Quando o destino é um reencontro. O novo filme de ação misturado com um romance água com açúcar A Arte de Amar nada mais é do que uma sequência de situações previsíveis em um jogo, nada carismático, de gato e rato tendo lindas paisagens como cenário. Dirigido por Recai Karagöz, em seu segundo longa-metragem de ficção, e com roteiro de Pelin Karamehmetoglu, esse novo projeto lançado diretamente na Netflix busca na sensualidade de dois atraentes personagens apresentar uma história de amor bem longe da realidade.
Na trama, conhecemos a agente da divisão de roubos de arte
da Interpol Alin (Esra Bilgiç), uma
profissional competente que está no presente atrás de um habilidoso ladrão que
percorre o mundo roubando obras de arte e nunca é pego. Certo dia, acaba
percebendo que o criminoso na verdade é Güney (Birkan Sokullu), um empresário influente e seu ex-namorado que
sumiu anos atrás. Bolando um plano ao lado do parceiro Ozan (Ushan Çakir), resolve se reaproximar do
antigo amor para tentar um flagrante.
Quando você lê a sinopse logo pensa: já vi esse filme em
algum lugar! Bem, longe de ser algum remake ou baseado em alguma outra
produção, A Arte de Amar possui
elementos na sua narrativa que nos fazem estar diante de uma receita de bolo
vista em alguns blockbusters norte-americanos. Tem a heroína, o anti-herói
charmoso, o vilão canastrão, colecionadores excêntricos, alta tecnologia, que
rumam para seus conflitos com conclusões previsíveis dentro de um contexto
recheado de situações que nos levam a uma história de amor mirabolante.
O dilema que enfrenta a protagonista sobre amar ou não um
ladrão que rouba obras românticas poderia ser algo que trouxesse algum frescor
para a história mas só é visto a superficialidade, a conclusão trivial. Esse é
o ponto fundamental da construção da personagem, seu principal conflito, aqui
meramente usado como trampolim para clichês se reunirem não completando percursos
importantes entre o amor e a lei.
Seja nas belas paisagens de Praga ou em Istambul, essa
produção turca tem uma direção que foca seus esforços nas cenas de ação como se
qualquer explosão ou situação impossível de sobrevivência transformasse uma
história em algo realmente impactante aos olhos do espectador.