O confuso universo do nada haver dentro de razões existenciais. Produção turca, no catálogo da Netflix, O Dilema de Aziz, é uma comédia que esconde um drama sobre as visões da rotina de um homem à beira do caos emocional. Há metáforas interessantes e outras desinteressantes sobre a vida dentro de razões sociais de uma globalização banalizada pelo consumo da perfeição ou do ‘normal’. O rumo da trama é recortado como se fossem esquetes sobre a solidão e outros sentimentos gerados pelas dores melancólicas do não ter. Crise de meia idade? Caos nas emoções? Tornar cinema a melancolia é uma tarefa extremamente complicada, principalmente, quando se preenche com o non-sense. O Dilema de Aziz naufraga por aí. Dirigido pela dupla de cineasta Durul Taylan e Yagmur Taylan.
Na trama, conhecemos Aziz (Engin Günaydin), um homem de meia idade que trabalha em uma agência
de publicidade na Turquia. Ao seu redor, seus amigos mostram que todos, na
verdade, possuem conflitos existenciais fortes. Assim, Aziz durante um bom
período se mete em inúmeras situações tentando melhorar seus pensamentos sobre
o que gira ao seu redor.
A difícil arte da solidão. Fotografias falantes, o
traumático encontro com sua namorada e o looping provocado buscando os ares da
comédia, o filme caminha na linha do esquisito para tentar usar de metáforas
complementares para explicações sobre a mente humana. Por mais que há uma
análise de todos os personagens, o foco se torna o ponto de interseção entre
eles, o protagonista, esse, que precisa lidar com sua visão sobre o mundo e pra
ele um universo louco ao seu redor; seu carente chefe doido por atenção, a
melancolia do não desenvolvimento de sua vida com a namorada; as dificuldades
de diálogo com o sobrinho, a irmã e o cunhado, etc.
Com momentos que funcionam e outros não, O Dilema de Aziz é um projeto de forte
ponto positivo sua originalidade.