05/06/2012

04/06/2012

Crítica do filme: 'Branca de Neve e o Caçador'


Com um orçamento que beirou aos 100 milhões de dólares, “Branca de Neve e o Caçador”, tenta conquistar o público com uma adaptação bastante sombria sobre o conto famoso da Branca de Neve e os Sete Anões. Para essa ‘dark’ missão, foi convocado uma vencedora do Oscar e um elenco basicamente de jovens que estão em alta no mercado Hollywoodiano. A consequência disso é um filme muito irregular, com atuações que beiram ao ridículo.

Na trama, após muitos anos de felicidade, o reinado do Rei Magnus chega ao fim de forma dramática. Sua filha, a princesa Branca de Neve, consegue fugir da tirania da Rainha Má e vai procurar refúgio em um lugar muito perigoso. Para capturá-la de volta, a vilã da trama manda o ‘caçador’ para a missão, prometendo-o ter sua mulher de volta caso tenha êxito. Mas o jovem acaba tornando-se protetor e mentor da bela princesa e juntos planejam uma missão para derrotar a Rainha Má.

A narração do caçador já dava a pequena impressão do pesadelo que viria pela frente. Branca de neve encarna um espírito de William Wallace em busca da liberdade sua e de seu povo. Completamente sem carisma, os personagens são introduzidos na trama de maneira esquisita e sem nenhuma ponte criada com o espectador.  A proposta comercial, que claramente vemos nas sequências, atrapalha o ritmo do filme que estranhamente se prolonga quase que eternamente, dando um ‘stop’ com mais de duas horas de sacrifício cinéfilo.

A escolha de Kristen Stewart para o papel da protagonista e de Chris Hemsworth para o papel secundário (do caçador) foi um grande equívoco cinematográfico. A primeira não consegue se conectar com nenhuma cena de sua personagem, parece que está em outro filme (não sei se vocês sentiram também essa impressão), já o segundo é muito irregular nas sequências e erra demais quando tenta deixar eu personagem engraçado, chega a ser constrangedor em alguns momentos.

Tem ponto positivo? Tem sim. A ótima trilha do craque James Newton Howard. Mas é muito pouco para um longa que prometia ser um dos melhores do ano. Na telona, simplesmente, não acontece. O que era pra ser diversão vira chatice em forma de cinema.





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03/06/2012

Crítica do filme: 'Em Busca da Felicidade' (2007)


Escrito e dirigido pelo desconhecido Brad Isaacs, “Em Busca da Felicidade”, é um como tantos filmes que não conseguiram espaço para aparecer aqui no Brasil. É um daqueles tesouros que achamos empoeirados e escondidos nas prateleiras das locadoras (das que ainda existem) ou vendidos à 9,90 em um DVD duplo (dividindo espaço com outra produção).  Um drama que tem um ‘começo, meio e fim’ bem estruturados, o que deixa o espectador confortável com a bela história contada, em pouco mais de 80 minutos de fita.

Na trama, que é situada na década de 60, dois jovens (interpretados pelos excelentes Cayden Boyd e AnnaSophia Robb) vivem uma história mágica, embarcando em uma aventura, com muitas descobertas, para encontrar novos pais e escapar da vida triste em que viviam. Um longa que fala sobre violência, mas não é com aquela abordagem e nem daquela maneira em que estamos acostumados a ver no mundo do cinema. A violência em questão é emocional. A nulidade que os pais do jovem protagonista exercem sobre o mesmo é algo de dar lágrimas nos olhos e um desejo de que isso nunca possa acontecer no mundo real.

Ótimos personagens vão aparecendo ao longo do filme e cada um deles contribui para o saldo positivo do que vemos nas sequências. Os pais do protagonista, um adorador de barcos e a outra viciada em artistas de Hollywood, são os grandes vilões da trama e impactam no jovem filho o desejo de mudança.  

