30/01/2020

Crítica do filme: 'O Escândalo'


A força das mulheres contra a imbecilidade de homens sem caráter. Baseado em fatos reais e com orçamento de 35 milhões de dólares, O Escândalo é um filme que se aprofunda no tema do assédio contra a mulher tendo como ponto principal o escândalo envolvendo um dos homens da Tv Norte-americana mais poderosos do mundo. Indicado a três Oscars o filme busca, sem muito brilho, em seus corretos arcos, passar o máximo de detalhe sobre todo o ocorrido mas acaba devendo pois não consegue amarrar as pontas de interseção de maneira mais profunda. Vale a mensagem do filme que pode servir como força para muitas mulheres denunciarem caso sofram ou tenham sofrido abusos no trabalho ou em qualquer lugar.

Na trama, conhecemos três histórias que ocorrem no mesmo ambiente de trabalho mas em situações diferentes. Gretchen Carlson (Nicole Kidman) é um experiente apresentadora que está há 14 anos na Fox News e decide por conta de acontecimentos do passado e do presente denunciar o assédio contra um chefão do alto setor do comando da emissora que trabalha,  Roger Ailes (John Lithgow). Paralelo a isso, acompanhamos também a novata Kayla Pospisil (Margot Robbie) que sofre um terrível assédio na sala de Roger e após conseguir tomar coragem se une ao grupo de mulheres que também sofreram assédio de Ailes. E no foco principal disso tudo Megyn Kelly (Charlize Theron) a apresentadora mais famosa da emissora resolve liderar e reunir as denúncias contra Ailes.

Por mais que tenham pontas soltas no roteiro, as três artistas principais estão muito bem em cena. Inclusive, Margot e Charlize concorrem ao Oscar desse ano por seus respectivos papéis nesse projeto. O preenchimento de pano de fundo e os argumentos colocados em tela para denunciar o ambiente de trabalho tóxico vivido pelas personagens chegam em boas doses aplicados ao talento em tela já comentado. Mas podia ter sido mais impactante, o roteiro de Charles Randolph (A Grande Aposta) teve perto de ser muito bom mas acaba fracassando nas linhas de interseção entre os arcos.

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27/01/2020

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Crítica do filme: 'Um Lindo dia na Vizinhança'


A mudança do mundo destruído pelas palavras. Um cotidiano das emoções em forma de declamações, um livro contado sobre a arte das emoções. Baseado em fatos reais, mais precisamente do artigo de Tom Junod, Can You Say ... Hero, Um Lindo dia na Vizinhança, que estreou faz poucos dias no concorrido (por termos muito poucas salas) circuito brasileiro de exibição, navega pelos sentimentos de forma bastante simples que dão a entender algo parecido a original, as declamações de pensamentos nos levam ao instantâneo ato de pensar sobre aquilo buscando referências em nossas próprias vidas. No papel principal o ator Matthews Rhys, em atuação apenas ok. No papel coadjuvante, nosso eterno Forrest. Tom Hanks é um ator diferenciado, sempre em busca dos mais complexos personagens e sempre com maestria para nos contar suas histórias. Somos sortudos por ser da mesma geração desse gênio da arte de interpretar. A direção é da cineasta californiana Marielle Heller (do elogiado Poderia Me Perdoar?).

Na trama, conhecemos um rabugento jornalista Lloyd Vogel (Matthew Rhys, do ótimo seriado The Americans) que após uma ordem de sua chefe, precisa fazer um texto de 400 palavras sobre o famoso apresentador de público infantil, Fred Rogers (Tom Hanks). Conforme vai conhecendo mais a fundo seu entrevistado, o protagonista começa a passar por mudanças profundas na sua forma de pensar e expressar seus sentimentos, principalmente com o recém aparecido pai.

Um Lindo dia na Vizinhança é um projeto peculiar que você precisa ser convencido que ele pode ser uma boa experiência. Não deixa de ter também quebra de certos paradigmas como o olhar para a câmera. A tal da inteligência emocional, a partir da inspiração. Um Lindo dia na Vizinhança é um filme que você precisa ser convencido que ele pode ser uma boa experiência, isso pode acontecer. A paciência é um fator importante. Nas imperfeições, a subtrama do protagonista e sua saga em reconciliar com seu pai seja pouco profunda, quando Hanks sai de cena o filme dá umas despencadas, mesmo Chris Cooper estando ótimo no papel do pai do protagonista.

