No segundo dia de exibições das mostras competitivas do Comunicurtas 2025, nos foi apresentado um curta-metragem bem eficiente na sua proposta. Com uma linguagem pop de fácil identificação, imerso em uma narrativa ágil e comunicativa, Serenata do Adeus, dirigido e roteirizado por Marcio Mehiel, transita pelo caos dos momentos difíceis formando um retrato importante sobre o amadurecimento.
Ambientado na década de 1980, o filme abre espaço para um ar
‘coming of age’ ao abordar temas importantes a partir do olhar de uma turma de
amigos que vivencia – juntos e separadamente - uma série de situações dolorosas
durante um certo período de tempo com o foco no final do ano. Em poucos minutos,
o roteiro transborda fatos marcantes que dialogam com diferentes formas de
violência, conflitos internos, questões de sexualidade, gravidez, dores e as
marcas que permancem para sempre.
É impressionante como a forma de contar essa história gera
uma rápida identificação com públicos de muitas idades. Explorando camadas
profundas do conflito interno – culpa, insegurança, medo - a vontade de fugir e
a dor desse ir embora marca uma construção poética densamente representativa,
nos levando pelas gangorras emocionais.
Os ótimos personagens - em uma harmonia evidente – constroem
múltiplos olhares para os desenrolares da trama, fruto também de uma direção
competente que se apoia em um ritmo intenso, encontrando a angústia e a
aflição, mas nunca perdendo o tom crítico de instiga o refletir sobre todos os
seus temas.
