11/10/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #529 - Daniel Araújo


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Fortaleza (Ceará). Daniel Araújo, tem 33 anos. É jornalista, realizador audiovisual, pesquisador e crítico de cinema. Especializando em Cinema e Audiovisual pelo Centro Universitário 7 de Setembro. Integrou a terceira turma do Curso de Realização em Audiovisual da Vila das Artes, tendo participado e proposto projetos em diferentes campos desse fazer. Como crítico de cinema afiliado à Associação Cearense de Críticos de Cinema, tem experiência com júri de festivais internacionais, nacionais e regionais de cinema. Atualmente mantém o projeto “Um Filme ou Dois”, que compõe um site e um perfil no Instagram para reflexão sobre crítica cinematográfica em geral. No campo da pesquisa, integra os grupos de pesquisa do Laboratório de Experimentações em Audiovisual (LEEA) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e colabora atualmente com a Animus, publicação do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto bastante das duas salas do Cinema do Dragão. Além de ser mantido pelo Governo do Estado do Ceará, o equipamento tem a melhor programação da cidade com lançamentos não comerciais e filmes que dificilmente entrariam em circuito nos demais cinemas aqui de Fortaleza. Há todo um trabalho de curadoria feito especificamente para o cinema e isso aumenta em muito a qualidade da programação ofertada. São as melhores salas em termos de projeção e nível de som, ficando atrás somente das salas Imax e X-Plus dos equipamentos mantidos nos shoppings.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Cidade dos Sonhos (2001, de David Lynch). É meu filme favorito da vida, e de fato foi a obra que me fez entender que o cinema é uma linguagem múltipla e que pode sim unir elementos da sua carga do entretenimento (no campo da discussão dos temas) e da reflexão crítica sobre a subjetividade do ser humano.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Meu diretor favorito é o Andrei Tarkovsky. Meu filme favorito dele é O Espelho (1975).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Arábia (2017) do Affonso Uchoa e do João Dumans. É um filme recente mas desde a primeira vez que vi me tocou profundamente porque me evocou o mesmo sentimento que falei sobre o filme do Lynch. O cinema brasileiro passa por uma das suas melhores fases em termos de propostas de obras que lidam e confrontam diretamente todo um pensamento hegêmonico de fazer e refletir o ato da realização audiovisual. O que Arábia faz é colocar na tela a subjetividade do "bandido" que, para uma parcela da população brasileira reacionária, só encontra lugar na morte. Ou seja, o protagonista desse longa, Cristiano, é a pessoa não grata da nossa sociedade. E que aqui ele é elevado à posição de senhor da sua própria história. Para mim esse é um dos filmes mais importantes feito no Brasil desde os anos 2000.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É mais do que gostar de assistir filmes. É ver, claro. Mas diz muito também de um modo de se colocar no mundo em favor do amor pelo cinema e pelas artes do vídeo de modo geral (cinema não é só filme narrativo europeu e ocidental). O cinéfilo tem de entender isso e estar aberto para a experiência de modo amplo e isso inclui se permitir assistir cinema experimental, por exemplo e ir além do contato estrito À ideia do filme em si. As séries também são um ótimo exemplo disso e nos ensinam muito sobre linguagem e muitos outros pontos de referência quando falamos em audiovisual.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que enquanto proposta de mercado e negócio, "entender" deveria ser um requisito no melhor dos mundos. A questão passa mesmo pelo lance da gestão, entendo eu. Se o gestor "conhece" ou não sobre cinema, talvez não chegue a ser uma questão. Do meu conhecimento, isso só ocorre de fato em Fortaleza no Cinema do Dragão através do trabalho feito pelo programador Pedro Azevedo. Dos cinemas de shoppings, eu desconheço se há alguém que "entende" de cinema. As programações desses espaços são lançadas semanalmente. Se elas ocorrem segundo uma curadoria, por exemplo, não consigo afirmar. Mas quando comparamos a agenda de filmes de um cinema como o do Dragão do Mar e com o de qualquer shopping da cidade, isso se torna latente.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Primeiro, vamos pensar um segundo sobre o que seria a sala?! A sala seria apenas o espaço institucionalizado hoje dos cinemas de rua ou multiplexes? Se formos pensar para além dessa perspectiva, então a sala vai ser um conceito perene, eterno, porque ela extrapola essa concepção, ao meu ver. Ou seja, aquilo o que a gente pdoe chamar de Modelo de Representação Institucional (MRI) se torna uma coisa outra. E a experiência da sala se reconfigura. Ela se transmuta, como hoje já entendemos por meio de outros modos estabelecidos como as sessões nos cineclubes, sessões ao ar livre a partir de projetos sociais em bairros periféricos, como ocorre aqui em Fortaleza, por exemplo. A experiência da sala de cinema, nesse caso, não morre e se democratiza, o que é o mais importante.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas (2010) do diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Pelo menos aqui em Fortaleza isso não ocorreu. Somente quando as primeiras pessoas começaram a se imunizar foi que os cinemas reabriram com capacidade bem reduzida.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