Onde ir onde quando a alma está ferida? Um fator interessante é que há uma conversa franca com o espectador. Uma grande sessão de terapia que ultrapassa as barreiras da telona. Muitos podem se identificar demais com a história contada, sobre pais e filhos. Psicólogos, psicanalistas, psiquiatras precisam assistir a esse filme. Gera um bom debate.

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Crítica do filme: 'Judy - Muito Além do Arco-Íris'


O que atinge o coração dos outros podem servir de aconchego para a fonte da emoção. Buscando retratar com bastante delicadeza um pequeno recorte, já na parte final da vida, da famosa atriz Judy Garland, o cineasta britânico Rupert Goold contorna com muita emoção as linhas do roteiro baseado na obra de Peter Quilter. No papel principal, a veterana atriz Renée Zellweger que consegue sua grande atuação na carreira, por esse papel já ganhadora dos prêmios de Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro 2020 e a estatueta de Melhor Atriz no Critics' Choice Awards, se tornando praticamente eminente sua estatueta do Oscar desse ano. Judy, se encaixa entre outros, quando a atuação supera o filme.

Na trama, conhecemos os últimos meses de vida da impactante atriz Judy Garland (Renée Zellweger) eternizada pelo seu papel como Dorothy em O Mágico de Oz (1939), em sua temporada de shows em Londres onde tentava recuperar a carreira, ou pelo menos se sustentar já que passava por uma crise emocional e financeira fruto de uma vida cheia de controle que culminou em suas viagens pelo mundo do excesso de substâncias que fazem mal.

Delicado e com ritmo lento, Judy é um retrato de muitos artistas famosos que acabam nos deixando por conta do descontrole em não conseguir achar seu caminho nesse mundo tão rígido e implacável. Indo e voltando com pequenos flashs da época que conseguiu seu primeiro (e o grande) trabalho de sua extensa carreira, aos poucos vamos tentando entender a personalidade forte da atriz, mãe de três filhos, inclusive Liza Minelli. A questão da guarda dos filhos e as brigas com o ex-marido Syd (Rufus Sewell) também contornam a trama dando uma pitada na questões sobre a saudade e a necessidade de conseguir se estabelecer como artista.

Mas o grande destaque é mesmo a atuação de Renée Zellweger que aplica uma dose de ternura e um gestual impressionante na sua Judy. Nesse ano com boas atuações femininas em ótimos filmes, vai levar o Oscar pois caminhou pela emoção, cantando e expressando muito pelo olhar.

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Crítica do filme: 'Parasita'


Indicado na principal categoria do Oscar 2020 (melhor filme), e em mais outras cinco, o filme sensação do universo cinéfilo dos últimos meses Parasita merece realmente todos os elogios por sua trama impactante que não deixa de ser interessante um só segundo. Além de abordar temas importantes da nossa sociedade, como o desemprego, o projeto vai rumo ao brilhantismo ao mostrar as linhas psicológicas mais complexas do ser humano e todo seu poder de conseguir o novo e destruir. Escrito e dirigido pelo cineasta sul-coreano Bong Joon Ho (dos excelentes O Expresso do Amanhã e Mother - A Busca Pela Verdade), essa obra-prima asiática é um filme inesquecível, muito por conta de muitas de suas cenas impactantes que vão demorar a sair de nossa memória cinéfila.

Vencedor do prêmio de Melhor Filme de Língua Estrangeira no Globo de Ouro desse ano, Parasita conta a saga de Kim Ki-woo (Woo-sik Choi) e sua família toda desempregada. Passando os dias olhando pela janela da casa no subsolo onde vivem, Kim Ki-woo consegue através de uma amigo que vai viajar uma oportunidade única: ser professor de inglês de uma jovem milionária. Assim, usando todas as suas facetas de um grande cara de pau aos poucos vai instalando na família da jovem empregos para toda sua família. Quando determinadas situações acontecem, a família trambiqueira precisará realizar escolhas que mudarão os rumos de toda essa impactante história.

