20/06/2021

19/06/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #449 - Mariana Antunes


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Niterói (Rio de Janeiro). Mariana Antunes tem 37 anos. É publicitária. Gosta de todo tipo de filme seja alternativo ou blockbuster. Fã de Quentin Tarantino e Tim Burton. Quase fez cinema na UFF mas resolveu fazer comunicação que era mais abrangente. Foi uma rata de locadora, um dos seus lugares preferidos...o outro o Cine Art Uff o único cinema de bairro da cidade. Um dos seus preferidos é Cinema Paradiso e as trilhas do Ennio Morricone.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Art UFF em Niterói. Porque passa tanto filmes alternativos como os mais do mainstream. Além disso, é nostálgico para mim, além de ser pertinho da minha casa...posso ir andando. É o único cinema de bairro que se manteve.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acho que o filme que me mostrou o poder do cinema foi Réquiem para um Sonho do Darren Aronofsky. Eu fiquei literalmente chocada com o final do filme e paralisada na cadeira por alguns segundos. O impacto de ver um filme no cinema é único...a catarse é ainda maior.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tim Burton // A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça - eu gosto bastante de terror e da Era Vitoriana.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Eu sou ruim de escolher comédia, mas eu gosto muito do Minha mãe é uma Peça. Paulo Gustavo era genial, fazendo você rir do começo ao fim. Tem cenas bonitas, do casamento do filho da Dona Hermínia...que ela fala algo do tipo "aqui eu tô fechada contigo", que é a própria vida dele e da mãe, em relação da aceitação da homossexualidade dele. Milhões de brasileiros viram, então isso vai entrando na cabeça das pessoas...mesmo que seja em doses homeopáticas. Além disso, ele era da minha cidade. Uma perda terrível dessa doença maldita.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é ser viciado em filmes, conhecer diretores novos, ver novas visões de mundo. Abre a cabeça e também relaxa, acho que você pode escolher o filme de acordo com a sua fase ou humor naquele momento.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Mas não acho que tenha que entender de cinema para ver um filme...cada um tem seu objetivo. Tem gente que quer relaxar e ver filmes mais prontos com começo/meio e fim. Outras pessoas querem conhecer a cultura de outras partes do mundo, recorrem mais ao cinema alternativo e por aí vai. Acho que o cinema é democrático, mas o preço não é, infelizmente :(

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu acho que muitas pessoas não vão ao cinema porque é um programa caro. Nesse cinema que falei, o Cine Art Uff os preços eram bem acessíveis e aí você tem a possibilidade de frequentar mais. Sinceramente não queria que acabasse, porque é uma experiência única, mas só o tempo dirá.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Estômago.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

De forma nenhuma...Ficar em uma sala fechada com outras pessoas, mesmo com distanciamento, acho perigoso ;(

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Gostei bastante que houve uma diversificação maior nos gêneros com Bacurau e Isolados, por exemplo. Mas confesso que tenho que ver mais filmes. O último que vi foi O Animal Cordial na Netflix.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema é um modo divino de ver e viver outras realidades.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu fui ver Gladiador no cinema e simplesmente jogaram um tênis para cima. Fiquei muito puta porque tinham cenas de drama e os adolescentes rindo rs. Eles não estavam entendendo NADA! kkkkkk

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Non sense do Brasil com Egito.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não acho não. Ele pode criar sem ter referências prévias, sem um olhar viciado...acho que fazer cinema é simplesmente ter vontade de contar uma história ou divulgar uma visão de mundo.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Centopeia Humana - e vi em partes para nunca mais.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Tiros em Columbine.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Ahhh já! Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei - vi em um cinema só com fãs em um dia 01 de janeiro. Foi foda!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A outra face.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete // Vejo muitos canais do Youtube também como Elegante e Refúgio Cult.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #448 - Heitor Romero


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Heitor Romero tem 29 anos. É um curioso que cresceu apaixonado pelo cinema clássico, por influência dos avós, e que passou boa parte da adolescência trabalhando ou apenas se perdendo nas videolocadoras de São Paulo só para poder estar perto dos filmes. Hoje um colecionador de mídias físicas, também escreve sobre cinema para o site Cineplayers.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha. 