É o melhor cinema do mundo. Os melhores diretores, os mais criativos e politizados estão no Brasil. E por politização não devemos entender só o realizador que lida com a política de modo mais direto como uma realizadora como a Maria Augusta Ramos, por exemplo. Há uma centena de realizadores de diversos cantos do país pensando nossa cinematografia nas suas mais diversas dimensões, sejam elas afetivas, sociológicas ou políticas mesmo. E tudo isso tem sido feito nos últimos cinco anos e em meio a um cenário bem adverso onde um projeto de destruição da cultura do País segue em curso. Mas nosso cinema é maior que isso e por isso que ele segue tão forte e seguirá apresentando obras tão sólidas nos seus mais distintos formatos e modelos de execução. Precisamos acreditar nisso ou a batalha já está perdida.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Adirley Queirós, realizador do Distrito Federal.

 

12) Defina cinema com uma frase:

"É preciso confrontar as imagens vagas com ideias claras" (Jean-Luc Godard)

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Certa vez fui a uma sessão assitir Dr. Sono (2019) e havia uma senhorinha na sala. Ela tinha ido assistir ao filme sozinha. Era uma sessão numa segunda-feira, às 13h30 da tarde. Ela era muito engraçada porque parecia ter uns 99 anos, mas a despeito de tudo isso estava indo ao cinema sozinha ver um filme de suspense legendado. Acho que foi uma das coisas mais inusitadas que eu presenciei num cinema.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nuca assisti o "Cinderela", mas está na minha lista de filmes pra se assistir (um dia) hahaha.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Fazer cinema vai além da cinefilia. Qualquer pessoa pode contar uma estória por meio de imagens no cinema. O que se é preciso é ter a consciência de como você usa os elementos da linguagem para transpor isso na execução do filme em si.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não consigo lembrar um filme, mas odiei com todas as forças aquele episódio do Black Mirror:Rachel, Jack and Ashley Too (2019). 

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra Marcado para Morrer (1984) de Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, para A Cidade Perdida de Z, do James Gray.  

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem (1990), também dirigido pelo Lynch.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Na verdade, quero listar três: "Uma Mulher Com Uma Câmera", "Um Filme ou Dois" (onde eu sou autor e escrevo hehe) e o Cinética.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Mubi.

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06/10/2021

Fui conferir a promoção SUPER MEIA - UCI Cinemas


Aproveitei que o Instagram estava fora do ar na 2a e corri pra aproveitar a SUPER MEIA do Uci Cinemas! Nesse mês de outubro terão estreias estreias de ótimos filmes e, de segunda a quata-feira, o cinema New York City Center, localizado no Barra Shopping, está com o melhor preço do Rio de Janeiro! As entradas custam R$ 15,00 a inteira e R$ 7,50 a meia em salas regulares; R$ 18,00 e R$ 9,00, respectivamente, na XPLUS; e R$ 20,00 e R$ 10,00 na Sala Imax.

