Exibido no Festival In-Edit Brasil, dedicado ao documentário musical, Me Chama que eu vou busca em longos bate-papos, entrevistas de décadas passadas, apresentar algumas etapas da trajetória de um artista único no cenário da música popular brasileira, Sidney Magal. Um símbolo sexual? Amante latino? Há uma questão existencial interessante que esse documentário apresenta. Os dois lados do Sidney, o com a família e o que sobe no palco. Um ídolo popular. O narcisismo quase característico aqui é apenas um detalhe, um ingrediente para tentarmos ao longo de menos de 80 minutos traçar reflexões sobre esse influente ídolo popular. O projeto, dirigido pela cineasta Joana Mariani, não atinge além da superfície, do indecifrável, nos mostra um artista aos olhos do próprio.
Ele nunca quis ser o Sydney Magalhães conhecido por uma meia
dúzia de pessoas e sim um grande artista conhecido por todos. Incentivado pelas
mulheres de sua família, foi começar na carreira se apresentando em bares,
chegando a programas populares da época. Um tour pela Europa, foi onde nasceu o
Magal a partir de uma ideia de um dono de boate. Repleto de sucessos ao longo
da vitoriosa carreira, como: Meu Sangue
Ferve por Você, Tenho, Sandra Rosa Madalena e a música que dá título a esse
projeto, o documentário também bate na tecla do lado familiar, as escolhas que
tomou em conjunto com seus entes mais queridos por conta das loucuras da fama
ganham emocionados momentos. Buscando a simplicidade, quase quatro décadas
casado com Magali, mãe de seus filhos, conhecemos o Magal pai, marido, um
apaixonado por sua família.
Um artista completo. Filmes, novelas, musicais. Magal é um fenômeno
até hoje, um homem que não deixou um segundo de se arriscar profissionalmente,
até mesmo quando fora taxado de brega transformou isso em público, em sucessos.
Trechinhos de músicas são ouvidas pelo Magal da atualidade, acompanhado de um
piano a belíssima canção Onde Anda Você,
de Toquinho e Vinicius de Moraes. Em outros momentos, passagens de algumas de
suas inúmeras entrevistas para nomes como Leda
Nagle e Marília Gabriela, são
exibidos com pequenos recortes de suas longas histórias que de alguma forma
contornaram a trajetória da música popular brasileira.