Com uma abertura trivial mas criativa “Celeste e Jesse para sempre” dava a entender que seria mais um
filminho bobinho sobre casais e seus problemas amorosos afetivos. Bem, se
enganará quem pensar assim. O novo trabalho do cineasta Lee Toland Krieger é um drama com pitadas de humor mais profundo do
que parece a princípio. Existem histórias de amor ‘cult’ comuns e outras apenas
‘light’, essa fita se encaixa eu todas essas características pois tem um
roteiro maduro que transforma os personagens ao longo da fita.
Na trama, conhecemos a relação de divórcio esquisita entre
ex-pombinhos Celine e Jesse que estão se separando mas vão juntos a todos os
lugares, fora as brincadeirinhas infantis típico de muitos relacionamentos. Celeste
é uma mulher bonita, inteligente que é analista de tendência e possui uma
empresa de marketing. Já Jessie é um designer que não gosta muito de trabalhar e adora ficar em casa, abrindo salgadinhos
embalados e chorando vendo os ‘Vt’s’ das olimpíadas de Pequim. Com o passar do
tempo e com novas pessoas circulando na vida social da dupla, perguntas e muitos
conflitos vão começando a se formar. Ao subestimar a relação de anos em que
vivia Celeste aos poucos percebe que cometeu um erro e tenta consertá-lo a todo
instante. Entre um encontro e outro o espectador fica com um leque aberto de
opções para chegar até o desfecho.
Esse filme marca a volta dos videokês às comédias
românticas. Foi uma boa sacada, combina com o filme, o casal está sempre
cantando alguma canção. Tem méritos, por isso não cai nas armadilhas dos
clichês de outras comédias românticas. Não é a visão do casal que fica em
evidência, a vida conturbada da protagonista toma conta da história. Rashida Jones e Andy Samberg conseguem um belo entrosamento em cena, ótimo trabalho
da dupla. Na primeira, percebemos uma curiosidade, em alguns takes parece e
muito com a também atriz Catherine
Zeta-Jones.
Não vai agradar aos mais superficiais. Tem cinéfilo que só
curte tramas e historinhas batidas, é a tal da comodidade, vício no respirar
cinema. Esse longa é mais profundo, tem diálogos mais inteligentes e maduros.
Uma ótima sugestão para quem está no Rio de Janeiro nessa semana, o filme está
passando no Festival do Rio 2012. Afinal, que não gosta de uma boa comédia dramática
romântica? Fica a dica!