Imperdível! Eu já fui conferir a estreia do 007 - Sem Tempo para Morrer e o filme tá bem legal!

Quem disse que segunda-feira não é dia de cinema? :)







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Crítica do filme: '007 - Sem Tempo para Morrer'


Com mais um orçamento milionário em mãos, cerca de 250 milhões de dólares, o novo filme do famoso agente secreto do MI6, James Bond, é o desfecho do arco de Daniel Craig como o intérprete desse personagem fantástico criado por Ian Fleming. Dessa vez dirigido pelo cineasta californiano Cary Fukunaga, o longa-metragem tem de tudo um pouco que sempre assistimos ao longo dos anos nos filmes de Bond: relacionamentos intensos, explosões, fugas mirabolantes, espionagem, sempre tentando salvar o mundo. Mas dessa vez há um componente família que acaba sendo o grande ponto desse projeto que é um dos maiores lançamentos nos cinemas nesse mundo quase pós pandêmico.


Na trama, novamente nos encontramos com James Bond (Daniel Craig), um homem que mesmo querendo descansar, ou até mesmo se aposentar, não consegue, pois sempre tem algum fanático, louco, terrorista querendo destruir o mundo e assim o agente secreto é chamado de volta para a ação. Em 007 - Sem Tempo para Morrer Bond precisa lidar com mais uma revelação surpreendente, fruto de seu relacionamento com a psicóloga Madeleine (Léa Seydoux). Em meio a todas as emoções que encontra pelo caminho, um rival complexo de lidar, Lyutsifer Safin (Rami Malek) quer destruir o mundo com um novo vírus seletivo e mortal.


Em todo desfecho de arcos de personagens emblemáticos nas telonas, devemos levar em consideração o campo da emoção como porta de entrada para as ações e consequências dos atos tomados pelo personagem que dá vida ao filme. Nesse caso, o roteiro fica perto da corda bamba, e mesmo não precisando assistir a todos os outros filmes de Daniel à frente de Bond, ainda sim, ao longo de quase três horas de projeção, o projeto beira ao confuso mesmo dominado por cenas de tirar o fôlego e um protagonista movido muito mais forte pelas emoções do que em outros filmes. Vale o destaque para a ótima atuação de Craig que mesmo ainda muito crítico por alguns, fecha com chave de ouro sua participação nesse papel que já teve até o inesquecível Sean Connery como intérprete.

 

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Crítica do filme: 'O Culpado'


As interpretações que a vida nos mostra. Dirigido pelo ótimo cineasta Antoine Fuqua (Dia de Treinamento), um dos mais recentes lançamentos da Netflix é o suspense O Culpado. O filme busca uma conexão logo de cara com o espectador mas acaba caindo na armadilha de seu próprio roteiro que buscando surpreender acaba deixando tudo muito confuso em um primeiro momento. Busca seu dinamismo na ótima atuação de Jake Gyllenhaal, o longa-metragem cresce nos arcos finais onde as peças parecem se encaixar gerando um melhor entendimento dos seus mistérios seja em qual ótica você estiver fisgado. O projeto é baseado no espetacular longa-metragem dinamarquês Den Skyldige (Culpa).


Caminhando de maneira confusa nas linhas do suspense psicológico, o projeto mostra um dia tenso na vida do estressado Joe Baylor (Jake Gyllenhaal), um policial, operador do 911, que só está nessa função porque fora rebaixado de cargo após alguma questão que se antecede a um julgamento do qual ele vai participar o dia seguinte. Tenso e descontrolado em muitos momentos, vamos vendo a reação dele ao logo de todo o turno quando recebe uma chamada de uma moça chamada Emily pedindo socorro ao que parece ser uma sequestrada tentando contato. Aos poucos vamos descobrindo a verdadeira história por trás dessa ligação.