O longa comove com a sutileza que agrega à situações extremamente dolorosas, que poderiam causar um verdadeiro caos emocional no coração de uma criança. O personagem principal é dotado de uma maturidade única e consegue forças para sair daquela relação distante com seus pais, indo buscar sua própria liberdade com a ajuda de sua nova amiga. O caminho é de descobertas e isso torna a produção muito simpática e interessante.

Um material rico como esse não pode deixar de ser visto pelos cinéfilos.  Recomendado.
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02/06/2012

Top 5 - Piores e Melhores - Liam Neeson


Sir William John Neeson nasceu no ano de 1952, é um ator irlandês. Filho de uma cozinheira e um zelador. Seu nome é a forma irlandesa e escocesa, do nome William (Aqui no Brasil ele se chamaria William Neeson, por exemplo).  Vindo de uma família pobre, com menos de dezoito anos já trabalhava como operador de grua ao mesmo tempo que mantinha uma carreira de pugilista amador. Com 11 anos, Neeson andou pela primeira vez no palco. Sua professora de Inglês lhe deu o papel principal numa peça da escola, que ele aceitou porque a menina se sentiu atraído seria protagonista. A partir de então, ele continuou atuando em produções escolares para os anos seguintes.  

Foi estudante de física e estudante de graduação de ciência da computação na Universidade Queen de Belfast em Belfast, Irlanda do Norte, antes de sair para trabalhar para a cervejaria Guinness. Ele descobriu um talento para o futebol na Universidade de Queens, quase seguindo na carreira de jogador profissional. Após alguns anos assim resolveu partir para a cidade de  Belfast para tirar o curso de professor. Contudo, em 1976, sentindo-se tentado pela carreira de ator, inscreveu-se numa companhia de teatro de Belfast.
Em 1980, o cineasta John Boorman o vi no palco, atuando como Lennie Pequeno em “Of Mice and Men”, e ofereceu-lhe a parte de Sir Gawain no filme Artur, “Excalibur”. Depois de “Excalibur”, Neeson se mudou para Londres, onde continuou a trabalhar no palco, filmes de orçamento pequeno e séries de televisão. Em 1987, Neeson tomou uma decisão consciente para ir para Hollywood, a fim de estrela em papéis de alto perfil.

A grande oportunidade de Neeson surgiu quando Steven Spielberg, de visita a Londres, ficou impressionado com o seu talento em palco e com as suas aparências físicas com o personagem do projeto que tinha em mãos. Imediatamente convenceu-o a aceitar o papel de Oskar Schindler, industrial alemão que salvou perto de um milhar de judeus das garras dos comandantes SS dos campos de concentração em “A Lista de Schindler”, 1993. Após o grande trabalho nesse filme virou figurinha carimbada de muitos filmes grandiosos e marcou de vez sua presença no concorrido mundo Hollywoodiano.

Abaixo analisaremos os cinco melhores e os cinco piores trabalhos desse ator que foi nomeado oficial da Ordem do Império Britânico por Rainha Elizabeth II, na Lista de 1999. Serei muito breve nos comentários dos filmes – assim, o artigo não fica muito grande e ninguém usa a desculpa de que ficou com preguiça de ler (rs). Ainda assim, peço desculpas a todos.


Os 5 Melhores de Liam Neeson
A Lista de Schindler – Kinsey - Café da Manhã em Plutão - Rob Roy - Os Miseráveis

5+ “Os Miseráveis” (Les Miserables, 2008) de Bille August
Uma das melhores adaptações do célebre livro de Victor Hugo. Bille August tem uma direção muito inteligente e uma visão muito interessante sobre essa história que está no imaginário de muitos. Liam Neeson é um ótimo Jean Valjean.


4+ “Kinsey - Vamos Falar de Sexo” (Kinsey, 2004) de Bill Condon
Um filme muito agradável que conta a história de Kinsey, levantou dados sobre o comportamento sexual de milhares de pessoas. Liam dá um show no papel do protagonista.