Cine Olido. Um dos lugares mais especiais de São Paulo, tem uma tradição que vem da época da Cinelândia e aquela mágica dos saudosos cinemas de rua. Onde assisti várias mostras e vários clássicos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Oito e Meio, de Fellini. Ali percebi a pluralidade do cinema, a dimensão maior que um filme pode alcançar, sendo uma experiência metafísica.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Wim Wenders. Alice nas Cidades (1974).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho. Um filme onde cabe o Brasil de ontem, o de hoje e o do amanhã.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Cada um define de uma forma, não sei se existe uma classificação exata, mas para mim é simplesmente quem gosta de ver muitos filmes. Não necessariamente quem entende a fundo deles, estuda sobre eles, mas sim quem gosta e assiste.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

A grande maioria entende mais do cinema enquanto indústria e comércio, então a maior parte vai priorizar os títulos com potencial retorno financeiro. É muito difícil fugir muito desse foco e conseguir se manter.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. Mas pode ser que se torne algo cada vez mais elitizado.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Balão Vermelho (1956), de Albert Lamourisse.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

A vacina já temos, falta acelerar o alcance a todos. Assistir um filme no cinema é quase sempre uma experiência coletiva, entre amigos e desconhecidos, em um ambiente fechado e pouca circulação de ar. Logo, o correto seria só reabrirem uma vez que a população estiver vacinada, a fim de evitar a propagação do vírus.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Cinema brasileiro sempre foi muito rico e continua sendo. Poderia ganhar mais incentivo e patrocínio para produzir mais, mas mesmo nas dificuldades oferece bons filmes.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Atualmente fico sempre na expectativa pelos novos filmes de Marco Dutra e Juliana Rojas, fora o cinema mineiro que tem surpreendido muito através de nomes promissores como João Dumas, Affonso Uchoa, Gabriel e Maurilio Martins e André Novais Oliveira.

 

12) Defina cinema com uma frase: 

É um campo de batalha – Samuel Fuller.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

A sala vizinha pegar fogo e todo mundo precisar ser evacuado do cinema no meio do filme.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Ícone do entretenimento nacional.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Não necessariamente, mas quando há uma bagagem e experiência como espectador isso pode acrescentar muito aos filmes que ele dirige.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida? 

Irreversível, de Gaspar Noé.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Um desses três:

Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho.

Sem Sol, de Chris Marker.

Noite e Neblina, de Alain Resnais.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?   

Não.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

Melhor filme com ele no elenco: Coração Selvagem (1990). Filme com a melhor atuação dele: Despedida em Las Vegas (1995).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cineplayers

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine Play

 

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Crítica do filme: 'O Diário de um Maquinista'


A dialética em torno da logicidade. Chegou nas plataformas digitais nos últimos dias um longa-metragem com humor fúnebre apoiado no lado da razão e objetivos dentro da frieza de seu protagonista. Há um tom macambúzia que move-se pelas linhas do roteiro de O Diário de um Maquinista, filme sérvio de 88 minutos dirigido por Milos Radovic. Um outro olhar para essa produção, chega quando imaginamos o contorno de uma linha de medo (ora evidente, ora não), da razão sobre a inconsequência, até mesmo de um egoísmo clássico das pessoas que só tem um modo de pensar sobre as coisas. Apoia-se na solidão para explicar como podem ser curiosos as aprendizagens da vida. Interessante trabalho.


Na trama, conhecemos Ilija (Lazar Ristovski) um homem já beirando a melhor idade, vindo de uma família de maquinistas (seu pai, seu avô...), profissão que segue desde que se conhece por gente. Sempre ao lado de seu cachorrinho Rocco, pilota Locomotivas pelas estradas da Sérvia. Certo dia, após já ter um enorme histórico de atropelamento no currículo, acaba salvando a vida de Sima (Petar Korac), um jovem deixado na porta de um orfanato, dentro de uma caixa de bananas, ainda recém-nascido. O tempo passa e logo viram pai e filho. Mais velho, o segundo insiste em ser maquinista que nem o primeiro, mas esse não quer isso para o filho por conta de um medo pouco exposto do jovem sofrer e se desgastar em uma profissão que pode trazer algum trauma, exatamente como aconteceu com ele e toda sua família. Assim, ambos embarcam em uma jornada de teimosia rumo a um objetivo incerto.


