A aceleração da maturidade. Indicado ao Oscar pela Estônia, Take It or Leave It, ou,Võta või jäta, no original, é um drama
profundo sobre a maternidade/paternidade. Somos testemunhas de momentos de
descobertas e alguns angustiantes de irresponsabilidades. Escrito e dirigido
pela cineasta Liina Trishkina é um
grande tesouro em meio aos centenas de filmes europeus lançados a cada ano pelo
mundo. Com um ótimo roteiro e um final arrebatador, Take It or Leave It é um dos grandes filmes europeus dos últimos
anos. Um filme corajoso, um retrato emocionante sobre como o amor nos leva a
patamares que nunca imaginamos estar.
O protagonista é um jovem de cerca de 30 anos, de origem e
família na Estônia, que não sabe direito o que fazer da vida profissional e
trabalha em obras na Finlândia. Completamente confuso e sem saber o que fazer
após a notícia de que é pai, embarca em uma jornada de assumir a paternidade e
os cuidados da recém nascida sozinho já que a mãe não a quis assumir naquele
momento. Completamente sem jeito, talvez pela rebeldia que o persegue faz anos
e que fica claro desde o primeiro arco do roteiro, Erik (Reimo Sagor) aos poucos vai se descobrindo como pai, navegando
pelas responsabilidades e derrapando nas irresponsabilidades.
As dúvidas pairam a cabeça dos jovens. Desde o básico sobre
o que fazer quando a criança recém nascida começa a chorar até sobre se devem
ficar com a criança ou leva-la para adoção. É um recorte muito interessante bastante
próximo da realidade, afinal com toda certeza histórias parecidas acontecem
diariamente em todo o planeta.
O filme aborda muito bem o impacto da notícia do novo papai
acaba mexendo com toda uma família. O
relacionamento com seu pai e mãe (principalmente a segunda, que domina as cenas
em vários momentos) também sofre uma reviravolta e ele precisa enfrentar
julgamentos por conta da ajuda que recebe, além do irmão que sofre com sua
esposa por não conseguir ter um filho.
As técnicas de filmagens são ótimas, há muito silêncio que
diz muito em bons e preenchedores planos. Já na reta final um eminente
desenrolar jurídico acontece e a cereja do bolo, já no arco final, vale o
ingresso. Um filme corajoso, um retrato emocionante sobre como o amor nos leva
a patamares que nunca imaginamos estar.