Parece que acompanhamos histórias paralelas nos primeiros arcos confusos. Essa difícil tarefa de decifrar o filme logo no início acaba nos levando para o lugar do curioso onde queremos entender a todo instante o quebra-cabeça instaurado com as migalhas jogadas pelo caminho. Talvez por buscar força para seu iminente plot twist, o roteiro desalinha em relação a nossa capacidade de compreensão. Há um foco então na figura do protagonista, estúpido em muitos momentos, com problemas com a família e um julgamento mal explicado que terá que passar nas horas seguintes. Como análise de comparação, como é praticamente um remake não temos como não comparar, o original indicado ao Oscar pela Dinamarca em 2018 consegue ser muito mais efetivo em todos seus arcos prendendo realmente a atenção do espectador bem mais que nessa releitura norte-americana.


O movimento dos planos é muito interessante, pra quem curte perceber as técnicas de cinema esse filme é um bom laboratório, principalmente nessa questão dos planos. Um exemplo é em uma das onde a tensão toma conta das chamadas que o protagonista recebe e um Plano Detalhe é instaurado em cena tornando a cena uma enorme potência. Antoine Fuqua é um grande diretor que tem no seu protagonista um dos pontos altos, com Gyllenhaal fazendo de todo para criar o clima de tensão necessário para ser o trilho onde a história passa.

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04/10/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #528 - Vinicius Augusto Bozzo


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Fortaleza (Ceará). Vinicius Augusto Bozzo tem 36 anos. É roteirista, documentarista, editor, músico e ator comediante. Desde 2003, trabalha com produção de conteúdo audiovisual para tv e internet. Produziu diversos programas de televisão, séries para web e documentários para TV (“As histórias de Quintino Cunha”, “Aldeia do Saber”, "Consigo", “Máquina de um Tempo”, "Luz, Câmera e Barreto" e "Aqui é Flamengo"). Atualmente é CEO da Sinfonia Filmes onde dirigiu as animações "Bambolim - A Diversão Sempre Vence" (2017) e "Smartphamily" (2018). É membro da ABRA (Associação Brasileira de Autores Roteiristas), da ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação) e da Associação Cearense de Críticos de Cinema (ACECCINE). É colunista no portal Cosmonerd, host dos podcasts Se Anime e do Isolados. É formado em Administração em Marketing (UNIMESP) e pós-graduado em Cinema e Linguagem Audiovisual (ESTÁCIO-RJ).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Cine Teatro São Luiz é uma obra prima. Tanto pelo prédio histórico que remonta as primeiras décadas do século 20, como também por uma programação variada. Tanto de filmes de circuito comerciais quanto com mostras especiais e também cinema produzido no Ceará. A curadoria do Cinema é feita pela Secreataria de Cultura do Estado do Ceará e um departamento específico cuida do cinema.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Minha lembrança de ir ao cinema foi para assistir O Rei Leão, a animação da Disney. Lembro do tamanho da tela, de tudo ser muito gigante, ainda mais quando somos crianças.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pergunta difícil. Tem alguns diretores que gosto Christopher Nolan, Jorge Furtado, Damien Chazelle, Jordan Peele, Genndy Tartakovsky pela sua contribuição na animação. Para citar um entre os clássicos, Vittorio De Sica e o filme Ladrões de Bicicleta. Uma obra que continua atual, com ritmo, textura e profunda reflexão.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil por ser um marco na cinematografia brasileira e por registrar uma das atrizes em melhor atuação no cinema mundial, na época. Fernanda Montenegro ganharia o Oscar se o filme fosse americano, mas se o filme fosse americano não seria o Central do Brasil.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ser um apaixonado pelo cinema e, principalmente, um apaixonado pela linguagem audiovisual. Os desdobramentos desse idioma são a fonte do encantamento de um cinéfilo. Acho que um amante do cinema, observa e enxerga audiovisual em tudo. No filme ou no causo contado por um amigo, não importa o meio. Histórias e imagens construídas a partir dessas histórias são nossa paixão.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que cinema, no geral no circuito comercial, é um local de oferecimento de produtos. E como tal, a lei que rege é a do retorno sobre o investimento no produto. Nesse sentido, acho até que quem faz a programação dos cinemas entende dessa linguagem do sistema capitalista. O que é natural. As salas resistentes e guerreiras que oferecem outras programações, dando visibilidade a outros tipos de filmes que não estão no circuito comercial, acabam sofrendo mais para sobreviver. Uma pena. Acho necessário repensar esses mercados como um todo, o Streaming já está forçando essas reflexões.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

