O conforto pode ser um obstáculo para quem busca as
verdades. Escrito pelo quase novato roteirista Seth W. Owen, e dirigido pelo
estreante em longas metragem Luke Scott (filho de Ridley Scott, que produz o
filme), o suspense com elementos de ficção científica Morgan é um filme que tenta se sustentar na psicologia das emoções
para contar uma história que envolve pontos polêmicos embalados em tonas de
sci-fi. Pena que o roteiro não se torna envolvente, sobrando apenas as razões
da emoção da curiosidade para chegarmos até o fim do filme sem dormir. O filme, analisando com profundidade, se
assemelha em alguns pontos a produção A
Experiência (1995).
Na trama, conhecemos brevemente a consultora do departamento
de gestão de riscos de uma empresa de tecnologia Lee Weathers (Kate Mara) que
foi designada a resolver um incidente em uma área de isolamento que toma conta
de uma experiência. Desconfiando de tudo o que confronta em relação a ideias e
modos de operação, Lee embarcará em uma jornada repleta de tensão e com muitas
surpresas.
Mesmo tendo os ótimos Paul Giamatti e Toby Jones no elenco o
filme não convence. O clima misterioso que usa da tecnologia para buscar uma
personalidade sci fi não é explorado com profundidade deixando toda a trama
muito confusa. O instinto de sobrevivência, a experiência que deu errado, a
relação de todos os envolvidos nesse projeto, o filme tinha ótimas chances de
agradar mas as peças desse quebra-cabeça não conseguem se conectar, é como que se
em cada sequências faltasse alguma coisa para nos deixar interessado na trama.
O filme, que estreou em setembro nos cinemas norte
americanos, deve chegar ao Brasil apenas em 2017. É uma produção pouco envolvente,
cheio de falhas nas tentativas de se tornar um blockbuster ou pelo menos um
filme convincente.