3+ “Café da Manhã em Plutão” (Breakfast on Pluto, 2004) de Neil Jordan
Um dos grandes trabalhos do excelente Cillian Murphy é essa fita dirigida pelo também competente Neil Jordan. Contando a história do travesti amargurado ‘Kitten’, “Café da Manhã em Plutão” é um filme sensível que precisa ser conferido por todos os cinéfilos.


2+ “Rob Roy - A Saga de uma Paixão” (Rob Roy, 1995)  de Michael Caton-Jones
Na pele do herói escocês que dá nome ao filme de Michael Caton-Jones, Liam Neeson provou mais uma vez porque é um dos atores mais talentosos de sua geração. Seu dueto com Jessica Lange é inesquecível. Filme para ver e rever.


1+ “A Lista de Schindler” (Schindler's List, 1993) de Steven Spielberg
A obra-prima de Liam Neeson. A principal atuação de sua carreira e sem dúvidas o melhor filme que já participou. Uma obra inesquecível do diretor das multidões Steven Spielberg.



Os 5 Piores de Liam Neeson
Fúria de Titãs - Esquadrão Classe A – Cruzada - Um Tira à Beira de uma Neurose - Fúria de Titãs 2



5- “Um Tira à Beira de uma Neurose” (Gun Shy, 2000) de Eric Blakeney
Misturando colapso nervoso e sessões de psicologia, “Um Tira à Beira de uma Neurose” tem um roteiro muito embolado. É o famoso caso de ótimo material humano não muito bem aproveitado. Um dos piores filmes do currículo de Liam.


4- “Cruzada” (Kingdom of Heaven,2005) de Ridley Scott
Um terrível filme sobre o tema. Merece ser desossado e analisado item por item mas não é o caso para agora. Umas das piores produções de Ridley Scott. História tediosa que não se encaixa, muito por conta da falta de carisma de Orlando Bloom.


3- “Fúria de Titãs 2” (Clash of the Titans, 2012) de Jonathan Liebesman
Em tempos de guerra, se você tem poder, então você tem dever. Seguindo essa linha de chamada de guerreiros que estavam aposentados, temos o pontapé do novo trabalho do Sul-Africano Jonathan Liebesman (“Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”), “Fúria de Titãs 2”. Na eminente guerra, onde Deuses e homens são afetados, quem acaba sofrendo é o público com atuações muito fracas e uma história apenas superficial. Pode ser até que vire um grande jogo de vídeo game, mas como filme deixou, novamente, muito à desejar.


2- “Esquadrão Classe A” (The A-Team , 2010) de Joe Carnahan
Baseado em série de TV de sucesso, “Esquadrão Classe A”, conta a história de um grupo de soldados que fora condenado por um crime que não cometeram. Não dá para entender o que é pior no filme, as atuações ou a direção. Até para quem gosta de filmes do gênero vira um programa tediante ver esse filme.


1- “Fúria de Titãs” (Clash of the Titans, 2010) de Louis Leterrier
Tinha tudo para ser um dos grandes filmes sobre mitologia já feitos, infelizmente passou longe disso e acabou se tornando um dos piores. Nada se encaixa e a mitologia praticamente não existe. Lamentável em muitos sentidos.



Menção Honrosa ou Horrorosa: No filme "Simplesmente Amor" o veterano ator homenageado nesse Top 5 mostrou toda habilidade emocional cênica ao lado de outros grandes artistas.  
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30/05/2012

Crítica do filme: 'Albatross'


Todo dia é dia de reescrever nossa história, mas será que não temos bloqueios em relação a isso? A nova produção inglesa “Albatross” (que eu duvido que vá chegar nas nossas telonas) explora os problemas de uma família e o impacto que um elemento vindo de fora causa, determinando novos rumos para todos os envolvidos. É o tipo de longa em que o roteiro é maior que os personagens, o que nem sempre é uma coisa positiva, na verdade, quase nunca.