As salas podem acabar, o cinema ou a linguagem audiovisual não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

As Aventuras do Barão Munchausen de 1988.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, certamente não. Após a vacina e com protocolos necessários, acho que os cinemas podem voltar como outros mercados, mas antes da vacina acho que não.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Vejo o cinema brasileiro com uma crescente de qualidade, quantidade e variedade. O que comercialmente ainda é pocuo percebido. A indústria do cinema nacional depende demais de políticas públicas, o que é natural para uma indústria em formação. Nisto dependemos demais de decisões de pequenos grupos, da política e da boa vontade de lideranças políticas. Nesse sentido, olhando a trajetória do cinema brasileiro e da ANCINE, estamos em um momento difícil em 2021. Estamos parados, estacionados quanto a incentivos, novas produções, fomento, criação de espaços e ações formativas. O real impacto negativo desse momento ainda vamos sentir em 3 ou 5 anos. Por conta do ciclo de produção. Acompanhamos em 2020 e 2021 muitos lançamentos de obras nacionais no cinema e na tv. O que dá uma falsa sensação de que está tudo bem. Só que esses lançamentos são de investimentos, desenvolvimentos e ideias que nasceram há 3, 4 ou 5 anos atrás. Estamos em um momento delicado.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Jorge Furtado. Um meticuloso desenvolvedor de histórias. Se tem ele envolvido eu normalmente assisto.

 

12) Defina cinema com uma frase:

"Cinema é a importância do que está dentro do quadro e o que está fora.“ Martin Scorsese

 

13) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Acho que o mais conhecido filme da Carla Perez.

 

14) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Por outro lado, se ele não é um cinéfilo ele tem menos ferramentas para fazer o seu trabalho. É como ir ao mecânico que só usa uma única chave de fenda.

 

15) Qual o pior filme que você viu na vida?

Aqueles que não gosto, prefiro nem comentar... E também me esqueço.

 

16) Qual seu documentário preferido?

 

"O Mercado de Notícias" de Jorge Furtado e "Eu Não sou seu Negro" de Raoul Peck,

 

17) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Acho que já, provavelmente em O Rei Leão e também quando assisti ao novo filme do Star Wars junto com vários fãs.

 

18) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação (2002), com total certeza.

 

19) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cosmonerd é claro, até porque escrevo nele. Também leio muito AdoroCinema, gosto de ler também o site da ABRACCINE que reúne diversos posts de críticos de cinema do brasil. Tenho escutado muitos podcasts também como Sala de Edição e o Primeiro Tratamento.

 

20) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Hoje voltei a assistir muito o Netflix, mas tenho fases, já tive a fase do Prime Video, Disney+, vou alternando.

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01/10/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #527 - Henrique Wiler


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Fortaleza (Ceará). Henrique Wiler tem 30 anos. É formado em Licenciatura em artes pelo Instituto Federal do Ceará. Também ator, escritor, pesquisador das artes dramáticas e do audiovisual, cinéfilo desde pequeno e amante de uma boa história sombria.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

A minha sala preferida é o IMAX do UCI Iguatemi aqui de Fortaleza. Foi nela onde tive a melhor experiência cinematográfica e onde pude assistir clássicos como Titanic e Jurassic Park em exibições especiais em uma tela gigante!

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Na verdade eu vou usar a minha memória emotiva de quando criança eu lembro de ter ido pela primeira vez ao cinema assistir ao filme Xuxa e os Duendes. Não é nem pelo filme em si, mas por toda experiência que foi ver tudo aqui em uma tela de cinema pela primeira vez!

