19/04/2012

Crítica do filme - 'Flor de Neve e o Leque Secreto'

Entre castigos, compromissos, leques mensageiros e gratidão, o diretor chinês radicado nos Estados Unidos Wayne Wang (“O Clube da Felicidade e da Sorte”) conta a história de Sophia e Nina, duas jovens que possuem uma amizade muito forte que acaba sendo o tema central da trama. ‘Flor de Neve e o Leque Secreto’ tem o roteiro picotado em várias épocas mostrando ao espectador simbolismos em prol da benevolência. A trilha é muito interessante e se encaixa bem nas sequências.

Na trama, que é ambientada no século 19 na China (em muitos momentos) é centrada na amizade ao longo do tempo entre duas meninas que desenvolvem, a partir da apresentação do mesmo por uma conhecida de ambas, o seu próprio código secreto (laotong) como uma forma de lidar com os obstáculos vividos por elas e em alguns momentos pelas rígidas regras  culturais impostas às mulheres.

A história começa com um acidente logo no início e voltamos ao passado logo nas cenas seguintes para entender o que ocorrera até ali. Sophia veio da Coréia e sempre teve a vida conturbada por morar longe de sua terra, fala chinês com dificuldade e tem poucas ambições na vida, já Nina é uma jovem esforçada que vem de família humilde (seus pais se esforçam para pagar seus estudos nos melhores colégios) e tem um futuro brilhante pela frente. Um dia resolvem ser irmãs juradas (laotong) votos eternos de amizade entre duas jovens e passam a enfrentar todos os obstáculos da difícil vida na China juntas.

Costumes, crenças locais, o filme toca em pontos culturais da região mostrada sempre com uma dose de ficção. Entre um drama e outro, o espectador toma um susto com o aparecimento do ator Hugh Jackman cantando em inglês e em chinês, na pele de um empresário australiano do ramo de casas noturnas mundo à fora. O eterno Wolverine interpreta Arthur, que é apaixonado por Sophia desde o primeiro dia que a viu.

Alguns podem se distanciar da trama por se tratar de costumes pouco conhecidos aqui no Brasil. Uma parte boa do público que irá ao cinema pode não gostar do filme por não conseguir se conectar com a história. O que acontece ao redor da fita é o que chama mais a atenção, a trilha sonora, por exemplo, é muito interessante e se encaixa bem nas sequencias. A beleza das imagens, no figurino e nos lugares usados como locações para o longa, são muito bem construídos para com a história.

É um trabalho belíssimo do diretor Wayne Wang. Vale a pena conferir nos cinemas, a partir do dia 20 de abril.
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17/04/2012

Crítica do filme - 'Eu Receberia as Piores Notícias Dos Seus Lindos Lábios'

Um amor carnal e um amor por consideração, tudo isso em forma de poesia filmada. No novo trabalho dos diretores Beto Brant e Renato Ciasca, “Eu Receberia As Piores Notícias Dos Seus Lindos”, somos apresentados a Lavínia, uma mulher complicada que passou por muitas fases em sua conturbada vida. Vive num triângulo amoroso com um pastor e um fotógrafo, que os leva à um esgotamento até a alma, terminando em um desfecho para lá de simbólico. Com um ritmo lento em alguns momentos, principalmente em seu início, o espectador pode ter uma grande dificuldade de se conectar com a história, porém, já segue o conselho desse amante da sétima arte: Não importa a lentidão, veja-o até o fim é um magnífico trabalho, em muitos sentidos.

O triângulo amoroso que é moldado leva os personagens a um extremo em suas ações e na sua maneira de pensar. É uma fita viril quando tem que ser, carnal como toda relação em alguns momentos.  Se tivesse uma versão estrangeira desse filme, um remake propriamente dito, o diretor mais indicado para comandar esse barco poético seria Steve Mcqueen. Um casamento interessante, não acham?

