16/11/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #541 - João Pedro Gibran


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso convidado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. João Pedro Gibran tem 29 anos. Formado em Rádio e TV pela Faculdade Cásper Líbero, é um Cinéfilo (com C maiúsculo mesmo) de carteirinha e tem Martin Scorsese como mestre supremo. Um sonho? Ganhar a vida percorrendo os labirintos da Sétima Arte.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Petra Belas Artes. Que gosto de cinema que misture a programação comercial junto com a mais alternativa. Aliás, por isso que gosto da maioria dos cinemas da Avenida Paulista, mas o Belas Arte sempre foi um lugar que adorei.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Teve vários por motivos diferentes, mas lemrbo muito bem da sensação de ver o 3D de Invenção de Hugo Cabret no cinema. Foi emocionante.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Martin Scorsese e o meu filme favorito dele é Os Bons Companheiros que segue como o meu favorito da vida.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Lavoura Arcaica do Luiz Fernando Carvalho. Além de atuações maravilhosas e uma fotografia divina feita pelo mestre Walter Carvalho, acho que Lavoura é uma poesia sensitiva e imersiva.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Como fui crítico de cinema durante 2 anos, foi ali que desenvolvi o meu lado cinéfilo. Eu lembro de um texto do Jean-Claude Bernardet que ele dizia que o crítico não deveria ter preconceitos com qualquer tipo de filme e acredito nisso. Para mim ser cinéfilo é gostar de cinema como ele é. É ter mente aberta tanto para ver um filme comercial ou independente e poder admirar os dois com a mesma intensidade. Que mesmo tendo públicos e mercados diferentes ainda são obras do cinema. Exemplo: Acho 2001 do Kubrick um filme brilhante, mas ao mesmo tempo não nego o quanto amo Batman - O Cavaleiro das Trevas do Nolan. Mesmo sendo filmes muito diferentes, consigo amar os dois com a mesma intensidade porque são obras de cinema e utilizaram valores da linguagem para desenvolver as suas propostas.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, são feitas por pessoas que entendem de mercado. Na verdade, depende do perfil da sala. Em São Paulo há lugares que são pensados para um público mais alternativo enquanto há lugares pensados para o público em geral. Os grandes exibidores obviamente vão querer colocar o que dá mais retorno financeiro e isso é uma questão de mercado.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Com o aumento de canais de streaming e com cada vez mais produtos sendo feitos diretamente para eles, é algo a se cogitar. Não acho que as salas vão acabar, mas vai diminuir a quantidade.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Fonte da Vida do Darren Aronofsky.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

É uma questão complicada porque há pessoas que necessita dessa fonte de renda e a vacina para realmente imunizar contra a covid vai demorar. Acho que podem abrir, desde que aja protocolos de segurança

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro sempre foi um cinema rico em diversidade e acho que estamos tendo um momento que ta ficando mais diversificado ainda por conta da democracia das redes, produções mais baratas e a grande quantidade de festivais.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Irandhir Santos.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Mágico.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Lembro quando fui ver o Amor do Michael Haneke. Só havia casal de idosos na sala e quando terminou o filme - um filme super cruel quanto a terceira idade - os casais começaram a se beijar. Foi a cena mais linda que vi em uma sala de cinema.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Pau que nasce torto nunca se endireita.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, a cinefilia pode ser usada pelo diretor como fonte de inspiração. Mas eu acredito que o diretor precisa entender o roteiro, conhecer de linguagem audiovisual e ter uma visão clara do que quer mostrar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Mulher-Gato.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Duna de Jodorowski.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Nunca cheguei a bater palma que sempre tive a impressão que no fim, estou batendo palma para o projecionista. Mas ja teve filme que precisei de um tempo sentado para digerir ou entender mais o que o diretor quis me passar.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adoro os filme do Cage da década de 90, mas diria que o meu favorito dele é o A Outra Face.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Ultimamente o Cineplayers.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

HBO Max.

 

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13/11/2021

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Crítica do filme: 'Jogo Perigoso'


Uma série que virou filme: a questão sempre complicada dos formatos. Chegou à Amazon Prime Video, em formato de filme, o projeto Most Dangerous Game, ou por aqui Jogo Perigoso, estrelada por Liam Hemsworth, Sarah Gadon e o vencedor duas vezes do Oscar Christoph Waltz. Abordando uma caçada humana bem próximo da linha do absurdo buscando reflexões sobre capitalismo e sociedade de maneira rasa e muitas vezes batida, o projeto, picotado da série original é um complicado trabalho de edição que nos leva à muitas lacunas principalmente sobre a questão da encruzilhada que vive o protagonista.


