02/02/2024

Crítica do filme: 'Sede Assassina'


Onde está a origem do trauma? Nove anos após o estrondoso sucesso com Relatos Selvagens, o cineasta argentino Damian Szifron volta às telonas, dessa vez debutando em Hollywood, com um suspense bem contado, um drama hipnotizante, que parte para uma análise do caos de uma série de atentados indo até as profundas camadas de uma protagonista em eterno conflito. Sede Assassina atravessa um olhar para a decadência da esperança se juntando a uma ampla análise psicológica que respondem alguns porquês.

Na trama, acompanhamos Eleanor (Shailene Woodley), uma inexperiente policial, com um passado de traumas e vícios que é recrutada pelo oficial do FBI com mais de 30 anos de experiência Lammark (Ben Mendelsohn) para fazer parte de uma operação de captura a um psicopata que está matando pessoas inocentes e de forma aleatória em uma grande cidade.

A força dramática de seus personagens vira um ponto alto do roteiro, com as fraquezas sendo destrinchadas em conflitos que se misturam levando a algumas jornadas. Nas ruas frias da cidade de Baltimore, histórias se interligam tendo um alicerce preso a incapacidade de completar as lacunas de passados mal resolvidos. Essa análise psicológica profunda transformam esse projeto em pontos interpretativos dentro de suas várias formas de definição.

Do lado do suspense, a narrativa se desenrola com ritmo pulsante onde as verdades aparecem aos poucos. Um assassino que causa o terror vira o epicentro que expõe os conflitos dos personagens através do caótico estado emocional de cada um deles chegando até as reflexões dentro de um estado permanente que se sustentam na leitura sobre a vida e a morte além dos paradoxos das escolhas. Uma pergunta que se segue constante é: Onde está a origem do trauma? A resposta está escondida por trás de ações e inconsequências através da jornada desses personagens.

Sede Assassina, é um filme pouco badalado mas que você precisa descobrir. Está no catálogo da Prime Video.