Na trama, vamos conhecer a história de uma família que é totalmente afetada com a chegada de uma linda jovem chamada Emelia. Dentre os esquisitos personagens: Um pai que está tendo um bloqueio de escritor. Uma mãe que adora uma discussão, além de ser especialista em barracos generalizados. Uma jovem, filha desses dois loucos que estão a um passo do divórcio, que está descobrindo a vida ao mesmo tempo tenta entrar na famosa Universidade de Oxford. A lição do filme passa pelo ato de reescrever sua história e, assim, todos os personagens tomam isso como objetivo.

Analisando o grande pilar dessa produção, Emelia, percebemos que a personagem somente é excêntrica não expressando carisma nenhum nas sequências. Uma jovem insinuante, que leva a vida regada à loucura e atos impensáveis (totalmente inconsequente). Abandonou os estudos e tem vários empregos para ganhar um troco, vive com os avós (por quem expressa um grande carinho e, às vezes, impaciência) em uma residência simples. Ao longo da fita descobrimos a inusitada história de que a mesma é parente do lendário Sir. Arthur Conan Doyle, fato diferente mas que é muito mal encaixado no enredo.

Felicity Jones, que havia feito um trabalho maravilhoso no ótimo “Like Crazy”, não consegue repetir as boas atuações de outros tempos. Muito por culpa do encaixe de sua personagem na trama, desaparece do meio para frente quando os olhos do espectador se voltam à relação do pai com uma moça mais jovem.

Para terminar e definir: Sabem aquelas estradas horríveis que temos pelo Brasil? Cheias de imperfeições que tiram a paciência dos motoristas. Isso define bem o que é essa jornada.

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29/05/2012

Movie Stars - Uma peça que os cinéfilos devem conferir


(Reprodução/Ofuxico)

Não gosto de escrever sobre outra coisa sem ser sobre cinema. Partindo desse princípio que reina sobre meus dedos, quando eu faço uma exceção pode ter certeza que é porque merece. Estou digitando como se essas palavras fossem fruto de um bate-papo informal, assim já adianto que não estou preocupado com nenhuma pessoa (seja ela a primeira ou a terceira) nem a maneira corrida com que estou escrevendo esse texto.

Começando meu pequeno texto, fui convidado pelo amigo Paulo Diniz para conferir a peça “Movie Stars” em um teatro reinaugurado em copacabana.  Ao lado de minha mulher, li rapidamente a sinopse do espetáculo e logo me interessei: interpretações de músicas de filmes nacionais e internacionais. Um prato cheio para um cinéfilo, não? Após o longo dia de trabalho fui assistir o espetáculo, vestido com minha camisa em homenagem ao filme “Psicose”, à caráter para o evento, como manda o ‘modelito nerd cinéfilo’. Sentei na poltrona E02 e confesso que estava preparado para uma peça teatral mas o que eu vi foi um verdadeiro show.

Toda segunda, dia da apresentação no Theatro Net Rio, um convidado especial é chamado para dar o seu tom a uma das inesquecíveis canções. No meu dia, fui brindado com uma interpretação emocionada do Léo Jaime que interpretou um clássico da música e porque não dizer do cinema. Cantando inesquecíveis canções do imaginário e da realidade dos amantes do cinema, a dupla formada pelas atrizes/cantoras Gottsha e Alessandra Verney se completam em cena (ou como preferir, no palco). De “Gilda” à “Xanadu”, de “Blade Runner” à “A Bela e a Fera”, o público se entusiasma em cada parte da impecável apresentação. É um show que você pode se emocionar facilmente como um filme de Truffaut ou uma história nova iorquina, sempre agradável, de Allen.

A minha canção favorita fica com “Flashdance”, da qual me lembrei de imediato do meu avô Heráclito, que me ensinou a amar esse tal de cinema. Amante ou não da sétima arte recomendo essa peça que está em cartaz em Copacabana, até a presente data. 
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28/05/2012

Crítica do filme: 'Judas Kiss'


Mude seu passado, mude seu futuro. Com essa proposta, “Judas Kiss”, busca inovações e originalidade misturada com sequencias calientes e uma proposta voltada à sexualidade. Pena que o roteiro chega a ser pífio e completamente insano tornando o filme muito desinteressante em muitos momentos. Destaque mesmo vai para a ótima trilha sonora, muito bem encaixada nas sequências.