Foco principal na trama, a questão da ascensão familiar é o grande background para ações e consequências eletrizantes. Sem o mínimo de pudor, a família consegue aos poucos ganhar a confiança de quase todos nesse novo universo que lhes é proposto. Mas as reviravoltas da trama evoluem a história e deixam cenas marcantes na nossa memória. Reflexivo e até certo ponto aterrorizador, os limites do ser humano são colocados em cheque fruto de um deslumbramento sem pilares de resistência culminando numa impressionante jornada de queda.

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25/01/2020

Crítica do filme: 'Atlantique'


Em seu primeiro trabalho como diretora, a cineasta francesa Mati Diop consegue reunir elementos físicos e sobrenaturais para nos contar uma história de amor pouco convencional que acontece em Dakar, no Senegal. Em meio a uma paisagem e arcos que remetem ao grande oceano que banha a parte da cidade onde se passa a trama, Diop e suas lentes conseguem uma incrível conexão com quem assiste do lado de cá da telona. Disponível no catálogo da Netflix, o filme levou o grande prêmio do Júri em 2019 no prestigiado Festival de Cannes.

Na trama, conhecemos a jovem Ada (Mame Bineta Sane), uma mulher que vive seus dias atuais na expectativa do casamento arranjado por um homem que não ama. Ada, esconde outra paixão, se encontra escondida com seu grande amor Souleiman (Ibrahima Traoré) sempre que possível. Quando Souleiman resolve, sem avisá-la, partir pelo oceano atrás de uma vida melhor, a vida de Ada ganha novas e curiosas passagens.

Abordar o sobrenatural de maneira interessante é um trabalho para poucos, e esse fato é a grande reviravolta do filme que caminha lentamente pelos detalhes do ambiente deixando surpresas como migalhas em uma trilha até o seu clímax. Dentro do contexto desse bom projeto, o amor é visto de uma ótica bonita através do sentimento, das afinidades, além claro de ótimas pitadas de críticas sobre a condição social da região, costumes e crenças.

Atlantique é um trabalho para ser apreciado. Um pequeno tesouro perdido nos milhares de lançamentos dos streamings. É um filme que cinéfilo tende a gostar, os contornos narrativos transbordam emoções puras que viram paralelos à nossa realidade.

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24/01/2020

Crítica do filme: 'Entre Facas e Segredos'


Escrito e dirigido pelo ótimo cineasta norte-americano Rian Johnson (Looper: Assassinos do Futuro), Entre Facas e Segredos beira ao brilhantismo ao demonstrar a psicologia por trás da ganância e egoísmo de uma família da alta sociedade americana. Um ótimo elenco em personagens cheios de complexos e segredos. O projeto, que fora lançado nos cinemas brasileiros semanas atrás, mais que um filme básico de suspense para procurarmos o assassino, ou as verdades por trás de mentiras, costura com bastante maestria as facetas dos limites do ser humano e nos leva a lugares surpreendentes de um suspense repleto de argumentos interessantes.

Na trama, conhecemos o milionário escritor de suspenses Harlan Thrombey (Christopher Plummer) na noite do seu aniversário de 85 anos. Toda a família reunida e também Marta (Ana de Armas) uma jovem enfermeira, imigrante, que cuida das medicações e do bem estar do dono da casa. O tabuleiro narrativo se transforma em um grande quebra-cabeça com inimigos virando amigos, uniões improváveis, após o assassinato de Harlan. Para tentar descobrir o que houve no fim daquela noite, um detetive ao melhor estilo Agatha Christie aparece em cena, Benoit Blanc (Daniel Craig) e não medirá esforços e excentricidades para conseguir chegar a conclusão desse complicado caso.

Durante os arcos, atentos olhos cinéfilos buscam explicações e tentam desvendar futuros mistérios sobre as personalidades e possíveis motivos de todos os personagens, cada um mais excêntrico que o outro. A dobradinha entre a imigrante e o peculiar detetive ditam o tom de boa parte da curiosa narrativa. A primeira, a protagonista, ouve tudo sobre a investigação e busca seus objetivos na mesma. O segundo, caricato e interpretado de maneira contagiante pelo 007 Daniel Craig aparece nas horas mais incomuns em busca de chegar aos seus argumentos finais com êxito.

