Em seu primeiro longa metragem, o cineasta Jake Schreier leva para a telona uma
história futurística que tenta prender a atenção do público pela relação entre
um senhor rabugento e um robô, estamos falando do novo “Robot and Frank”. A falta de ritmo atrapalha a condução da fita. O
público percebe e não consegue ficar entretido com tudo o que vê em cena. É apenas
um filme quase mediano com uma ótima atuação.
Na trama, em um futuro próximo, conhecemos Frank (Frank Langella) um ladrão aposentado
que mora sozinho em uma casa, um pouco afastado do centro da cidade. Um dos
últimos homens da velha guarda, em um mundo recheado de ações tecnológicas,
Frank mantém uma relação fria e distante com seus dois únicos filhos
(interpretados pelos atores James
Marsden e Liv Tyler). Certo dia,
um de seus filhos resolve fazer uma visita e traz consigo um robô de última
geração para ajudar o pai nas tarefas de casa e em qualquer outra coisa que ele
precisar. A desconfiança inicial logo vira laço de amizade, que é fortemente estabelecido,
tornando o robô um grande parceiro de Frank, até mesmo parceiro de crime.
As reflexões do personagem principal tentam criar um certo
vínculo com o espectador. A atuação de Langella é belíssima. Divorciado a 30
anos, Frank é um homem de outro tempo que sofre de problemas de memória (talvez
Mal de Alzheimer) e de uma profunda depressão ranzinza. Altamente rabugento, só
o vemos feliz (a princípio) quando vai até a biblioteca da cidade onde mora. A
tecnologia nova: carros, meios de comunicação, modernização da biblioteca e
outras, mexem muito com a vida que Frank gostava de levar. O personagem é o
único que consegue se transformar ao longo dos 90 minutos de fita e chamar a
atenção do espectador de alguma maneira.
Mesmo com uma excelente atuação, o filme, que é uma mistura
de “A.I – Inteligência Artifical” e “Como se Fosse a Primeira Vez” ), não
consegue se sustentar. Personagens vem e vão mas não adicionam nada à trama. A
única coadjuvante que poderia ajudar a melhorar a história, a bibliotecária (papel
de Susan Sarandon) desaparece do
filme de repente. Uma grande surpresa no final quase salva o roteiro e deixa o
filme pelo menos mais agradável.
Não crie expectativas e talvez goste. Deixou muito a
desejar, menos Frank, que dá um show. Porém, show de um homem só é raro ter
sucesso no mundo do cinema.