27/11/2025

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Crítica do filme: 'Serenata do Adeus' [Comunicurtas 2025]


No segundo dia de exibições das mostras competitivas do Comunicurtas 2025, nos foi apresentado um curta-metragem bem eficiente na sua proposta. Com uma linguagem pop de fácil identificação, imerso em uma narrativa ágil e comunicativa, Serenata do Adeus, dirigido e roteirizado por Marcio Mehiel, transita pelo caos dos momentos difíceis formando um retrato importante sobre o amadurecimento.

Ambientado na década de 1980, o filme abre espaço para um ar ‘coming of age’ ao abordar temas importantes a partir do olhar de uma turma de amigos que vivencia – juntos e separadamente - uma série de situações dolorosas durante um certo período de tempo com o foco no final do ano. Em poucos minutos, o roteiro transborda fatos marcantes que dialogam com diferentes formas de violência, conflitos internos, questões de sexualidade, gravidez, dores e as marcas que permancem para sempre.

É impressionante como a forma de contar essa história gera uma rápida identificação com públicos de muitas idades. Explorando camadas profundas do conflito interno – culpa, insegurança, medo - a vontade de fugir e a dor desse ir embora marca uma construção poética densamente representativa, nos levando pelas gangorras emocionais.

Os ótimos personagens - em uma harmonia evidente – constroem múltiplos olhares para os desenrolares da trama, fruto também de uma direção competente que se apoia em um ritmo intenso, encontrando a angústia e a aflição, mas nunca perdendo o tom crítico de instiga o refletir sobre todos os seus temas.