23/01/2018

Crítica do filme: 'Viva - A Vida é uma Festa'

Falar sobre outras culturas é algo mágico que o cinema transforma em inesquecível. Grande favorito para conquistar o próximo Oscar de Melhor Animação, a aventura Viva - A Vida é uma Festa é um daqueles filmes que realmente nos fazem emocionar com uma narrativa empolgante, personagens carismáticos com inúmeras mensagens do bem transmitida para todas as idades. O cineasta norte americano Lee Unkrich (de sucessos como Toy Story 3) leva a magia e a beleza de uma cultura rica em elementos transbordarem em carisma do lado de cá da telona.

Na trama, conhecemos o menino sonhador Miguel, um jovem que adora música mesmo sua família não gostando da ideia, pois, anos atrás um parente abandonou a família pela carreira musical e nunca mais voltou para casa. Durante uma pequena investigação descobre segredos desconhecidos da família e após tocar uma canção com um violão mágico, acaba indo para em uma terra dos mortos. Lá, descobre, nesse mundo fantástico e cheio de parentes que nunca conhecera, descobre mais sobre sua família e um novo segredo se torna um objetivo em sua busca constante em voltar para o mundo dos vivos.


O filme transborda alegria, tristeza, é um drama envolvente mas bastante delicado. Somos guiados pelas ações do forte protagonista, em busca de seus sonhos e não compreendendo restrições para ir em busca do que mais ama. As reviravoltas são ótimas e nos deixam cada mais apaixonados por essa singela trama que explora a cultura de uma parte do continente americano que pouco vemos na tela grande. Um dos trunfos dessa produção, elogiadíssima por cinéfilos mundo à fora, é conseguir envolver públicos de todas as idades. Há mensagens lindas de amor e família embutida em cada sequência dessa pequena obra prima. Impossível não se emocionar.  
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Crítica do filme: 'Jogos Mortais: Jigsaw'

Aproveitando anos de sucesso de público (apesar que nos últimos filmes já caíram bem a audiência), voltou aos cinemas faz pouco tempo mais um vértice da história do assassino Jigsaw. Jogos Mortais: Jigsaw é muito mais do mesmo, onde se perde o carisma da trama. Antes criativa e repleta de suspense, agora parece que o roteiro ligou o status da preguiça entregando ao espectador uma trama cheia de reviravoltas sem coerência e transformando os poucos mais de 90 minutos em algo bastante sonolento.

Orçado em cerca de 10 milhões de dólares e já arrecadando, só na janela cinema, cerca de 100 milhões de dólares pelo mundo, Jogos Mortais: Jigsaw mostra mais uma tentativa de alguém em recriar o universo sangrento do assassino Jigsaw, reunindo pessoas em jogos mortais lutando pela sobrevivência ao limite mais extremo possível. Os personagens dessa vez são: um detetive cheio de problemas em sua ficha, um médico e sua assistente que estudam os corpos das vítimas e um policial, ex-militar, que busca as verdades pois como em todo filme da franquia, alguém está mentindo.

Provocando uma expectativa até certo ponto grande, o novo filme da franquia apresenta uma história ‘rivotrialna’, onde não prende a atenção em nenhum momento. É como se uma franquia de fast food não respeitasse as receitas de sucesso da matriz e quisesse ter criatividade suficiente em criar seus próprios produtos. Tudo é muito incoerente na trama, além dos personagens para lá de nada carismáticos.


Para quem curte filmes de terror, obviamente existem outros bons filmes. Um novo filme foi feito exatamente para se lucrar em cima de histórias passadas, pois ao longo dos anos essa franquia mostrou-se ser extremamente rentável e mesmo com filmes de médio orçamento. Tem que se pensar sempre em algo mais além de dinheiro, nossos olhos pagam por qualidade.  
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02/01/2018

Crítica do filme: 'O Rei do Show'

O espetáculo de um sonhador que nunca desiste. Tentando sair do papel a cerca de dez anos, o musical The Greatest Showman, no original, finalmente ganhou sua oportunidade e estreou recentemente no circuito brasileiro de exibição. Contemplando a estreia na direção de um longa metragem do agora cineasta Michael Gracey, O Rei do Show é um musical empolgante, que narra uma história de uma época pelas entrelinhas de um sonhador e sua busca constante em surpreender seu público. No papel principal, um dos maiores atores showman do circuito hollywoodiano/Broadway, o australiano, eterno Wolverine, Hugh Jackman, que mais uma vez mostra que consegue emocionar numa tela grande.

