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26/11/2025

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Crítica do filme: 'A Menina que Amava Gatos' [Comunicurtas 2025]


Voltando a assuntos ligados ao período logo pós-pandêmico para trazer um tema associado a animais abandonados, no primeiro set de curtas-metragens que assistimos no Comunicurtas 2025 ficamos de frente com um filme de lindas mensagens, mas de uma ingenuidade gigante ao tratá-los em uma narrativa cinematográfica. Dirigido por Maria Tereza Azevedo, o projeto busca alcançar – sem muitas pretensões - uma mistura de possibilidades da linguagem cinematográfica com prosa poética, mas sem a habilidade de fazer isso acontecer na tela.

Utilizando a técnica de animação para mostrar o drama e as indignações de uma jovem que ama os animais e se depara com a morte de alguns deles – envenenados por uma pessoa inicialmente misteriosa -  A Menina que Amava Gatos, filme oriundo de Aparecida – uma das mais jovens cidades brasileiras (31 anos), localizada no sertão da Paraíba, apresenta uma estrutura dramática que não chega na tensão desejada, buscando refúgio em um fluxo sensorial maçante.

Pouco fluido, com transições entre cenas de forma abruptas e um estilo de montagem que atrapalha qualquer ritmo narrativo, o filme não alcança qualquer possibilidade eficiente na questão da linguagem – ainda carecendo de precisão nos infinitos recursos que o cinema pode oferecer. Sei que é meio chato ficar apontando questões e questões em um filme com mensagens importantes, mas a experiência de assistir a um filme nos leva a muitos caminhos para interpretá-los. Você pode assistir e gostar - e essa é justamente a graça do cinema.

A Menina que Amava Gatos não chega a ser um desperdício de um tema que reforça os números alarmantes de abandonos de animais no pós-pandemia, mas o resultado é uma história desequilibrada, sustentada por um esqueleto narrativo insuficiente.  

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Crítica do filme: 'O Colecionador de Cheiros de Nucas Femininas' [Comunicurtas 2025]


Percorrendo um tema peculiar que envolve obsessão e psicologia, abrimos os trabalhos no Comunicurtas 2025 assistindo a um filme bem interessante, que utiliza a criatividade a seu favor para evidenciar sua singularidade. Ao descortinar a linguagem cinematográfica em uma narrativa dinâmica, explorando os pontos de vistas que se entrelaçam em torno de um ‘serial nucas’, esse projeto paraibano, dirigido por Natalia Damião e Ana Clara Vidal de Negreiros é um convite ao despertar de inquietações que rapidamente se tornam reflexões.

Um viciado em nucas femininas – isso mesmo que você leu – vem colecionando odores (quase 800) ao longo de anos, isolando-se em uma bolha de dedicação total à sua coleção - pra lá de estranha. A partir de alguns pontos de vistas que se encontram em uma espécie de investigação sobre a questão - da fantasia à psicologia, passando pela sociologia, sexologia e a visão popular - chegamos a um recorte inusitado sobre o ser humano e o distanciamento social.

Com um previsível enquadramento de nucas inserido em sua unidade visual – algo que não é excessivo, mas tem seu momento – e que cai como uma luva à imersão proposta no caminho do personagem, percebemos também uma exploração interessante dos caminhos de ilusão do movimento a partir de imagens comunicando ideias, no caso, representações de pensamentos. Tudo isso deixa a narrativa pronta pra abraçar a delicadeza e estilo em seu modo de contar essa história.   

Exibido no Curta Cinema 2025 – onde, inclusive, levou um prêmio – e já chamado a atenção em qualquer programação pelo seu curioso título, Colecionador de Cheiros de Nucas Femininas apresenta um mergulho profundo da psique humana – da desordem emocional às formas de interpretação do desejo e do inconsciente.  

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