O circo pega fogo, as discussões em família são hilárias, sarcásticas e com grande tom de ressentimento uns pelos outros. A cena da leitura do testamento é escancarada e cheio de tons sarcásticos mostrando as facetas ocultas de algumas personalidades que navegam pela trama. Jamie Lee Curtis, Toni Collette, Michael Shannon, Don Johnson, Chris Evans desfilam em seus personagens como um grande abre alas de um desfile, observamos e tentamos ler tudo. Tudo encaixa dentro do tabuleiro culminando em um forte clímax para o gran finale.

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23/01/2020

Crítica do filme: 'Take It or Leave It (A Escolha)'


A aceleração da maturidade. Indicado ao Oscar pela Estônia, Take It or Leave It, ou,Võta või jäta, no original, é um drama profundo sobre a maternidade/paternidade. Somos testemunhas de momentos de descobertas e alguns angustiantes de irresponsabilidades. Escrito e dirigido pela cineasta Liina Trishkina é um grande tesouro em meio aos centenas de filmes europeus lançados a cada ano pelo mundo. Com um ótimo roteiro e um final arrebatador, Take It or Leave It é um dos grandes filmes europeus dos últimos anos. Um filme corajoso, um retrato emocionante sobre como o amor nos leva a patamares que nunca imaginamos estar.

O protagonista é um jovem de cerca de 30 anos, de origem e família na Estônia, que não sabe direito o que fazer da vida profissional e trabalha em obras na Finlândia. Completamente confuso e sem saber o que fazer após a notícia de que é pai, embarca em uma jornada de assumir a paternidade e os cuidados da recém nascida sozinho já que a mãe não a quis assumir naquele momento. Completamente sem jeito, talvez pela rebeldia que o persegue faz anos e que fica claro desde o primeiro arco do roteiro, Erik (Reimo Sagor) aos poucos vai se descobrindo como pai, navegando pelas responsabilidades e derrapando nas irresponsabilidades.

As dúvidas pairam a cabeça dos jovens. Desde o básico sobre o que fazer quando a criança recém nascida começa a chorar até sobre se devem ficar com a criança ou leva-la para adoção. É um recorte muito interessante bastante próximo da realidade, afinal com toda certeza histórias parecidas acontecem diariamente em todo o planeta.

O filme aborda muito bem o impacto da notícia do novo papai acaba mexendo com toda uma família.  O relacionamento com seu pai e mãe (principalmente a segunda, que domina as cenas em vários momentos) também sofre uma reviravolta e ele precisa enfrentar julgamentos por conta da ajuda que recebe, além do irmão que sofre com sua esposa por não conseguir ter um filho.

As técnicas de filmagens são ótimas, há muito silêncio que diz muito em bons e preenchedores planos. Já na reta final um eminente desenrolar jurídico acontece e a cereja do bolo, já no arco final, vale o ingresso. Um filme corajoso, um retrato emocionante sobre como o amor nos leva a patamares que nunca imaginamos estar.

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Crítica do filme: '1917'


Quando a lealdade se encontra com a humanidade. Indicado aos principais prêmios do cinema nessa última temporada, além de ser forte concorrente ao próximo Oscar na categoria principal da grande noite, o novo projeto do ótimo diretor britânico Sam Mendes (Beleza Americana) é um show de técnicas de cinema, uma trama empolgante e deliciosamente constante aos nossos olhos, é difícil até parar para respirar ao longo dos 120 minutos de projeção. Rodeado de nomes famosos no elenco, em papéis bastante secundários, vale o destaque para o jovem George MacKay. Um grande filme de guerra, de um grande diretor.

Na trama, somos jogados novamente para os horrores da Primeira Guerra Mundial, mais precisamente para o ano de 1917 e no início do mês de abril (exatamente no dia em que os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha e seus aliados), onde dois jovens soldados britânicos recebem ordens claras e objetivas para atravessarem um enorme território, inclusive passar próximo das linhas inimigas, tudo isso para entregar uma mensagem importante que pode salvar todo um batalhão com mais de 1.500 britânicos. Assim, reunindo forças de onde podem os jovens enfrentarão obstáculos complicados para chegarem até seu objetivo.