Na trama, somos apresentados a um cineasta homossexual, adorador de telhados, que tem a inusitada oportunidade de voltar a uma época muito dramática para ele e assim tentar mudar o rumo de sua história. Cheio de idas e vindas (no andamento dessa louca história), o longa tenta focar na problemática adolescente e em como decisões tomadas nessa época da vida influenciam uma pessoa para o resto de sua existência.

Metaforicamente, aos poucos, vai se tornando uma terapia e uma descoberta profundamente pessoal. O público fica perdido em meio ao tumultuado roteiro. Às vezes, parece que o filme pede a opinião do espectador para o que vamos ver a seguir, uma espécie de “Você Decide”, é quase que proposto isso, deixando o público perdido em qualquer análise que faça. Quando descobrimos que o personagem dorme com ele mesmo jovem (O que Freud acharia disso?) o espectador tem uma leve vontade de ir jogar futebol, ler um livro ou ver outro filme.

Com o cigarro frequente nas mãos percebemos que o personagem principal não está feliz com a vida que leva, festas e reabilitação são tudo o que resume a carreira desse profissional ligado à sétima arte. Mas a ‘volta no tempo’ desse homem explica, por meios bem confusos (diga-se de passagem), o porquê dele estar naquele estado. Uma adolescência perturbada, cheia de problemas e um problema com o “O Beijo de Judas” que mudou para sempre o rumo de sua vida.

Já no meio do filme o público se pergunta: Quem é Danny Reyes? Ao final, não sabemos responder. Tudo é tão confuso, tudo é tão complicado. De boas intenções o mundo do cinema está cheio, de filmes bons nem tanto.

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27/05/2012

Crítica do filme: 'MIB 3'


Os monstrengos mais esquisitos da nossa galáxia estão de volta. Nesse terceiro filme da franquia “MIB”, temos uma aba puxada para a história pessoal de cada personagem, remodelando um pouco o entendimento e foco da franquia de sucesso. O objetivo, obviamente, era humanizar a história, sentimentos mais profundos estão à flor da pele. Um quê de dramalhão é encontrado em quase todos os diálogos, lembrando muito as famosas novelas mexicanas dos anos 90. O exagero em colocar pitadas exageradas de drama em uma história, de outros tempos que foca na ação e comédia, é o grande ponto negativo do longa.

Na trama, a dupla mais famosa da organização ‘Homens de Preto’ tem que combater um alienígena muito perigoso que teve seu braço perdido anos atrás pelo agente K.  Com direito a viagens no tempo, monstros esquisitos e muitas surpresas sobre a vida pessoal dos personagens, a aventura tenta se associar com o drama que é a base dessa terceira produção.

Tommy Lee Jones é sempre engraçado (com seu jeito carrancudo) nos curtos momentos que dá o ar de sua graça na trama, grandes atores são assim, chegam e roubam a cena. Will Smith volta à pele do agente J, hiperativo e falastrão, tem bons momentos na fita, entretanto, em algumas sequências as piadinhas não fazem mais tanto efeito quanto antigamente. Josh Brolin, um ator com um ótimo currículo, surpreende mais uma vez e interpreta muito bem o agente K, no final dos anos 60, na época em que homens foram à lua (ou não?) e o carismático ‘xerife intergalático’ se expressava com sorrisos e passava longe das caras fechadas e irritadas de outras épocas à frente.

O ponto positivo é esse resgate do que ocorrera no passado, na origem dos Homens de Preto, que influencia preponderantemente os novos rumos da trilogia. O novo integrante da história tem uma ótima atuação e faz um ponte temporal bem legal não deixando cair os ótimos diálogos, que é a marca registrada quando Will e Tommy estão em cena.

