Quando os mistérios se multiplicam e as explicações se escondem através de novas partes. Se tem uma coisa que incomoda a maioria de nós meros espectadores é a falta de conclusão para algumas questões fundamentais de determinadas tramas, onde, além disso mais e mais perguntas são arremessadas em nossas reflexões deixando tudo muito confuso. O seriado francês Lupin, lançado nesse início de 2021 na Netflix, tem a ótima ideia de usar da questão de um famoso personagem da literatura mundial dentro de uma trama sobre vingança. Misturando, ação, aventura, suspense, drama e comédia, a produção virou sensação em pouco tempo, protagonizado pelo mais carismático e um dos mais competentes atores europeus da atualidade, Omar Sy. O que incomoda é somente a quantidade de portas de perguntas abertas não sendo fechadas com respostas convincente ou deixadas para depois.
Na trama, conhecemos Assane Diop (Omar Sy), um imigrante senegalês que chega na França ainda criança
e presencia a prisão, acusação de roubo e morte do pai, um honesto motorista de
um estúpido milionário chamado Hubert Pellegrini (Hervé Pierre). O tempo passa e o protagonista, que é muito fã do
personagem da literatura francesa Arsène Lupin, vive de golpes sofisticados e
alguns muito simples, mesmo tendo uma família que o ama, como sua
ex-companheira Claire (Ludivine Sagnier)
e seu filho Raoul (Etan Simon). Qundo
surge a oportunidade de descobrir finalmente os porquês sobre as circunstâncias
que levaram seu pai à morte, ele contará com o amigo dos tempos de escola
Benjamin (Antoine Gouy) em seu maior
e mais complexo plano de vingança.
Há um dinamismo interessante entre os cinco episódios dessa
primeira parte, ou primeira temporada, quase isolados mas conectados pelo
sentimento de vingança que é a grande questão das ações do protagonista. O
papel da polícia e a corrupção ou não pairando nas linhas de investigação, a
influência de quem tem poder e muito a esconder, personagens femininas envolvidas
amorosamente com o protagonista, amigos que sempre aparecem para ajudar,
conflitos familiares, Lupin é uma
grande receita de bolo quando pensamos em entretenimento no mundo crescente dos
seriados nos streamings. A maior diferença para outras dessa produção, que vem
tendo grande audiência do streaming mais famoso por aqui, é o grande ator Omar Sy (intérprete inesquecível do
filme Intocáveis) que com seu
carisma e elegância conquista logo nos primeiros minutos os espectadores.
As questões das portas abertas mencionado no primeiro
parágrafo acabam sendo um dos calcanhares de aquiles mais evidentes. A primeira
temporada de todas as séries precisam responder a maioria das perguntas e
obviamente deixando lacunas em aberto para próximas temporadas. Mas aqui em Lupin há um enorme exagero em perguntas
deixadas sem respostas, como se pedissem para nos montar um quebra-cabeça e
escondessem as peças. Fato que torna muito desinteressante, ou melhor,
frustrante, todo nosso embarque de emoções em um universo que não sabemos
direito onde pode parar.