Estimado em 100 milhões de dólares, e sendo o primeiro indicado ao Oscar tendo um título totalmente numérico, 1917 é uma reunião de talentos e mais talentos na frente e atrás da câmera, porque, para conseguir realizar o filme e dessa maneira como fora filmado um trabalhão fora feito. Só para o ensaio dos atores foram 6 meses de treinamento, mais de 1.5 Km de trincheiras foram cavadas para o filme, fora inúmeros outros detalhes. O espetáculo de fotografia é assinada pelo já setentão e sempre nota 10, Roger Deakins. A trilha sonora sublime é assinado pelo californiano e indicado 15 vezes ao Oscar Thomas Newman. Sam Mendes constrói através de sua ótica (o filme é dedicado ao avô de Sam Mendes, que foi soldado das tropas da rainha durante a Grande Guerra) um empolgante entretenimento que fala muito sobre lealdade. Vale a pena conferir!

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21/01/2020

Crítica do filme: 'Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal'


As facetas do mal. Lançado nos cinemas brasileiros em meados do ano passado, Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal é um recorte da vida do famoso serial killer que aterrorizou os Estados Unidos décadas atrás, Ted Bundy. No papel principal, o surpreendente Zac Efron se dedica bastante ao papel nesse suspense psicológico onde tentamos decifrar a mente conturbada do assassino. A narrativa é feita sob a ótica da mulher que Ted teve um extenso relacionamento, Liz Kendall (Lily Collins). O roteiro é repartido em arcos bem definidos mas não alcança a profundidade em suas subtramas. É um filme apenas Ok, que está disponível no catálogo da Netflix.  

Na trama, conhecemos Liz (Lily Collins) uma jovem e esforçada trabalhadora, mãe solteira, que durante a ida a um bar na cidade que recém chegara acaba conhecendo Ted (Zac Efron), um homem charmoso com quem logo tem um intenso relacionamento. Mas tudo vai por água abaixo quando Ted é acusado de assassinar dezenas de mulheres pelas cidades que passou. Sem saber em quem acreditar, Liz entra em um estado de depressão mas sempre em busca de encontrar a verdade sobre o homem que ama.

Tudo que envolve Ted Bundy é cruel e sanguinário. Um psicopata dos mais perigosos que os Estados Unidos já ouviu falar. No longa-metragem, a abordagem mais branda chega por conta da ótica de terceiros sobre tudo que Ted fazia naquela época tão nebulosa. Envolvida pelo amor que sente, Liz e outras centenas de mulheres caíram no golpe do charme de Ted, deixando sempre em dúvida e alegando inocência a cada audiência. A parte do julgamento final do protagonista, na Flórida, com John Malcovich no papel do juiz é muito bem feita e mostra um pouco do circo midiático que foi esse julgamento.

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Crítica do filme: 'El Pepe, uma Vida Suprema'


A beleza da simplicidade. Dirigido pelo premiado cineasta sérvio Emir Kusturica, El Pepe, uma Vida Suprema navega pela intensa vida do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, um homem adorado por seu povo que conseguiu mudar o Uruguai de patamar no cenário latino-americano e porque não dizer também mundial. Ao longo dos quase 80 minutos de projeção, conhecemos as manias, as famosas histórias sempre em pano de fundo os últimos dias de presidência da celebridade sul americana.

Já disponível no catálogo da Netflix, o documentário que teve estreia no famoso Festival de Veneza no ano de 2018 apresenta um pouco profundo raio-x da vida de militância do uruguaio, seu grande amor da vida que também era militante, e toda força que conquistou através do silêncio por ter ficado preso por mais de uma década rodando de prisão em prisão durante a ditadura uruguaia. Vivendo uma vida simples, mesmo quando era o chefão de seu país, sempre a bordo de seu famoso fusquinha, vemos uma homem e um objetivo: melhorar em todas as áreas o país que tanto ama. Amante da agricultura, passa horas do seu dia ao lado de seu plantio e também ensina aos que querem aprender.

Surpreendente em alguns relatos, Pepe e suas histórias deixam um grande plano de interação com Kusturica, deixando o filme bastante informal e natural. Usando um ponto eletrônico, a tradução simultânea, o diretor se diverte com muitos dos pensamentos de Mujica. Nem vemos o tempo passar e ainda da gostinho de quero mais. Que vida, que história. Que bom pra América do Sul!

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