A trama tenta seguir em sua linha poética, às vezes entre guaches e beijos, muitas vezes via fotografias e expressões artísticas que são muito bem trabalhadas pela lente objetiva dos diretores. Vemos parte da história ser contada por fotografias belíssimas em meio à obsessão do personagem principal por sua musa Lavínia. O veterano ator de teatro Gustavo Machado (que está muito bem no papel) dá vida à Caubi, um fotógrafo que se apaixona por uma mulher casada e vive um intensa paixão que gera consequências à todos, acaba sendo colocado de encontro à frase: “Na terra de cego, quem tem olho é rei”. O Pastor Ernani, outro vértice dessa forma geométrica, é interpretado por ZéCarlos Machado (também excelente no papel). Possui paralelos com a história da mulher que acolhe, vê muito do seu passado naquela jovem alma, parece sofrer junto dela. Lavínia é uma mulher complicada que conhece o marido em circunstâncias terríveis e pouco tempo após esse encontro acabou tendo sua alma salva por esse pastor de fala objetiva. Camila Pitanga passa uma aflição com seu olhar penetrante. Sua Lavínia é um grande enigma, a princípio não sabemos como foi o caminho dessa personagem e impressiona como essa linda atriz consegue interpretar tantas em uma só. Fantástica atuação dessa musa do nosso cinema.

Há cenas muito difíceis para os artistas executarem, há uma entrega grande de todos os envolvidos, é nítido nas sequências. O personagem Victor e suas cutucadas poéticas são um contraponto, ótimo, excelente interpretação de Gero Camilo. O final tem pitacos de crítica social muito bem amarrados no sólido roteiro de Beto Brant, Renato Ciasca, Marçal Aquino.

Falsos finais prolongam a fita até o angustiante desfecho, trágico para alguns e simbólicos para muitos. Em meio a muitos cortes, Beto Brant e Renato Ciasca realizam uma direção muito competente com a câmera esperta e olhares únicos sobre aquela história que saiu dos livros e ganhou uma bela vida na telona.

Recomendado! Dê uma chance ao nosso cinema!

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16/04/2012

Crítica do filme - 'As Neves de Kilimanjaro' (2012)

Dirigido pelo cineasta francês Robert Guédiguian, “As Neves de Kilimanjaro”, é um drama comovente que fala sobre sindicato, família, amizades e traição. O filme chega a emocionar a partir do momento que você se conecta com a história, fato que pode ocorrer em vários momentos. Os obstáculos que surgem nas vidas dos protagonistas acabam sendo grandes testes para ver como é forte essa relação entre esposa e marido.

Na trama, conhecemos Michel (Jean-Pierre Darroussin, que dá um show em cena) logo quando ele perde o emprego, por meio a um sorteio indigesto. Mesmo com essa nova pulga atrás da orelha continua levando uma vida feliz com Marie-Claire (Ariane Ascaride, maravilhosa atriz) sua simpática e trabalhadora esposa. Ambos adoram reunir a família (filhos, genros, netos, amigos) para qualquer tipo de festividade, contagiando muitos ao seu redor. Como em todo filme de drama, ocorre uma situação constrangedora envolvendo Michel e Marie-Claire, fruto de inveja e má intenção de um rosto conhecido do casal, levando os mesmos a uma luta para decidir o que é certo fazer.

Um filme interessante no quesito família. Vemos a todo momento uma união bem forte entre o casal. Ambos enfrentam dificuldades desde sempre (a esposa chegou a desistir do sonho de ser enfermeira) e a situação só piora com o desemprego surpresa da parte masculina dessa história. Mesmo assim, eles não desistem e o espectador acaba se identificando com essa dupla torcendo para que eles consigam superar mais um obstáculo que chega em forma de traição, da confiança de um terceiro elemento que os conhece.

É o tipo de fita que gera algumas reflexões já em seu desfecho. Será que tomaríamos as mesmas decisões que o casal? Até onde temos que ir para superar um fato lamentável de nossas vidas? Bem, a única certeza disso tudo é que você precisa ir correndo ao cinema conferir esse ótimo trabalho!