Não dá pra entender se a intenção do roteiro era para terem duas visões sobre a vida, acredito até que sim. Porém, tudo é centrado em Ilija e mesmo assim, a partir do seu peculiar modo de pensar a vida vemos a trajetória de ambos se desenvolvendo ao longo do tempo, principalmente as inconsequências que viram dolorosas decisões com consequências, nos contrapontos de emoções sobre a questões fatais dentro do currículo do maquinista. Quando partimos do princípio que o jovem, buscando o mesmo caminho do pai, vai ser afetado em algum momento pelo reflexo da vida dele, é simples a dedução que haverá uma transformação na espera iminente de alguma provável tragédia que ele terá que superar. Nesse último ponto concluímos o objetivo do filme: o encontro da alma amargurada com a juventude sem referências.


A solidão e a velhice chegando ganham contornos na história, que não possui clímax definido mas prende a atenção pela quase poética maneira que o protagonista se modifica aos nossos olhos. Principalmente, quando há uma auto reflexão do mesmo, quando ele começa a ver o amor de sua vida, que morreu faz 25 anos, mostrando que em todas as fases da vida o exercício da felicidade é não parar de aprender.

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18/06/2021

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Crítica do filme: 'Noites de Alface'


O reaprender a andar sozinho. Baseado no romance homônimo de Vanessa Barbara, Noites de Alface é um filme cíclico dentro de seus paralelos, que nos mostra uma eterna busca pelo silêncio, do aceitar a solidão. Busca suas reflexões na interpretação do espectador. Nos sentimos na plateia de um teatro onde o talento dos artistas se sobrepõe perante qualquer inflexão confusa do roteiro. O ritmo lento é para nos deixar envoltos no tão sonhado silêncio que busca o personagem viúvo, interpretado por Everaldo Pontes. Quando o espectador entende a percepção, acaba sendo surpreendido pela profundidade que esse personagem alcança. Dirigido por Zeca Ferreira, o longa-metragem que estreia esse mês nos cinemas tem também no elenco a sempre excelente Marieta Severo.


Na trama, conhecemos Otto (Everaldo Pontes), introspectivo, resmelengo, vive dentro de um casulo que também podemos chamar de solidão após o falecimento de sua esposa Ada (Marieta Severo). Antes, levava uma vida simples, vivendo a velhice como bons companheiros de toda uma vida. Depois, se torna quase paranoico, sem conseguir pregar os olhos, observa a rua, corre para as lembranças inclusive de um chá de alface que sua companheira preparava para suas insônias diárias. Assim, vamos acompanhando o cotidiano desse personagem que se vê envolvido em algumas pequenas surpresas sobre um ocorrido na cidadezinha onde mora.


Rabugento, ranzinza. O filme é todo em torno de Otto, suas questões são resolvidas muito mais pelas emoções do que qualquer razão como meio termo. As leituras corridas na cadeira de balanço, a forte presença das lembranças, vamos seguir seu caminho como se estivéssemos em duas estradas quase paralelas que nos mostra uma atualidade cheia de incertezas focada num primeiro momento no luto mais precisamente e uma outra que nos apresenta flashes de seu cotidiano antes da perda. Essa construção chega pelos sonhos lúcidos provocados pelas emoções já mencionadas e também por uma autodescoberta de dependência de quem já se foi.


Todo filmado no bairro de Paquetá, no Rio de Janeiro, o ponto negativo chega pela tentativa de suspense que é imposta por uma série de situações um pouco mal explicadas que jogam o pacato personagem em uma teia de disse me disse que acontece sem ele ao menos ter ida das movimentações. Mas nada que atrapalhe o bom exercício sobre a solidão.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #447 - Natalia Donizete


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Belo Horizonte (Minas Gerais). Natalia Donizete tem 31 anos. Formada em Gestão Financeira e atualmente se especializando em Curadoria, busca conhecimento e aprimoramento para atuar na área cultural. Difícil definir quando começou a assistir filmes, acha que desde sempre, cresceu assistindo filmes influenciada por seu pai e sua irmã, assistiam muitos filmes juntos, inclusive a irmã comprava revistas SET. Os fins de semana era ler as revistas, assistir filmes.

