21/03/2021

Crítica do filme: 'Dia do Sim'


A velha questão das novas ideias quanto a educação. Um dos assuntos que mais rende reflexões quando pensamos em cinema, sem dúvidas, é a questão da educação que pais cheios de compromissos, atarefados, precisam ensinar muito sobre a vida a seus filhos no cotidiano. O Dia do Sim, chega para nos mostrar vertentes dessa situação, com uma proposta inusitada guiada por alguma linha de pensamento de estudiosos da questão, acaba não tendo muita margem para originalidade e os mesmos tropeços nos clichês de filmes semelhantes vemos a todo instante. Busca ser divertido mas os exageros começam a tomar conta da tela distanciando reflexões mais amplas sobre a interessante questão abordada. Disponível na líder mundial dos streamings, o projeto tem como protagonistas Jennifer Garner e Edgar Ramírez.


Na trama, conhecemos o casal Allison Torres (Jennifer Garner) e Carlos Torres (Edgar Ramírez) e seus três filhos que após alguns desentendimentos diários, principalmente em relação a linha dura que a mãe impõe com suas tabelas organizadas e disciplina constante, resolvem adotar uma nova ideia na dinâmica da família: o dia do sim. Esse inusitado e diferente dia consiste em os pais não poderem dizer não (com alguns pequenos limites impostos) a tudo que as crianças querem fazer naquele dia, para isso os filhos precisam cumprir tarefas ao longo dos dias das semanas anteriores (como notas altas na escolas, etc...).


Dirigido pelo experiente cineasta porto riquinho Miguel Arteta, o filme navega em uma questão bem interessante mesmo que passe quase desapercebida, que seria o paradoxo do vilão e do bonzinho que mães e pais passam (alguns até se revezam nisso, o que não é o caso aqui) ao longo da educação de seus filhos, um sempre faz o papel do mais rígido o outro do bonzinho. Tentar enxergar como melhorar essa dinâmica até mesmo para não gerar muitos sofrimentos para todos os lados é um grande desafio que o filme mostra mesmo em uma linha superficial.


Como diversão o filme avança como muitos outros naquela linha de que vamos esquecer brevemente, nem lembrando na brincadeira da adedonha. Poderia ter mais momentos reflexivos, o recorte dentro da educação com novas ideias sendo praticadas era uma grande oportunidade para isso. Prefere ficar na superfície.