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15/04/2012

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Crítica do filme - 'American Pie – O Reencontro'

Com um ar de nostalgia, as boas e velhas piadas do grupo comandado por Jim Levenstein está de volta. Dirigido pela dupla Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg, “American Pie – O Reencontro” é talvez, o grande reencontro de um elenco em uma sequencia que deu certo. Amores do passado, confusões envolvendo sexo, sentimentos antigos (assim como canções antigas) ressurgem nesse retorno da turma original. Muitas outras produções tentaram imitar os personagens de Jason Biggs e companhia, porém, raramente surgirá algo melhor que o original. É um bom presente ao fãs da ‘série’, que estavam totalmente decepcionados com os últimos quatro filmes inexpressivos (após “American Pie: O Casamento”) lançados direto em DVD e sem os astros principais.

Na trama, o famoso grupo de amigos se reúne para uma festa de comemoração, um reencontro entre os formandos do “High School” de anos atrás. Um está com problemas sexuais no casamento (Jim), o outro virou celebridade de um programa esportivo (Oz), o arranjador de confusões Stifler virou um temporário em uma empresa, um viajou pelo mundo (Finch) e o outro é praticamente um ‘dono de casa’ (Kevin). Entre uma confusão e outra, muitas menções ao Facebook (provando que eles estão em um novo século), reflexões sobre a vida e reencontros que marcarão para sempre esses jovens que estavam sumidos da telona.

O pai de Jim, sempre interpretado pelo hilário Eugene Levy, ganha bastante evidência nesse reencontro e tem cenas ótimas com o restante do elenco. O bom roteiro, com diálogos competentes para o gênero, é um dos pontos altos da produção. A piada com Ricky Martin, além de genial, leva o espectador às gargalhadas de maneira contagiante. O impagável Stifler é o grande personagem destaque, novamente. Seann William Scott nasceu para interpretar esse cômico papel.

A cena da panela transparente onde aparece o dito cujo de um dos atores é totalmente desnecessária e realmente não acrescenta nada à sequencia, os exageros nesse tipo de comédia são compreensíveis mas nessa cena específica houve um exagero tremendo.

O contraponto do longa fica por conta da dúvida sobre o que fizeram com suas vidas adultas até aquele momento. Relacionamentos, profissões e muitas outras questões são levantadas e até certo ponto dão um ar de drama em meio à comédia propriamente dita.

Não pense duas vezes, dia 20 de Abril corra para o cinema mais próximo e divirta-se com esses jovens que envelheceram mas continuam os mesmos de anos atrás. Compre a pipoca, chame os amigos e boa diversão!
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14/04/2012

Crítica do filme - 'Quem se Importa'

Sabe a lógica do frescobol? Que eu ganho, você ganha? Com uma abertura a La Tim Burton, “Quem se Importa”, é um documentário que fala sobre o empreendedor social. A cineasta Mara Mourão fala sobre o conceito onde todos podemos mudar o mundo, tornando essa afirmação verdadeira via depoimentos de homens e mulheres que revolucionaram vidas. Em um planeta em que o hábito pelo consumo está levando o local aonde vivemos ao caos, vamos conhecer projetos, alguns bem diferentes um do outro, que vão do microcrédito ao treinamento de ratos para encontrar tuberculose e mina terrestres na África.

Nesse trabalho muito interessante vamos descobrir pessoas que estão fazendo muito pelo planeta, a partir de ideias simples. O ganhador do Nobel que criou o microcrédito em uma região que sofria com agiotas, o médico que largou tudo e foi ajudar os necessitados na região norte do nosso país e criou o ‘Saúde e Alegria’ ensinando a população a se prevenir de doenças, um monge belga que cria ratos para identificar minas terrestres e tuberculose na África, a ideia de jovens que uniram a internet com o Microcrédito acreditando na simples crença da dignidade humana, a fundação do primeiro banco comunitário que surgiu em uma favela no nordeste do Brasil, a arte ganhando força com o projeto “Doutores da Alegria” que levam amor, arte e carinho à pessoas em situação difíceis nos hospitais, o americano que ajuda deficientes a se conectarem com outras pessoas através de gostos em comum, uma jovem que luta pelos direitos dos presos além de um homem que apoia os empreendedores sociais pelo mundo.