Na trama, situada no início de 1800, conhecemos o esforçado, vindo de família humilde, P.T. Barnum (Hugh Jackman) que faz de tudo para sobreviver e dar uma vida digna para sua esposa Charity (Michelle Williams) e suas duas filhas. Mas o protagonista é um grande sonhador com veia empreendedora e logo após ser demitido de um trabalho burocrático, resolve investir tudo o que possui e criar uma espécie de museu de curiosidades, tendo como foco diversos e peculiares artistas. Assim, consegue aos poucos reunir a atenção de muitos e vai se consolidando como um grande empresário nacionalmente conhecido.

Um dos méritos do roteiro, assinado por Bill Condon (Kinsey - Vamos Falar de Sexo) e Jenny Bicks (Rio 2), é tratar de todo um preconceito forte da época, representado pelo pai de Charity que nunca aceitara o casamento da filha, e por parte do público que se manifestava violentamente em relação aos astros do show de Barnum. Como todo musical, O Rei do Show é repleto de músicas encantadoras, com performances espetaculares de seus intérpretes. É um filme bem cantando mas sem perder o sentido e direção, toda música explica uma situação, uma emoção, recurso adotado com louvor pelos carismáticos personagens.


Longe de ser longo demais, provoca emoções instantâneas, há uma proximidade muito grande do público com o que acontece em cena. Ótima oportunidade para quem nunca viu um musical, ou apenas diz que não gosta, conferir esse belíssimo trabalho que pode ganhar alguma indicação no Oscar 2018. 
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Crítica do filme: 'Três Anúncios para um Crime'

Até aonde vai a dor de uma perda? Indicado em seis categorias ao Globo de Ouro 2018, eleito pelo público o Melhor Filme do Festival de Toronto e com grandes chances de ter mais de cinco indicações ao próximo Oscar, Três Anúncios para um Crime explora uma tragédia de maneira intensa, com uma narrativa envolvente, trilha sonora fantástica, uma bela direção, e atuações memoráveis de três atores fantásticos: Frances McDormand, Woody Harrelson e Sam Rockwell. O filme que deve estrear no circuito brasileiro de exibição no final de janeiro, é uma jornada de dor e sofrimento com três óticas e sentimentos sobre um assassinato brutal, sem solução, que acontece em uma cidade do interior no sul dos Estados Unidos.

Na trama, conhecemos Mildred (Frances McDormand), uma mulher de idade quase avançada que trabalha em uma lojinha e recentemente perdeu sua filha de maneira aterrorizante. Tentando pressionar as autoridades que a sete meses não conseguem ter uma única pista do assassino, resolve publicar em três outdores em sequência uma mensagem para a polícia, principalmente para o chefe da delegacia Willoughby (Woody Harrelson), esse que está com um câncer terminal. Assim, tentando descobrir novas pistas sobre o ocorrido e pressionando cada vez mais os policiais, Mildred divide opiniões na cidade onde tudo ocorre.

A protagonista é uma mulher corajosa que se sente culpada pela morte da filha, não entendendo como sequer um nome ainda não foi ligado a tragédia que aconteceu na sua família. Separada, o marido tem uma nova namorada bem mais nova, com um filho ainda para criar, reúne todas as forças que possui para tentar alguma solução para o caso. O longa tem uma pegada irmãos Coen, talvez, Frances McDormand se encaixou tão bem no papel por já conhecer esse universo que lhe deu o Oscar por Fargo anos atrás. Os coadjuvantes são peças fundamentais no tabuleiro de surpresas e reviravoltas de personalidade que vão aparecendo a cada frame.

Cada um dos personagens que mais vemos em cena possuem dramas pessoais com a tragédia do assassinato sem solução sendo um ponto de interseção. Sam Rockwell e seu Dixon, um policial preconceituoso e totalmente sem noção é o que mais passa por transformação chegando ao desfecho sem sabermos direito o que será de seu futuro. Peça chave nas viradas do roteiro, Willoughby (Woody Harrelson brilhando novamente) vai se revelando aos poucos ao público com suas cartas que mudam de trajetória essa curiosa trama de roteiro afiado, um dos melhores nas listas de filmes que serão indicados nas grandes premiações em 2018.