 

Na adolescência descobriu Woody Allen, aí seu mundo se expandiu: por ele conheceu Bergman, Fellini, suas influencias cômicas. Allen a inseriu em um cinema mais crítico e que plantou seu interesse pelo cinema clássico, foi por causa dele que assistiu Casablanca, onde se apaixonei pelo Bogart. Mas nesse momento também, em uma aula do ensino médio, foi apresentada ao Expressionismo alemão, Metropolis é seu divisor de águas mais importante: recorda até hoje da sensação de eminência da obra e como ela a impactou. A partir desse momento o cinema já não era entretenimento, mas algo além da arte. Assistia pelo menos uns 4 filmes por semana, e depois que descobriu o Cine Humberto Mauro, SescPalladium e MIS Santa Teresa,  assistia até 4 filmes por dia! (trabalhava ansiosa pra sair e ir ao cinema).

 

Quando iniciou a faculdade foi o momento mais difícil, abrir mão do cinema pra focar nos estudos, mas cinéfilo que é cinéfilo da seu jeitinho. Já alterou grade horário de semestre para unidade mais próxima de salas de cinema. Quem nunca matou aula pra assistir aquele filme inédito que passaria novamente sabe lá Deus quando?! No último semestre da faculdade já sabia que queria ser Curadora, pensar mostras ,festivais de cinema, conceber o que a inspira e que tanto lhe encanta. Desde então, participa de cursos livres que contribuem para seu desenvolvimento curatorial, além de retornar nesse semestre para o curso Produção em Artes Visuais na Fundação Clóvis Salgado que interrompeu devido a pandemia.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Humberto Mauro, a programação é diversa desde clássicos a filmes atuais. Além de ter sido no CHM minhas descobertas mais marcantes como Murnau, Tarkovsky, Kurosawa entre outros.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Metropolis, assistir no ensino médio no 2° ano, lembro que foi uma chave, onde compreendi que cinema é muito mais que entretenimento, mas uma expressão artística da qual já amava, mas passei a perceber com mais maturidade.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tarkovsky- Nostalghia (Andrei Rublev, não consigo escolher só um)

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Ah pergunta difícil  rsrsrs Então... Eu amava A Cidade Onde Envelheço da Marília Rocha, até assistir Mormaço de Marina Meliande.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ver o cinema além do entretenimento, buscando o entendimento pós filme com debates, discussões, trocar com outros expectadores e estudiosos. Explorar o filme além de assisti-lo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Sim, pois frequento cinemas de rua em BH, além do CHM frequentava o SescPalladium, Cine Santa Teresa e Cinema Belas Artes. Mas também frequentava cinemas de Shopping, que acredito que quem realiza sua programação somente visa o lucro e os blockbusters o que é lamentável, pois podem realizar mostras paralelas com clássicos, diretores, movimentos, a gama é infinita de possibilidades.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

NÃO! Rsrsrs, não quero pensar nisso. Sou otimista, mas observando os efeitos da pandemia acredito que talvez ocorram uma diminuição das salas de exibição, mas uma extinção em massa não deve ocorrer. Somos nostálgicos e tentamos preservar ao máximo aquilo que nos traz saudades e bons momentos. Isso me fez pensar em Cinema Paradiso, o cinema que conhecemos já está em transformação para o streaming e mesmo que se torne mas acessível (ou não), as salas físicas resistirão (assim espero!).

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Elon Não Acredita Na Morte! Meus Deus que FILME!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Na situação atual do país, não. Mas gostaria muito que estivéssemos no estado alcançados pela Inglaterra e EUA. Portanto, infelizmente, já que vivemos em um governo necropolítico, o melhor é aguardar e os estados que atingirem 100% da população vacinada, abrirem gradativamente ( seguindo recomendações dos especialistas da saúde).

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

 

Adoro falar sobre nosso cinema porque o via com olhos ruins por um bom tempo. Quando comecei a frequentar o CHM o Sesc Palladium, assistir filmes incríveis brasileiros que me fizeram morder minha língua.

 

Hoje estamos num estágio de alta qualidade, não somente de produções mas de cineastas versáteis que fazem cinema com o coração exploram temas necessários e demonstrando o quanto estamos evoluindo nos últimos anos. Temos somente um péssimo governo para nos desestimular o que sabemos que fazemos muito bem.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Além dos meninos da Filmes de Plástico, eu tento assistir tudo que o Romulo Braga faz (ele é meu ator favorito atualmente).