O ponto negativo desse “Doc.”, acaba sendo mesmo a maneira como é feita a edição do documentário. Entre os muitos depoimentos, uns são extensos outros curtos. Isso afasta um pouco o espectador que, por exemplo, gostou daquela história que fica pouco tempo em tela. A trilha é interessante mas chega a ser um pouco maçante em alguns momentos, tenta entrar naquela história mas às vezes não consegue.

O instigante em todos os relatos é que cada um chegou ao seu projeto de uma maneira. Entre um dos ensinamentos que dá para ser tirado é a privatização de ideias, que não pode existir, temos que ajudar uns aos outros a sempre fazer o melhor, não importando se outra pessoa tem a mesma ideia que eu. A eminente auto destruição do planeta pelos próprios homens, levam muitos desses empreendedores sociais a praticar mudanças que mudam a vida de todos ao seu redor.

Merece ser passado em todas as escolas, universidades, Ongs. Um documentário que pode ensinar muito à população no quesito cidadania. O impacto que esses exemplos podem ter na vida de pessoas que não conhecem esses feitos pode ser bastante positivo e quem sabe a partir daí não comece a plantar uma sementinha de pensamento de mudança em escala global.

Abra sua mente, descubra a sua maneira de mudar o mundo. Dia 20 de abril em alguns cinemas. 
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13/04/2012

5 dicas de filme para você ver nessa sexta-feira 13

1)      A Última Casa à Esquerda (2009) – Um filme tenso onde a vingança se torna a única solução.
Depois de estuprarem e maltratarem duas garotas, uma gangue de fugitivos se abriga, sem saber, na casa de veraneio da família das moças. Quando os pais descobrem o que eles fizeram, dão início a uma vingança sangrenta.

2)      Vampiros de Almas (1956) - Um filme que mistura ficação científica com terror e pitadas de Thriller. É da década de 50, sendo adorado pelos cinéfilos que curtem filmes do gênero.

Na trama, numa pequena cidade da Califórnia, um médico recebe vários pacientes reclamando que as pessoas de seu convívio estão estranhas, pois parecem não serem as mesmas e não terem sentimento. Ele acaba descobrindo que alienígenas estão invadindo a cidade, substituindo as pessoas com corpos idênticos, mas sem alma.

3)      Poltergeist (1982)- Um filme aterrorizante que mexe com todos que o assistem. Impossivel pegar água na geladeira no meio desse longa!! Direção genial de Tobe Hooper.

Uma jovem família é atormentada por fantasmas em sua casa. No começo não pareciam oferecer perigo, mas com o tempo se tornam aterrorizantes e acabam por raptar a filha menor.

4)      A Fita Branca (2009) - Eu tinha que colocar algum filme do diretor que eu considero o mais aterrorizante de todos. Uma frieza absurda é transposta nos filmes desse gênio do cinema. A Fita Branca é um filme de suspense que o espectador se surpreende a cada nova descoberta. Sensacional.

Num vilarejo protestante no norte da Alemanha, em 1913, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, o longa mostra a história de crianças e adolescentes de um coral dirigido pelo professor primário do vilarejo e suas famílias: o barão, o reitor, o pastor, o médico, a parteira, os camponeses. Estranhos acidentes começam a acontecer e tomam aos poucos o caráter de um ritual punitivo. O que se esconde por trás desses acontecimentos?

5)      Carrie, a Estranha (1976) - Com direção do competente Brian De Palma, Carrie é um daqueles clássicos do cinema que você pelo menos já ouviu falar alguma vez. Um dos melhores filmes da carreira de Sissy Spacek.