O cineasta britânico Martin McDonagh (Sete Psicopatas e um Shih Tzu, Na Mira do Chefe) é o responsável pela direção e roteiro. Cumpre seu papel com muita eficiência nesse universo que poucos em Hollywood tiveram a coragem e competência de entrar.
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Crítica do filme: 'Uma Mulher Fantástica'

Um dos fortes concorrentes ao prêmio de melhor Oscar de Filme Estrangeiro na cerimônia de 2018 é sem dúvidas esse belíssimo trabalho sul americano. Uma Mulher Fantástica, nova obra prima do excepcional cineasta chileno Sebastian Lelio (Gloria, que deve ganhar um remake norte americano protagonizado por Julianne Moore em breve) é um projeto que desperta inúmeras emoções, nossos olhos são guiados por uma protagonista forte, valente, fantástica, que luta pelo seu grito de liberdade quando perde o grande amor de sua vida. Sensação em diversos festivais que fora exibido, esse belo trabalho é um dos dez melhores filmes que foram exibidos no circuito brasileiro no ano de 2017.

Na trama, conhecemos Marina (Daniela Vega), uma jovem transexual, garçonete, que mantém um sonho em ser cantora lírica. Sua vida amorosa está muito feliz, mantém um relacionamento com um homem mais velho chamado Orlando (Francisco Reyes) e o carinho é imenso de ambas as partes. Após uma noite agitada, o casal volta para casa e durante a madrugada Orlando começa a passar mal e acaba falecendo horas depois no hospital. Completamente abalada, Marina precisará enfrentar o preconceito da família de Orlando para poder se despedir do seu grande amor.

Marina é cativante. Enfrenta todo o preconceito de uma sociedade com valentia. Também sente medo, mas passa por cima. Quando se vê envolvida com Orlando, ambos resolvem não buscar a exposição de sua relação, vivem amorosamente e feliz, fazendo planos de viagens e com declarações a todo instante. Tudo muda quando Orlando falece. Marina precisa se expor para defender seus direitos como a companheira de seu amor, mesmo com o olhar atravessado da polícia, da ex-esposa, do filho. Sofre preconceitos com agressões verbais e físicas, mas nunca desiste. Daniela Vega empresta suas emoções e uma doação inacreditável a sua carismática Marina, em uma das personagens mais impactantes e fantásticas do cinema em 2017. Vega merecia muitos prêmios, quem sabe até uma indicação ao Oscar na categoria Melhor atriz. É inesquecível o que vemos ao longo dos 104 minutos de projeção.


Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim na categoria melhor roteiro,  o longa de Sebastian Lelio toca nossos corações do começo ao fim. Mas um impactante trabalho desse cineasta chileno que agora vai rodar projetos nos Estados Unidos. Seus próximos filmes são: Disobedience (com a dupla de Rachels mais famosa de Hollywood atualmente McAdams e Weisz) e o remake norte americano de Gloria). 
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01/01/2018

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Crítica do filme: 'Madame'

Escrito e dirigido pela cineasta e roteirista parisiense Amanda Sthers, Madame, é uma deliciosa comédia , uma fábula moderna sobre o amor e as infidelidades que a vida constrói na alta sociedade ou não. Tudo funciona com gigantesco carisma. Toni Colette e sua vilã metida a esperta é uma delícia de personagem, e faz um par grandioso com o sedutor milionário vivido por Harvey Keitel. O roteiro é muito bem feito, faz valer o ingresso.

Na trama, conhecemos Maria (Rossy de Palma), uma espanhola que trabalha na casa de Anne (Toni Colette) e Bob (Harvey Keitel) um casal de norte americanos na França. Quando Anne decide dar um jantar para a alta sociedade, percebe que um convidado faltará. Para não ficar um lugar na mesa, ou alguma espécie de ‘toc’ com o número 13, convida Maria a vestir uma de suas belas roupas e se juntar a mesa. Tudo corre bem até Anne perceber o interesse do ricaço David (Michael Smiley) em Maria. A partir daí, uma mescla de mentira e uma linda história de amor é instaurada, lutando contra os trambiques e inveja de Anne e Bob.