Houve uma publicidade maçante (Will Smith e Josh Brolin vieram ao Brasil, em cada esquina tem um pôster, etc...), fato que talvez não fosse tão necessário, já que, como se trata de um blockbuster conhecido, estamos falando do terceiro filme de um sucesso de bilheteria, o público já iria lotar as salas de cinema de todo o Brasil. De qualquer maneira, isso não atrapalha, porém, gera uma expectativa e que quando não é correspondida, a consequência vem em forma de comentários comedidos e nem tão positivos.

Tinha potencial para ser muito bom, mas acaba sendo somente regular.
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10/05/2012

Crítica do filme: 'Piratas Pirados'


A melhor coisa de ser um pirata é procurar uma aventura. Dirigido pelo inglês Peter Lord ("A Fuga Das Galinhas"), “Piratas Pirados” tem o plano de fundo nas ruas repletas de neblina da “Londres Vitoriana” contando a saga de um capitão pirata e sua banheira velha em busca de prêmio quase impossível. Entre uma e outra aventura, tenta brincar com a história mas acaba deixando o público aos poucos caindo na sonolência.

Na trama, somos apresentados ao excêntrico Capitão Pirata. Com uma tripulação atrapalhada ao seu lado, embarca em uma aventura para conseguir conquistar o cobiçado prêmio: “Pirata do Ano”. Para isso, o carismático barbudo tem que enfrentar inimigos de profissão, uma rainha impiedosa com a classe pirata, Charles Darwin (sim, ele mesmo) e muitos outros obstáculos. Os personagens, que até parecem terem sido feitos de massinha, tentam agradar o público com jeitos peculiares que buscam fugir do comum a qualquer preço, o que deixa tudo muito chatinho e bobo demais (por mais que seja um filme voltado para a criançada).

Passando pela história das origens das espécies, o saudoso Charles Darwin dá o ar de sua graça e acaba ocupando um papel estranho na animação, um dos vilões da história. É um Darwin diferente, obscuro, que deixará muita gente com conclusões estranhas sobre o jeito (de mentirinha) do cientista. Quem também tem uma rápida participação é a inglesa Jane Austen. O que será que a talentosa escritora acharia dessa participação?

Uma coisa fica evidente e muito esquisita logo no início da projeção, uma palavra fica em destaque nas falas, (traduzidas, já que a cabine/pré-estréia que os jornalistas cariocas foram tiveram apenas cópias dubladas) “Surrupiar”, uma palavrinha complicada para as crianças entenderem já que tem muito adulto que nem sabe o que significa. Será que não poderíamos ter feito uma tradução mais trivial?

Os mestres do disfarce, que se camuflam de cientistas e bandeirantes rapidamente vão perdendo o brilho e o entusiasmo em uma produção que tinha tudo para dar certo mas acaba naufragando. 
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02/05/2012

Crítica do filme: 'Elevator'


Já pensou em ficar preso com pessoas desconhecidas em um lugar que é o terror dos claustrofóbicos? Com um roteiro de Marc Rosenberg (que assinou também o roteiro do razoável longa "Um Verão Para Toda Vida"), “Elevator”, é um suspense com apenas (ou quase) um cenário onde quem comanda o andamento são os personagens. A história é esquecida (não sei se foi uma tática isso) em alguns momentos de clímax o que prejudica muito o olhar do cinéfilo, que se sente perdido. Para a história conseguir ser interessante, os personagens tentam ser a chave principal de interação com o público. O filme quase consegue essa aproximação, possui bons e terríveis momentos nesse aspecto.