Na trama, acompanhamos Dodge (Liam Hemsworth) um esforçado marido e futuro pai de família que passa por um terrível momento financeiro já que investiu tudo que tinha em um enorme edifício inacabado no coração de uma grande cidade. Ele mora com a esposa Val (Sarah Gadon) que está grávida do primeiro filho do casal. Um dia, ele conhece Miles (Christoph Waltz), um enigmático articulador, e recebe uma inusitada proposta de ser o protagonista de um jogo ao estilo Caçada Humana onde ele tem 24 horas para fugir de impiedosos jogadores que tem um objetivo apenas: o matar. Se ele participar a cada hora uma gorda recompensa em dinheiro é depositada em sua conta. Sem saber o que fazer e analisando todo o contexto de sua vida ele precisará enfrentar grandes desafios pela sobrevivência.


Um dos grandes problemas desse projeto é o ritmo, corrido demais e sem muitos pontos de ligação. O foco é total nas cenas de ação, o que de fato faz muito sentido, já que a trama mais elaborada talvez encontremos no seriado que a história pertence. A narrativa encosta na premissa de Round 6 e outros projetos bem badalados atuais só que sem a profundidade necessária para buscarmos reflexões mais amplas. Faltam muitos porquês. O roteiro busca seus objetivos nas armadilhas que são colocadas de qualquer maneira dentro de uma história que deveria ser simples mas as portas abertas são demasiadas e nenhuma com resolução aceitável para qualquer bom entendimento.

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Crítica do filme: 'Querido Evan Hansen'


Quando a foça da história é mais forte que qualquer outro detalhe. Um dos maiores sucessos da Broadway dos últimos anos, inclusive ganhador de diversos prêmios do universo do teatro, Querido Evan Hansen enfim ganhou sua tão aguardada versão cinematográfica. Tocando em temas fortes e bastante profundos sob ponto de vista de uma adolescência repleta de dúvidas e medos o filme flerta com a melancolia a todo instante buscando gerar pontos reflexivos sobre diversos temas que são encontrados facilmente na realidade. Dirigido pelo especialista em adaptações Stephen Chbosky (já dirigiu As Vantagens de Ser Invisível e Extraordinário) o musical buscou a força e conhecimento do protagonista da peça na Broadway, Ben Platt, o que, por mais que ele conheça de cabo a rabo o personagem é muito mais velho que a idade do protagonista hoje em dia o que pode gerar um estranhamento bem grande quando pensamos nisso. Passando por cima dessa informações e se prendendo ao que vemos como trajetória dos personagens o filme pode agradar bastante.


Na trama, conhecemos o jovem e pacato Evan (Ben Platt). Ele está quase concluindo o ensino médio norte-americano mas se encontra em dúvidas sobre várias questões, não sabendo lidar com sua marcante solitude, problemas no relacionamento com a trabalhadora e guerreira mãe a enfermeira de vários plantões Heidi (Julianne Moore). Após se machucar de uma maneira a princípio não muito bem explicada, ele engessa o braço e volta a frequentar a escola. Nos dias que se sucedem acaba tendo uma única interação com um aluno problemático chamado Connor (Colton Ryan), e em um ato isolado, esse acaba assinando seu gesso que estava em branco. No dia seguinte Evan descobre que Connor se suicidou e a família de Evan acha uma carta o que faz todos pensarem que Connor e Evan eram grandes amigos. A partir disso, uma série de situações acontecem transformando a vida de Evan para sempre.


Muito competente na estrutura dos atos, em Querido Evan Hansen vemos uma introdução profunda com as características do protagonista sendo bem detalhadas e todo seu entorno que obviamente é análoga ao campo da solidão, depois passamos para os conflitos e eles são muitos não só de Evan mas de outros personagens que começam a aparecer e contribuir para as ações inconsequentes de muitos desses conflitos mencionados, isso tudo consegue, como estrutura de narrativa, levar o espectador aos atos finais cheios de simbolismos em um desfecho satisfatório e porque não dizer emocionante.

