A impulsividade como força motora de um encontro cabuloso com o destino. Chegava em junho de 1960 aos cinemas norte-americanos, e pouco tempo depois nas salas de todo o planeta, um filme que se tornaria anos um dos maiores e mais lembrados clássicos do cinema, Psicose. Abordando as fraquezas do ser humano em duas vertentes, uma ligada a um crise existencial que dá um bico na inconsequência e outra ligada a um transtorno dissociativo de identidade, a pulsante narrativa nos leva para uma história aterrorizante cheia de reviravoltas. O filme é baseado no romance homônimo de Robert Bloch, e esse por sua vez inspirado na história verídica de Ed Gein, um famoso serial killer da época. Dirigido pelo genial Alfred Hitchcock.
Ambientado em Phoenix, no Arizona, na trama, num primeiro
momento, acompanhamos a história de Marion (Janet Leigh) uma secretária que foge com uma alta quantia de
dinheiro que pertence a um cliente da empresa que trabalha e segue sem rumo por
uma estrada até resolver parar em um hotel perto da estrada onde encontraria um
fatídico destino. Num segundo momento, vamos conhecendo a tenebrosa história de
Norman Bates (Anthony Perkins) que a
atende nesse hotel e as verdades de uma família.
O brilhantismo da narrativa, a maneira como assistimos em
imagens e movimentos as linhas do roteiro, parece se dividir em duas partes, o
antes e o depois de um crime. No antes, vemos as dificuldades de uma mulher em
lidar com seus conflitos quando percebe uma oportunidade de mudar de vida e de
forma impulsiva ruma para talvez o primeiro crime de sua vida sem olhar para
trás mas uma forte crise de consciência. Aqui temos o ponto de vista dela para
tudo que acontece até esse momento. No depois, o roteiro navega em cima da
ideia do trauma como justificativa para ações do mais intrigante dos
personagens, um homem recluso, a princípio simpático mas que esconde segredos
que são elementos da principal reviravolta da produção e dá margens para
inúmeros debates até hoje.
Indicado para quatro Oscars e com uma trilha impecável,
criada por um dos maiores compositores de cinema de todos os tempos, o
californiano Bernard Herrmann, Psicose é repleto de curiosidades que
vão desde um juramento feito por todo elenco para que não contassem
absolutamente nada da história até a aquisição de muitas cópias do livro
original que deu origem ao filme com o objetivo de que menos pessoas possíveis soubessem
sobre o surpreendente final.
Com um orçamento baixíssimo para os padrões da época, o
filme que foi o primeiro longa-metragem de terror de Alfred Hitchcock, faturou
mais de 40 vezes mais sendo o filme de maior bilheteria da sua carreira. Para
quem se interessar em ver pela primeira ou até mesmo rever, o filme está
disponível no catálogo da Star Plus e do Telecine.