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu tenho vários diretores queridinhos, poderia citar vários como David Fincher, Guilhermo Del Toro e etc. Mas meu preferido é Steven Spielberg, foi por conta de um filme dele que eu nem apaixonei por cinema. O filme é Jurassic Park!

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Nossa, eu amo filmes nacionais, diria fácil Central do Brasil, O Auto da Compadecida entres outros, mas quero ressaltar que meu favorito é O Céu de Suely, do diretor Karim Aïnouz!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

 

Cinéfilo, pelo menos para mim, é poder contemplar as obras da sétima arte e sentir que elas podem transcender as telas e fazer parte de sua vida. Seja com sentimentos, com lembranças, ou até mesmo com objetos físicos como camisetas, funkos, quadros e tudo mais!

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Sim, acredito que sim! Essas pessoas devem ter todo o cuidado para selecionar cada filme a ser exibido!

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Olha, espero do fundo do meu coração que isso nunca aconteça, mas acredito que poderá haver mudanças, já que estamos avançando muito rápido na era da tecnologia!

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O primeiro que me veio a mente foi Lado a Lado (de 1998), do diretor Chris Columbus, com a Julia Roberts e Susan Sarandon!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

De forma alguma. Devem continuar seguindo todos os protocolos de segurança pra evitar ainda mais a contaminação do Covid!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Bom, temos grandes diretores entregando produções cada vez mais incríveis no Brasil. Com o avanço da tecnologia e a alta demanda de roteiros para séries de tv, tenho visto que o cinema nacional está evoluindo com a forma de produção e questão textual também! Acredito que virá muita coisa boa ainda!

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

 

Gosto bastante dos filmes do Selton Melo, acho incrível! Wagner Moura também é outro monstro que explode em cena!

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma viagem a outros mundos!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

A sessão de Bacurau em 2019 o público gritou e vibrou mais que em Vingadores Ultimato. Foi lindo demais!

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um Clássico nacional atemporal!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, mas é óbvio que ele deve ter o conhecimento mínimo para poder executar suas produções e assim conhecer diversas outras obras para ter como referência!

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Putz! É uma resposta difícil, mas vou dizer que foi Centopéia Humana 2!

 

17) Qual seu documentário preferido?

Olha, existe um documentário de 2002 chamado Ônibus 174, que retrata a fatídica tarde onde ocorreu um sequestro do ônibus no Rio de Janeiro em 2000. O diretor, que hoje em dia é bem conhecido por seus posicionamentos políticos, soube abordar bem o ocorrido, reunindo cenas chocantes em uma narrativa emocionante!

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, Bacurau foi um exemplo!  

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu gosto do Nicolas, mas não vi todos os seus filmes, mas dos que vi, gostei muito de Mandy e 8MM!

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu acompanho o Omelete, o canal do Getro e os meninos do Trasheira Violenta e o perfil do Instacinefilos do Miro!

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Atualmente estou amando o HBO MAX, posso dizer que fica entre ele e o Prime Vídeo!

 

 

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30/09/2021

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Crítica do filme: 'Nós Passarinhos'


Será que a felicidade se ganha com dinheiro? Já guardei centavos debaixo do travesseiro. Os tempos de pandemia ganham contornos cirúrgicos nesse pequeno grande filme que faz parte do ótimo catálogo de seleção do CineBH 2021. Nós Passarinhos, longa-metragem dirigido por Antonio Fargoni, na linha entre a ficção e uma experiência de documentário nos apresenta de maneira simples e objetiva um retrato intimista, delicado, sobre a vida de algumas pessoas no interior e na Grande São Paulo e as dores e as angústias por conta da crise que caiu no planeta, modificando modos de pensar, de trabalhar, até mesmo de agir de milhões pelo mundo à fora.


Acompanhamos a saga de algumas pessoas e suas interações, muito ligadas na emoção, sobre os novos tempos em dias de Covid-19 em circulação. Há um exemplo de muitos nos personagens. Há a reflexão sobre a solidão, aquele aniversário que precisa ser comemorado à distância, o trabalho artesanal como força de arrecadação de algum dinheiro, o batalhador que precisa do dinheiro e se expõe em tempos de pandemia com seu uber tendo poucos passageiros, muitos são os exemplos que poderíamos encontrar em muitas casas por aí.