 

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11/11/2021

Programa #65 Guia do Cinéfilo - Neusa Barbosa


Episódio #65 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo.

Nesse episódio entrevisto a crítica de cinema Neusa Barbosa. O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube. #cinema​ #entrevistas​ #programaguiadocinefilo


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Programa #64 Guia do Cinéfilo - Allan Ribeiro


Episódio #64 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo.

Nesse episódio entrevisto o cineasta Allan Ribeiro. O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube.
#cinema​ #entrevistas​ #programaguiadocinefilo


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10/11/2021

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'Hala' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva o filme Hala.

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09/11/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #540 - Adriana Nienna


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa convidada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Adriana Nienna tem 39 anos. É historiadora, pesquisadora de cinema e fotógrafa.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Minha sala de exibição favorita desde muito tempo é o Cinesesc, na Rua Augusta. Não somente pela programação - que sempre recebe as principais mostras e festivais da cidade, como também pela estrutura (é uma daquelas salas espaçosas, com tela bem grande e que ainda por cima tem um bar em seu interior, de onde é possível assistir o filme!). Outro ponto a favor é o preço do ingresso.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Quando revi na adolescência o primeiro filme que vi na vida num cinema - "Branca de Neve e Os Sete Anões" - e entendi que aquilo era muito mais que um filme de princesa.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

São 3 os principais: Ingmar Bergman, Andrei Tarkovski e Agnès Varda. Do Bergman, adoro "Persona" (1966), do Tarkovski elejo "O Espelho" (1975) e da Varda, "La Pointe Courte" (1955).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Um filme que me impactou profundamente foi "Vidas Secas" (1963), de Nelson Pereira dos Santos. Quando assisti pela primeira vez, devia ter uns 16 anos e ainda não tinha lido o livro do Graciliano, não conhecia a história... Foi um choque! A fotografia era linda, mas o filme era difícil, tão árido quanto a história que contava. Essa aridez era percebida na ausência de diálogos, na expressão dos atores, no excesso de vazio na tela.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Acredito que a cinefilia seja uma dedicação que se assume quando se quer compreender o cinema para além do entretenimento. Não estou dizendo que filme precisa ser "cabeçudo" pra ser "bom" ou que um filme divertido, desses que se assiste pra dar umas risadas ou tomar uns sustos é, necessariamente, de qualidade inferior.