 

12) Defina cinema com uma frase:

Transcendência da alma pela arte.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Então, fui assistir Her, sessão das 15h, e a projeção começou a engasgar, foram duas tentativas, mas aí do nada a tela se apagou e um funcionário chegou no centro da sala, pedindo desculpas pois estavam tendo problemas técnicos (nunca vi isso em uma sala comercial) lembro que me assustei achando que era um ataque rsrsrs, graças a Deus, deu tudo certo e corrigiram o erro.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Preciso assistir ...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Definitivamente não! Fazer cinema é algo que surge de dentro pra fora, logo, o cineasta não precisa ser um Quentin Tarantino (cinéfilo de carteirinha) para ser um diretor. Mas se sua pergunta fosse: a cinefilia ajuda um diretor? A resposta seria sim, pois como no exemplo do Tarantino, haverá uma carga maior a ser exploradas.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Conselheiro do Crime do Ridley Scott. O filme é horrorosso, não sei o que o Ridley tinha na cabeça, o pior é que tentei assistir duas vezes e só fica piora.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Eu amo Silvio Tendler, Dedo na Ferida eu indico pra todo mundo porque conversa com minha formação e ele é cirurgicamente crítico nesse Doc. Mas recentemente assistir Triste Oceano ( Blue - Karina Holden) que me impactou muito.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Claro, como participo de festivais de cinema, sempre fazemos isso. Um inesquecível é A Vida Invisível, que abriu o CineBH de 2019, foi muito emocionante! Todos chorando com o final do filme e aplaudindo essa preciosidade (fico até arrepiada de lembrar).

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu não sou muito de acompanhar um site específico, sou super aleatória nessa questão, mas quando leio, gosto muito do indiewire.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

MubiBrasil. Eu tenho vários outros, mas é o que assisto mais, além das mostras virtuais e sites que também disponibilizam filmes e sessões online. (como tenho uma página no Facebook onde divulgo sobres esses acessos gratuitos, acabo assistindo esses e deixando os demais de lado).

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O que achei do filme: 'A Boa Esposa'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme 'A Boa Esposa'.

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8 e 1/2 em 20 - Rafa Gomes - Episódio #13


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual.


Nesse episódio, recebemos a jornalista e crítica de cinema Rafa Gomes.
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17/06/2021

Programa #30 Guia do Cinéfilo - Marcelo Muller


Episódio #30 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo.

Nesse episódio entrevisto o crítico de cinema Marcelo Muller. O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube (https://www.youtube.com/channel/UC8bE...).
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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #446 - Eulalia Marques


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Eulalia Marques tem 40 anos, apaixonada por arte e cultura. Cinema faz parte da sua vida assim como a música.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Estação Net Barra Point, sempre com filmes de diversas nacionalidades.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

E O vento levou.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Alfred Hitchcock e o filme: Janela Indiscreta.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Romance de Guel Arraes. Porque é quase uma peça de teatro mas com leveza e uma pitada de romance com conflito. Não tem final feliz como na vida.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Cinéfilo é aquele que aprecia o cinema como um todo sem ser pedante, apreciando a arte de reproduzir na tela todo conteúdo que o criador quis passar. Saber ver a beleza, a filosofia, as mensagens escondidas, a trilha sonora.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Claro que não. Cinema infelizmente não é valorizado adequadamente e por diversos motivos. Muitas salas especiais e com programação boa como por exemplo o Cine Joia em Copacabana,

 

fecharam por dificuldades financeiras. E cinema é para todos, não só para os entendedores ou críticos. Vi um especial de cinema na praia, a noite, que foi lindo. Recentemente o drive in voltou como ideia por conta da pandemia, mas acho fantástico. A série Cine Holliúdy mostrou o cinema no meio da rua de um lugar pobre. Quem nunca viu cinema na vida. Essa ainda é uma realidade em vários lugares.

 

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu tenho certeza que não. Assim como o rádio não acabou, o livro, o vinil, etc.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tem tantos, mas vou citar um que vi recentemente e fiquei apaixonada, Terra em Transe do Glauber Rocha.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não em absoluto.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que com toda dificuldade fazemos um cinema de qualidade e sou fã das produções nacionais.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma paixão na minha vida.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nunca vi nada inusitado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras... 