Os personagens, seja por meio da solidão, seja por meio de interação com outros que nem vemos os rostos refletem sobre a vida e quase como um contexto permanente sobre os dias pandêmicos e o que muitos estão pensando e agindo durante esse período. Através de amigos, familiares via ligação no celular em vídeo ou chamadas tradicionais, ou mesmo pelo televisor ligado quase sem interação trazendo as últimas notícias sobre como anda o mundo nesses tempos. As dores da saudade em um dos momentos mais inesperados que o mundo que conhece passa chega forte na emoção. No carro do motorista curta-metragista, entram pessoas de todos os modos de pensar. Passa em frente ao maravilhoso CineSesc na Rua Augusta. Na cinemateca brasileira, ouvimos o relato de um funcionário e sabemos mais claramente sobre a situação do maior acervo da américa Latina. Em outro momento, o motorista se nega a levar um homem que queria entrar em seu veículo sem a máscara, entre outros olhares que acompanhamos.


Nós Passarinhos sem pretensão nenhuma acaba ganhando espaço em nossas reflexões sobre esse tempo que todos nós vivemos.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #526 - Paulo Fernando Mello


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Duque de Caxias (Rio de Janeiro). Paulo Fernando Mello tem 57 anos. Dramaturgo, roteirista, ator e Professor de Língua Portuguesa, e com uma 2ª Licenciatura em Artes cênicas em curso, Paulo Fernando Mello tem várias premiações em festivais de esquetes, obtendo no ano de 2017 o PRÊMIO SATED/RJ BAIXADA de melhor texto inédito. É redator humorístico com passagens pelas seguintes emissoras: TV BANDEIRANTES E REDE RECORD, respectivamente escrevendo para os programas UMA ESCOLINHA MUITO LOUCA E ESCOLINHA DO GUGU. Fez STAND-UP COMEDY ao lado de grandes nomes desse gênero de comédia. Como autor e ator de comédias tem mais de 15 espetáculos no currículo. Como autor destacam-se os espetáculos ME PEGA LADRÃO com Roberto Frota e Nina de Pádua e QUEM É QUEM, encenada por Viviane Araújo e Eri Johnson, com direção do próprio Eri Johnson. Escreveu para o Teatro Institucional (Teatro Empresa) temas para SIPATS de grandes empresas como PETROBRAS, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, CASA DA MOEDA, MARINHA DO BRASIL, ELETRONUCLEAR, entre outras. Uma de suas comédias, TRAGO A PESSOA AMADA EM 3 DIAS, foi encenada em Luanda capital de Angola pelo grupo Xabadá-Uíza Teatro Del- cazenga.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Salas de cinema do Shopping, as melhores porque só têm elas, rsrsrsrs. Só passam filmes de grande apelo popular, quando estrangeiros só passam dublados.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

No cinema na esquina da minha casa, em Éden, São João de Meriti, Estado do Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, década de 70, sempre passava 2 filmes, um pornô outro de Kung-Fu. Mas fiquei encantado mesmo ao ver o filme Batman, aquele da década de 60, do Adam West, colorido ali numa telona. Nossa, pra mim, criança do subúrbio, pobre, televisão preto e branco, aquilo foi incrível, e nunca mais sonhei em preto e branco.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Gosto de tantos, mas me vem à cabeça, assim de imediato, Stephen King, O ILUMINADO.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O TAPETE VERMELHO, elenco, leveza, emoção, simplesmente gosto muito. Poderia citar tantos outros, gosto do cinema nacional, mas vem esse de primeira. Se eu parar pra pensar muito no meu favorito só vai me deixar confuso.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Mas a ver com paixão do que pela quantidade de filmes que se vê, embora uma coisa puxe a outra.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Pensam no lucro financeiro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Estamos perto disso.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Assisti há pouco o filme ENCAIXE PERFEITO, é indonésio, disponível na NETFLIX. História romântica "clichezaça", mas com uma fotografia lindíssima, bem desenvolvida, a cultura local dá todo charme, elenco lindinho, muito fofo. Vale a pena conferir.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Ainda não. Tá complicada a coisa.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Sou suspeito. Amo cinema Nacional, e pode incluir aqui as Pornochanchadas, Mazzaropi, Os Trapalhões. E, notoriamente, deu um salto pra melhor, consideravelmente.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

