O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Sara Cerqueira é tradutora e crítica de
cinema. Se deixar, assiste O Poderoso
Chefão todo dia. Antes de um café quente e extra-forte de manhã, não funciona
de jeito nenhum.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Petra Belas Artes, por exibir tanto filmes do circuito
mainstream quanto filmes independentes e sem muita projeção.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e
pensado: cinema é um lugar diferente.
Tomates Verdes Fritos,
dirigido por Jon Avnet.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Coppola e a
trilogia O Poderoso Chefão.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Cidade de Deus. É
um longa, como poucos, que deveria ser exibido em faculdades de cinema como
filme tecnicamente perfeito: montagem, edição, figurino, trilha-sonora,
atuação... e pra mim tem uma das figuras vilanescas mais arrepiantes da
história do cinema, que merecia ao menos um indicação ao Oscar: Zé Pequeno.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Além de ver filmes e gostar de fazê-lo, que é o óbvio, é
estudar sobre cinema e fazê-lo mais acessível para as pessoas. A arte, quando
não é compartilhada com outras pessoas, de pouco serve.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por
pessoas que entendem de cinema?
Salas de cinema de shoppings, duvido. Já o processo de
curadoria de cinemas menores e de rua, que tentam resistir, a programação deve
ser feita com mais carinho e cuidado, levando em conta o cinema e sua história.
7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?
Creio que não, mesmo com o surgimento das plataformas de
streaming. O cinema terá que, como sempre, se reinventar, mas não acabará
(acho).
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Os 12 Trabalhos,
filme nacional dirigido por Ricardo
Elias.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Não.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
Diante das inúmeras tentativas de destruição do cinema e
total falta de assistência financeira do Estado e incentivo a trabalhadores da
área, acredito que o cinema resiste bravamente, mantendo sua qualidade e sendo
inclusive reconhecido internacionalmente.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Wagner Moura.
12) Defina cinema com
uma frase:
Como nada se cria, tudo se copia, vou utilizar uma frase
dita por Goddard: O cinema é a vida 24 quadros por segundo.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Estava sentada ao lado de um casal e o cara passou o filme
todo explicando a história para a namorada, que não entendia absolutamente
nada, nunca.
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
É tão ruim que é bom.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Não, mas estudo e repertório mínimos ajudam bastante.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Não me lembro (ainda bem!).
17) Qual seu
documentário preferido?
A 13 emenda e I'm not your Negro.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Não.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
8 Milímetros (8mm).
20) Qual site de cinema
você mais lê pela internet?
Cinema em Cena, Cinema com Rapadura, Omelete, Guia do
Cinéfilo etc...