Se for reverência ao filme, nunca vi, não posso opinar..rs.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, mas precisa gostar de arte, porque se não perde o sentido.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já vi muitos filmes ruins de vários gêneros, não poderia escolher um para o troféu framboesa.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Crip Camp do Obama.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Em casa já.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu gosto muito de 60 segundos e Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Nenhum específico.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

 

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16/06/2021

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Crítica do filme: '4 x 100 - Correndo por um Sonho'


Vencer é aprender a não ficar refém de medos. Chegando aos cinemas no próximo dia 24 de junho, o longa-metragem brasileiro 4 x 100 - Correndo por um Sonho busca nos apresentar um raio-x sobre conflitos, dramas e escolhas de integrantes de uma equipe de revezamento que busca representar o seu país no tão sonhado Jogos olímpicos. É válida a tentativa de mostrar as questões sobre situações que passam as mulheres no esporte, pena que as subtramas são rasas, superficiais, com arcos pouco desenvolvidos. Nas questões que se desenvolvem, muito por estarem dentro do clímax, acabam ficando em loop infinito em discursos redundantes. Parece uma sonolenta panfletagem da ‘magia’ dos jogos olímpicos dentro de um contexto conflituoso no universo competitivo de uma das únicas modalidades onde o seu resultado depende dos outros.


Na trama, dirigida pelo cineasta Tomás Portella, com roteiro de Mauro Lima, acompanhamos cinco integrantes que fazem parte do revezamento 4x100 feminino do Brasil com chances de medalhas em competições, principalmente na Olimpíada. Mas há um certo problema entre duas dessas integrantes, Maria Lúcia (Fernanda de Freitas) e Adriana (Thalita Carauta), por conta de um assunto nunca exposto mas que ambas passaram nos jogos olímpicos de quatro anos atrás. Durante o tempo que passou entre as olimpíadas, Maria virou estrela do esporte na mídia enquanto Adriana buscou outros ares no esporte entrando para o MMA. Agora, reunidas novamente, precisarão juntar forças para levar o time brasileiro feminino de revezamento no atletismo às medalhas em Tóquio.


Até que ponto um atleta entende outro atleta? Além de Maria Lúcia e Adriana, as outras integrantes sofrem também com seus próprios dramas. A questão do dopping, do treinamento árduo, as frustrantes tentativas de patrocínio para atletas que estão começando ou não são estrelas de publicidade com reais chances olímpicas, questões que envolvem relacionamentos amorosos com dificuldade de entendimento, no medo da decepção em um grande evento. Pena que o foco cisma em não sair do embate das atletas que possuem um conflito entre si, deixando o desenvolvimento dessas outras subtramas importantes distantes de uma profundidade. Era um bom palco para debates sobre um leque maior de conflitos que vivem atletas não são pelo Brasil mas no mundo todo.  


O que importa é o que você parece ser. A pretensão de ser um filme com um drama profundo acaba gerando uma série de cenas isoladas como se estivéssemos montando um quebra-cabeça que faltam peças ou jogando batalha naval e nunca acertando os navios do adversário. Frases de efeito parecem ter sido tiradas de livros de autoajuda ou mesmo de palavras ditas por grandes treinadores de várias modalidades espalhadas pelo universo dos esportes, deixando quase robótico alguns desses diálogos. O local sagrado de todo o atleta, o vestiário antes das competições, tenta ser o palco para os diálogos mais profundos mas não acontece.


A panfletagem da magia dos jogos olímpicos cai por terra no atual momento que o mundo vive, com a polêmica sobre a permanência da data dos jogos desse ano mesmo o mundo ainda em altos índices de problemas por conta da Pandemia.

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15/06/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #445 - Isaque Nicolas