O acreditar no amor. A história se desenrola de maneira a la conto de fadas. A empregada que se apaixona por um milionário, e vice versa, mas com uma mentira que pode mudar tudo. Por mais que a trama centrada seja essa, os olhos do público se voltam várias vezes ao casal Anne e Bob. A situação de Maria, cai como um raio em cima deles, que possuem um casamento falido, com traições de ambas as partes e sem muitos momentos de intimidade. Anne principalmente, interpretada pela sempre ótima Toni Colette, se torna a grande vilã da história, usando de uma delicadeza sarcástica para atrapalhar a vida de dois corações apaixonados.


90 minutos de puro carisma, diálogos engraçados e situações inusitadas. Um ambiente Woody Allen, fora dos Estados unidos. Muito frescor nessa grata surpresa. Não é uma obra prima mas é um delícia de filme. Estreia em março no Brasil.
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Crítica do filme: 'Depois Daquela Montanha'

Nem sempre reunir dois ótimos atores transformam um longa metragem em algo inesquecível. Lançado no final do ano passado no circuito brasileiro, Depois Daquela Montanha é aquele tipo de filme que com certeza estará na sessão da tarde daqui alguns anos. Bastante água com açúcar, sem muita originalidade, dirigido pelo cineasta israelense Hany Abu-Assad (dos espetaculares Paradise Now e Omar) com roteiro baseado na obra de Charles Martin (The Mountain Between Us), o projeto cai nas armadilhas dos clichês em todos os seus arcos.

Na trama, conhecemos a jornalista e fotógrafa Alex (Kate Winslet) que está tentando viajar para chegar a tempo de seu casamento. Ben (Idris Elba), é um médico cirurgião que está voltando para casa de uma conferência médica. Ambos iriam embarcar no mesmo avião mas o vôo é cancelado. Com pressão para chegarem aos seus destinos, resolvem alugar um avião de pequeno porte. Mas o imprevisível acontece, o piloto do avião sofre um ataque durante a trajetória e ambos caem no meio de montanhas geladas cobertas de neve. Assim, usando todos os recursos possíveis, precisam se unir para sobreviver enquanto não conseguem ajuda.

Tem coisas no cinema que não dá pra entender. Depois de trabalhos excelentes em filmes passados, o cineasta israelense Hany Abu-Assad resolve ir tentar a sorte pegando um blockbuster hollywoodiano. Parece que a sua essência se perde a cada diálogo sonolento. O desenvolvimento dos personagens é feito de maneira romance dos anos 90, onde tudo se encaixa perfeitamente. Parece filme de produtor, que adota fórmulas de outras histórias para convencer o espectador de que o romance proposto possui alguma força.


Mesmo tendo Idris Elba e Kate Winslet, dois grandes nomes do cinema mundial atualmente, o filme não convence. Falta desenvolvimento na trama, tudo parece muito corrido. O clichê principal, já no fim do filme mostra que o livro deve ser bem melhor que o filme. 
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Crítica do filme: 'Eu, Tonya'

Dirigido pelo excelente diretor australiano Craig Gillespie (do inesquecível A Garota Ideal) , Eu, Tonya é antes de tudo um filme sobre as oportunidades perdidas, oriundo de uma formação familiar desproporcional, onde a personalidade e a inocência imatura andam lado a lado nas conseqüências da vida. Baseado em fatos reais, um verdadeiro escândalo com grande atenção da mídia, o projeto, cotado para alguma indicação no próximo Oscar, conta com uma inspirada interpretação de Margot Robbie e Allison Janney, onde são guiadas por um dos melhores roteiros dessa primeira metade do ano assinado por Steven Rogers (P.S. Eu Te Amo).

Na trama, conhecemos por meio de relatos, um recorte importante na vida da patinadora artística norte americana da década de 90, Tonya Harding (Margot Robbie). Desde a sua infância complicada, sendo educada por uma mãe (Allison Janney) desequilibrada e cheia de regras, até seu auge na profissão que escolheu, executando um salto nunca realizado por uma patinadora norte americana em campeonatos. Mas nem tudo eram flores na vida de Tonya, casada com um marido violento e totalmente instável, interpretado pelo ótimo Sebastian Stan, acaba se envolvendo em uma história de agressão a outra patinadora perto da seletiva para as olimpíadas de inverno.