No momento, Selton Mello. Não faz coisa ruim.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Paixão. Porque só a realidade não basta.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Ah, quando o Homem de Ferro morreu em VINGADORES ULTIMATO. A galera vaiou, xingou, muitos jovens chorando. Foi interessante aquele momento.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Rsrsrsrsrsr... Bem, polemizando, 1, 2, 3, já! Cult. Tem o Lázaro Ramos em início de carreira.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Claro que não. O principal é que saiba contar histórias. Já dizia Glauber Rocha, "Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça".

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Ihhhh, são tantos. Me vem à cabeça um pornô com uma determinada "celebridade", ela não estava nada à vontade naquelas cenas de sexo, deixava a gente constrangido também, mas, registro aqui O FILHO DO MÁSKARA.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Gosto muito dos documentários do Cláudio Manoel, ex Casseta e Planeta. Destaque para Simonal e Chacrinha.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Acho que já, tipo aqueles que a "cavalaria chega no final" pra salvar a mocinha, a cidade, o mundo, essas coisas...rsrsrs 

 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

No momento, não consigo pensar em outro que não seja A OUTRA FACE.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete e Adoro Cinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

NETFLIX e HBOMAX.

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Crítica do filme: 'Bonequinha de Luxo'


Considerado um dos clássicos do cinema, Bonequinha de Luxo é um filme que fala sobre sonhos, as maneiras como podemos enfrentar problemas do passado, as desilusões de uma vida rica em alguns sentidos e pobres em outros. Protagonizado pela atriz belga Audrey Hepburn (a primeira escolha era Marilyn Monroe) o projeto lançado em 1961, baseado na obra homônima de Truman Capote teve um orçamento de 2,5 milhões de dólares e arrecadou mais de dez vezes esse valor somente em bilheteria pelo mundo.


Na trama, conhecemos Holly Golightly (Audrey Hepburn) uma jovem que se muda para Nova Iorque depois de uma vida difícil no interior do país. Mora com seu gato em Nova Iorque, em um apartamento agitado mas quase sem nada na geladeira e onde a bagunça reina. Caça milionários que aparecem nos lugares que frequenta para tentar se casar e enfim completar o sonho de ser milionária, talvez a fim de esquecer seu passado na pobreza. Um dia, o escritor Paul Varjak (George Peppard), bancado pela amante, chega no prédio aonde ela mora para ser seu vizinho. Uma amizade quase instantânea nasce logo no primeiro encontro os levando rumo a uma história de amor inesquecível.


O longa-metragem que ganhou dois Oscars, melhor trilha sonora e melhor canção original, conta uma história sobre um amor inusitado o que nos leva ao encontro das teses que existem pelo universo de que o amor pode estar em qualquer esquina. A relação de amizade logo vai se tornando algo mais profundo, mais forte levando os dois para a complicada questão da escolha. Iludida pelo glamour da cidade mais famosa do mundo passa seus dias na inconsequência de sonhos distantes o que a faz ficar distante, todos os primeiros arcos nos mostram como a protagonista pensa e reage quando fica em confronto aos seus objetivos.  É uma maravilhosa atuação de Hepburn, enche a tela com um carisma que conquista gerações e gerações de cinéfilos e cinéfilas de todos os lugares.

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8 e 1/2 em 20 - Breno Guimarães - Episódio #28


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual.

Nesse episódio, recebemos o ator e cineasta Breno Guimarães.
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29/09/2021