Na trama, nove estranhos ficam presos em um elevador de Wall Street quando estavam chegando em uma festa de um empresário milionário. Conforme os minutos vão passando vamos conhecendo um pouco cada uma daquelas almas presentes no cubículo: o dono da festa (o milionário já mencionado), a neta deste último (que apronta muito dentro do elevador), uma senhora que se diz investidora, um segurança muçulmano, um comediante judeu claustrofóbico, uma repórter famosa (sempre tem que ter uma repórter, vocês já perceberam isso?), o namorado dessa repórter que trabalha no prédio, um simpático funcionário que tenta acalmar sempre a todos e uma linda mulher grávida. Após um ataque de pânico e um ataque cardíaco descobre-se que um deles tem uma bomba e agora eles farão qualquer coisa para sobreviver.

Quando o roteiro tenta cruzar as histórias, acaba caindo na armadilha do estereótipo. Judeu com muçulmano, empregado com empregador, triângulo amoroso, traição no trabalho... Tudo que já vimos em outros verões, cadê a originalidade? O filme não assusta quando tem que assustar, tem piadas sem graças e diálogos que não se encaixam.

“Elevator” lembra muito o filme “Demônio” (história criada pelo indiano M. Night Shyamalan), porém, não consegue criar o clima necessário, como esse último pelo menos tentou. A fita é dirigida pelo norueguês Stig Svendsen que tenta fazer um feijão com arroz e deixar tudo nas mãos dos artistas em cena, não vemos movimentos de câmera que influenciem as sequências nem que criem tensão para o que vemos na tela. Ajudaria muito se a direção tentasse inovar um pouquinho.

Mesmo com todos os ‘poréns’ o filme poderia ter decolado mas o desfecho destrói qualquer tentativa de dar uma qualidade e originalidade à essa história.  Previsível como o pãozinho francês da padaria.


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01/05/2012

Crítica do filme: 'Conspiração Americana'


Em tempos de guerra, a lei fica em silêncio. Situado em 1865 e dirigido por Robert Redford, “Conspiração Americana”, é um longa que fala sobre justiça, o direito e a constituição americana em seus primórdios. Após a morte de Abraham um “caça às bruxas” vem como conseqüência, chegando a alguns nomes como culpados por tal ato. No elenco, muitos rostos conhecidos do mundo das séries e do cinema que ao longo de quase duas horas de fita ajudam a contar essa interessante história.

Na trama, o presidente Abraham Lincoln sofre um ataque mortal de rebeldes, sete homens e uma mulher são presos e acusados por essa conspiração para matar o Presidente, Vice-Presidente e Secretário de Estado. Mary Surratt é proprietária de uma casa, onde os rebeldes se reuniram e planejaram os ataques aos políticos. Frederick Aiken, um bravo herói de guerra, concorda (a princípio relutante) em defender Surratt perante o tribunal. Aos poucos, o jovem advogado percebe que sua cliente pode ser inocente e que está sendo usada como isca, a fim de capturar um dos conspiradores próximo a ela. Não é justiça que muitos buscam, é vingança. Longe dos tribunais, uma batalha política tenta resolver a situação de maneira rápida e inconstitucional. As leis dos homens são mostradas superiores à leis criadas, é um debate recheado de injustiças e conseqüências para muitos dos envolvidos. Kevin Kline e Tom Wilkinson desenvolvem ótimas sequências nesses entraves.

Em um país com medo, abandonar a constituição criada não é a resposta. Seguindo esse lema, um jovem e valente capitão, prestes a se ‘aposentar’ da vida nas guerras, recebe essa árdua missão de defender uma mulher da acusação de conspirar contra o assassinato do presidente em exercício. Culpada previamente pela opinião pública sua única esperança é esse capitão condecorado que acredita na constituição, onde todos têm o direito a uma defesa. A relação do jovem advogado com sua cliente é parecida com a de mãe e filho. Quando o Sr. Aiken passa a acreditar 100% na inocência (ou pelo menos na não culpa) de sua cliente, vemos uma luta contra tudo e todos para mostrar a verdadeira história no tribunal.

Muito bem ambientado e com uma ótima condução de Redford, “Conspiração Americana” é um filme obrigatório para os estudantes de direito e uma boa opção para você conferir quando estrear em nossas salas de cinema. Não perca esse duelo de tribunal.
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