Quando assumimos esse compromisso - que estou chamando de cinefilia - passamos a ver um filme como uma obra multidimensional, com camadas a serem escavadas, analisadas. O filme deixa de ser algo "plano", cujo sentido se encerra na sua capacidade de entreter. Como cinéfila, estou empenhada em tentar entender as escolhas do cineasta em termos de direção, fotografia, trilha sonora, atuação... o filme é um universo a ser desbravado. E quanto mais universos são desbravados, lidos, analisados, revistos, debatidos com outros desbravadores-cinéfilos, mas aprendo sobre mim e sobre o mundo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que existe de tudo. Existem espaços de exibição que entendem cinema exclusivamente como um produto e tentam maximizar seus ganhos através do filme. Normalmente esses espaços oferecem programação preguiçosa, pouco diversificada, com milhares de sessões de um mesmo filme da moda. E quando se sai desses lugares, pouca coisa se leva do que foi experienciado. É claro que esta não pode ser uma análise simplista, afinal, até mesmo naqueles espaços onde o cinema é entendido num outro contexto, como arte, ainda sim ele continua sendo um produto. Mas nesses espaços existe uma curadoria especializada que abre mão do lugar-comum e oferece uma programação mais diversificada (de temas, de olhares, de protagonismos) e mais estimulante em termos de reflexão. Nas grandes cidades, é possível encontrar estes - e muitos outros modos de exibição de um filme -, mas nas cidades pequenas onde o acesso ao cinema ainda é restrito, acredito que o primeiro tipo predomina.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não vão. Mas irão mudar, como mudam desde o seu surgimento, de acordo com a tecnologia e o suporte em vigor. Já tivemos salas de cinema mais luxuosas, mais modestas, mais modernas, mais intimistas, e isso é resultado, em parte, dos novos aparatos tecnológicos. Mesmo com o surgimento do aparelho de tv, do vhs/dvd, das videolocadoras, da internet, dos streamings e etc., as salas de cinema se mantêm e sua importância é ressignificada em relação a essas mesmas mudanças. A estrutura de uma sala de cinema, a tela grande, o tamanho e inclinação das poltronas, a organização das fileiras, o som, a escuridão, enfim, todos esses detalhes são pensados para melhor abarcar a experiência cinematográfica. Pode - e algumas vezes é - muito cômodo ver um filme no computador ou celular, mas a sala de cinema ainda é especial.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Isso Não É um Enterro, É uma Ressurreição, de Lemohang Jeremiah Mosese. Esse filme do Lesoto é de uma sensibilidade absurda. A história é daquelas que te faz torcer pela protagonista, as atuações são ótimas, a fotografia é espetacular.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Nesse momento, mais de 50% da população brasileira já recebeu as duas doses (ou dose única) da vacina contra a covid-19, mas, apesar disso, a pandemia não está completamente controlada. Cabe ao espaço exibidor garantir a manutenção dos protocolos básicos de segurança sanitária: exigir comprovante de vacinação na entrada, orientar o correto uso de máscara no interior do cinema, organizar a ocupação das poltronas privilegiando o distanciamento social, ofertar ingressos abaixo da capacidade máxima das salas para evitar aglomerações, etc. Quando um cinema assume essa responsabilidade, ele se compromete não apenas com a sociedade, ele declara sua preocupação com o bem-estar de seus frequentadores. E o cinéfilo gosta do cinema que demonstra gostar dele.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Pôxa, o cinema brasileiro das últimas décadas estava indo de vento em popa, né? Ainda estávamos longe do ideal (e de nossa capacidade criativa/criadora), mas ganhamos lugar de destaque no panorama internacional, com filmes exibidos nos principais festivais. Estávamos produzindo mais, melhor e mais pluralmente do que em qualquer outra época da nossa história e isso se deveu, em boa parte, às políticas de regulação do audiovisual e de fomento à produção. Mas daí é aquela tragédia que todos já conhecemos e que se abateu sobre nosso país a partir de 2019. A ascensão desse governinho fascistóide, inimigo da cultura e propositadamente bagunçado ameaça o desenvolvimento do setor, seja através da paralisação de financiamento, seja através dos desmontes das instituições, como os da Cinemateca Brasileira e da Ancine, por exemplo. É o famoso 7x1 de todo dia. Para o desespero dos apoiadores desse governinho, no entanto, isso tudo vai passar e vamos superar esse atraso. Voltaremos a produzir - ainda mais, ainda melhor, cada vez mais plural.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Eu gosto de tanta gente, mas só pra citar algumas: Sabrina Fidalgo, Anna Muylaert, Kleber Mendonça Filho, Maya Da-Rin, Patrícia Ferreira Pará Yxapy... Mas o que eu mais gosto é conhecer novos nomes, descobrir novas histórias e formas de fazer cinema.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema, como modo de entendimento do mundo e de si própria.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Já vi gente virar uma garrafinha de água na cabeça do coleguinha da poltrona da frente que não desligava o celular. A sessão estava lotada e teve que ser interrompida por causa do auê.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Vanguarda...rsrs

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Quanto mais uma pessoa entende sobre seu trabalho, melhor ela trabalha. Isso vale para tudo. No cinema, não poderia ser diferente. Um cineasta limitado aos aspectos técnicos entregará um trabalho medíocre, raso, sem paixão. É preciso ampliar o entendimento sobre o que é cinema para criar algo capaz de tocar as pessoas. Um cineasta dedicado à sua arte possui repertório não somente técnico, mas estético e intelectual e por isso é capaz de criar filmes

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

"Cinderela Baiana" :)

 

17) Qual seu documentário preferido?

"Cabra Marcado Pra Morrer", Eduardo Coutinho

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Com certeza sim e não me envergonho disso! rs O aplauso é uma reação positiva a algo que se gosta muito. A pessoa que sente-se tocada por um filme e reprime um aplauso por vergonha, essa pessoa já está morta e não sabe!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

"Cinderela Baiana" :)

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

IMDB, Observatório do Cinema, Críticos, Revista Cinética, Cineset, Papo de Cinema...

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Mubi

 

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'O w da Questão' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva o filme O W Da Questão.