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Maracanaú (Ceará). Isaque Nicolas tem 19 anos. A sua história com cinema começou quando tinha 7 anos quando via todos os filmes que passavam na tv e isso durou até seus 13 anos que foi quando viu o filme Pânico 3 e ficou interessado em saber como um filme era feito, apesar do terror o filme mostra vários sets de gravação de filmes então foi daí que veio o interesse em saber como são feitos os filmes.  Passou a fazer pesquisas no Google e no Youtube e cada vez mais o interesse aumentava.  Nessa época ele só via filmes de terror até que um dia mudou e foi ver Pulp Fiction e desde então só queria ver filmes clássicos e vencedores de Oscar, e claro, os filmes do Tarantino. Assim começou a ficar exigente para ver filmes e desse jeito aprendeu a dar sua nota pessoal a filmes e séries.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Imax, A imersão não tem igual.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Sinceramente, foi um filme ruim chamado Pânico 3 da série de filmes de terror Pânico. No filme mostra um Estúdio de gravação de filmes e fiquei curioso em saber como se fazia um filme e vi que tudo era diferente e maravilhoso. Desde então não quero mais saber de outra coisa a não ser Cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Claro que é Quentin Tarantino, ele tem um jeito único de dirigir seus filmes e Pulp Fiction é aonde ele faz o seu melhor trabalho que de tão bom fez Pulp Fiction ser um dos meus filmes favoritos da Vida.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Esse é óbvio... Cidade de Deus, simplesmente por ser a maior e melhor obra nacional de todos os tempos.

5) O que é ser cinéfilo para você?

Cinéfilos pra mim são pessoas apaixonadas por cinema e não importa se o filme seja ruim ou não o que importa é estarmos ali vendo várias obras de diferentes nacionalidades e culturas que de alguma jeito nos conecta com essa arte, seja de forma positiva ou negativa.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que poucas pessoas entendem, porque pra fazer um filme tem que passar a emoção e uma mensagem para o público e já vi muito filme vazio, e acredito eu que existe mais filmes ruins do que bons.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não e torço para que isso não aconteça porque a emoção de ver um filme numa sala de cinema é perfeita. E como vai ser para os filmes de grandes produções sem as salas de cinema? Porque acredito que os streamings não dão conta. Mas é só uma questão de tempo até que os casos de covid19 diminuam no mundo.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Som ao Redor filme nacional incrível que poucos conhecem mas todos deveriam ver.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

É triste dizer isso mas não. Devemos ainda nos manter em isolamento social.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Considero bom, mas pode melhorar se os filmes tivessem mais apoio para as produções, porque eu sei que o cinema nacional quer ir mais longe mas sem o orçamento adequado a uma grande produção nunca iremos além. E também as pessoas aqui no Brasil acham que só filmes americanos são bons e não chegam a ir ver filmes nacionais.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho, o cara é muito bom!

 

12) Defina cinema com uma frase:

Favorável!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma vez fui ao Cinema com meu primo e apenas eu e ele estávamos na sala e assim ficou até o fim da sessão.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi, e de tanto falarem mal com certeza nunca verei kkkkkkkkk.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Sim com toda certeza porque filmes influenciam outros filmes e para ser bom tem que ver bastante filme.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Os Instrumentos Mortais.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Free Solo.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim para o filme 2001 - Uma Odisséia no Espaço, mesmo sem entender nada kkkkkkkk.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Feitiço da Lua.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Série Maniacos, Adoro Cinema e Omelete.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

No Amazon Prime Video tem um catálogo muito bom.

 

 

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Crítica do filme: 'Veneza'


As fábulas dos sonhos distantes. Novo trabalho na direção do artista completo Miguel Falabella, Veneza, possui a fábula, a novela, o romance como narrativa, é leve, agradável, não há quase clima de tensão. Esse aspecto até existe mas parece ficar como background dos sentimentos, razão fruto da inconsequência, na chegada do clímax pelo sonhar. Vale mais esse sonhar do que o viver para muitos dos personagens, de tanto imaginarem o futuro viram presas desses sonhos, mas quem disse que eles não podem ser realizados? Como um maestro na direção, Fallabella, não esquece de passar com brilhantismo pelas técnicas da arte, da beleza do sensual sem ser ofensivo, não esquece de passar pelo circo, pelas cenas de teatro, pela dramaturgia e todo o universo por essas artes criados. A partir de um sonho, somos levados a uma viagem mágica, profunda, linda. O longa-metragem conta no seu elenco, além dos ótimos artistas brasileiros, com Carmen Maura, uma das grandes atrizes espanholas da história, com diversos trabalhos junto ao aclamado diretor Pedro Almodóvar.