Baseado em obra de Stephen King. Dotada de poderes paranormais, Carrie vive solitária com sua mãe, uma fanática religiosa. Após passar por alguns constrangimentos e sofrer na mão de outros alunos na escola, uma série de estranhos acontecimentos começa a ocorrer.
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Crítica do filme - 'Titanic 3D'

Lembram do Jack e da Rose? Da célebre frase “Eu sou o rei do mundo”? E daquela velinha maluca que joga um colar valioso no fundo do oceano? Sim, cinéfilos, Titanic está de volta, só que agora em 3D. A tecnologia abençoada por James Cameron (diretor desse, que é o segundo maior sucesso de bilheteria da história do cinema) abraça a saga do navio que naufragou antes de chegar ao seu destino. A saga dos apaixonados, que muitos fãs sabem de cabo a rabo, promete voltar a emocionar o grande público que irá conferir nos cinemas essa produção ganhadora de muitos Oscars.

A trama é a mesma (obviamente falando). Em uma viagem do que até então era o maior navio já construído (Titanic), Rose (Kate Winslet) é uma jovem rebelde da alta sociedade que está de casamento marcado com seu ambicioso, chato, rico, noivo Caledon 'Cal' Hockley (Billy Zane). Desiludida e deprimida à bordo do Titanic, ela tenta o suicídio mas é salva por um rapaz, assim conhece Jack Dawson (Leonardo DiCaprio), um nômade, desenhista, aventureiro que ganhou a passagem de navio em uma mesa de pôquer minutos antes do mesmo iniciar viagem. Após muitos encontros agradáveis, Rose se apaixona pelo rapaz. As diferenças sociais fazem com que muitos se oponham ao relacionamento que surge, além do fato de que aquela nova relação era uma traição que acontecia aos olhos do noivo enfurecido. Nesse mar sem fim de confusões, acontece o famoso trágico acidente e que transformam o filme num drama de proporções únicas.

O interessante é analisar o que vão achar as pessoas que só viram esse filme em DVD e nunca tiveram a oportunidade de conferir esse grande sucesso nas poltronas confortáveis dos cinemas. A emoção de estar sentado de frente, à esse longa metragem, é a sensação que muitos amantes da sétima arte querem sentir. É um caso de curiosidade cinéfila evidente. O filme será relançado nesse mês, abril, pois marca 100 anos da história do mega navio que deixou a costa inglesa em 10 de abril de 1912, afundando quatro dias depois.

Já prepararam os lenços? A viagem de 190 minutos já vai recomeçar, em três dimensões! 
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12/04/2012

Crítica do filme - 'A Arte da Conquista'

Em seu primeiro longa metragem, o diretor Gavin Wiesen (que também assina o roteiro) tenta acertar a fórmula para a temática “paixonite adolescente”, no filme “A Arte da Conquista”. O inglês Freddie Highmore e a americana Emma Roberts estrelam essa produção que pode fazer um certo sucesso nos nossos cinemas. O filme é curto, tenta ser objetivo e inovador mas acaba sendo bem monótono.

Na trama, o jovem George é um adolescente extremamente solitário que chegou ao último ano do colégio sem nunca ter interagido com seus colegas, como manda a regra. Um dia, ele faz amizade com uma garota chamada Sally (uma menina bem mais popular que ele). Aos poucos vamos percebendo que essa nova companhia de George é bem mais complicada que ele, assim, brotando uma relação bastante diferente.

O interessante da história é o personagem de Freddie Highmore encontrar alguém tão complicado quanto ele e o que isso provoca nessa nova relação. A ideia é ótima e até certo ponto original mas algumas coisas não se encaixam. A depressão e o sentimento anti-social mudam completamente a essência dos personagens e esse caminho é pouco explicado/dedutivo para o público que fica confuso com a montanha russa emocional que o filme se encaminha. Um pouco mais de minutos de fita poderiam ser a chave para explicações que no original parece que faltaram.

Não é uma questão de incompetência, apenas, a jovem dupla não consegue se encontrar em cena. Acredito que a famosa ‘química’ não rolou, o que afasta logo de cara o espectador da história que vem em completo pano de fundo. O engraçado é que os personagens possuem um certo carisma, que de alguma forma, não consegue se conectar com o público. Pode ser também uma questão pessoal, quem sabe a história não consegue chegar com mais facilidade para algum de vocês né?

