Lançado em meados da década de 90, a comédia A Gaiola das Loucas é uma jornada que transborda questões familiares quando um iminente confronto entre um casal gay e outro conservador vira o epicentro para uma divertida história que reflete sobre preconceitos, homofobia, amor, pais e filhos e laços familiares. Baseado em uma peça teatral de Jean Poiret, também remake do longa-metragem europeu La Cage aux Folles dirigido por Édouard Molinaro, o filme foi indicado ao Oscar de Melhor direção de arte, além de duas indicações ao Globo de Ouro (Melhor Filme e Melhor Ator em Filme de Comédia).
Na trama, conhecemos Armand (Robin Williams) e Albert (Nathan
Lane) um casal homossexual de meia idade que possuem um clube gay super
badalado na Flórida, repleto de apresentações. Certo dia, o filho de Armand,
Val (Dan Futterman) diz ao pai que
vai casar com Barbara (Calista Flockhart),
a filha de Louise (Dianne Wiest) e
do senador conservador Keeley (Gene
Hackman), esse último prestes a ser reeleito mas metido em um escândalo. A
questão é que Val pede ao pai que ele e Albert não entreguem num jantar de
comemoração que são gays. Assim, é instaurada uma enorme confusão.
Dirigido pelo cineasta norte-americano (mas nascido na
Alemanha) Mike Nichols, um dos
poucos cineastas a ganhar todos os principais prêmios do cenário artístico da
indústria do entretenimento americana: Oscar, Emmy, Grammy e Tony, A Gaiola das Loucas teve uma pesquisa
minuciosa no universo das drag queens, Nichols contratou um produtor para
produzir uma espécie de documentário para ser exibido aos atores como laboratório
para seus personagens.
Com um roteiro divertido e com uma narrativa com improvisações
por todos os lados, Williams e Lane eram conhecidos por tais feitos, o filme
consegue associar o humor na dose certa junto com reflexões que sempre viraram
debates no cenário conservador americano. Há espaço também para o papel da
mídia sensacionalista, algo corriqueiro até os dias de hoje, e debates sobre as
questões da criação dos filhos, batendo na tecla de que mãe é quem cria.
Sucesso em todo o mundo, esse é um dos filmes de Robin Williams a arrecadar mais de 100
milhões de dólares em bilheteria somente nos Estados Unidos. O ator, que deixa
saudades até hoje, rodou esse projeto logo depois de outro grande sucesso da
década de 90, Uma Babá quase Perfeita.
Um outro fato curioso é que o longa-metragem tem muitos fãs famosos até hoje,
como o aclamado cineasta Paul Thomas
Anderson.
O filme, que está disponível no catálogo do streaming MGM (a
versão europeia, original também) é um passeio cômico sobre tabus, um brinde a
todas formas de amor, projeto feito para se divertir sem deixar de ser aquele
tapa na cara bem dado nas cabeças conservadoras!