Na trama, com roteiro do próprio diretor, baseado na peça de teatro de Venecia de Jorge Accame, conhecemos Gringa (Carmen Maura) uma senhora espanhola que tem um puteiro no interior do Brasil que hoje em dia é comandado basicamente comandado por Rita (Dira Paes). Gringa está no auge de sua velhice, já cega e doente possui um único e inusitado desejo: ir até Veneza para ver se consegue o perdão de um homem que abandonara faz muitos anos. Assim, buscando realizar o desejo da dona do bordel, Rita se une a Tonho (Eduardo Moscovis), Jerusa (Danielle Winits), Madalena (Carol Castro) e o resto da equipe para realizar de alguma forma esse desejo.


O faz de conta se une ao lúdico, há muito mais emoção do que qualquer razão. As lembranças ganham contornos emotivos através de Gringa, a mola propulsora da história. Várias portas se abrem, o contexto de realidade dentro do ‘terror’ da palavra afeto, o indecifrável universo das fantasias sexuais, a verdade objetiva de que não se pode dar um preço ao amor, quando chega a encostar na realidade vemos a tragédia, o medo, as dúvidas e decepções. Os personagens são ótimos parecem sonhar o mesmo sonho de gringa chegando próximo, bem próximo, da cidade que flutua na água.


Quantos filmes romantismo nós assistimos todos os anos? São todos da mesma forma? Não mesmo! É possível uma segunda chance para um mesmo amor? Porque não? Dentro de um universo machista a delicadeza de encontrar as razões para emoções não deixa de ser um mérito de Falabella e seu co-diretor Hsu Chien, tendo como seu principal nos fazer acreditar, também, no sonhar. E como é bom sonhar!  


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14/06/2021

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Crítica do filme: 'Acqua Movie'


No fundo a gente é tudo índio! Falando sobre o luto, relacionamento distante entre mãe e filho, a terra, os indígenas, o extremismo, a conversa na bala, rituais culturais, nordeste semiárido, Acqua Movie, dirigido pelo cineasta pernambucano Lírio Ferreira mostra também a poesia e as metáforas da vida, como conseguem ser reunidas pelos simbólicos momentos da água, quase um plano dentro dos planos, nos conflitantes diálogos, nos momentos de análise e entendimento sobre um monte de porquês que o filme se coloca como reflexão. Protagonizado pela excelente atriz Alessandra Negrini (uma das melhores atrizes do cinema brasileiro), esse road movie vai à fundo nas questões indígenas, no olhar desconfiado e violento do homem branco.


Na trama, acompanhamos Duda (Alessandra Negrini), uma mãe que volta para casa às pressas após a morte inesperada do pai de seu filho Cícero (Antonio Haddad Aguerre), um jornalista renomado da televisão. Mas a tensão está no olhar, na expressão, mesmo em poucas falas entendemos que a relação entre os dois é bem distante por conta dos inúmeros compromissos que sua Duda possui no seu lado profissional, como documentarista, inclusive tendo uma equipe de filmagens esperando ela na Amazônia para rodar um documentário. Buscando uma reaproximação com o filho, a protagonista resolve embarcar junto com o filho, de carro, rumo a cidade de origem do pai de Cícero para deixar lá as cinzas dele. Passando por lindas paisagens, percebem as belezas da natureza mas também a ganância do poder bem evidente.


Aquele que julga também é aquele que será julgado. Dentro do Road Movie, principalmente nos arcos intermediários, vamos conhecendo mais o semiárido nordestino, mais precisamente a cidadezinha de Nova Rocha em Pernambuco, quase separada por um rio da Bahia, que substituiu uma cidade que fora tomada pela água e onde nasceu o pai de Cícero, comandada pela família do pai, que domina essa região no interior de Pernambuco faz muitos anos, o que gera conflituosos momentos com a mãe.


Uma busca por inventar o instante contínuo como se fosse algo acoplado às ações dos personagens é um grande mérito de Ferreira que além de tudo joga uma lupa numa relação nada amistosa de uma mãe distante e um filho com dúvidas sobre o mundo. O projeto navega pela crítica, pelos desdobramentos dessa relação conflituosa entre mãe e filho, pela questão indígena. Mais do que qualquer livro, que muitas vezes não chegam na profundidade pedida para determinadas questões, o jovem Cícero passa por grandes aprendizados pois aprenderá que é difícil fingir que está tudo bem vendo os momentos reais de uma luta pela existência que nada mais é algo que sua mãe acredita e denuncia pelo seu trabalho.  



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