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'Vingança & Castigo' - Análise Curta em Vídeo


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08/11/2021

Crítica do filme: 'Os Eternos'


As dúvida do obedecer. Dirigido pela vencedora do Oscar Chloé Zhao, Os Eternos é a mais nova esperança das salas de cinema, sendo um dos maiores lançamentos nesse período quase pós pandemia. Diferente de outros filmes do universo da Marvel, o projeto milionário não empolga, deixando muito espaço para questões da filosofia desses personagens que já estavam aqui à paisana durante todos os acontecimentos catastróficos de todos os outros filmes mas esquecendo do entretenimento propriamente dito, principalmente das cenas empolgantes que pulavam de clímax em clímax em outro filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. Há várias formas de enxergar esse projeto, vai ter gente que não vai gostar, vai ter gente que vai amar.


Na trama, conhecemos um grupo intergalácticos chamado os Eternos, que são destinados a planetas para conseguir extrair informações e depois obedecer ordens vindas dos celestiais (algo como os chefes deles). Assim, um grupo pousa na terra muito tempo antes de Cristo e assim vai vendo a evolução da raça humana e com a missão de não se intrometer em qualquer guerra, catástrofes ou algum ato que possa interferir diretamente no resultado de um conflito. Em certo momento recebem uma ordem para reativar um Celestial que está adormecido nas profundezas do planeta Terra.


Em pouco mais de duas horas e meia de projeção, acompanhamos de maneira não linear a trajetória dos heróis, suas aflições, seus medos e todos os paralelos em relação aos vínculos que vão possuindo pelo nosso planeta e pelas pessoas que aqui estão. Esse conflito existencial de obedecer ou não ordens supremas de colonizadores espaciais acaba sendo a grande força do filme, pena que fica muito no intelecto e menos na ação deixando apenas morno grande parte dessa saga que vai voltar em breve para uma continuação daqui alguns anos. Os personagens, alguns deles pelo menos, são colocados em pequenas subtramas que nos mostram razões e emoções, principalmente os porquês de algumas escolhas. Longe de ser empolgante, Os Eternos cumpre seu papel introdutório de rostos novos em uma franquia bilionária.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #539 - Rafael Coutinho


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso convidado de hoje é cinéfilo, de Juiz de Fora (Minas Gerais). Rafael Coutinho tem 28 anos. É doutorando em literatura comparada pela UFRJ, professor de educação básica, dramaturgo e cinéfilo, que se comunica em seu canal do Youtube Estante do tio Coutinho. Apaixonado por roteiros e animações, tenta não passar um dia sequer sem os filmes, que como diz Caetano Veloso sobre os livros: "lançam mundos no mundo".

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Acaba que hoje em dia é o UCI Kinoplex, não tanto pela proposta, mas pelo tamanho da rede, então acabam aparecendo filmes interessantes. Hoje na cidade só existem cinemas de shopping.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Foi Star Wars episódio 1, pois é! Eu até considero como o primeiro filme que vi numa sala de cinema, apesar de ter sido Mortal Kombat 2 kkkk. Era legendado, não lia muito bem por ser criança, meu pai que tinha me levado escondido das minhas irmãs por vez ou outra se esquecia de ler pra mim, mas não importava, ver aquelas imagens ali já bastava.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Hoje considero os Irmãos Coen como meus diretores favoritos, principalmente pelas suas comedias niilistas, e aí destaco o subestimado Queime depois de ler.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil. Sou educador e ouvir a criança, olhar a sua história são coisas que me emocionam muito. E a Fernanda Montenegro guia essa história magistralmente.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É gostar de ver histórias por essas janelas que são as telas. Pensar o mundo com imagens.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Como qualquer área, os cinemas estão dominados pelo marketing e pretensões de lucros, o resto é bônus.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Ou quero acreditar que não. A experiência coletiva diante de uma obra de arte é essencial para o mundo, um direito que nós temos e precisamos nos conscientizar disso.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Sou muito fã de roteiros instigantes, então indico Mike Leigh que não é um diretor badalado: O segredo de Vera Drake e Simplesmente Feliz.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Jamais! Vacina para todos!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Incrível! Como sempre foi, inventivo e engajado.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho, acho que vem muito dele a discussão sobre nossa tendência para a visão sudestina em nossa arte.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema são imagens e recortes de seus tempos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando fui assistir A Bruxa (muitos já se esqueceram, mas o filme gerou uma super discussão sobre ser terror ou não e pautas feministas da história) dois caras riram o filme inteiro e debocharam de cenas. Ao fim, uma mulher começou a tretar com eles, maior bate boca super exaltados. Depois vi que era minha professora de artes do ensino médio kkkk.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Andou para que muitos voassem! Essa tendência nova de princesas multiculturais etc, pioneirismo brasileiro

