13/09/2021

Crítica do filme: 'McQuade, o Lobo Solitário'


Em uma década onde reinavam os grandes e inesquecíveis filmes de ação do universo do cinema (a década de 90 foi complementar a tal), chegava as telonas no ano de 1983 um dos grandes filmes da carreira do lendário Chuck Norris, McQuade, o Lobo Solitário. Dirigido pelo cineasta Steve Carver o longa-metragem nos leva aos tempos onde a violência reinava na telona e onde a inconsequência tinha um lugar nada procurado dentro da impiedade. Mesmo sendo propriamente dito um filme de ação cheio de cenas mirabolantes, o projeto consegue abrir boas brechas reflexivas seja para explorar o fator solidão, seja para entendermos a eterna batalha dos limites da jurisdição e a força e a contraforça entre os comandos no Texas.


Na trama, conhecemos J.J. McQuade (Chuck Norris) um solitário Texas Rangers (respeitada agência de aplicação da lei com jurisdição em todo o estado do Texas nos Estados Unidos), que trabalha praticamente sem muitas companhias na cidade de El Paso. Pai de Sally McQuade (Dana Kimmell) e com uma situação muito bem resolvida com a ex-esposa Molly (Sharon Farrell), McQuade passa seus dias enfrenta diversos inimigos implacáveis e violentos. Certo dia, após a chegada de uma força bandida, traficantes de armas impiedosos que deixam um grande rastro de sangue por onde passam, o protagonista precisará um dos líderes do negócio corrupto, o ex-campeão de Caratê Rawley Wilkes (David Carradine) em diversos capítulos de uma batalha mortal repleta de destruição.


Bruto gentil, um guerreiro mais que lutador. Um herói ou anti-herói? Indo do leme ao pontal em diversas características que moldam esse personagem, o roteiro assinado por B.J. Nelson, baseado na história criada por H. Kaye Dyal, não deixa de mostrar o transformar da solidão para a necessidade do compartilhar, seja na questão do amor propriamente dito, na figura de Barbara (Lola Richardson), seja na amizade ou mesmo dividir seu foco e objetivo com o novo e inexperiente quase parceiro Kayo (Robert Beltran).


A ação é constante. Com métodos nada convencionais, abrindo brechas para interpretações sobre questões éticas e morais, explora de maneira superficial mas inteligente subtramas repletas de simbolismos principalmente quando pensamos no vilão interpretado magistralmente por Carradine.  


Para alguns um Beberrão, para outros uma lenda, J.J. McQuade é um dos mais intrigantes personagens da carreira do sempre lembrado quando tudo está muito difícil, Chuck Norris.