25/03/2021

Crítica do filme: 'A Despedida' (2021)


O último desabafo dentro de razões quase não compreendidas. Baseado em um ótimo filme dinamarquês chamado Coração Mudo, que inclusive teve exibições do Festival do Rio, Blackbird, escrito pelo roteirista Christian Torpe (que também assina o roteiro do projeto europeu e também é o criador da série Rita, disponível na Netflix) traz a tona uma situação bastante complexa para os envolvidos, quando uma mulher decide dar um fim na sua vida e chama toda a família para compartilhar os últimos momentos, em uma fim de semana, com ela. Analisando todos ao seu redor, a matriarca faz suas leituras sobre casamentos, sexualidade, amizade e família. Há uma sutileza nos diálogos mesmo nos momentos de tensão.


Na trama, conhecemos Paul (Sam Neill) e Lily (Susan Sarandon), um casal com anos de relacionamento que decidem reunir as duas filhas, Jennifer (Kate Winslet) e Anna (Mia Wasikowska) para um fim de semana, pois Lily, portadora de uma doença degenerativa, resolve dar um fim na sua vida e gostaria de passar os últimos momentos com os que ama. Há um constrangimento constante entre todos os presentes. Cada um à sua maneira, tentam fazer do fim de semana o mais normal possível mesmo que isso seja impossível.


Conflitos eminentes, escolhas incompreendidas. Segredos, situações não contadas, tudo vem à luz quando os personagens entram em embates entre eles. O projeto gera ótimos debates, principalmente sobre o tema principal, a eutanásia, procedimento ilegal, inclusive no Estado onde mora a família.  Será que todos temos o direito de morrer como queremos? Várias perguntas são levantadas através dessa reunião fúnebre, de 97 minutos, que consegue resgatar as fortes emoções da versão original. O filme conta também com ótimas atuações.