Não é de hoje que os debates sobre o nazismo apresentam questões que ainda chocam. Trazendo mais um recorte desse universo totalitário, com o preconceito a flor da pele, A Ordem, novo filme protagonizado por Jude Law, nos mostra de forma intensa as investigações policiais que levaram ao desmanche de uma célula neonazista. Com uma narrativa detalhista que busca apresentar os pormenores de um história real ocorrida em partes dos Estados Unidos, o projeto nos leva até o modo de pensar e execução, aliado ao medo e terror, pelas irmandades milicianas de supremacistas brancos.
Ao se mudar para uma nova cidade, o agente do FBI Terry Husk
(Jude Law) logo se depara com
surgimento - e logo ascensão - de um grupo de supremacistas brancos que levantam
dinheiro através de roubo a banco e falsificação de cédulas. Seu líder é Bob
Mathews (Nicholas Houht), um homem
impiedoso e metódico que a cada hora se torna mais poderoso. Buscando fechar o
cerco contra o grupo, Husk se une ao policial Jamie (Tye Sheridan) para uma caçada sangrenta e com algumas reviravoltas.
Baseado em fatos reais e ambientado no início da década de
1980, e muito mais profundo que o pensamento superficial de ser um filme de ‘Polícia
vs ladrão’, essa história mostra cada faceta - e maneira de pensar – do texano Robert
Jay Mathews, um terrorista norte-americano líder do grupo intitulado A Ordem.
Essa página triste na história dos Estados Unidos é retratada aqui de forma
dura e visceral, com atuações excelentes que só elevam a qualidade do filme.
Muito bem datado, o roteiro busca seguir os passos do bando
com precisas localizações, dividindo o filme de maneira intuitiva,
principalmente nos atos de desenvolvimento da história, onde o público, após
uma breve apresentação, embarca nos confrontos que passam os personagens. A
direção do cineasta australiano Justin
Kurzel é precisa, consegue captar nossa atenção em cenas de ação de tirar o
fôlego e no conturbado das emoções dentro de todo o arco dramático. Mesmo você
que possa conhecer a história que fora baseado esse filme, ainda se surpreende.
Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza do ano
passado e baseado no livro The Silent
Brotherhood de Kevin Flynn e Gary Gerhardt, o projeto disponível no
catálogo da Prime Video garante duas horas de muitas reflexões mostrando as
verdades por trás dos absurdos fascistas/nazistas que vemos até hoje por aí.