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Mas para o filme ficar bom aí eu acho que sim kkkk.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Eu sou muito generoso com filmes kkkk Mas vou citar um que eu não curti recentemente e comecei a achar uma graça quando fiz a conexão: Lamb - é a Senhora do Destino da A24, só que a Maria do Carmo e a Lindalva são ovelhas e a Nazaré é humana e rouba essa ovelhinha pra si. Ridículo kkkk

 

17) Qual seu documentário preferido?

Jogo de cena, por eu ser do teatro, por brincar com o que é ficcional, e como a montagem produz narrativa. E pelo Eduardo ter Coutinho no nome que nem eu kkkk.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Bacurau! Grande experiência coletiva, público todo envolvido.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Arizona Nunca Mais, Nicolas Cage com meus diretores favoritos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Letterboxd mesmo, antes era o Filmow, mas não migrou bem para o celular. Gosto de ver opiniões de críticos e público juntas em um mesmo lugar.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix, pela recorrência. Mas HBO Max está encostando.

 

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07/11/2021

'Comando Delta' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva o filme Comando Delta.

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Até o próximo vídeo!

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #538 - Eduardo Kacic


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso convidado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Eduardo Kacic tem 42 anos. É roteirista de longas-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Além dos sites Portal do Andreoli e Portal Administradores. Hoje trabalha junto a sistemas de streaming como Netflix e Amazon e produtoras e distribuidoras nacionais e escreve para seu próprio blog Os Filmes do Kacic.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Não saberia dizer se a resposta seria bem pela programação, mas como sala de cinema, para mim a melhor seria a filial UCI do shopping JK Iguatemi em São Paulo. Em matéria de som, imagem e conforto, não tem igual.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O Império do Sol, do Spielberg. Em 1987, eu tinha sete ou oito anos de idade.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Clint Eastwood. Os Imperdoáveis.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

A Oeste do fim do Mundo (2013), do diretor Paulo Nascimento. É um filme com o qual me identifico muito com o protagonista. Trata-se de uma história contada com muita honestidade e delicadeza.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É enxergar o mundo com outros olhos. O cinema ensina muito sobre a vida.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, com certeza não.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Sim, acho que já estão em processo de extinção.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

A Montanha Matterhorn (2013). Direção de Diederik Ebbinge. Um crime esse filme não ser mais conhecido.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, antes da vacina não.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que temos bons filmes saindo, mas em menor quantidade e qualidade do que nas duas décadas passadas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não acho que tenha algum... Mas gosto bastante do Rodrigo Santoro e do João Miguel, e dos filmes do diretor Rodrigo Aragão.

 

12) Defina cinema com uma frase:

"O Cinema é um modo Divino de contar a Vida", já dizia Fellini.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Me lembro muito da reação da plateia ao final de O Sexto Sentido, e também durante o clímax de Vingadores Ultimato. A sala parecia um estádio de futebol. Foi divertido.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

O horror, o horror...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, não é mandatório. Acho que ser um diretor cinéfilo tem seus prós e contras.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não saberia dizer. Eu já vi muita, mas MUITA coisa ruim.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Talvez Tiros em Columbine, mas não sei. Gosto muito dos filmes do Michael Moore.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, algumas vezes.  

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Outra Face. Mas sua melhor performance foi em Despedida em Las Vegas. Sou fã incondicional do Cage.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

 

IMDb. Disparado.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

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06/11/2021

8 e 1/2 em 20 - Pedro Amaro - Episódio #35


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual. 

Nesse episódio, recebemos o roteirista e editor do site Canal Claquete Pedro Amaro. 

Não esqueçam de deixar um like nesse vídeo. :)

 Não esqueçam de se inscreverem nesse canal. :) 


Visitem também: Instagram: @guiadocinefilo Viva o cinema!


