21/06/2022

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Crítica do filme: 'Me Chama que eu vou'


Exibido no Festival In-Edit Brasil, dedicado ao documentário musical, Me Chama que eu vou busca em longos bate-papos, entrevistas de décadas passadas, apresentar algumas etapas da trajetória de um artista único no cenário da música popular brasileira, Sidney Magal. Um símbolo sexual? Amante latino? Há uma questão existencial interessante que esse documentário apresenta. Os dois lados do Sidney, o com a família e o que sobe no palco. Um ídolo popular. O narcisismo quase característico aqui é apenas um detalhe, um ingrediente para tentarmos ao longo de menos de 80 minutos traçar reflexões sobre esse influente ídolo popular. O projeto, dirigido pela cineasta Joana Mariani, não atinge além da superfície, do indecifrável, nos mostra um artista aos olhos do próprio.


Ele nunca quis ser o Sydney Magalhães conhecido por uma meia dúzia de pessoas e sim um grande artista conhecido por todos. Incentivado pelas mulheres de sua família, foi começar na carreira se apresentando em bares, chegando a programas populares da época. Um tour pela Europa, foi onde nasceu o Magal a partir de uma ideia de um dono de boate. Repleto de sucessos ao longo da vitoriosa carreira, como: Meu Sangue Ferve por Você, Tenho, Sandra Rosa Madalena e a música que dá título a esse projeto, o documentário também bate na tecla do lado familiar, as escolhas que tomou em conjunto com seus entes mais queridos por conta das loucuras da fama ganham emocionados momentos. Buscando a simplicidade, quase quatro décadas casado com Magali, mãe de seus filhos, conhecemos o Magal pai, marido, um apaixonado por sua família.


Um artista completo. Filmes, novelas, musicais. Magal é um fenômeno até hoje, um homem que não deixou um segundo de se arriscar profissionalmente, até mesmo quando fora taxado de brega transformou isso em público, em sucessos. Trechinhos de músicas são ouvidas pelo Magal da atualidade, acompanhado de um piano a belíssima canção Onde Anda Você, de Toquinho e Vinicius de Moraes. Em outros momentos, passagens de algumas de suas inúmeras entrevistas para nomes como Leda Nagle e Marília Gabriela, são exibidos com pequenos recortes de suas longas histórias que de alguma forma contornaram a trajetória da música popular brasileira.