A composição dos personagens é algo que chama a atenção. O roteiro dividido em arcos bem definidos, enchem o público de argumentos para o clímax. Tem uma pegada meio irmãos coen, meio Fargo, preza pela originalidade na entrega de sua narrativa. Tudo gira ao redor da protagonista mas as lacunas são preenchidas com louvor pelos ótimos coadjuvantes.


Tonya é o reverso da Apollo 13, nesse caso do triunfo ao desastre. A narrativa adotada por Gillespie é eficaz, apresenta os personagens de maneira inteligente reunindo características no campo da emoção que são importantes para entendermos o clímax da história. Em uma espécie de documentário baseado em relatos, a ficção toma conta das lentes de Gillespie de maneira harmônica, ao longo de 120 minutos são apresentados os argumentos para o público julgar quem de fato foi Tonya: vilã ou vítima de uma história que mexeu com as estruturas do programa norte americana de patinação artística.
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30/12/2017

Crítica do filme: 'Liga da Justiça'

Houve muita expectativa sobre esse projeto, a reunião de diversos super heróis famosos dos quadrinhos lutando contra um inimigo da humanidade. Exatamente o mesmo gancho de salvação do planeta visto em filmes da série Vingadores da Marvel. A preocupação de cinéfilos de todo o planeta era que a DC tinha apresentado até agora resultados insatisfatórios (exceto talvez o ótimo Mulher Maravilha), falando em cinema, com filmes longe de serem queridos. Em Liga da Justiça, jogam no liquidificador nerd diversas características humanas de seus personagens, liderados por um Batman melancólico e repleto de culpa interpretado por um surpreendente Ben Affleck. Esse trunfo se desenvolve muito bem, aliando cenas de ação empolgantes. O resultado é um filme bastante interessante, onde o brilho de cada super herói se sobressai em qualquer brecha para individualidade.

Na trama, subseqüente a morte do Superman (Henri Cavill) em Batman vs  Superman: A Origem da Justiça, vemos um Bruce Wayne/Batman (Ben Affleck) abatido e amargurado, com enormes sentimentos de culpa mas que precisa vestir a capa do morcego para combater um terrível vilão com enormes poderes. Para isso, ao lado de Diana Prince/Mulher Maravilha (Gal Gadot), resolve recrutar super heróis da terra que mapeia com a ajuda de Alfred (Jeremy Irons) em sua batcaverna. Assim, se juntam ao super herói mencionados, Barry Allen/ Flash (Ezra Miller), Arthur Curry/Aquaman (Jason Momoa) e Victor Stone/Cyborg (Ray Fisher). Assim, inicia-se o que chamaremos de A Liga da Justiça.

Os conflitos de Wayne em liderar a equipe são evidentes e marcantes, um Tony Stark bem elaborado da DC. Usando seus recursos financeiro ilimitados mas sem ter na prática um super poder, o homem morcego se vê em dúvida a todo instante, principalmente na ideia que molda as ações do longa, o resgate de uma peça chave para o sucesso de sua equipe. O recrutamento traz boas cenas e explicações sobre as origens dos personagens, principalmente o contexto de Cyborg e Aquaman. Flash, rapidinho até em sua história passa batido alguns pontos mas nada que atrapalhe o desenvolvimento. Esse último também fica com o cargo de ser a ponto cômica do filme, com piadas adolescentes exatamente da mesma maneira que enxergamos o Homem Aranha na turma dos Vingadores.


Por incrível que pareça, pelos caminhos que percorrem o roteiro de Liga da Justiça, a ação acaba ficando em um segundo plano, é mais um conflito de ser humano e suas emoções, em um desenvolvimento que preenche brechas de outros filmes transformando esse em um dos bons filmes baseado em quadrinhos. Esqueça a briga que existe entre Dc vs Marvel, por mais que se pareçam, essa competição só tem que ser vista de perto quando cada turma de super heróis a cada novo longa nos brinda com filmes com alma e essência desses inesquecíveis personagens que brindam nossas mentes a cada nova geração. 
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Crítica do filme: 'Bright'

Estimado em cerca de 90 milhões de dólares, a nova produção da Netflix Bright aborda um universo futurístico repleto de seres mágicos, onde orcs, elfos e humanos vivem em conjunto na sociedade. Dirigido por David Ayer (Esquadrão Suicida) e com roteiro de Max Landis (Poder sem Limites), o projeto é uma interessante jornada rumo a planeta com diversos paralelos com o mundo que vivemos hoje, cheio de desigualdades sociais, preconceito onde o bem e o mal andam lado a lado rumo a sobrevivência. Talvez o grave problema do filme seja na hora da contextualização desse universo mágico criado, pouco é falado sobre as origens, se pega em um recorte onde os protagonistas precisam resolver um certo mistério em meio a uma onda de sangue e violência.