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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #537 - Maria Clara Russo


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa convidada de hoje é cinéfila, de São José dos Campos (São Paulo). Maria Clara Russo tem 24 anos. É historiadora formada pela UNIFESP, professora de história na rede pública de São Paulo, estuda cinema, e mantém um Instagram, o @claraentrefilmes recheado de dicas de filmes e séries e posts especiais sobre a história do cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Na minha cidade prefiro as salas do Cinepólis, são as mais confortáveis e com o melhor som.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acho que Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, lembro de assistir no cinema criança e ficar impressionada.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Acho que meu diretor favorito é o Stanley Kubrick mesmo. Me dediquei a estudá-lo na graduação de História, dedicando minha monografia para ler sobre ele, estudar Dr. Strangelove. Mas meu filme favorito dele eu diria que é O Iluminado por ter sido o primeiro que assisti do Kubrick e já me cativou logo de cara.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Meu filme nacional favorito sem dúvidas é O Auto da Compadecida. Assistia com meus pais criança, e sempre que dá eu revejo, e tem um lugar especial no meu coração. O Brasil do Ariano Suassuna realmente é demais. É o filme que é adaptação do livro escrito em peça de teatro, fez um ótimo trabalho de elenco com os inesquecíveis Selton Mello é Matheus Natchtergaele.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Acho que ser cinéfilo é amar cinema, e mais do que isso, se aprofundar no tema. Acho que essa palavra ao longo do tempo pegou um tom pejorativo na figura daquela pessoa cult que só assiste filme francês da nouvelle vague. Mas acho que hoje tem espaço para todos os segmentos, e mais do que isso, a democratização do acesso aos filmes, fez com que mais pessoas pudessem ser “cinefilas” e amar a sétima arte.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que não. Principalmente nas cidades do interior as salas de cinema são ocupadas pelos grandes blockbusters. Isso não necessariamente quer dizer que as pessoas não entendem, mas que estamos inseridos em uma lógica capitalista, em que os grandes estúdios precisam tirar seus lucros a qualquer custo. E infelizmente os filmes independentes não conseguem a mesma oportunidade de distribuição que algum filme da marvel por exemplo.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que não. A experiência do cinema é insubstituível. Não digo isso com um preciosismo, mas só que cinema é cinema. Até hoje os livros físicos não acabaram, penso que as salas de cinema continuarão assim também. Claro que a experiência como conhecemos hoje pode mudar ao longo do tempo, mas acabar acho pouco provável.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Eu gosto muito de La Belle Personne (A Bela Junie), de 2008 , do diretor Christophe Honoré.

 

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Bom, as salas já reabriram quando começou a vacinação, então hoje, em Novembro de 2021 a situação já melhorou, e se torna possível pensar em ir no cinema novamente. Eu voltei agora para assistir Duna, depois de dois anos sem ir ao cinema.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Enxergo de maneira muito positivo, de diretores, diretoras, produção, elenco fazendo acontecer no meio de tantas adversidades. Um exemplo é o filme de Jeferson De que conta a história de Luiz Gama.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme:

São tantos, mas acho que o atualmente o Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

uma viagem de imagens em movimento com som.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não sei se é inusitado, mas lembro de ir assistir o live action de Mogli, e ouvir uma criança olhar o pai do Mogli no filme é dizer “ o pai do Mogli é terrorista” … achei impressionante assim o esteriótipos que temos aqui no Ocidente da Índia e do mundo árabe em geral ser reproduzido assim.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um clássico hahahha.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Com certeza não. A arte é algo subjetivo, grandes diretores e diretoras nunca foram a uma escola de cinema é mesmo assim fizeram grandes filmes que são lembrados até hoje na história do cinema.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Essa é fácil hahhahah Sem sombra de dúvidas foi A Ascensão Skywalker, o episódio IX da nova trilogia de Star Wars. Não me entendam mal, star wars é a minha franquia favorita do cinema, mas a decepção com esse filme foi tanta, que eu não acreditei no que eu estava vendo hahahha

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não sei se tenho um documentário favorito. Conheço pouco ainda esse gênero, mas vou citar um clássico que é Jogo de Cena, do Eduardo Coutinho. Assisti na faculdade pela primeira vez e realmente é muito genial. E brinca com a coisa do documentário ainda sim ser uma ficção

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim! Depois de assistir Bacurau a sessão inteira que eu estava bateu palmas!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Acho que Kick Ass. Ouso dizer que o “Big Dady” é o melhor personagem do Nicolas Cage hahahha.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Atualmente o que mais estou gostando é o da Huuro. Não o site, mas o Instagram deles.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Acho que HBOmax. Por conta de Sucession.

 

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