Essa depressiva história de amor e descobertas estreia dia 13 de abril em algumas salas do circuito brasileiro.

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11/04/2012

Entrevista com o tecladista da banda RPM, Luiz Schiavon

Em 1983, surgia no cenário musical brasileiro uma das grandes bandas de Rock mais populares da nossa história, “Revoluções por Minuto”, ou melhor dizendo, RPM. Na segunda metade dos anos 80, conseguiram bater todos os recordes de vendagens da indústria fonográfica brasileira. Sucessos como: "Rádio Pirata", "Olhar 43", "Alvorada Voraz” tomaram seus espaços nas rádios e programas de todo o Brasil.

Pensando na série de entrevistas que o jornalista Raphael Camacho está fazendo com grandes personalidades da música, das artes, dos esportes comentando um pouquinho sobre cinema, ele foi atrás do tecladista Luiz Schiavon, um dos membros fundadores do grupo RPM.

Falando sobre o clássico da década de 40, de Orson Welles, “Cidadão Kane” e citando o californiano Dustin Hoffman como um dos artistas internacionais que mais gosta dentro do universo do cinema, Schiavon foi muito simpático ao responder às três perguntas que foram feitas.


- Qual o seu filme preferido e porquê?

“Cidadão Kane”, por vários motivos. A discussão sobre a força e influência da mídia, as inovações na forma dos enquadramentos, a técnica narrativa entre outros pontos.



- Qual foi o último filme que você viu?

“Hugo”, de Martin Scorsese



- Qual o artista (pode ser nacional ou internacional) que eles mais gostam dentro do universo do cinema?

Essa é difícil. Existem dezenas dos chamados "monstros sagrados" tanto no Brasil quanto fora e lembrar de apenas um é complicado, mas vamos lá. Cito a ambos pela versatilidade e pelo conjunto de grandes filmes e personagens memoráveis. No Brasil José Wilker e internacionalmente, Dustin Hoffman.
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10/04/2012

Crítica do filme - 'Coriolanus' (2012)

Será que a bravura e a vingança podem andar lado a lado? A estreia do veterano ator Ralph Fiennes na direção de um longa-metragem, “Coriolanus”, é uma produção muito interessante que mostra as entrelinhas da guerra com bastante intensidade e sangue. Rodado em grande parte em Belgrado (Sérvia) é um filme que os amantes de longas de guerra ficarão com vontade de ver.

Caius Martius Coriolanus (Ralph Fiennes) é um grande herói de Roma. Após alguns acontecimentos passa a ser considerado um traidor pelo povo que tanto defendeu. Sob a influência duvidosa de sua mãe, Volumnia (Vanessa Redgrave), ele decide deixar Roma. Indignado, ele oferece sua vida ao líder rival Tullus Aufidius (Gerard Butler), com quem já havia lutado em outras batalhas antes. Assim, um herói banido que lutava pela cidade que amava junta-se ao antigo inimigo, jurando se vingar sobre a cidade, foco de discussão.

Glória, sede de vitória, coragem, garra, bravura. Alguns desses (e tantos outros) adjetivos chegarão em sua mente cinéfila quando der uma olhada nessa história. O protagonista é um homem que nasceu para ser um guerreiro e às vezes fica cego ao tentar raciocinar o que realmente é aquela guerra que está lutando.  A relação que tem com sua mãe é uma das grandes questões que o longa roteirizado por John Logan (baseado na peça de William Shakespeare) aborda. As falas requintadas (que percorrem o longa como um todo) e os diálogos interessantes que surgem, a partir dessas sequências, tem grandes méritos dos atores envolvidos, Ralph Fiennes e Vanessa Redgrave.

É sempre muito legal ver atores com grande bagagem no mundo cinematográfico inovando, buscando novas maneiras de executar um trabalho. A direção desse filme é muito correta e mostra que Fiennes, se assim ele quiser, veio para ficar (também) por trás das câmeras.

Mesmo que não curta produções de guerra, dê uma chance a esse filme.
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