Na trama, conhecemos Daryl (Will Smith), um policial não corrupto que se recupera de um tiroteio em que não foi ajudado pelo seu parceiro Nick (Joel Edgerton), um dos poucos orcs que são policiais. Voltando a ativa e logo nas semanas seguintes, a dupla de policiais precisarão resolver seus conflitos para decifrarem um caso misterioso de assassinato que envolve uma varinha mágica, uma jovem que está se escondendo e a divisão de magia da polícia federal (FBI) liderado pelo elfo Kandomere (Edgar Ramirez).

Um dos fatores positivos do projeto é a originalidade da história, reunindo seres mágicos com características pra lá de humanas o que nos envolvem em paralelos com a sociedade da maneira como vemos hoje. O desenvolvimento de Nick é bem detalhado, o que ajuda na compreensão de parte do contexto, possui um lado humano forte, cheio de certezas no cumprimento de suas obrigações como policial que protege a população mas não deixando margens para analisar situações que fogem de um certo controle. O contraponto é seu parceiro, o humano Daryl, repleto de características que agregam como dupla, possui um espírito de companheirismo, mesmo tendo um pé atrás com o parceiro, o protege.


O que pega na trama é a falta de entendimento sobre o que houve com o planeta. Essa falta de contextualização, deixa os entendimentos dos personagens comprometidos, conseguindo apenas deixar como paralelos com os dias de hoje com as ações que vemos ao longo das quase duas horas de projeção. 
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Crítica do filme: 'Lady Bird'

Escrito e dirigido pela atriz, roteirista e cineasta adorada pelos cinéfilos de todo o planeta, Greta Gerwig (Frances Ha), Lady Bird mostra os caminhos percorridos por uma jovem perto dos 18 anos que equilibra sua vida na linha tênue entre rebeldia e personalidade forte. O relacionamento conturbado com sua mãe fica no epicentro da história e nos brindam com interpretações inspiradas de Saoirse Ronan (Brooklyn) e Laurie Metcalf. Indicado a quatro prêmios no Globo de Ouro, Lady Bird deve conseguir algumas nomeações, merecidamente, ao prêmio mais badalado do ano, o Oscar.

Na trama, conhecemos Christine McPherson (Saoirse Ronan), uma jovem que gosta de ser chamada de ‘Lady Bird’ e reside em sacramento com a família, que passa por dificuldades financeiras. Sua mãe, Marion (Laurie Metcalf), é uma esforçada enfermeira em uma clínica psiquiátrica, seu pai Larry (Tracy Letts) está desempregado e não consegue voltar ao mercado de trabalho. Lady Bird tem mais dois irmãos que trabalham para ajudar a família. Perto de concluir o ensino médio, a protagonista passa por experiências emblemáticas como a perda da virgindade, a escolha para qual faculdade vai, e novas amizades que chegam para preencher lacunas desconhecidas mas não necessariamente positivas em sua vida.

Adorado por centenas de cinéfilos mundo a fora que já tiveram a chance de conferir esse trabalho, Lady Bird realmente é um filme especial. Além de atuações marcantes, explora o conceito da juventude na pré era dos celulares (o filme é ambientado no início dos anos 2000) na visão de uma garota que possui um ar de liberdade mas sem saber direito como chegar aos seus objetivos. Os conflitos entre mãe e filha contornam boa parte dos 90 minutos de projeção e dão a sustentação emocional que a história precisa, um cirúrgico recorte que explica bastante sobre uma família e a visão de toda uma sociedade que os cerca.


Greta Gerwig volta a surpreender com um trabalho marcante. Impressiona a maneira como consegue criar universos de histórias que dizem tanto sobre o mundo de hoje, aproximando diversos tipos de público de suas criações.  Lady Bird deve estrear no Brasil somente em abril (talvez seja antecipado dependendo de nomeações em premiações), com o título de  Lady Bird: É Hora de Voar. Tirando a breguice que ficou esse subtítulo, o filme é uma delícia, algo para guardarmos em nossos corações cinéfilos. 
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